quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Um mosqueteiro só

Era uma vez (começo assim para dar uma falsa impressão de 'conto de fada') um mosqueteiro só. Certamente você já ouviu falar na história dos 3 mosqueteiros, mas este em questão vivia sozinho em suas próprias terras e mesmo assim era tratado como forasteiro. Tudo que conseguiu na vida, todos os pastos que fez crescer, todo o gado que mantinha e todas as moscas que matou, além de tantas outras coisas este mosqueteiro conseguiu sozinho, sem apoio de ninguém, e na base da garra, já que tecnicamente não era um bom camponês, mas nem sempre a técnica fala mais alto.
Esse mosqueteiro chamado Grêmio já conquistara o mundo, e hoje luta para conquistar novamente o seu país (pela 3ª vez). A cada década, um triunfo (81, 96 e quem sabe neste ano de 2008, o ‘tri-campeonato tri-legal tchê’). Todos falavam mal dele, sejam vizinhos ou pessoas distantes. A verdade é que quando este entrava em ação, dava a impressão de se tratar de um alienígena, e não de uma pessoa qualquer.
O mosqueteiro desistiu de exigir respeito dos outros, pois sabe que seus resultados respondem por si próprio: liderando o ranking da CBF, com tantos títulos e um estilo próprio de jogar (que muitas vezes dispensa a 'malemolência' brasileira para incorporar o melhor da raça argentina). Para ser feliz é preciso ter consciência de uma única coisa: enquanto confiares em ti mesmo, não precisarás da aprovação de ninguém. Pois como o mosqueteiro canta pra si mesmo todas as noites (ao invés de contar carneirinhos): "Até a pé eu irei, para o que der e vier, pois o certo é que eu estarei, comigo mesmo onde eu estiver..."



 Grêmio - Hino do Grêmio (original)

2 comentários:

Val Benvindo disse...

adorei seu texto!
Não entendo muito de futebol, posso falar somente da estrutura da texto e esta está ótimaa,viu ?!
amei o trocadilhoo . ;D

beeeeijo. ;*

Lucas Franco disse...

Fico feliz de você ter gostado do texto Val =] Embora eu ame futebol, quero torna-lo um assunto de todos, e não apenas dos apaixonados por este esporte, e daí as metáforas podem ajudar a fazer a ligação entre todos afim de enxergarmos o que há de universal no jogo, como os valores morais, e assim serem explorados também na forma de personagens como a do mosqueteiro (que é o mascote do Grêmio, assim como o Leão o do Vitória, o Porco o do Palmeiras, o Saci Pererê do Internacional...)

No final do post está parte do hino do time do Grêmio, alterado, como se fosse o mosqueteiro em questão cantando para si próprio, essa parte na verdade é assim "até a pé nós iremos, para o que der e vier, pois o certo é que nós estaremos, com o Grêmio onde o Grêmio estiver; Nós somos bons torcedores, sem hesitarmos se quer, aplaudiremos o Grêmio, aonde o Grêmio estiver..."

Sobre a metáfora (para quem não acompanha tanto de futebol entender o que eu quis dizer), a frase do gaúcho Paulo Renato de Souza(ex-ministro da educação) resume o que quis dizer com 'mosqueteiro só': "Ao acompanhar jogos do Grêmio pelas rádios de Rio e São Paulo, tenho a impressão de estar ouvindo falar de um time estrangeiro". Os veículos de comunicação esportivos mais ouvidos no Brasil estão em Rio e São Paulo, e fora destes estados estão o que podemos chamar de 'perfireria do futebol', logo, a parcialidade se torna clara ao tornar explícito a exposição maior da equipe do Palmeiras (que está disputando a liderança com o Grêmio neste campeonato brasileiro), nem por isso o Grêmio precisa se abalar, pois ja deu todas as provas de que pode vencer o campeonato mesmo com uma equipe sem um estilo tão 'brasileiro'(com a magia que se espera).