quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Força Cabañas!


Folclórico jogador paraguaio tenta se recuperar de um tiro na cabeça. Quem duvida dele?

A apatia não se explica: passamos a admirar mais algumas pessoas do que outras não pela sua excelência, e sim pelo seu carisma ou postura. Cabañas é um desses exemplos: uma figuraça de fazer todos se concentrarem em frente a tv, seja para rir, torcer e para se supreender e jamais duvidar de um baixinho gordinho que foi o carrasco do Flamengo e Santos na Libertadores de 2008 jogando pelo América do México e uma eterna pedra no sapato da seleção brasileira, marcando gols nas duas últimas partidas em que nossa seleção enfrentou o Paraguai.

Apesar de todo o impacto que obteve na imprensa brasileira com os seus gols, manteve uma postura discreta, não é a toa que flamenguistas e santistas não o odeiam: ele nunca provocou ninguém e por isso a mágoa maior dos torcedores desses times é pelos jogadores dos seus times, e não pelos do adversário. Mandam os 'bons costumes' jamais torcermos contra alguém. Porém, no caso de Cabañas, não é mera formalidade: eu quero tudo de bom para ele não apenas por se tratar de um ser humano, e sim por se tratar de uma pessoa que eu admiro e que merece a minha torcida. Força Cabañas!

sábado, 16 de janeiro de 2010

O Haiti não é aqui



O Haiti não é aqui: não se trata de nenhuma alusão à música 'Haiti' Composta por Caetano Veloso e Gilberto Gil. Se a situação no Brasil, com inversões de valores que atingem dos centros do poder até o cidadão comum que suborna a polícia, transformam essa nação num antro de desigualdade social e injustiças, acredite, a situação no Haiti consegue ser pior. Multiplique a corrupção por um número bem alto e some à desastres naturais (não encontrados no Brasil) com um orçamento mínimo para a reconstrução de um país ja destruído a muitos anos, e agora ainda mais, e assim terá uma idéia do que é o Haiti, idéia vaga, pois eu também não imagino a complexidade que há por lá: apenas estando nesse miserável país poderíamos sentir todas as angústias que a miséria pode proporcionar à um ser humano.

O Haiti merecia atenção antes mesmo do terremoto de 7 graus na escala Richter (o maior desastre que a Onu ja enfrentou, superando o Tsunami de 2004) que está matando mais de 200 mil pessoas, e que infelizmente matará muito mais, pois muitos corpos foram soterrados, o que causará danos ainda maiores por contaminação. Antes mesmo da tragédia, nas feiras populares os peixes eram lavados com água de esgoto, e hoje há disputas físicas pela mesma comida: as doações minimizarão os danos, mas não recuperarão os mortos e as consequências de ter 4% de sua população dizimada e sua economia já frágil ainda mais desestabilizada.

Governos tiranos se aproveitaram da fragilidade de um país sem força para planejar um futuro melhor. O Haiti não conseguirá sozinho dar uma vida melhor para a sua população: o mundo precisa se solidarizar com esse país, e não apenas nesse momento de tragédia. Há muito tempo o Haiti é esquecido, e até doações são censuradas: mesmo com uma situação pior do que qualquer outra no mundo, ainda há brasileiros egoístas que satirizam as doações do governo Lula, alegando que ele 'é presidente do Brasil, portanto, deve apenas atender àos nossos interesses, pois há muito o que se corrigir aqui'. Com essa mentalidade de olhar apenas para o próprio umbigo nascem as revoltas, as incompreensões perante o 'resto do mundo' (pois o que não fizer parte de si é visto como 'resto') e a violência.

O ano começou mal para todos: desastres aconteceram logo na primeira semana de 2010, no estado do Rio de Janeiro, São Paulo e região Sul. A Europa vive o inverno mais rigoroso dos últimos tempos. A natureza castiga o mundo e é preciso refletir sobre o que nós, seres humanos, podemos fazer para melhorar o quadro do nosso planeta. É preciso olhar para as diversas regiões do mundo antes mesmo que a tragédia aconteça: foi muito bonita a onda de solidariedade à Santa Catarina no final do ano de 2008, mas o Nordeste brasileiro sofre a muito tempo e nunca contou com tamanha mobilização da população no país. O foco não pode ser justificado pelo tamanho da tragédia, afinal, o Nordeste pode não ter contado com uma catástrofe do nível da região Sul, mas a tragédia cotidiana vem causando danos àos nordestinos ào longo de muitos anos, e é preciso olhar para o mundo, independente de ser o foco da imprensa no momento. Se não temos olhos tão grandes nem energia suficiente para ajudar a todos, que tenhamos consciência de que há muito mais para se fazer e nós não temos capacidade para tanto, mas ào menos, permita a ajuda dos outros, e não censure com argumentos tolos como a de brasileiros que acham um absurdo a ajuda brasileira à um país que precisa urgentemente de ajuda, mais do que qualquer outra nação no momento.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

As piadas podem perder valor com o tempo

Piadas sempre serão um ingrediente para a vida em sociedade ser mais divertida, mas as piadas variam ào decorrer do tempo, elas são retrato da realidade que ainda persiste, e quando ela é modificada, também se modificam as piadas. O humor não precisa ser politicamente correto, longe disso: o 'humor negro' provoca e não pode ser exposto em qualquer ambiente ou ocasião, mas certamente tem um efeito mais impactante do que um ingênuo caso banal.

As piadas variam a depender dos grupos e comunidades que contam, por exemplo, nós brasileiros adoramos abordar a arrogância dos argentinos e a burrice dos portugueses. Do outro lado do Atlântico, os burros somos nós e os 'argentinos do velho mundo' são os franceses. Talvez nada possa mudar esse quadro: por mais que os portugueses faturem todos os prêmios Nobel por décadas, eles não deixaram de ser os burros das piadas, pois o que faz deles vítimas dessas piadas não são os fatos, e sim a richa, talvez eterna, entre ex-colonizadores e ex-colônia.

Mas quando os fatos determinam a existência de uma piada, o tempo pode extinguir enredos que por tanto tempo fez tanta gente rir. Por exemplo, o Internacional sofreu gozações dos rivais gremistas por 23 anos (intervalo de tempo entre o 1º título de Libertadores do Grêmio e o 1º título de Libertadores do Inter). Hoje, nenhum tricolor dos Pampas tem motivo para questionar o nome do rival 'Internacional' e satirizar chamando-o de 'Inter-regional' ou 'Inter-municipal': hoje os Colorados tem títulos que fazem jus ào seu nome (Libertadores, Mundial, Recopa Sulamericana, Copa Dubai, Copa Sulamericana e Copa Surunga, 6 títulos internacionais em menos de 4 anos).

Esse ano outras piadas correm seríssimo risco de se extinguir. Sabe o que um corintiano faz quando é campeão da libertadores? Salva no memorycard e desliga o playstation/ Corinthians na Libertadores é igual ao seriado do Chaves, todo mundo sabe o final, mas assiste para dar risada. Ao contrário dos seus arqui-rivais, o Corinthians vai disputar a sua 8ª Libertadores (o Santos ja disputou 10, o Palmeiras 14 e o São Paulo 15) e embora nunca tenha chegado numa final e geralmente seja cotado como favorito, apenas no meio do ano saberemos se o prazo de validade dessa piada se prolongará, mas os comandados de Mano Menezes querem mostrar que dessa vez será diferente.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O que é 'estar na bruxa'?

No popular, quando alguém alega que 'está na bruxa' está atestando para o fato de 'não ter o que fazer ou que está fazendo coisas que não o completam'. É o caso dos jovens que não tem o que fazer num sábado à noite e ficam procurando por toda a cidade algo bom e barato, e esse processo demorado e desgastante pode se qualificar como 'a bruxa', ou alguém que está de férias e não consegue ser criativo a ponto de preencher seus espaços vazios na agenda com algo que valha a pena.


O ócio pode ter efeitos diferentes a depender do estado de espírito e/ou temperamento de uma pessoa: há quem seja hiperativo e não consiga ficar sossegado por muito tempo, e em tempos de 'marasmo', a insatisfação é grande, por outro lado, a sua vontade de fazer tudo se dinamizar pode impulsionar a sua e as vidas de quem está ao seu redor a levantar de astral, a ganhar um tempero.

Eu gosto de 'não ter o que fazer', e acho que depende de nós tornar a vida dinâmica. Temos o poder de dinamizar os nossos dias, mas jamais de freia-los: uma passagem 'devagar' no nosso cotidiano é uma dádiva de Deus, ainda mais se tratando da vida de adultos numa cidade grande, que raramente poderá encontrar uma brecha grande para descanso.

A 'bruxa' pode não ser algo tão feio assim. Quem sabe ela não ganha um rostinho de Emma Watson, a Hermione Granger da série 'Harry Potter'?