sábado, 15 de novembro de 2008

Alguém que quer amar

Cena comum
Pessoa comum
Nada especial
Em plena época de natal

Valoriza-se o de fora
Não se olha quem está perto
Tão perto de amar
E com você por todo tempo ficar

Tentar dar certo vale a pena
Se a alma não é pequena
Olhar quem sempre te olhou
E por todos os cantos de observou

Não há redenção
Só uma alma compreende
O que por tanto tempo se esperou
E teve-se em mente, que sempre amou

Tentar, arriscar, fazer a vida valer a pena
Se dará certo ou não, o tempo dirá
Com ponteiros mágicos indicando um lugar
Para ser feliz, e para sempre se amar

O amor é paciente, compreensivo e acolhedor
Por muitas vezes silencioso
Com um tom gostoso, Se ouve pelo coração a verdadeira voz
Que não se mede por palavras: simplesmente se ama, desenrola-se os nós

domingo, 2 de novembro de 2008

Na última curva

Por 3 segundos o título da Fórmula 1 atravessa o oceano Atlântico

Apesar da grande 'torcida vermelha' (nas cores da Ferrari) presente em Interlagos, muitos brasileiros deixaram de ligar a tv neste Domingo na hora da corrida, sem esperanças que Felipe Massa pudesse nos dar o tão sonhado título, que esperamos há mais de 17 anos.
O treino do sábado ofereceu mais chances para nosso conterrâneo: na poli position, teria seu concorrente ao título na 4ª posição inicialmente. A previsão de chuva assustava a todos, porém, a Mclaren do britânico Lewis Hamilton parecia mais preparada para estas condições climáticas. O atraso para o início da corrida só fazia a expectativa aumentar, e a 1ª volta ja deixou dois pilotos fora da disputa: o brasileiro Nelsinho Piquet e o britânico David Coulthard (que fazia sua última corrida da carreira).
O carro do safety car entrou, esfriando o clima quente que o acidente proporcionara. Os pilotos então aproveitaram a primeira oportunidade que puderam para trocar seus pneus, pois ja não chovia, e os pesados pneus parachuva diminuíam o tempo em cada volta, que podem ser preciosos para ao longo da corrida (que estava no início) se diminuir distâncias e ultrapassar.
As estratégias pareciam ser parecidas, tanto que todos os pilotos da linha de frente fizeram 3 pit stops (em alguns deles, além de se colocar combustível, se trocou pneu). O tanque vazio para dar mais velocidade ao carro era a estratégia do pelotão de frente, e por vezes Felipe Massa, que começou em primeiro, perdia sua liderança na corrida, pois era um dos primeiros a iniciar as séries de paradas, mas logo depois, quando os demais paravam, ele retomava a 1ª colocação.
No meio da corrida, houve um breve momento em que Hamilton havia estado em 6º lugar, o que daria o título ao brasileiro, mas não seria este o momento de maior apreensão: a decisão estava guardada para o final, assim como na temporada passada. Mas desta vez, 'mais para o final ainda', pois se achávamos improvável uma temporada ser vencida nas últimas voltas, o que dizer da temporada 2008, vencida na última curva?

Hora H

O pódium até parecia previsível: Massa em primeiro, Alonso em 2º e Räikkönen em 3º (que com esse resultado passou Kubica no mundial de pilotos- o mundial de construtores ja havia sido conquistado pela Ferrari pela soma de seus pilotos, pois não se conta como pontos as trapalhadas de seus mecânicos). Hamilton se encontrava em 4º, Vettel em 5º e Kovalainen (parceiro de Hamilton, que fez o máximo para te proteger, em forçar ultrapassagem e segurando o ritmo de trás como pudia) em 6º. Mas és que uma ultrapassagem de Vettel e uma parada de Hamilton o deixaram sair do box em 6º! A menos de 4 voltas, tudo parecia indicar que Massa venceria o torneio. Mas na última curva, Hamilton ultrapassa Timo Glock, sagrando-se o campeão mais jovem da história da fórmula 1, aos 23 anos (quando os 4 primeiros colocados completaram a corrida, o título ainda não havia sido decidido, em questão de poucos segundos).

Resenha esportiva rica

Apesar do resultado, fico feliz de ter tanto o que escrever (por tantas histórias que aconteceram e nos pegaram de surpresa- pareceu obra de um grande escritor de suspense). Felipe Massa fez o dever de casa (literalmente, pois o Grande prêmio foi no Brasil), e nas corridas anteriores fora preujudicado pela própria equipe (embora nos seus discursos não guarde mágoa, o que mostra o seu caráter e corporativismo, importante para não desestabilizar uma equipe). Mesmo sendo o piloto que mais vencera e liderara voltas no ano, no dia da sua melhor corrida da carreira não conseguira o tão almejado título (ficara apenas 1 ponto atrás de Hamilton).
Para ser um grande vencedor, é preciso saber perder (pois todos estão sujeitos a serem derrotados), e Massa ja dera prova de que está preparado para todos os resultados (perder sem abaixar a cabeça e vencer uma corrida e esperar pelos últimos momentos a combinação de resultado que pode te favorecer).
Todos sabem que a maior estrela do espetáculo foi ele, o garoto humilde (não nas origens sócio-econômicas, e sim na personalidade), carismático, que tanto orgulhou o Brasil esse ano, e que tantas alegrias ainda dará a nossa nação.

Felipe Massa com o troféu do GP Brasil: o 2º de muitas corridas que ele ganhará aqui.

sábado, 1 de novembro de 2008

Mais uma goleada sofrida

Dessa vez o carrasco foi o Bragantino, que venceu por 4 a 0

Até antes da invasão da Terror Tricolor ao Fazendão (o CT do clube, em Itinga) quando o 1º turno havia acabado, o E.C. Bahia não havia perdido um jogo por mais de 3 gols de diferença, e apenas 3 vezes foi derrotado levando mais de 1 gol na partida (2 a 0 contra o Santo André, 4 a 1 contra o Juventude e 3 a 1 contra o Marília). Esta foi a regular campanha de um time que chegou a ficar em 5º lugar e ainda sonhava com o g-4.
O 1º jogo do 2º turno mostrou em números o choque dos jogadores quanto ao lamentável fato ocorrido no Fazendão: perdeu de virada de 5 a 1 para o Fortaleza, no apelidado 'mês do desgosto'. Após esta partida, Arturzinho saiu da equipe, sendo o 2º técnico a cair no tricolor (o 1º fora Paulo Comelli, demitido após a derrota para o Grêmio de Barueri- a única derrota do tricolor em casa no 1º turno).
Se os motivos da saída de ambos os técnicos são controvérsias (alega-se que Comelli criticava os jogadores fugindo da sua responsabilidade de comandante e Arturzinho entrou em atrito com a diretoria), pode-se dizer que a saída de Roberto Cavalo foi puramente técnica: em 9 partidas, apenas 10 pontos (contra os 4 pontos em 4 jogos de Comelli- embora com média pequena, era início de campeonato-, 25 pontos em 16 jogos de Artuzinho- o que dá uma média de aproximadamente 1,5 ponto por partida, sendo que Arturizinho só perdeu 3 jogos, arrancava muitos empates fora), e um time que dava sinais de declínio: 4 derrotas por mais de 2 gols de diferença, além de não ter conseguido ponto algum fora de casa e ter perdido em casa por 4 a 1.
Assim como nas estréias anteriores (Arturzinho venceu o Criciúma fora por 2 a 1 e Cavalo venceu o América dentro por 3 a 0), Ferdinando venceu, o Vila Nova por 2 a 1 e de virada no Jóia da princesa. Porém, nos 3 jogos seguintes (contando com o de hoje contra o Bragantino) fomos derrotados (3 a 0 para o Corinthians em casa, 3 a 1 contra o São Caetano fora e 4 a 0 contra o Bragantino fora). Uma mudança de treinador não deve alterar o desempenho da equipe que se encontra desanimada por outros fatores.

Éramos felizes e não sabíamos

Criticávamos Arturzinho, chamávamos de retranqueiro, sortudo e presepeiro. Mas que outra solução um time poderia buscar, se era limitado no setor de criação (daí, fazia-se um gol e tentava levar o resto da partida defendendo), com uma série B tão nivelada (a falta de ousadia era o mais ousado ato para se conseguir um resultado a ponto de colocar a equipe no topo da tabela) e jogadores que, embora demonstrassem raça, estavam desorientados em campo (por isso é tão importante um técnico que esteja em pé gritando na beira do campo)?
Esse time poderia ter subido sim, estava fazendo um percurso sofrível, mas diante das limitações, era satisfatório. Como o torcedor de um time de tradição é muito exigente, o fato de estar nivelado a outras equipes é motivo para crise, porém, a crise real se encontra hoje, e não pela ameaça do rebaixamento (que existe, mas há equipes em situações muito piores), mas sim pela humilhação de levar goleadas históricas para times que há menos de 10 anos respeitavam o Bahia a ponto de enxergá-lo como referência de grandeza no Brasil.
Para ano que vem, mais do que alterações na equipe atual: precisa-se buscar um pouco do Bahia do 1º turno de 2008, para, subindo os degraus chegarmos num patamar há muito tempo visto na história do poderoso tricolor.

O país do futebol também é apaixonado por corridas

Gloriosos na Fórmula 1, os brasileiros querem comemorar 1º título em casa

A morte de Ayrton Senna, em 1º de maio de 94, foi um dos momentos mais tristes da história do Brasil. O país tão acostumado a glórias na Fórmula 1 perdia o seu melhor piloto (para muitos o melhor do mundo de todos os tempos) e mal sabia do jejum que teria de encarar pela frente: de 7 de novembro de 93 (na Austrália, última vitória de Senna) a 30 de julho de 2000 (na Alemanha, a 1ª vitória da carreira de Rubens Barrichello), o Brasil ficara sem ouvir o mitológico 'tema da Vitória'*.
Há quase 2 décadas (desde 20 de outubro de 1991) não soltamos o grito de 'é campeão' na Fórmula 1 (a última vez foi com o próprio Senna, no Japão, com uma prova de antecedência).
Para um país glorioso na modalidade (o Brasil é o 2º maior vencedor de F1, com 8 títulos -perdendo apenas para o Reino Unido, com 12- conquistados por 3 pilotos diferentes: Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna- perdendo novamente apenas para os britânicos, que já tiveram 8 pilotos vencedores, e igualado com a Finlândia), esse tempo parece uma eternidade, mas não foi o suficiente para nos superarmos em alguns rankings.
Agüentamos ficar 13 anos sem vencer uma corrida em casa (de 1993 com Senna à 2006 com Massa), mas a chance de um ineditismo nos faz esquecer tanto tempo de jejum e sonhar com dias melhores: pela primeira vez podemos ganhar o título em casa! Interlagos vai ser palco de um dos momentos mais esperados do ano (aliás, de tantos anos). O título parece difícil (Felipe Massa está há 7 pontos do britânico-mais um motivo para torcer muito pela vitória do nosso conterrâneo- Lewis Hamilton, mas levando em conta os critérios de pontuação, com a 1ª colocação valendo 10 pontos, a 2ª valendo 8, um jogo de sorte pode trazer o título, que ano passado foi muito mais improvável, quando uma disputa que provavelmente envolvia Hamilton e Alonso foi vencida nos últimos instantes por Räikkönen).
Força Felipe Massa, no Domingo o Brasil todo está torcendo por você!


* Generico - Tema da Vitória

http://www.mp3tube.net/musics/Generico-Tema-da-Vitoria/40299/

Da esq. para a direita, os campeões brasileiros de F1: Emerson Fittipaldi (1972 e 74), Nelson Piquet (81, 83 e 87), Ayrton Senna (88, 90 e 91) e se Deus quiser, Domingo, Felipe Massa (2008).

Muita calma nessa hora

Quantas vezes você foi levado pela euforia de um movimento, sem parar para pensar ou se informar se era compatível com a sua ideologia? A corrente 'Barack Obama' vem ganhando a simpatia da maior parte do mundo, embora suas razões sejam mais por deméritos dos adversários do que pelos próprios méritos.
O antagonismo entre os partidos Democrata e Republicano se fazem presentes em aspectos como etnia e religião dos eleitores (os democratas tem um público mais ligado a minorias étnicas, judeus e católicos, enquanto os republicanos são mais ligados à brancos protestantes) e postura (os democratas se consideram modernos, enquanto os republicanos são conservadores). Apesar dessas tendências, já houveram fatos que fogem a regra, a exemplo do 1º presidente republicano dos Estados Unidos, Abraham Lincoln*, que por ser anti-escravista, gerou a fúria dos sulistas, que se separaram do norte do país formando os Estados Confederados da América, que em oposição aos Estados Unidos da América (industrializado que usava mão de obra assalariada), era agrário e escravista.
A União (como eram chamado os nortistas e até hoje é chamado o governo federal central, exemplo: 'Essa verba vem da União') venceram os confederados (sul), unificando a nação que abolira o trabalho escravo. Portanto, atribuir o conservadorismo republicano ao racismo é uma idéia equivocada. Não se pode confundir uma postura tradicional com opressão às minorias, cada um pode adotar a postura política que bem entender, embora ela não agrade a todos (no caso, os democratas agradam muito mais as minorias).

Questão racial

O racismo nos Estados Unidos tem forte ligação com o fim da guerra de Secessão (que fora solucionada por um republicano): no sul, grupos de veteranos dessa guerra civil, revoltados com a adequação de seu território a uma nova política imposta pelo sul, criaram movimentos racistas, sendo o mais famoso deles o Ku Klux Klan (famosos por vestirem roupas brancas e chapéus em formato de cone). Se a maioria dos adeptos destes tristes grupos são republicanos, não fora este que pregara tais condutas*² (embora grupos possam desvirtuar idéias, confundindo conservadorismo com rejeição aos emergentes, e dentro do partido republicano acredito que tenham pessoas que não pensem assim e lutam todos os dias para re-estabelecer a idéia original do partido).

Memórias dos partidos

George W. Bush certamente foi um dos piores presidentes da história dos EUA, e a análise feita sobre o desempenho do governo da maior potência do mundo é feita de acordo com suas relações com o exterior: fora negligente nos quesitos de defesa (há quem afirme a previsibilidade que se instalava sobre um atentado terrorista de grandes proporções pouco antes do 11 de setembro de 2001) e ataque (dois países foram invadidos, com seus objetivos frustrados: o custo dessas operações militares não compensam o controle político e econômico dessas áreas. Se John McCain fará um governo semelhante? Bom, não é o que ele demonstra transparecer, a começar pelo fato de que o atual candidato republicano evita ser visto ao lado de Bush*³.
O novo presidente da nação de 50 estados terá como grandes desafios dar um novo rumo a guerra do Iraque (se possível, retirar as tropas deste país asiático) e solucionar a crise (nem que para isso o estado arque com as consequências da irresponsabilidade da iniciativa privada), e nas palavras do escritor João Ubaldo Ribeiro: "Com crise ou sem crise, é burrice colonizada e hollywoodiana ficar apoiando candidatos democratas americanos, quando, para nós [brasileiros], os melhores são sempre e invariavelmente os americanos. Os democratas tendem a fortalecer barreiras protecionistas, cobrir a economia de subsídios e, em suma, procurar garantir american jobs, empregos americanos, em detrimento de economias frágeis ou dependentes. Nada contra, pois eles são americanos e têm que cuidar dos interesses deles mesmos da forma que acham certo, mas não é bom esquecer que foi Nixon, republicano, que iniciou a abertura para a China, por exemplo. E que as preocupações de governos democratas conosco, podem ter certeza, seriam basicamente meter o bedelho na administração dos nossos recursos naturais, principalmente a Amazônia, e nos pregar sermões santimoniais em todos os foros do mundo. Barack, enfim- e uso a expressão propositadamente- é bom para as negas dele, porque nem bom para as nossas negas ele é, não tem porque."

*Parte de sua história de vida [Lincoln]
*²O mesmo ocorre no Brasil quando muitos esquerdistas julgam partidos de oposição como vilões, embora o PSDB, por exemplo, como na própria sigla afirma (Partido Social democrata brasileiro), é social democrata, uma corrente que visou de início fundir conceitos positivos dos pólos socialista e capitalista (embora na prática não se confirmara, a exemplo do governo de Fernando Henrique). Nem todas as práticas correspondem aos manuais e ao seu formato de criação, o tempo muda as ideologias e as adequem aos novos tempos, embora se julgue tanto partidos pelo que se domina na mentalidade de uma minoria, tirando a crença de que excessões dentro do partido podem trazer idéias que fujam um pouco desse estereótipo (a exemplo da paulista Marta do PT, que pouco tem haver com a história, e que é uma das diversas ramificações ideológicas dentro de um partido dividido).
*³No Brasil, analisamos nossos presidentes muito mais pela questão interna (até porque não entramos em conflitos militares constantes com outras nações), já nos EUA, a análise é muito mais pelas ações americanas no exterior.