quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Brasil-0 x 0-Colômbia (RJ), eliminatórias para a copa 2010

A maior prova de que os números e estatísticas não podem medir o grau de satisfação de um torcedor é situação da seleção brasileira nas eliminatórias para a copa do mundo de 2010: na vice liderança (embora 6 pontos atrás do líder Paraguai), o Brasil passou sem balançar as redes em metade dos jogos que disputou (das 10 partidas, foram 4 empates sem gols e uma derrota para o líder por 2 a 0 em Assunção), há 3 jogos não balança as redes dentro de casa (embora tenhamos vencido as 2 últimas partidas fora), em contrapartida, o goleiro Júlio César estabeleceu novo recorde de invencibilidade (são 5 jogos e alguns minutos sem levar gol) e o Brasil continua com um tabu positivo: o de nunca ter perdido um jogo de eliminatória dentro de casa (sendo que para essas eliminatórias ja pegamos as 2 principais forças do continente no nosso solo: vencemos o Uruguai e empatamos com a Argentina).
Desde que o Brasil vem disputando eliminatórias nesse formato, onde todos jogam contra todos em turno e returno (e com sequência idêntica a de 2002 e 2006: Colômbia-> Equador -> Peru -> Uruguai -> Paraguai -> Argentina -> Chile -> Bolívia -> Venezuela), alguns confrontos tem mostrado certa semelhança: contra a Colômbia, por exemplo, foram 6 jogos, 4 empates sem gols e 2 vitórias do Brasil (uma por 2 a 1 em Barranquila em 2003 e uma por 1 a 0 em São Paulo em 2000), somando-se 4 gols, o que dá uma média inferior de gols por partida, e se analisarmos os confrontos entre Brasil e Colômbia no Brasil, foram 2 empates sem gols (em Maceió em 2004 e Rio de Janeiro ontem) e a ja citada apertada vitória em São Paulo, o que dá 1 gol por 3 partidas.
O futebol sul-americano não está em ascensão: mesmo com muitos jogadores fazendo relativo sucesso em clubes europeus (a exemplo do peruano Farfan no Schalke 04 da Alemanha, do paraguaio Roque Santa Cruz no Blackburn da Inglaterra e de Jiménez na Internazionale da Itália) a maioria dos países não se encontra num grau de competitividade alto como as seleções européias: aqui as forças continentais se resumem a Brasil e Argentina (tanto que o Paraguai, que é o emergente e tem tudo para ir a sua 4ª copa do mundo consecutiva, está longe de estar num patamar de Portugal, Espanha, França, Itália, Inglaterra, Holanda, Alemanha e República Tcheca- os emergentes europeus por sinal, a exemplo de Croácia, Turquia, Rússia e Suécia, jogam um futebol muito mais convincente que o Brasil por exemplo).
O jogo de ontem deixou claro que falta organização a equipe brasileira, que encontrou dificuldades de criar jogadas e, nas poucas que levaram perigo, faltou finalizar bem. A cadência imposta pela seleção auri-verde precisa ser repensada, e a velocidade de passes curtos buscando o meio da área fará sermos eficientes sem perdermos a nossa identidade (pois não dá para ficar dependendo de Kléber na esquerda para cruzar na área, se pelo meio temos atletas diferenciados que invertendo jogadas com passes rápidos, prendendo menos a bola, podemos vencer a resistência adversária).
Não se sabe até quando a CBF deixará Dunga, mas pela 3ª vez, fora ouvido os gritos de 'Adeus, Dunga, Adeus, Dunga...'. Resta saber se o presidente Ricardo Teixeira poupará nosso tetra-campeão dessa humilhação (consequência do seu despreparo) ou insistirá apenas por, matematicamente, estarmos bem.

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