Bom, esse texto é uma simulação de uma conversa minha com meu neto primogênito, Lucas Neto, um pré-adolescente na década de 50 do século XXl. Nela, vou mostrar como os tempos mudaram, e pela minha torcida, para melhor.
Lucas Neto: Vovô, eu tenho muita curiosidade para saber coisas sobre a sua época, me conte aí como você se divertia, brincava, se relacionava com seus pais...
Lucas Grande(eu): Ah Neto, quando eu nasci não existiam várias coisas que hoje são fundamentais para seus contemporâneos, como celular, internet, tv digital... Quando eu nasci as músicas eram tocadas num disco enorme, o LP, também chamado de disco de vinil, e eu acompanhei a evolução para fitas, as pequenas tocavam músicas, as médias eram usadas em video-games e as grandes foram as primeiras a passar filmes, num aparelho chamado vídeo cassete; Depois da fita, os discos retomaram seu lugar, mas dessa vez menores(eram os cds, 'compact disc'), e tocava músicas, havia o aparelho de dvd que tanto servia para discos audio-visuais como os só de áudio, e os video-games também aderiram a esse formato; E com o avanço a internet vinheram os downloads e o pen-drive que você conhece hoje, que pode gravar muito mais coisas e que infelizmente numa época causou grande prejuízo às indústrias de artes, como de cinema e música.
Neto: Pô vô, você ainda tem esses aparelhos velhos guardados?
Grande: Tenho sim, estão todos guardados.
Neto: E você se divertia muito com todas essas coisas?
Grande: Bom, é o que tínhamos para brincar. Os primeiros celulares no Brasil surgiram pouco depois que eu nasci, só que eles tinham a função apenas de ligar e receber chamadas, tinham um tamanho enorme e não tiravam fotos, não passavam transmissões de tv nem acessavam a internet; Eu só conheci a internet com a idade que você está hoje, e mesmo assim ela era bem limitada, mas as crianças de minha época sempre gostaram de desenhos animados e comprávamos seus bonecos, como Cavaleiros do Zodíaco.
Neto: Para que serve o computador sem internet?
Grande: Simplesmente para fazer trabalhos, escrevendo textos ou editando currículos, e imprimindo, e as crianças jogavam jogos, só que não eram on-line; Na época de seu bisavô, existia uma máquina de datilografia, que era um teclado rústico com dispositivos mecânicos que passavam sua escrita diretamente para uma folha de papel, e não tinha como apagar erros.
Neto: A época de meu bisavô Zé deve ter sido muito diferente da sua.
Grande: Na verdade, não tão diferente como minha época de jovem é da sua; Na época de seu bisavô ja existiam computadores, e com as mesmas funções, ja existia tv, muitas das músicas da década de 60 do século XX influenciaram minha geração... Hoje tudo é muito prático, se pode esquentar a comida antes de chegar em casa, além de o ensino ser muito mais dinâmico. Na minha época, éramos obrigados a estudar coisas que não iríamos usar no futuro, como no meu caso Matemática e Ciências naturais. O quadro era de giz, depois passou a ser de pilotos, uma espécie de caneta, e hoje, o professor não precisa demorar tanto tempo para escrever as coisas no quadro, porque a aula anterior dele toda está no seu pen-drive, assim é só ele usá-lo e o quadro em poucos segundos, como você sabe, ja poderá começar a falar com seu conteúdo na frente.
Neto: Que horror deveria ser a escola antigamente!
Grande: Se a escola ja era difícil para mim, imagine as melhores escolas tinha que se pagar, e assim, muitas pessoas que não podiam pagar escola, porque nessa época eistia desigualdade social, estudavam em escolas em que faltava tudo de material, e que o jovem desestimulado largava os estudos para trabalhar e ajudar a família. Foram tempos difíceis, em que apenas poucas pessoas mandavam num país inteiro, explorado a maioria só porque era detentora dos meios de produção. As faculdades mais almejadas eram as públicas, que eram poucas, e os pobres que não conseguiam entrar na faculdade pública, por ser muito difícil, tinham que fazer financiamentos para quando começarem a trabalhar, pagar a faculdade, e qualquer atraso gerava altas taxas de juros, o que desestimulava muito gente a estudar.
Neto: Pô vô, quanta injustiça! Quer dizer que não existia faculdade para todos...
Grande: É, enquanto hoje você mostra seu histórico escolar e quanto mais alta for sua nota, você poderá escolher onde estudar, nessa época existia vestibular, que era uma prova para selecionar poucas pessoas a entrar em determinada faculdade; Assim como hoje, a maioria das pessoas optam por fazer medicina, então hoje existem mais faculdades de medicina do que dos outros cursos, e assim, sempre existirá espaço para todos, independente do curso, e as notas do histórico escolar servem apenas para estimular os estudantes a se dedicar afim de escolherem onde querem estudar.
Neto: Vô, como era o futebol antigamente? Ja ouvi muito falar em Pelé, Maradona, Zico, só que acho que eles são de uma época mais antiga que a sua.
Grande: Bom, eu cheguei a ver Maradona jogar na minha infância, a última copa do mundo dele foi em 1994; Pelé fez sua última partida oficial quando eu tinha 2 anos, foi no aniversário dele de 50 anos, em Milão; E Zico parou de jogar profissionalmente quando eu tinha 6 anos, e ele também jogou futebol de areia com seu parceiro de seleção e Flamengo Júnior; Cheguei a ver Júnior fazer um gol de pertinho, quando eu estava na arena de beach soccer aqui em Salvador, em 1999. Eu tive um avô que adorava futebol, e que era super meu amigo, assim como você é meu amigão, e ele me contava várias histórias do futebol antigo, como a derrota do Brasil na copa de 50, em que ele ouviu no rádio e chorou; E assisti a final da copa de 2002 com este meu avô e com um senhor ainda mais velho, que havia nascido em 1910 e tinha acompanhado futebol por todos esses anos, inclusive havia assistido em pleno Maracanã as partidas daquela copa.
Neto: O futebol antigamente era mais ingênuo, bonito de se ver...?
Grande: Não, isso fica por conta dos saudosistas; Eu gosto do futebol da minha época de juventude, com mais dribles e cadência, mas também gosto do futebol de hoje, mais veloz, sem nenhum efeito que não mostre objetividade ào gol e principalmente sem erro de arbitragens, ja que o grande trunfo da tecnologia é despolemizar o jogo que muitas vezes gerava anos de discussão por causa de um lance duvidoso, como na copa de 2002, a com mais erros de arbitragens da história.
Neto: E o Bahia e Vitória? Ouvi falar que eram times desrespeitados pelo resto do Brasil, como eles conseguiram se tornar famosos mundialmente?
Grande: Pois é, antigamente os times do sul e sudeste eram os melhores por terem mais dinheiro; Com a redistribuição igual de capital pelas regiões, o Nordeste, o Centro-oeste e o Norte formaram grandes equipes, e estados sem tradição no futebol profissional, como Piauí e Tocantins, hoje tem os campeonatos estaduais mais respeitados do Brasil, e além de formarem grandes jogadores, fazem intercâmbio de atletas com diversos países da Europa, África e Ásia, como você bem sabe. Bahia e Vitória passaram a contar com boas administrações(antigamente havia muita corrupção nessas equipes) que o levaram à juntos, brigarem para ver quem conseguia mais títulos mundiais, ào inves de brigarem só por campeonatos baianos, que hoje também tem times que sonham com a fama internacional e podem chegar lá em breve, como Colo-Colo de Ilhéus, Juazeiro, Fluminense de Feira e entre outros.
Neto: É vô, acho que agora está na hora de eu ir para a escola, agente conversa depois.
Grande: Está certo meu neto. Você vai como, andando, de bicicleta, ou de ônibus à gás?
Estreias da semana - Nos cinemas
-
*Cristina 1300 - Affonso Ávila - Homem ao termo*
Está nos cinemas brasileiros esse bom e bem curtinho documentário, de
apenas 60 minutos, que resga...
Há um dia
Nenhum comentário:
Postar um comentário