segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Jogo da Seleção: EU VOU!


Depois de muita fila, quase 12 horas esperando e ter sido vítima de um dos piores costumes brasileiros (furar fila), consegui meu ingresso, ou melhor, consegui a meia (paguei 50 reais)! Bom, eu dediquei o Domingo todo para a compra do ingresso, eu imaginava que as filas fossem enormes, mas me surpreendeu negativamente a desorganização: as máquinas quebravam e ninguém nos dava satisfação sobre o que estava acontecendo, o sistema saía do ar, os seguranças faziam vista grossa para quem furava fila (e olhe que não tinham poucos seguranças para coibir isso), e de quebra, todos os pontos foram assim. No Salvador Shopping, onde comprei, a venda funcionou no estacionamento, e a parte de cima do shopping, segundo quem subia para fazer lanche, estava muito mais vazia que de costume para um Domingo a tarde. Talvez os carros dos compradores de ingresso tenham tomado boa parte das vagas, e pensando nisso, muita gente deve ter deixado o cineminha de lado no Salvador Shopping.

O preço de 100 reais (lugar mais barato, que é a arquibancada) é uma facada (na internet não há possibilidade de comprar meia, e ainda se paga mais 10 reais pelo frete)! Pior ainda para os chilenos: terão de desembolsar 250 reais por um lugar que não ganha nada em conforto para as arquibancadas comuns. Com a apresentação de documentos oficiais que comprovem a nacionalidade chilena, os conterrâneos de Pablo Neruda são pouquíssimos aqui em Salvador, e como não se pode comprovar documentos pela Internet, apenas o consulado chileno em Salvador vende os ingressos reservados para os adversários do Brasil. Estão disponíveis 2.000 ingressos, mas como nunca vi um chileno em Salvador, e duvido muito que existam aqui patriotas a ponto de desembolsarem 250 reais, acredito que se vierem algumas poucas famílias (todas devem se conhecer) será muito.

Eu sou brasileiro, me sentirei dentro da festa da seleção do meu país dia 9, na minha cidade natal. Já fui a outro jogo da seleção, em 1999 (empate contra a Holanda na Fonte Nova, num amistoso) e apesar da empolgação de ter conseguido o ingresso, fiquei muito chateado com a organização da venda de ingresso e dos meus conterrâneos, que podem alegar que "furam fila para se defender, afinal, se todos furam, não haverá ingressos sobrando para quem não se 'corromper'", afinal, essa é uma forma de corrupção. Se reclamamos de nossos políticos, não enxergamos em nós mesmos as nossas inversões de valor, afinal, muitos dos brasileiros se tivessem no poder fariam o mesmo. Políticos corruptos existem porque o meio é permissivo, e se você age de forma anti-auto-sustentável, está colaborando para a manutenção desse sistema social. Por outro lado, você tem coragem de se arriscar e por exemplo, deixar de comprar um ingresso para seguir a risca as suas crenças? Se não, pense duas vezes antes de criticar os outros. Antes de ser político, é preciso ter noção da sujeira que há dentro de seus bastidores, falar menos é essencial para quem imagina que pode mudar tudo apenas com a força de vontade. Pessoas e grupos podem colaborar para melhorar as coisas, mas não mudam toda uma construção de anos em apenas alguns anos e mandatos. Pense bem no que é pior: nossos políticos, nosso 'meio' (resultado de nossa história) ou nosso povo? Não vou opinar, apenas refletir.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Eu e meu blog

Esse blog é o meu espaço, nele posso falar de tudo que eu quiser, mesmo tendo um conhecimento medíocre para alguns assuntos. Aqui ninguém vai me censurar, e se pelo menos eu não transgredir normas judiciais, esse espaço continuará existindo sem intervenções. Aqui é espaço de pensar diferente, caminhar na contramão do que parece tão óbvio, ao mesmo tempo, analisando o preço que pagarei pelos meus atos, e assim tomo consciência que a rebeldia não pode ser gratuita: é preciso tomar cuidado com as causas, e se preciso, reafirmarei o que já se tornou clichê, se eu achar necessário e produtiva a reafirmação.
Eu descobri que escrevo muito sobre futebol aqui porque é o assunto que tenho mais conhecimento, embora eu não seja nenhum Paulo Vinícius Coelho da ESPN. Na busca por saber mais sobre diversas coisas, uma indagação: sobre o que eu quero saber mais? Será sobre cinema, música, mangás, formação política brasileira...? Se eu pudesse plugar um fio na minha cabeça diretamente ligado a uma máquina, como em Matrix, e com a mesma agilidade desse filme eu pudesse transferir vários conhecimentos para a minha mente, será que valeria a pena? Ou o sabor do conhecimento vem da apreciação lenta como num bom vinho, na descoberta de mudar um olhar para algo até então desconhecido? A descoberta pelo conhecimento não pode ser tão 'automática', o conhecimento não vem até nós, nós é que o descobrimos, o desvendamos, damos a nossa cara ao que absorvemos. Um bom prato não pode ser feito rapidamente como os ordinários hamburguers da Mc'Donalds: deve ser cuidadosamente preparado por um Chef que estudou alta gastronomia, e não engenharia química a fim de se desenvolver corantes e conservantes.
Portanto, a credibilidade do blog corre o risco na medida em que eu ouso falar do que conheço pouco, ou que eu julgo conhecer o suficiente para merecer uma postagem na rede mundial de computadores, para todo o mundo ver e julgar. Eu nunca saberei de tudo, e isso não me inibirá ao ponto de deixar de escrever algo por não ser especialista: posso ser palpiteiro as vezes, estou sujeito a críticas, mas meus princípios são o limite que não me deixa passar por algumas barreiras. Não se trata de um muro alto, mas uma barreira da qual não conseguiria ir além: todos nós sabemos até onde podemos ir, isso nos diferencia, pois se todos julgassem poder tudo, seríamos iguais numa 'loucura permissiva' que nos levaria a algum lugar inimaginável, melhor ou pior é questão de experimentar, e prefiro manter minha conduta sem essa experiência, mesmo sabendo que os limites me prendem e nem todos foram escolhidos por mim: não sei porque sou assim, mas sei que assim serei eu nesse blog, limitado em alguns assuntos e mais limitado ainda em outros, afinal, todos temos limitações.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Os Super Atletas Volume II

Abaixo, imagem, seleção de vídeos e texto de Theo Almeida, grande amigo meu que me ajudou a desenvolver notícias de esporte especialmente na época do fotolog:

Os Super Atletas Volume II


Há um ano atrás, nas Olimpíadas de Pequim, três atletas destoaram, sobraram nas provas em que disputaram. Michael Phelps, Usain Bolt e Yelena Isinbayeva são heróis olímpicos, humanos que receberam a graça dos deuses gregos de terem uma mínima parte do poder divino.
Devido a isso, esses super-heróis vivem dilemas em suas vidas. “Grande poderes trazem grandes responsabilidades” já diria o tio de Peter Parker, Ben Parker. Grandes poderes também trazem grandes cobranças.

Após se tornar o maior atleta olímpico (8 ouros em 8 provas disputadas em Pequim), Phelps viu sua imagem de mocinho da história virar fumaça. Fumaça essa que poderia ser advinda de um cigarrinho, de um cachimbo, ou de um baseado de um jovem comum (que não tem super-poderes). A foto de Phelps fumando maconha proporcionou aos jornais (tradicionalmente “pentelhadores” dos super-heróis) orgasmos e mais orgasmos. Isso foi um golpe baixo no rapaz. Seu contrato com Kellogg’s não foi renovado.
Quem esperava ver uma evolução de Phelps dentro das piscinas ficou decepcionado. O começo do mundial de esportes aquático foi frustrante. Phelps reconheceu que nadou muito mal no revezamento 4x100. Nos 200 metros livre, foi batido pelo alemão Biederman. Nos 200 metros borboleta venceu fácil, com recorde mundial. Mas ainda parecia pouco. A prova dos 100 metros borboleta viria para redimir o herói. Foi criada uma grande expectativa para a realização dessa modalidade, muito em conta da rivalidade Phelps x Cavic. Cavic, pra quem não lembra, é o sérvio chorão e amarelão (o Botafogo das piscinas), aquele que perdeu para Phelps pela diferença de um centésimo de segundo. O sérvio nada com um maiô tido como superior ao de Phelps, ele ainda provocou dizendo que poderia comprar um igual ao dele para o americano. Quem fala o que quer, não nada o que não pode. Foi uma batalha épica, e o vilão como sempre foi derrotado.

Yelena Isinbayeva teve um desempenho no mundial de atletismo em Berlim totalmente diferente do alcançado em Pequim. Após deixar as rivais para trás e praticamente garantir a medalha nos primeiros saltos, a musa dos olhos azuis quis premiar a platéia presente no Ninho de Pássaros com mais um recorde mundial acima dos 5 metros. Na Alemanha, tinha um sarrafo de 4,80m no meio do caminho, no meio do caminho tinha um sarrafo de 4,80m. A russa errou todas as tentativas e ficou sem medalha. Após ganhar o ouro olímpico, Isinbayeva foi entrevistada por um repórter da Globo que a perguntou qual era o limite dela, e ela respondeu “o céu, talvez”. Após seu fracasso, novamente um repórter da Globo, que dessa vez consolou-a: “você é humana”.

Usain Bolt, de todos foi o que conseguiu deixar o mundo mais perplexo. Conseguiu baixar seu próprio recorde mundial em 11 centésimos de segundo (9s69 para 9s58). A façanha do jamaicano nos faz revisar todos os cálculos já feitos antes sobre o limite do ser humano nessa prova. Até onde o homem é capaz? E até onde Bolt é capaz? Vejam bem, são duas perguntas distintas.(por Theo Almeida)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Por trás dos símbolos, significados

Tem muitos pensamentos que tenho que por oras tenho vontade de organiza-los, por outras, acho que a organização é uma 'mania na qual todos somos contagiados'. Nós gostamos de catalogar músicas por gênero, e embora o rótulo não devesse qualificar a qualidade, acaba destinguindo tribos, tribos essas que de alguma forma 'se fecham' como um seleto condomínio com guarita: a exemplo de metaleiros que se recusam a apreciar a beleza de uma melodia tocada apenas por flauta, ou um fã de Hip-Hop que se prende apenas as músicas com conteúdos de protesto.

Se 'fechar' é uma medida na qual a sua energia ficará canalizada nas suas escolhas, e ninguém pode escolher tudo: existem infinidades de coisas no universo. Mas a exemplo da música, que flui pelos cantos da cidade como o vento que bate nas folhas, o preconceito musical faz grandes oportunidades serem perdidas, músicas essas que, como um pouco mais de paciência, poderiam até encantar ouvidos desacostumados com essas melodias. Ninguém é tão permissivo a tudo, a questão é: as músicas são mais que um conjunto de acordes. A música iunfluencia no modo de se vestir, no comportamento, nas amizades e nos lugares em que se frequenta.

Talvez estudos de Semiótica possam ajudar a compreender melhor o poder que a música exerce na formação de grupos sociais. Por um lado, seria interessante que o mundo não 'reconhecesse barreiras', por outro, o ser humano se torna seletivo para buscar usufruir o que acha melhor para ele (ja que não se pode usufruir de tudo). Portanto que as barreiras não censurem ou deixem oportunidades válidas acontecerem, elas são dignas, caso o contrário, devem ser revistas. Se cada um tem o seu muro, a semiótica busca entender todas as suas delimitações a fim de descobrir as reais motivações que levam cada significação ser tão forte nas sociedades contemporâneas.

Pelo menos, é essa a minha expectativa para a matéria Semiótica na faculdade. Posso estar enganado, posso carregar um conjunto de símbolos distorcidos da realidade, e não há maneira melhor de descobrir a realidade do que com as vivências. Portanto, longe dos achismos, intuições e perspectivas baseadas no senso comum, o bom jornalista busca descobrir a verdade indo ao fato, e não imaginando como ele seria ou será. Boas reflexões para todos.


O que você pensa quando vê essa bandeira? Você sabia que no Brasil, o artigo 20 da lei 7.716 de 1989 trata como crime "§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo."? Óbvio, eu coloquei essa bandeira porque estou falando de Semiótica e quis dar um exemplo forte (logo, eu passo longe de simpatizar com o nazismo) , mas se acompanhado dessa bandeira eu colocasse uma frase de apologia a doutrina representada por esse símbolo, eu poderia pegar de 2 a 5 anos de prisão, além de multa. Isso não aconteceria se eu colocasse a bandeira da Alemanha ao lado de uma frase de Hitler: A Suástica já é um símbolo carregado de significados, faz até hoje muita gente sentir arrepios, pois por traz de um desenho inspirado em antigos símbolos orientais, há uma história de muito sofrimento diretamente ligada a essa bandeira. Portanto, por mais que alguém ache o fundo vermelho, acompanhado de um círculo branco e uma Suástica no meio bonita, andar por aí com algo que remeta a essa bandeira é extremamente perigoso, por mais que tal pessoa 'não saiba da sua história' (o que é difícil). Pense nisso. ;)

Convites surpreendentes

Bom, eu discordo que 'Agosto seja o mês do desgosto', e tenho motivos: tenho dado muita sorte e fui a dois dos grandes eventos que aconteceram em minha cidade, e de graça!

Para começar, no dia 8 fui ao treino da Stock Car: há menos de uma hora de chegar no CAB (onde foi realizada a prova) eu não tinha a mínima noção de que ganharia um convite! Não fui na corrida no Domingo, mas ter ido ao treino matou minha vontade.

Ontem a noite eu também não imaginava que iria ao Cirque de Soleil. Até comentei no blog de Sílvio sobre o assunto: "Eu ainda penso em ir se tiver ingressos, mas de qualquer forma, não encontrar ingressos tem um aspecto positivo: é sinal que estão esgotados, e com um público presente, existem mais possibilidades de o Cirque Du Soleil voltar a Salvador. Até porque pessoas de estados próximos vem a Salvador ver esse grande espetáculo, bem descrito por esse texto." Eu estava com muita vontade de ir a esses dois eventos, e fui de graça! Bom, não sei até quando vai durar essa 'maré de sorte'.

Mais do que vi um espetáculo lindo: fiquei no setor com mais mordomias! Chamado de 'Tapis Rouge' (Tapete Vermelho, em francês) lá se tinha direito a tudo: comida, bebida, sofá, joguinhos virtuais temáticos, e de quebra brindes: o roteiro do espetáculo 'Quidam' (que nas lojas custa 15 reais) e um CD de músicas do espetáculo. Juntei essas coisas e fotografei, foram minhas recordações do espetáculo, mas vale lembrar: as melhores recordações estão na memória! Não levei máquina fotográfica para ambos os eventos, tirei fotos do celular, e muitas delas não saíram bem, ficaram escuras, mas também penso que fiquei mais confortável sem me preocupar com uma máquina na mão. Pelo menos, algumas fotos ficaram como registro. Próximo evento grande? Quero ir ao jogo do Brasil, em Pituaçu, no começo de Setembro. Assim que começar a vender garantirei meu ingresso. Comentarei mais sobre o Cirque Du Soleil depois.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Não tente abraçar o mundo...

Seus braços são pequenos demais para tanto

O mundo está aí cheio de conflitos: mercado de trabalho competitivo, preconceitos e países inventando guerras para defender seus interesses. Você se acha justo, certo? Mas se acha forte o suficiente para defender todas as causas que ache justa? Você tem energia o suficiente para 'matar um leão' todos os dias? Se vivêssemos de defender causas justas, não faríamos mais nada na vida a não ser defender tais causas: devemos selecionar, escolher pelo que lutaremos, e as prioridades, lógico, mexem com o seu aspecto pessoal, com o seu dia a dia e com os seus interesses.

Dessa forma, por exemplo, não faz o mesmo sentido um branco abraçar a causa negra do que um negro, que sente a descriminação de fato: não tem haver com racismo do branco que não abraçar a causa, mas certamente em outros aspectos ele precisará lutar por algo que valha mais a pena e modifique a sua vida, e não a de outras pessoas (e quantas pessoas precisam de ajuda?). Pode-se apoiar de certa forma, ouvir hip-hop, conhecer o movimento, mas o que nos faz lutar todos os dias é a necessidade de sobrevivência, e a não ser que se tenha um parente negro ou de certa forma algo em sua vida recebeu certa influência (o melhor amigo de infância negro ter sido morto por um policial, ou a namorada ser negra e sentir o peso do preconceito todos os dias), não é apenas o senso de justiça que nos mobiliza, pois existem muitas causas nobres que buscam melhorar a vida de: crianças excepcionais, índios, aidéticos, homossexuais, dependentes químicos, muçulmanos, desabrigados em zonas de conflito, presidiários, sindicato dos operários... Há muitas pessoas do mundo que precisam de ajuda e que por algum motivo são descriminadas e sofrem por condições precárias de tratamento, o que te sensibilizar mais fará você agir, mas além de tentar melhorar o mundo, você tem que ter tempo para trabalhar, se divertir, estudar e etc.

No futebol, sempre quando olho para a zona de rebaixamento dos campeonatos, eu penso no quanto tantas pessoas perderão além dos times: quando a Bahia não tinha times na Primeira e Segunda divisão do Campeonato Brasileiro, em 2006, menos jogos foram realizados (e menos verba de tv e anunciantes era ganha), menos ambulantes puderam vender seus produtos para torcedores, menor era a folha salarial das equipes, menos dinheiro se tinha para formar equipes que pudessem tirar o futebol baiano do buraco, que trazia prejuízos financeiros e emocionais. Atualmente, a zona de rebaixamento da Série B conta com Campinense, ABC, Juventude e Fortaleza. Fico pensando nos paraibanos, que mesmo com a equipe lanterna da competição, vibram felizes a cada gol do Campinense, e sua cidade, Campina Grande, por um ano deve ter vivido uma grande festa: a festa da Série B! E se o Juventude cair? Caxias de Sul tem duas equipes que sempre duelaram as equipes da capital Porto Alegre como guerreiros: o orgulho dessa cidade gaúcha está em Juventude e Caxias, e pela primeira vez em muitos anos, essa cidade pode ficar sem representantes nas duas primeiras divisões do Brasileirão.

Indo para a série A: as duas equipes de Pernambuco estão na zona de rebaixamento! Recife perderá muito dinheiro e alegria se ao final do campeonato essas equipes descerem. E o Santo André, orgulho da cidade? Está certo que nesse município a maioria das pessoas torcem para outros times, como São Paulo, Palmeiras e Corinthians, mas receber as melhores equipes do Brasil certamente não está fazendo mal para essa cidade do ABC paulista, e quem é de lá poderá defender seus interesses freqüentando e vibrando com a equipe do Ramalhão, no Estádio Bruno José Daniel.

Para cada 20 equipes da Série A e 20 da Série B eu conseguirei enxergar danos que tantas pessoas sofrerão se suas equipes caírem, mas 4 equipes tem de cair, e portanto que não seja a minha (O Bahia, que está beirando a zona do rebaixamento na Série B), está tudo certo! Mas tenho minhas preferências: eu não gosto quando equipes nordestinas caem (torço a favor de minha região, embora como bom rival, eu não goste quando especificamente o Vitória vence), acho que o Centro-Oeste tem que ter representante na Série A e desafiar as outras regiões mais poderosas (por isso gosto de ver o Goiás lutando pelo título), quando fui a São Paulo no meio do ano fiquei na casa de uma família são paulina, e por isso quero ver essa equipe na zona de Libertadores. Prefiro que caiam quatro equipes grandes para a Segundona do ano que vem: seria muito gostoso ver Fluminense, Botafogo, Cruzeiro e Santos experimentando o que o Vasco está sofrendo na Série B!

Nossas crenças determinam pelo que lutamos, e não podemos lutar por tudo: lutamos pelo que nos marcamos.

domingo, 16 de agosto de 2009

Um testemunho

Texto escrito por Sílvio Benevides, meu amigo e meu professor de Sociologia e Comunicação e Política

_________________________________________________________________

Embora seja um tema bastante recorrente nos meios de comunicação, falar dos benefícios que o esporte proporciona à saúde nunca é demais. A atividade física regular bem orientada é uma prática saudável não apenas do ponto de vista físico, mas também do ponto de vista psicológico. Evitarei tratar do tema aqui referido sob o enfoque da medicina, uma vez que não estou habilitado para enveredar por essa trilha. Entretanto, acredito poder dar um testemunho sobre os benefícios que a prática esportiva trouxe ao meu bem-estar psicológico.



Ouvia, com freqüência, profissionais da área médica falarem que os maiores inimigos do coração são o fumo e o sedentarismo. Como não fumo, decidi deixar de levar uma vida sedentária a fim de não fazer parte de uma horrível estatística: as doenças do coração são as que mais matam na minha família. Escolhi a natação para mudar meus hábitos porque adoro água.



Nos primeiros meses de natação tive muitas dificuldades, pois meu condicionamento físico era péssimo. Para completar um percurso de vinte e cinco metros, por exemplo, eu necessitava descansar a cada cinco. As dificuldades iniciais, porém, foram encaradas por mim como um desafio. Era preciso superar meus limites.



De tanto insistir nesse propósito, acabei conseguindo atingi-lo. Primeiro venci os vinte e cinco metros, depois os cinqüenta, os cem, os quinhentos e hoje posso me considerar em forma. Mas a prática esportiva regular não me deu apenas uma boa forma física. Ao superar meus limites dentro da piscina, acabei por superá-los também fora dela. Depois que comecei a nadar, senti que minha auto-estima se fortaleceu. Antes ela não conseguia resistir a mais frágil brisa, hoje se mantém em pé até mesmo diante de um furacão.



Quando percebemos através do esporte que somos capazes de superar nossos limites, não se trata de uma percepção despertada pelo incentivo de terceiros. Sentimos isso no próprio corpo. São nossos poros, nossas células, nosso sangue, a pulsação do nosso coração que nos diz que nossos limites podem sim ser superados. As mudanças físicas que ocorrem conosco são palpáveis, concretas.



Hoje consigo entender o que grandes atletas, como Pelé e Oscar Schmidt, por exemplo, querem dizer quando afirmam que o esporte pode ser um instrumento eficaz no processo de re-socialização de crianças de rua e menores infratores. O esporte trabalha a auto-estima do atleta porque tê-la em alta é fundamental para alcançar a vitória. Ajuda a controlar a agressividade, pois toda essa energia é canalizada para atingir um objetivo seja ele vencer um adversário ou a si mesmo.



O esporte não é apenas um instrumento de bem-estar físico e psicológico. É também um instrumento de bem-estar social, pois promove a disciplina, o respeito, a tolerância e a integração, além de ensinar àquele que o pratica a ser perseverante e resistente diante das dificuldades. A soma de todos esses fatores pode perfeitamente resultar em cidadania, que rima com democracia. Educação e esporte são, sem dúvida, a cura para nossas mais graves e crônicas doenças sociais. O Brasil precisa urgentemente compreender isso e passar a investir com seriedade nessas áreas (por Sílvio Benevides).

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Que carpaccio!


"Estou dando corpo a minha reportagem, mas muitas coisas atrasam meu processo, como contatos que não atendem", confirmou o repórter Lucas Franco em sua página na rede social Twitter. A pauta para a 'reportagem do ano' tem previsão para sair ainda hoje.

É assim que as pessoas importantes são noticiadas: "Fulano lançou sua página na popular rede social Twitter", "Sicrano disse no Twitter que não vai mais esperar pela reforma", "Beltrano expõe indignação pelo Twitter". Acho o Twitter uma ferramenta sensacional para quem é 'celebridade': é a chance de deixar claro sua versão de cada fato, em um formato que não dá 'preguiça de escrever' como o blog, podendo até serem textos pequenos, afinal, tudo no Twitter parece ser pequeno: o seu servidor só cabe a foto inicial, nada de comunidades ou 'perfis bíblicos', e sim 'seguidores', nos quais você acompanha os seus passos pela sua própria página (não precisa ficar olhando página por página o que as pessoas de seu interesse estão escrevendo), e só escreve recado para você quem você autorizar (logo, as celebridades não serão molestadas covardemente) além do que, para olhar suas páginas não precisa ter conta no Twitter: está aberto a todos, embora ter Twitter traz a vantagem de poder seguir pessoas que você busca acompanhar passo a passo. Eu não sou um 'nome importante para a sociedade', mas o Twitter é mais uma das minhas ferramentas de trabalho e conexão com o mundo.

Bom, mas não era sobre o Twitter que eu queria escrever aqui nesse fatigante diário (fique tranqüilo blog, eu não te abandonarei, não fique com ciúmes, hehe, estamos juntos há mais de dois anos), e sim um desabafo quanto ao desgastante trabalho de coletor de informações (não necessariamente de jornalista, coletar informações é um exercício em que não se precisa de diploma -aliás, exercer jornalismo também não precisa-, pode ser feito por um juiz que busca nos seus livros que sentenças aplicar, ou um detetive que vai juntando indícios para descobrir quem cometeu o crime).

Minha reportagem é sobre o crescimento urbano de Salvador, mas para falar a verdade, seu 'centro está desconcentrado': eu sei o que quero, mas não consigo me organizar, quero fazer algo revelador, que ensine algo para as pessoas que ouvirem minha reportagem (será em áudio), e que me ensine também, por isso não escolhi nada relacionado a futebol, porque quero aprender com o que pesquisarei, mas vários obstáculos estão resistindo até na criação da pauta: para começar, eu tenho que saber mais sobre o assunto, só que mais interessante que ler jornais é conversar com as pessoas sobre, e essa reflexão me fez crescer. Várias coisas tem me feito refletir, como o que disse o diretor de Redação do jornal Zero Hora (de Porto Alegre): "Na hora em que o jornal conseguir dar mais peso para a mudança de mão de uma rua do que dá para uma sonolenta reforma ministerial, mais se tornará imprescindível na vida do leitor". Logo, é importante "observar como é o dia das pessoas, o que comem, quais são as preocupações em relação a carboidratos, proteínas, se engorda ou não, quanto paga pelo almoço, se as condições de higiene do restaurante são satisfatórias ou não, quanto dá de gorjeta para o manobrista etc. Como é o final do dia? Como é a conversa com o filho? Quais são as preocupações dos pais (com mensalidade escolar, assalto, cenas de sexo na televisão etc.)? Tudo que faz parte da vida da chamada 'família brasileira' deve estar retratado na pauta".

Eu estava projetado uma pauta muito fora de realidade, e sinceramente, os jornais impressos não conseguem transmitir com tanta fidelidade a realidade das pessoas, logo, mais importante do que le jornais ou procurar livros que falem sobre o crescimento urbano de Salvador é conversar com pessoas que moram aqui, como eu, a respeito. Vi num livro uma instrução: "Evite pautas do tipo: 'o governo vai anunciar'. Em vez disso, procure ficar atento para o que está realmente acontecendo. Em lugar de entrevistar o secretário de Segurança Pública, prefira ver como a polícia está trabalhando. Em vez de só ouvir o que o prefeito promete fazer para solucionar o problema das enchentes, dirija-se para os locais que alagam, fale com os moradores, veja o que de fato foi feito. Cobrir o que as autoridades prometem é reflexo da falta de um jornalismo mais atento"

Esses têm sido meus melhores ensinamentos em rádio: o rádio é um grande companheiro, fiel a nossa realidade (diferente do impresso), nos acompanha no carro, no auto-falante de uma barraca de praia, levamos ele para aonde quiser (no caso dos portáteis), e por isso, mais do que focar em referências para se falar: vou conversar mais e mais com as pessoas perto de mim sobre o assunto!

Vou ser criativo para driblar algumas dificuldades, e espero colocar aqui minha reportagem em áudio, lembrando que não existem apenas modelos prontos para ganharem corpo: podemos criar novos modelos, novas formas de se fazer um texto, que vai variando de reportagem para reportagem, por isso, farei um misto interessante de 'frios' números estatísticos com o 'calor' das declarações de quem conhece a realidade, quem a vive, quem a sente. Espero ser um bom jornalista, e acima de tudo, um bom coletor de informação, pois para mim não há 'fim de expediente': enquanto meus ouvidos puderem ouvir, estarei apurando coisas, que podem potencialmente gerar matérias, e estarei atento até para as mais banais conversas, pois jornalismo faz parte disso aqui, do mundo real, do mundo em que sentimos sensações e emoções, e não 'apenas' dos bastidores do poder.


Fonte: Rádio: 24 horas de jornalismo, de Marcelo Parada -1961.
*Partes em Itálico foram trechos do livro.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Eu estou no Twitter!


Para ampliar o meu 'alcance midiático', eu estou me jogando em novas mídias, assim me cadastrei no Last Fm, Flickr, Picasa e agora, no Twitter, a nova febre do momento. Ainda estou me familiarizando com a coisa, mas ja sei a sua principal função: divulgar para o mundo o que você tem feito, para que as pessoas que tenham interesse fiquem sabendo. Quem quiser ver meu perfil, aqui está o link: http://twitter.com/lucasfranco88

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A Voz do Campeão


Esse será o nome do espetáculo que estréia 18 de Setembro nos teatros de Salvador, e que tem como tema a paixão pelo Esporte Clube Bahia, um das equipes de futebol de maior torcida do Brasil. Será a primeira vez que um time de futebol tem sua história transformada em dramaturgia e encenada no teatro. Além de inédita, a peça vem para somar com uma série de fatos extra-campo a fim de injetar ânimo nos torcedores: o site da time está moderno, tem seção de vídeos feita pela própria equipe da Assessoria de Comunicação, Loja virtual e produtos dos mais diversos. Está certo que outras equipes grandes começaram mais cedo a trabalhar seu marketing dessa forma, mas o que mais trouxe esperança para o torcedor tricolor foi a re-inauguração do Estádio de Pituaçu: sem a Fonte Nova, a equipe mandava os seus jogos longe da torcida, em Feira de Santana.

O espetáculo A Voz do Campeão será um monólogo incorporado por Narcival Rubens. O ator fez sua pesquisa para criação de seu personagem no Estádio de Pituaçu, como na imagem ao abaixo. A equipe conta também com:
Texto: João Alfredo Reis
Direção: Edvard Passos
Elenco: Narcival Rubens
Iluminação: Fernanda Paquelet
Cenário: Rodrigo Frota
Assistência de direção: Ailton Oliveira Divino
Produção: Bruno Morais - Borderaux
Marketing: Catarina Ribeiro
Registro Fotográfico: Manuel Sá Jr.

Torcedor tricolor e amantes da arte independente do time de coração, esse é um espetáculo imperdível: a história do Esporte Clube Bahia se mistura a do próprio estado, de seu povo e de suas conquistas!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Sergipe

"[...]Cansado da dependência
Com a província maior,
Sergipe ardente procura
Um bem mais consolador.
[...]
Mandemos porém ao longe
Essa espécie de rancor;
Que inda hoje alguém conserva
Aos da província maior.[...]"


Esses são trechos do Hino do estado de Sergipe. A província maior não pode ser outra: a Bahia, que apesar de não ter o status de metrópole (que era Portugal), de certa forma oprimia regiões que buscavam autonomia. Até hoje, há baianos que se referem a Sergipe como 'nosso quintal'. Posturas arrogantes como essa não estão correlacionadas com a discriminação que os baianos sofrem no Sudeste, mas certamente pode nos fazer refletir, pois a mínima piada pode surtir um efeito devastador para quem é a vítima, logo, antes de exigir respeito, respeite.

O futebol em Sergipe tem sérias dificuldades para se desenvolver: para começar, a falta de engajamento da população com o futebol local. O Flamengo tem a maior torcida, e com exceção dos tradicionais Sergipe e Confiança (de Aracaju) e Itabaiana (da cidade de mesmo nome) todas as equipes estão fadadas a falência: a maioria das equipes que disputaram alguma edição do estadual por algum momento encerraram as suas atividades, é o exemplo do Olímpico Pirambu, que ascendeu com o título da 2ª divisão em 2005, o título sergipano em 2006 e a classificação para a Copa do Brasil do ano seguinte, quando deu trabalho para o Corinthians: desde seu rebaixamento em 2008, o time deixou de existir, e não tem data para voltar. Os patrocínios se resumem a empresas que atuam exclusivamente na região, tais como:
Banese (Banco do Estado de Sergipe)
Torre Empreendimentos (empresa privada de limpeza urbana)
Plamed (Centro Médico e Odontológico, atua em Aracaju e Carmópolis)
Alldoc (gráfica)
UNIT (Universidade Tiradentes, não atua fora do estado)

Mesmo juntando forças, essas marcas não conseguem captar recursos suficientes para fazer as equipes do estado subirem de patamar: numa época em que o campeonato brasileiro era 'mais democrático', com a participação de mais de 50 times, os sergipanos conseguiam estar na 'inchada elite do futebol nacional' que, ao se enxugar, dá oportunidade para poucos, e esses poucos são os escolhidos pelos brasileiros que não tem em sua região uma equipe competitiva: não é a toa que o Flamengo, com todos os seus jogos transmitidos pela Globo ao longo do século passado, até hoje compõe a maior torcida do Brasil. O que fazer para melhorar esse quadro? Algumas atitudes tem sido tomadas, e todas elas, lógica, tem sido criticadas pela Globo, a começar, pelas de torcidas do Vitória e Sport que, em dia de jogo contra o Flamengo, escreveram uma faixa apontando para os flamenguistas (muitos deles nordestinos) com a descrição 'vergonha do Nordeste'.

Medidas como essa podem ser até consideradas 'radicais', mas eu me pergunto: não é momento de conscientizar? Não vejo outra alternativa a não ser tentar 'chocar' as pessoas, assim como Hélio dos Anjos, técnico do Goiás, 'chocou' a muitos com a crítica que fez aos torcedores goianos do Flamengo.

Mesmo sem ter conquistado o estadual em 2001, nesse ano o Clube Sportivo Sergipe obteve vaga para a disputa da 2ª divisão do campeonato brasileiro, porém, desceu naquele ano. Ano passado, por muito pouco o Confiança não chegou a Série B para 2009, e Domingo passado, os azuis de Aracaju foram rebaixados para a série D! Não há perspectiva de melhora se atitudes não forem tomadas, e acredito que o futebol pode ser um instrumento de valorização do sergipano, a fim de mostrar seu potencial nos gramados e orgulhar seu povo: Clodoaldo, titular do Brasil na copa de 70, nasceu em Aracaju, mas no geral, o estado produz poucos jogadores de alto nível, e um fortalecimento nos clubes pode ajudar esse quadro a mudar. Força sergipanos!