O continente americano não fora ‘descoberto’ pelos europeus com outro propósito a não ser exploração de seu território e povo, fazendo deste novo continente a periferia do mundo (ao lado da África e Ásia).
Sempre houve resistência por parte dos nativos, e os europeus nunca encontraram facilidades para dominar, e por mais de 500 anos vem impondo sua autoridade nestas novas terras assim com a elite européia tanto explora até hoje o seu operariado (ou seja, onde quer que esteja, o povo estará fadado a sofrer opressão, e se tratando de política –deixando de lado as relações inter pessoais- benefícios aos emergentes sempre terão segundas intenções, pois não se ajuda simplesmente, e sim troca-se favores).
O teor agressivo característico de alguns líderes revolucionários foram válidos, e os legados de Mao Tse-Tung, que tentou unificar a China e livrá-la da dominação estrangeira (embora com muito derramamento de sangue e mesmo assim sem conseguir realizar sua meta devido a causos que estavam fora de seu controle), Che Guevara (que tinha planos para tornar uma América mais justa, e conseguira seu feito no 1º país em que lutara –Cuba- mas falecera tentando libertar o 2º país –Bolívia) e Emiliano Zapata (mexicano que liderou a revolução no seu país, derrubando uma ditadura que em muito se assemelhava com o sistema feudal –em que nativos tornavam-se escravos por dívidas) para sempre estarão nas nossas mentes e corações, mas se pudermos aliar o inconformismo por ver tantas injustiças aliado a inteligência de articular jogo político (coisa que os membros de políticas de direita sabem fazer muito melhor que os de esquerda), encontramos um ser real, cheio de defeitos, que de alguma forma decepcionou muitos e decepcionou em alguns momentos a si próprio (talvez por descobrir com o próprio poder que era mais difícil se trabalhar do que antes imaginava), mas que certamente, colocando suas condutas numa balança, chegamos a conclusão que este é a maior referência de líder político moderno: o presidente Luís Inácio Lula da Silva.
A sua adequação aos novos tempos se tornou evidente nas eleições de 2002: com uma equipe de marketing extremamente competente, que lhe colocou uma imagem mais agradável para setores da sociedade importantes para dar e tirar poder como a classe média (que tirou Collor do poder em 1992 e elegeu e re-elegeu FHC), Lula conseguira, depois de 3 tentativas, se eleger presidente da república. Está certo que durante os mais de 10 anos em que ele tentava sua meta, poderia ter feito alguma graduação (economia ou ciências sociais fariam um bem enorme) e um curso de inglês (para poder discutir assuntos de estado –muitas vezes sigilosos- com autoridades estrangeiras sem precisar de mediação de tradutores), e que a compra de votos para fortalecer o poder legislativo da sua legenda realmente tenha existido (embora Lula não tenha assumido, e se assim o fizesse, sofreria Impeachment, tamanha pressão que alguns veículos de comunicação faziam para isto acontecer, secando seu trabalho como urubus famintos que esperam a morte para comer a carniça), mas o jogo sujo que ele se submeteu faz parte da política e sempre fez, embora houve má vontade de algumas partes em julgá-lo por ele ser a ‘voz da esperança que tanto prometeu’.
A política é naturalmente um jogo imundo: não se ganha por idéias, e sim por articulações, procurando fazer aliança com os mais fortes, dispensando os mais fracos (já que não há lugar para todos no seu governo, e sim para quem de fato pode te fazer chegar lá), vendendo sua imagem e expondo-a intensamente, para através da redundância, se tornar um ícone conhecido. Propagandas têm de ser feitas pelos melhores profissionais da área (que irão cobrar muito, por isso é extremamente caro se eleger), troca de favores tem de ser decisões tomadas com cuidado, pois ambas as partes querem sair ganhando, e muitas vezes, um terá pretensão de ser mais esperto do que o outro para levar vantagem (por isso, não há apoio gratuito a candidaturas, como o deputado ACM Neto- DEM- supôs ter feito com o candidato ao 2º turno de Salvador João Henrique-PMDB, partido do ministro da integração nacional Geddel Vieira Lima, um dos homens de confiança de Lula no congresso- a imprensa não deve estar sabendo, mas com certeza houve alguma troca de favores entre ambos, se não deixaria de ser política para virar ‘amizade’- possibilidade inválida para esse contexto, já que ACM Neto tanto criticou João na sua candidatura).
Lula é um dos exemplos em que se pode ter popularidade com diversos pólos sem deixar de ter credibilidade com o povo (que o elegeu e o aprova em pesquisas): ou você conhece caso precedente na política de alguém que foi ao enterro de Ruth Cardoso e ganhou um beijo na testa de FHC, que mostra descontração nos encontros com o Bush, que convidou Fidel Castro para a sua posse, que respirou fundo ao assistir impotente às ações nacionalistas de Evo Morales e que, sabendo que não se pode desagradas aliados, opta por não dar apoio a nenhum dos candidatos do 2º turno de Salvador (Pinheiro, de sua legenda –PT- e João Henrique, do PMDB, partido que além de ser da base aliada, é liderado por Geddel Vieira Lima, que tanto te apoiou na re-eleição).
Fazer política é acima de tudo saber vender bem sua imagem, buscar alianças fortes, conseguir se eleger (e para isso, buscar artifícios diversos, como propagandas e alianças) e se possível agradar ao máximo de pessoas que se conseguir sem perder sua credibilidade. Por mais bonitos que sejam seus ideais, estes acabam perdendo força ao entrar no processo de execução para se chegar ao poder, caso contrário, continuaremos sonhando com um mundo que não poderemos alcançar (a exemplo dos diversos partidos que surgiram por ex-membros do PT, que achavam que chegando ao poder poderiam colocar em prática todas as suas idéias sem restrição).
Da esquerda para a direita, de cima para baixo: Lula nas companhias de Bush, Fernando Henrique (no enterro de Ruth Cardoso), Hugo Chávez e Evo Morales, Fidel Castro, ACM e MST.
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