quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Bandeiras nacionais

A bandeira nacional, assim como o hino, o símbolo de suas forças armadas e sua constituição, são os maiores símbolos pátrios que representam seu povo e espaço para o mundo. Quando se trata de bandeira, não há tendências que podem ser usadas para a 'coleção primavera-verão', pois não se trata de moda, e sim de algo histórico, que pode-se até mudar, mas certamente não será pela estética, e sim por retirar valores não mais presentes naquela sociedade(é o caso de Neo-zelandeses e australianos que lutam pela retirada do símbolo britânico e de angolanos que não querem mais o machado e a foice que representam o comunismo, nas suas bandeiras).
As cores da bandeira podem mostrar o seu perfil, como muitos países africanos que mostram suas cores quentes vermelha, amarela e verde, ou o Japão, que com uma bandeira discreta mostra a simplicidade do seu povo quanto às representações, ja que estes não são extravagantes para se vestir ou criar monumentos(embora a influência ocidental tem cada vez mais alterando o comportamento dos japoneses).
Porém, levando as bandeiras nacionais para fora dos planos representativos da cultura e trazendo para o quesito de estética convencional(em que se tenta passar a idéia de que o belo ou não é incontestável) o professor de filosofia neo-zelandês Josh Parsons fez um ranking com 213 bandeiras nacionais, julgando apenas os quesitos estéticos elaborados por uma metodologia criada por ele mesmo, que constam com pontos positivos como 'combinação de cores harmoniosas e simplicidade' e pontos negativos como 'extravagância, detalhes(como frases, gravuras, mapas, armas, muitas estrelas...) e falta de originalidade(como as bandeiras das nações colonizadas pela Grã-Bretanha- Austrália, Nova Zelândia...-, dos países nórdicos- Islândia, Suécia...- e de países do norte da América do sul- Colômbia, Equador e Venezuela).
A bandeira brasileira foi a 4ª mais feia no ranking, mas não me ofendi com isso, pois foi um pensamento dele que em hora nenhuma chegou a ser agressivo ào ponto de criar revolta, como criou em muitos brasileiros que comentaram esse ranking em alguns fóruns acerca do assunto. Apenas achei uma pesquisa supérfula, mas portanto que não firam valores éticos(como não feriu), não deve existir censura(como não houve), portanto achei essa uma situação interessante de ser interpretada; Como diria Voltaire: "Posso não concordar com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte vosso direito de expressá-la", ou seja, mesmo achando irrelevante 'para mim' a pesquisa, respeito a exposição dessa idéia, ja que ela não feriu nenhum valor moral.
Os pensamentos tem de ser expressados sem medo, pois é essa pluralidade de idéias que formam um mundo democrático e nos distancia do autoritarismo.

Abaixo, mais informações sobre o ranking:

http://colunas.g1.com.br/redacao/2008/01/22/a-pior-bandeira-do-mundo-e-mesmo-a-nossa/

http://pukeko.otago.ac.nz/~jp30/flags/meth.html

http://pukeko.otago.ac.nz/~jp30/flags/alpha.html

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Tem muita gente cega nesse mundo

Há quem leia o livro 1984 ou veja o filme Matrix e pense que áquelas situações não chegam perto do nosso contexto atual; De fato, nessas obras, há um certo exagero quando se trata de sistema de dominação(organizados por tele telas e invasão de privacidade ào extremo no livro do indiano George Orwell e programas de realidade virtual e habitáculos no filme dos irmãos Wachowski), mas o mundo atual não está tão diferente dessas histórias, e pior: se nada for feito, como não tem sido, a tendência é piorar e quem sabe chegar à esse ponto.
Na hora de falar mal da segurança pública todos são experts, por sinal, 'são muitos especialistas para apenas vagas algumas vagas limitadas' em orgãos federais para cuidar da violência urbana. Na hora de chamar o presidente de burro, todos se acham muito inteligentes, e certamente, se estivessem no lugar do nosso chefe de estado, fariam diferente, porque "administrar um país é como jogar 'sim city ou civilization*'". Todo mundo adora reclamar, mas ninguém se aprofunda na raiz dos problemas, que é a única forma de soluciona-los, e acham que lendo Veja e assistindo Globo se tornarão exímios críticos que o Brasil precisa para melhorar a situação. Sinceramente, se não fosse a força esquerdista que vai de encontro com a ordem conservadora, equilibrando um pouco a balança, o Brasil e o mundo estariam condenados à eterna injustiça(todos os direitos trabalhistas, por irem de encontro com a ordem dos poderosos, podem até não terem sido conquistadas exclusivamente por comunistas, mas certamente se encaixam no contexto de melhora social, que é uma das buscas de um mundo ideal nas obras do filósofo alemão Karl Marx).
Não ache que colocando infratores na cadeia se acabará o crime organizado: instituições como PCC e Comando Vermelho só existem porque houve brecha, e essa brecha se chama injustiça social; Enquanto favelas continuarem esquecidas pelos governantes e condenadas à miséria se estes não derem oportunidades a seus habitantes, será o dinheiro do tráfico de drogas que irá construir creches, comprar comida e garantir a segurança contra o estado, que por ve instituições clandestinas crescendo, ameaçando a hegemonia territorial e o pagamento de tibutos, financirará policiais a fazerem operações de alto risco para eternamente não dar trégua à regiões que só estão nesse contexto de miséria porque nada foi feito lá.
Há quem pense que 'bandido não merece direitos humanos, porque se cometeu crime, tem que pagar com isso'; Assim, nasce uma revolta entre os presidiários, que não aguentam tanta opressão policial, e assim nasceu o PCC, que acredite, tem como pontos primordiais alcançar a liberdade, justiça e paz, embora essa forma de se alcançar se torne extremamente sangrenta(se fosse um mega empresário e seu crescimento com falcatruas, os fins justificariam os meios, e estes mesmos criticam o PCC sem conhecer o fator de sua criação à fundo); Se a única solução parece ser extremamente sangrenta, e você, como um civil que quer ter paz, ào inves de não se aprofundar em conteúdo algum, simplesmente taxar o PCC de criminoso, lembre que, em filmes e livros como 1984 e Matrix, quem constroem os vilões são os autores da obra certo? No mundo real, o autor da obra que formou o PCC foi a opressão policial e a injustiça social, e aí, cabe a estes 2 escolhas para mudar o contexto: partir para a luta sangrenta ou aderir a política de não agressão de Mahatma Gandhi; Só que o método de libertação da Índia é relativo: funcionou para a emancipação da independência indiana naqueles tempos, sendo que mais cedo ou mais tarde a independência ocorreria, pois não era mais do interesse britânico manter altos custos com a colonização de uma país como a Índia, e àos poucos as grandes nações ja estavam sendo descolonizadas, pois não compensava ter área de influência tendo um enorme débito com a dominação.
Pense que na história existem vilões convencionais, e que por trás deles existem vilões muito maiores(a maioria dos 'vilões maiores' não pode ser interpretado como 'vítima do sistema' e 'organização de resistência', pois são simplesmente instituições perversas em busca do capital), como por exemplo, Adolf Hietler, que não existiria caso Inglaterra e França não humilhassem a Alemanha com o tratado de Versalhes, que obrigou os alemães a perderem territórios e pagar uma indenização absurda e sem lógica, porque se a Alemanha era imperialista, Inglaterra e França também eram, então porque a Alemanha é a única errada nesta história e tem de pagar para os outros que o derrotaram? Osama Bin Laden e Saddam Hussein foram financiados pelos Estados Unidos da América para derrotarem, respectivamente, União Soviética e Irã. A família saudita Bin Laden sempre foi parceira econômica da família estado unidense Bush(ligação com o petróleo), que é detentora da empresa Texaco(o nome vem do estado inglês 'Texas'), essa inclusive tem diversos postos de gasolina espalhados pelo Brasil; Os Bush, que elegeram 2 presidentes(George pai e filho), mantiveram seu poder através do ódio ào inimigo e do medo da população(qualquer semelhança com 1984 não é mera coincidência). Bush filho, por sinal, estava mal nas pesquisas de sua re-eleição, com a guerra do Iraque tomando rumos imprevisíveis, até que, às vésperas da eleição, Osama Bin Laden faz um discurso ameaçando os Estados Unidos e de alguma forma 'mexendo com a autoridade de Bushinho'; Então, com isso, os estados unidenses se sentiram pessoalmente 'ameaçados' e, achando que Bush é o 'senhor da guerra, o único capaz de enfrentar o terrorismo', elegeram o então presidente, que tanto se parece com Osama, afinal, o ódio precisa do ódio para se propagar, por isso, seu 'parceiro saudita' lhe deu uma forçinha e tanto para sua vitória na re-eleição.
São exemplos de 'vilões maquiados pela história' como esses que fazem os seres humanos terem uma visão de formiga: enxeram apenas as coisas pequenas, e não as grandes; Por trás de todo vilão amplamente divulgado, como Marcola(líder do PCC), Osama Bin Laden e Saddam Hussein, sempre há um contexto muito mais perverso. Pela paz dos civis, lute por justiça, e não pela eliminação da resistência, mesmo essa sendo extremamente perigosa para a paz dos civis.

*Sim City e Civilization são jogos de computadore em que você comanda, respectivamente, uma cidade e uma nação. Esses jogos no nível mais difícil são extremamente difíceis, e uma das maneiras mais fáceis de se erguer uma grande cidade ou império vencedor é esquecer das massas e lutar pelas classes dominantes, e no caso de revoltas populares em Civilization, alienações como construções de centros de entrentenimento(Coliseu) ou espirituais(catedral) podem deixar o povo satisfeito e assim estabilizar a nação.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Eu e meu neto Lucas Neto

Bom, esse texto é uma simulação de uma conversa minha com meu neto primogênito, Lucas Neto, um pré-adolescente na década de 50 do século XXl. Nela, vou mostrar como os tempos mudaram, e pela minha torcida, para melhor.

Lucas Neto: Vovô, eu tenho muita curiosidade para saber coisas sobre a sua época, me conte aí como você se divertia, brincava, se relacionava com seus pais...

Lucas Grande(eu): Ah Neto, quando eu nasci não existiam várias coisas que hoje são fundamentais para seus contemporâneos, como celular, internet, tv digital... Quando eu nasci as músicas eram tocadas num disco enorme, o LP, também chamado de disco de vinil, e eu acompanhei a evolução para fitas, as pequenas tocavam músicas, as médias eram usadas em video-games e as grandes foram as primeiras a passar filmes, num aparelho chamado vídeo cassete; Depois da fita, os discos retomaram seu lugar, mas dessa vez menores(eram os cds, 'compact disc'), e tocava músicas, havia o aparelho de dvd que tanto servia para discos audio-visuais como os só de áudio, e os video-games também aderiram a esse formato; E com o avanço a internet vinheram os downloads e o pen-drive que você conhece hoje, que pode gravar muito mais coisas e que infelizmente numa época causou grande prejuízo às indústrias de artes, como de cinema e música.

Neto: Pô vô, você ainda tem esses aparelhos velhos guardados?

Grande: Tenho sim, estão todos guardados.

Neto: E você se divertia muito com todas essas coisas?

Grande: Bom, é o que tínhamos para brincar. Os primeiros celulares no Brasil surgiram pouco depois que eu nasci, só que eles tinham a função apenas de ligar e receber chamadas, tinham um tamanho enorme e não tiravam fotos, não passavam transmissões de tv nem acessavam a internet; Eu só conheci a internet com a idade que você está hoje, e mesmo assim ela era bem limitada, mas as crianças de minha época sempre gostaram de desenhos animados e comprávamos seus bonecos, como Cavaleiros do Zodíaco.

Neto: Para que serve o computador sem internet?

Grande: Simplesmente para fazer trabalhos, escrevendo textos ou editando currículos, e imprimindo, e as crianças jogavam jogos, só que não eram on-line; Na época de seu bisavô, existia uma máquina de datilografia, que era um teclado rústico com dispositivos mecânicos que passavam sua escrita diretamente para uma folha de papel, e não tinha como apagar erros.

Neto: A época de meu bisavô Zé deve ter sido muito diferente da sua.

Grande: Na verdade, não tão diferente como minha época de jovem é da sua; Na época de seu bisavô ja existiam computadores, e com as mesmas funções, ja existia tv, muitas das músicas da década de 60 do século XX influenciaram minha geração... Hoje tudo é muito prático, se pode esquentar a comida antes de chegar em casa, além de o ensino ser muito mais dinâmico. Na minha época, éramos obrigados a estudar coisas que não iríamos usar no futuro, como no meu caso Matemática e Ciências naturais. O quadro era de giz, depois passou a ser de pilotos, uma espécie de caneta, e hoje, o professor não precisa demorar tanto tempo para escrever as coisas no quadro, porque a aula anterior dele toda está no seu pen-drive, assim é só ele usá-lo e o quadro em poucos segundos, como você sabe, ja poderá começar a falar com seu conteúdo na frente.

Neto: Que horror deveria ser a escola antigamente!

Grande: Se a escola ja era difícil para mim, imagine as melhores escolas tinha que se pagar, e assim, muitas pessoas que não podiam pagar escola, porque nessa época eistia desigualdade social, estudavam em escolas em que faltava tudo de material, e que o jovem desestimulado largava os estudos para trabalhar e ajudar a família. Foram tempos difíceis, em que apenas poucas pessoas mandavam num país inteiro, explorado a maioria só porque era detentora dos meios de produção. As faculdades mais almejadas eram as públicas, que eram poucas, e os pobres que não conseguiam entrar na faculdade pública, por ser muito difícil, tinham que fazer financiamentos para quando começarem a trabalhar, pagar a faculdade, e qualquer atraso gerava altas taxas de juros, o que desestimulava muito gente a estudar.

Neto: Pô vô, quanta injustiça! Quer dizer que não existia faculdade para todos...

Grande: É, enquanto hoje você mostra seu histórico escolar e quanto mais alta for sua nota, você poderá escolher onde estudar, nessa época existia vestibular, que era uma prova para selecionar poucas pessoas a entrar em determinada faculdade; Assim como hoje, a maioria das pessoas optam por fazer medicina, então hoje existem mais faculdades de medicina do que dos outros cursos, e assim, sempre existirá espaço para todos, independente do curso, e as notas do histórico escolar servem apenas para estimular os estudantes a se dedicar afim de escolherem onde querem estudar.

Neto: Vô, como era o futebol antigamente? Ja ouvi muito falar em Pelé, Maradona, Zico, só que acho que eles são de uma época mais antiga que a sua.

Grande: Bom, eu cheguei a ver Maradona jogar na minha infância, a última copa do mundo dele foi em 1994; Pelé fez sua última partida oficial quando eu tinha 2 anos, foi no aniversário dele de 50 anos, em Milão; E Zico parou de jogar profissionalmente quando eu tinha 6 anos, e ele também jogou futebol de areia com seu parceiro de seleção e Flamengo Júnior; Cheguei a ver Júnior fazer um gol de pertinho, quando eu estava na arena de beach soccer aqui em Salvador, em 1999. Eu tive um avô que adorava futebol, e que era super meu amigo, assim como você é meu amigão, e ele me contava várias histórias do futebol antigo, como a derrota do Brasil na copa de 50, em que ele ouviu no rádio e chorou; E assisti a final da copa de 2002 com este meu avô e com um senhor ainda mais velho, que havia nascido em 1910 e tinha acompanhado futebol por todos esses anos, inclusive havia assistido em pleno Maracanã as partidas daquela copa.

Neto: O futebol antigamente era mais ingênuo, bonito de se ver...?

Grande: Não, isso fica por conta dos saudosistas; Eu gosto do futebol da minha época de juventude, com mais dribles e cadência, mas também gosto do futebol de hoje, mais veloz, sem nenhum efeito que não mostre objetividade ào gol e principalmente sem erro de arbitragens, ja que o grande trunfo da tecnologia é despolemizar o jogo que muitas vezes gerava anos de discussão por causa de um lance duvidoso, como na copa de 2002, a com mais erros de arbitragens da história.

Neto: E o Bahia e Vitória? Ouvi falar que eram times desrespeitados pelo resto do Brasil, como eles conseguiram se tornar famosos mundialmente?

Grande: Pois é, antigamente os times do sul e sudeste eram os melhores por terem mais dinheiro; Com a redistribuição igual de capital pelas regiões, o Nordeste, o Centro-oeste e o Norte formaram grandes equipes, e estados sem tradição no futebol profissional, como Piauí e Tocantins, hoje tem os campeonatos estaduais mais respeitados do Brasil, e além de formarem grandes jogadores, fazem intercâmbio de atletas com diversos países da Europa, África e Ásia, como você bem sabe. Bahia e Vitória passaram a contar com boas administrações(antigamente havia muita corrupção nessas equipes) que o levaram à juntos, brigarem para ver quem conseguia mais títulos mundiais, ào inves de brigarem só por campeonatos baianos, que hoje também tem times que sonham com a fama internacional e podem chegar lá em breve, como Colo-Colo de Ilhéus, Juazeiro, Fluminense de Feira e entre outros.

Neto: É vô, acho que agora está na hora de eu ir para a escola, agente conversa depois.

Grande: Está certo meu neto. Você vai como, andando, de bicicleta, ou de ônibus à gás?

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Música popular.

As elites, querendo impôr superioridade sobre o povo, fazem sua produção cultural complexa(pois tem dinheiro para possuir muitos instrumentos, à exemplo de uma orquestra, e para investir em aulas para aperfeiçoar a técnica, caso de estudiosos de diversos instrumentos caros- algumas vezes isso acaba robotizando o músico e tirando o que podem ter de melhor: a espontaneidade e criatividade) e chama o simples de simplório, mostrando nojo pelo popular(que só pode ser julgado após análise menos superficial que a habitual) e generalizando o povo(esquecendo que a sem identidade elite brasileira há muito tempo cultua o que veio do popular no exterior, como o Blues, e ''afirmando ter juntado este som com o 'aperfeiçoamento do samba', gerou 'sua' fusão, a Bossa Nova'', a enquadrou ào seu gosto e afirma para o exterior que, assim como a Áustria tem a música erudita e a Itália tem a ópera, a elite daqui também tem com que se identificar sem precisar olhar para fora para se diferenciar do seu povo).
De fato, há músicas populares que não me agradam(pelas letras em que eu não me identifico ou pelas melodias repetitivas como o arrocha e pagode), e pior: costumes como o de ligar o som alto afim de que todos ouçam seu som deveriam ser pensados por essas pessoas, ja que seu direito termina quando interfere no direito do outro, mas ào mesmo tempo, tem de se julgar esse fato com cuidado, pois gostaria de ouvir a explicação de um antropólogo para o costume(pelo menos muito forte na Bahia e Sergipe) de colocar o som no máximo, ja que para mim uma música pode ser apreciada num volume razoável com o mesmo prazer, e com a popularização dos fones de ouvido e mp3 portáteis, dá para levar seu som ào lugar que quiser e assim terminar essa polêmica. Sem julgamentos e precipitações, não considero falta de educação, apenas considero um costume diferente, assim como em alguns países asiáticos o arroto não só é permitido como é um sinal de que a comida está deliciosa(não há falta de educação, e sim costumes diferentes, nesse caso em que toda àquela comunidade deriva, seja povo ou elite, mas no Brasil, há costumes populares e costumes elitistas, e esses dois se chocam ào ponto de um não respeitar o outro porque não consegue entender justamente o que o leva a isso, e assim, jamais haverá conciliação e ninguém abrirá mão de seu costume como um indonésio que deixa de arrotar num restaurante no Brasil- por nas 'regras sociais locais' ser inapropriado).
É importante se levar em conta que meus ouvidos(um jovem educado em princípios sub-elitistas) foram educados a acreditar desde cedo que bonito é Mozart, assim como a visão induz(ou faz lavagem cerebral) no cinema e nos comerciais à preferência pela beleza branca. Repare que desde que você se entende como gente existe um bombardeio de informações à ponto de que, quando você chegar a maturidade cerebral(e fica muito mais difícil mudar os instintos que as propagandas criaram dentro de você), seus gostos e escolhas(de forma geral) muitas vezes são ditados por padrões de beleza, não é a toa que países exolados da África(em que a mídia internacional não bombardeia tanto as mentes de seus habitantes, como Etiópia e Somália) tem como ideal de beleza feminino as gordinhas*(inclusive há miss de mais de 100 kg); O que eles diriam das 'garotas das passarelas'?
Reconheço que há música que apele para o sexo porque isso dá dinheiro, e eu sou contra isso, não é bancando o politicamente correto insuportável, e sim porque com a facilidade e velocidade de baixar música hoje em dia, certamente elas irão parar em ouvidos inapropriados(crianças), mas também acho uma hipocrisia muito grande responsabilizar esse tipo de som pela precipitação do início da vida sexual dessa nova geração: a própria sociedade tem imposto um amadurecimento acelerado de todos os seres humanos, exigindo que se entre cada vez mais cedo no mercado de trabalho, que ja começe a tomar responsabilidade, que salve o planeta; Bom, é como se quisesse levar a tv esquecendo-se do controle remoto: o que ajudaria as crianças a retardarem mais sua adolescência e vida adulta seria a redução de exigências tão cedo, mas como isso é contra os interesses do mercado, se culpa o início da vida sexual, que acaba ocorrendo naturalmente de mãos dadas com essa correria sem freio do mundo que parece acelerar cada vez mais.
Chamar o povo de ignorante é uma ofensa ào oprimido que não lucra com essa indútria(inclusive quem ganha dinheiro com 'pagodes e arrochas' são os empresários, que não dividem seus lucros de forma justa com os artistas, e estes, muitas vezes vindo de baixo queriam o fim da opressão, mas ào ganhar dinheiro, descobriram que sua causa era individual e não coletiva, e resolveram ganhar dinheiro da forma mais fácil, a convencional). Essas músicas geram dinheiro que ficam concentradas na mão de poucos, e se a educação pública fosse melhor, as elites não roubariam idéias populares como a Bossa Nova(não sem pelo menos haver 'luta por direitos autorais').
O popular tem de ser compreendido, pois é um movimento que tem mexido na ferida das elites e sendo assim, pode ser uma arma para a revolução, ao mesmo tempo em que acredito que o povo brasileiro merece mais que essa triste realidade, de cotidiano miserável e música alienante, e deve se rebelar na própria música, por isso acho que o som de resistência das massas hoje em dia é o hip hop.

*Nesses países afrianos atualmente o ideal de beleza feminino 'cultua' as gordinhas por questões parecidas em outros tempos da história na Europa e Américas: pessoas fortes estavam ligados ào trabalho braçal e consequentemente, à pobreza; No caso, as gordinhas mostram no seu corpo o inverso da desnutrição na concepção desses povos(porém, se sabe que a obesidade não está ligada à inserção de todos os nutrientes necessários para o bom funcionamento do corpo humano, e sim ào excesso de alguns desses nutrientes, portanto, pode-se ser obeso e desnutrido ào mesmo tempo).