quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Pior momento do blog

Certamente esse é o pior momento da história do meu blog, que tem dois anos e meio: minha frequência aqui é a menor de todos os tempos, mas nem por isso me faltam coisas para escrever. Somente futebol ocupariam duas postagens diárias, música tende a ser a minha próxima meta aqui, escreverei bastante sobre diversos gêneros musicais, mas por trás de todo o conteúdo que pode ser escrito, tem de haver disposição do autor para relatar, e mesmo tendo muito o que escrever, eu tenho tido pouca disposição e criatividade. Peço desculpas para os poucos leitores do meu blog, que estavam acostumados com um número de postagens muito maiores. Que dias melhores venham logo para o blog!

domingo, 6 de dezembro de 2009

O maravilhoso natal dos Retrofoguetes


O que você pensa do natal? Confraternização familiar, peru à meia-noite, músicas um tanto melancólicas... Bom, eu quebrei vários 'paradigmas natalinos' ao passar o fim do ano na Europa no ano passado e ver uma nova cultura numa festa famosa em todo ocidente, e o que vi ontem foi uma manifestação ainda mais exótica, sem precisar ir para muito longe: foi na Boomerangue, no Rio Vermelho, na festa 'O maravilhoso natal dos Retrofoguetes'. Fora os aspectos tradicionais, como o fato de os músicos terem se vestido de vermelho (alusão a papai Noel), de tocarem musicas tipicamente natalinas (como Jingle Bells) numa levada mais agressiva (ao próprio estilo dos Retrofoguetes) e de ter ido com a família (meu pai e sua namorada), o peculiar veio de'celebrar o natal' em plena madrugada do dia 5 para o 6 de Dezembro, com uma banda que além de espetacular, propôs muito humor com atitudes, como a de brincar com as bolinhas presas nas paredes por cordas: houve uma 'guerra' de bolinhas entre a banda e o público, um momento inusitado! Houve sorteio de camisas, CDs e até um violão! Se o bom velhinho costuma distribuir presentes, os Retrofoguetes nos deu como maior presente o seu desempenho musical e o seu humor.

Sabe aqueles estereótipos de 'alternativo'? As pessoas associam logo à piercings, alargadores, tatuagens, cabelos bagunçados e etc, o que é válido, afinal, são peças que formam um visual com todo um texto acerca de uma pessoa ou tribo. Mas 'alternativo' não pode apenas se limitar a isso: não há definições oficiais, e sim suposições, e muitos músicos não correspondem com o que eu imaginava (em termos de imagem) atingir todas as bandas do circuito independente. Edson Rosa, tecladista do Ronei Jorge e os ladroes de bicicleta, Theo, vocalista dos Irmãos da bailarina e os próprios músicos do Retrofoguetes aparentemente não são tão diferentes de mim, logo, penso que conta muito mais a sua disposição para curtir outros tipos de som do que a sua moda pessoal, e acho interessantíssimo o visual de pessoas que transgridem bastante convenções, com piercings, tatuagens e cabelos bagunçados, acho isso o máximo, já pensei em adotar o estilo e vejo muito charme nas mulheres que rotulo de 'alternativas', mas de certa forma quebrei paradigmas ao descobrir que ser 'alternativo' não engloba apenas o que eu imaginei que fosse do universo da música independente. Viva a boa música, seja independente ou comercial!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Definidos os grupos da Copa 2010

Bem amigos do futebol! O Brasil terá um dos grupos mais difíceis da sua história em Copas do Mundo: na estréia, a totalmente desconhecida Coréia do Norte, o provável saco de pancadas do grupo. Porém, na 2ª partida, a seleção mais forte do continente em que será jogada a competição: os Elefantes da Costa do Marfim, do matador Drogba, não serão presa fácil! E a última partida será contra a Portugal de Cristiano Ronaldo! Na única vez em que a seleção canarinha enfrentou os lusitanos, esses nos eliminaram da Copa logo na fase de grupos, em 1966, copa àquela em que Portugual fez a sua melhor campanha na história: um 3º lugar memorável, e destaque para a virada inesquecível contra a Coréia do Norte nas quartas-de-final (que naquela época era tão desconhecida quanto e eliminou a Itália), após estar perdendo por 3 a 0, os portugueses viraram para 5 a 3! Portugal fará a sua 5ª Copa do Mundo e a Coréia do Norte a sua segunda. Com pouca tradição no torneio, essas equipes se enfrentarão pela 2ª vez, na 2ª rodada.

Na Copa passada, Portugal também enfrentou uma ex-colônia: vitória da metrópole sobre Angola por 1 a o. Não foram poucas as seleções que falam o mesmo idioma e estão no mesmo grupo nessa Copa: México e Uruguai num duelo latino pra lá 'bueno' no grupo A, Inglaterra e Estados Unidos no grupo C (eles que se enfrentaram em Copas uma única vez, na surpreendente vitória Ianque por 1 a 0 em Belo Horizonte, em 1950), Gana e Austrália no grupo D (ambas ex-metrópoles inglesas) e no grupo H, o maior 'exagero' de todos: três seleções falam espanhol, são Espanha, Honduras e Chile (interessante que, na única vez em que Honduras foi à Copa, em 82, enfrentou a Espanha dentro de casa, em Valência) e arrancou um empate com direito a gol de Zelaya (não o ex-presidente, e sim o principal jogador da história do futebol hondurenho, que não tem nenhum parentesco com o político que tantas vezes dormiu na Embaixada brasileira em Tegucigalpa).

A Copa nem começou e o clima já está no ar! Que o Hexa venha, o grupo está difícil, mas todos temem mais agente do que agente deve temer qualquer seleção, mas claro, mantendo o respeito. Meu Blog acompanhará bastante o futebol em 2010, e a Copa é o momento mais mágico para um apaixonado por futebol como eu. Até mais!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Um tricolor não foge a luta!

Mesmo perdendo para a LDU por 5 a 1 ontem, ainda acredito que o Fluminense fature o caneco da Copa Sul-Americana!

O Fluminense não precisa provar mais nada: melhor sequência no Campeonato Brasileiro atualmente, Domingo vencerá o Vitória e sairá da zona do rebaixamento. E mais do que isso: o clube das Laranjeiras vai conseguir épica goleada sobre a equipe equatoriana, entrando para o hall das grandes equipes brasileiras numa temporada (como foi o Cruzeiro em 2003, o Internacional em 2006 e etc) com a diferença que não será pela grandeza de seus troféus conquistados, e sim por uma incrível recuperação no Brasileirão e o título da Copa Sul-Americana, devolvendo a goleada aplicada pela 'La Liga' e fazendo esse feito ser mostrado nos próximos mil anos como 'algo único': numa maratona intensa de 3 jogos por semana, o tricolor conseguirá driblar o cansaço e no dia 5 de Dezembro, depois do jogo contra o Coritiba, poderá descansar de tão intensa temporada, com o sabor de ser campeão sul-americano com incrível virada e ter saído da zona de rebaixamento com incrível sequência de vitórias consecutivas, na qual pouquíssima gente acreditou. Cuca deixará de ser visto como um técnico 'pé frio' para se tornar respeitado pelo mundo todo! Eu acredito!

O Torcedor tricolor irá deixar o Maracanã lotado, e o título virá!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O que somos nós?

A internet tem de ser livre: censurá-la seria tirar o seu mais precioso valor, o de dar voz a todos, e não apenas às grandes corporações. Na internet o dinheiro não pode controlar todos os pensamentos, há espaço para portais com anunciantes ricos e blogs de jovens como eu, que tentam expor os pensamentos sem tanto objetivo (eu não penso em dominar o mundo ou fazer os meus leitores me conhecerem: simplesmente escrevo despretenciosamente, sem nenhum objetivo claro).

Eu não posso me considerar 'livre': nem sei o que sou e como me definir, afinal, se parte de nosso perfil é fruto da nossa genética, a partir do momento em que saímos da barriga de nossas mães rumo a um mundo que se construiu muito antes de nascermos, ja somos brancos ou negros, teremos uma família católica ou atéia, 'escolheremos' nossos caminho a depender da trajetória que a vida nos leve, e como não escolhemos o nosso destino, somos quase um barco a vela dependentente da forte ventania que irá nos construir ao longo de toda a vida, aceitemos isso ou não.

Minhas idéias não são apenas minhas, eu não fui o primeiro a pensar tantas coisas e nem existe patente para pensamentos, mas o que seria a posse de algo não material como o pensamento? Todas as construções possíveis foram fruto de outras construções passadas, mas quando surgiu a primeira coisa a ser construída? A existência é atemporal: não houve um início definido, não podemos prever o fim, e ao invés de contestarmos e investigarmos tanto coisas que outras tantas pessoas pesquisaram e não conseguiram chegar à resposta satisfatória, devemos aceitar que temos dúvida sobre isso, ao inves de alegarmos termos certeza. Temos mais dúvidas do que certezas, mas a dúvida constrange o ser humano, o deixa inquieto, com a sensação de que algo deve ser preenchido, e no entanto, a ciência 'em excesso' é o vício dos que não se satisfazem em simplesmente viver. Que tal esquecermos tanta complexidade e irmos ào bar tomar uma cerveja?

Se achar original é muita pretenção: o que buscamos são estilos e coisas que nos façam sentir-se melhor, e há quem se sinta melhor sendo diferente do perfil dominante (simplesmente por antipatizar com a dominância), independente de que forma for. A vaidade de ser diferente muitas vezes fala mais alto do que a 'paixão por algo', como a paixão pelo Rock'n Roll, que influencia fãs a formarem as suas tribos, e nos locais onde os seus adeptos frequentam, estes não mais serão minoria, porém, é lá onde eles conseguem fugir da 'mediocridade' do cotidiano, com tantas convenções irritantes.

O que somos nós? Não responda nem pesquise, aliás, porque eu perguntei isso mesmo?

domingo, 22 de novembro de 2009

Pense no Fluminense!

Sabe quando alguém lhe diz que algo é impossível? Bom, antes de qualquer coisa, uma dose de 'reflexão' não faz mal a ninguém, e questionar, ou seja, colocar o seu desejo em dúvida, é digno, afinal, porque se quer tanto algo? Mas, passando-se por esse filtro, mãos a obra! É preciso ser guerreiro, mesmo sabendo que não sabemos até quando iremos desejar a coisa em questão, e aí a vida ganha ares de emoção: pense no momento em que está vivendo e pouco se importe com a 'universalidade dos fatos', viver dos prazeres cotidianos todos os dias nos faz sentir o verdadeiro valor da vida, e a vida realmente faz mais sentido quando lutamos por algo.

As probabilidades matemáticas vão para o espaço, e se quiser um exemplo empírico, pense no Fluminense desse ano: se chegou a decretá-lo rebaixado faltando 13 rodadas para o fim do Brasileirão! No dia 13 de Setembro, uma goleada humilhante sofrida pelo Grêmio deixou a equipe totalmente desmotivada para disputar a Copa Sul-Americana. Na rodada seguinte, teve que suar muito a camisa para virar duas vezes a partida contra o Avaí em pleno Maracanã. Se o mês de Setembro foi desastroso, o de Outubro não foi muito diferente: em 4 partidas no Maracanã pelo Brasileirão, apenas uma vitória (e no final do mês). A situação era difícil na Copa Sul-Americana após o empate em casa contra o Universidad de Chile, e segurando a lanterna do Brasileirão, a possibilidade de ser rebaixado era de 98% para alguns matemáticos!

Menos de um mês depois, o que aconteceu? O Fluminense vem com tudo, está na final da Copa Sul-Americana, e terá a chance de se vingar de seu algoz LDU (que o venceu na final da Libertadores ano passado). Não bastasse a chance de poder sentir o 'maravilhoso gosto da vingança', o tricolor das Laranjeiras hoje chegou a ficar meia hora fora da zona do rebaixamento (mas o Botafogo virou o jogo contra o São Paulo no final). Dependendo apenas de si, na próxima rodada o Fluminense ja pode deixar a zona que ocupou pela maioria das rodadas desse Campeonato, ja que o Atlético Paranaense e Botafogo, seus concorrentes diretos, se enfrentam na próxima rodada, e na última, o Flu enfrenta o Coritiba, também concorrente direto, num jogo de 6 pontos! Invictos desde 4 de Outubro (quando perdeu o FlaFlu), há 8 rodadas só vence no Brasileirão e Sul-Americana: foram 3 triunfos na competição continental e 5 na nacional. O próximo jogo, dia 25 em Quito (nesta 4ª feira), não traz uma obrigação de vencer (o empate estaria de bom tamanho para levar o jogo de volta no Rio precisando de vencer pelo placar mínimo), mas no Domingo, contra um Vitória ja sem chances de cair, um triunfo lhe tira da zona da degola!

Quando você imaginar que tudo está difícil, reconheca as dificuldades, mas pense no Fluminense: até hoje está difícil para o tricolor (mesmo com a incrível sequência de bons resultados, ja que tirar o atraso daqueles mals tempos foi árduo, mesmo imprimindo um ritmo de 'time concorrente ao título'), mas apenas os resultados de todos os dias, um após o outro (sem vislumbrar demasiadamente o futuro esquecendo-se de fazer o dever do cotidiano) lhe farão chegar aonde se quer, e essa metáfora da vida humana me faz querer ver o Fluminense terminar o ano sendo campeão da Copa Sul-Americana e se mantendo na Série A (mesmo sendo torcedor de outro tricolor, o Bahia). Vencer a LDU será bom demais, e continuar na elite do futebol brasileiro, que pode ser algo simplório para quem está disputando o título, terá um sabor especial para a 'equipe do momento!'

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

iViva Laduma!


Os Bafana Bafana contam os dias para a maior festa do planeta: a Copa do Mundo!

Ja temos as 32 seleções que disptarão o Mundial de futebol masculino que acontecerá na África do Sul, de 11 de Junho a 11 de Julho de 2010. Prepare o seu coração para fortes emoções, os seus ouvidos para o barulho das vuvuzelas (as cornetas sul-africanas), e prepare a sua voz para no momento do gol gritar VIVA LADUMA! (é como se manifesta o momento máximo do futebol no país anfitrião da 19ª Copa do Mundo).

A África nunca teve tantos representantes nesse torneio, serão 6 seleções do continente: os Bafana Bafana ja tinha vaga garantida por serem o país sede, Costa do Marfim e Gana, que estiveram presentes em 2006, retornarão, e a Nigéria e Camarões, as potências africanas na écada de 90 e que estiveram ausentes na Alemanha voltarão com tudo, além da Argélia, após 24 anos de jejum.

A América do Sul mostrou sua força: o Uruguai eliminou a Costa Rica na repescagem, o que é bom para o nosso continente, afinal, almejamos aumentar o número de vagas para os países da Conmebol (a Confederação de futebol Sul-americana). A Oceania terá dois representantes: a Austrália se classificou pelas eliminatórias asiáticas (ja que os 'cangurus' preferiram mudar de confederação a fim de desenvovler o seu futebol jogando com equipes mais competitivas) e a Nova Zelândia foi a 1ª colocada nas eliminatórias da OFC (Oceanian Football Confederation) e com isso conseguiu vaga para a repescagem contra a 5ª melhor seleção da AFC (Asian Football Confederation), que foi o Bahrein. Os All-Blacks venceram os árabes e vão disputar a Copa novamente depois de 28 anos.

Dia 4 de Dezembro tem o sorteio dos grupos! É imperdível, até mais!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Qual é o mal da ilusão?

Entre todos os artifícios que nos fazem dar sentido a vida ao nosso modo, o maior de todos é a ilusão de 'eternidade'. Nada pode durar para sempre, nem mesmo a nossa consciência, porém, há quem insista em acreditar cegamente na vida após a morte. Ora, não deveria haver desespero com o fim da nossa existência, afinal, nem sempre existimos: o que éramos antes do nosso nascimento? Se não é tão desesperador o fato de que nem sempre existimos, porque causa tanto medo o fim da nossa existência, se nela se quer há dor e sofrimento?

A nossa matéria permanecerá por muito tempo: cada atomo do nosso corpo será reaproveitado, até enquanto esse plano físico existir, pois na natureza nada se cria e nada se perde, tudo se constrói. A vida é repleta de ilusões, mas a palavra ilusão é mal visto por nós, que falamos português. Em espanhol, 'ilusión' é usado de uma forma totalmente diferente. Por exemplo, duas frases associadas ao futebol: "Argentina le gana a Brasil en ilusión" e "Argentina recupera la ilusión en dramático triunfo contra Perú (2-1)". A primeira frase foi dita por nada menos que Maradona (hoje técnico, e para sempre polêmico), as vésperas do jogo contra o Brasil esse ano, justificando que, embora o Brasil viva o melhor momento, a Argentina acredita mais que é possível sonhar, reverter o quadro (ilusão aí é vista como 'votnade de algo), e na segunda frase, uma manchete do Yahoo! desse ano, ilusão é tida como sonho, e sonho, como em português, é possível. Português e espanhol são línguas irmãs, vinheram do mesmo tronco, logo, a diferença não deve ser etimológica, e sim de mentalidade, de interpretação: será que os espanhóis trouxeram para as nações que colonizaram uma dose de otimismo, uma ausência de fronteira entre o 'real e irreal ou imaginário?', e os portugueses são mais 'pé no chão?' por não insistirem tanto, por não acreditarem tanto em si? Até que ponto vale a pena ser equilibrado? Que benefícios nossas 'loucuras' podem nos trazer?

Bom, ja que estamos numa grande loucura, vamos reconheer que não há nada que não passe pelo nosso filtro interpretativo. Não cabe a ninguém criticar os sonhos dos outros, como também ninguém é obrigado a crer em vontades que fogem do nosso universo: cada cabeça irá buscar o que sua vontade lhe instiga, encontrará resistência de nada menos que outras cabeças (além das forças da natureza em algumas partes, que embora não sejam racionais e não sejam intencionalmente 'barreiras', pode por exemplo determinar o fim de um sonho com uma tenebrosa tempestade, por exemplo).

Há um limite para sonhar? Há um fim que determina a impossibilidade da concretização em alguns casos (como por exemplo, no futebol o apito final do juiz é irreverssível para ambas as equipes - a não ser que se prove irregularidades depois, mas isso não vem ao caso, no momento, todos acreditam no resultado final), mas enquanto se sonha, não se tem ciência de tantas impossibilidades, perspectivas são anuladas tanto para quem julga possível ou impossível. A ilusão não é mal, ela nos dá o tempero, sem ela, a existência não seria possível, por isso sonhe, acredite, se tudo for interpretado como 'ilusão', pouco importam os caminhos que estamos seguindo: pouco importa sua consciência, a vida continua sendo bela, seja qual for a interpretação que você dê a ela.

sábado, 24 de outubro de 2009

Há objetivo em todas as andadas?

A vida pode ser despretenciosa, ou a mais despretenciosa intenção carrega consigo uma série de desejos? Ser despretencioso traz sossego, as intenções trazem a turbulência, e as buscas correm em torno de desejos de 'paz e luta': a luta pelo que se quer, quem sabe, desfrutando do resultado com sombra e água fresca. Há quem diga 'você precisa relaxar', outros dizem 'a vida não vai te esperar a vida toda, está na hora de agir'. E o que falar da 'naturalidade dos acontecimentos?' Será que o desejo tem que esperar que a natureza leve os acontecimentos até nós, ou corremos atrás do que desejamos?

Nos protegemos em parte, mas a exagerada proteção não nos deixa viver com plenitude. O equilíbrio se faria incontestável, se não houvessem pensamentos que justamente o contrariam: há quem chame a tentativa de se equilibrar de 'fraqueza por não se permitir as extremidades', muitas delas extremamente difíceis para qualquer ser humano lidar. A vida não tem manual de instruções, não é um jogo com vencedores ou perdedores, se quer há uma definição de tempo: empregar termos como 'vencedor e fracasado' é uma criação que por vezes é muito estimada por quem se deixa levar. Se não há tantos objetivos em pauta, para que pressa? A sobrevivência é motivo suficiente para tamanha correria, ou essa correria só existe porque aceitamos chamar de 'sobrevivência' o fato de vivermos seguindo tanto a risca certas convenções? Dá para se divertir mais barato, há como se orgulhar de um bom trabalho mesmo esse não tendo sido reconhecido, há como ter certeza que se está fazendo a coisa certa? Como se vê, o mundo guarda mais perguntas do que respostas.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Vencer?

O que é vencer? É chegar aonde se quer? E o que dizer dos 'vencedores insatisfeitos que sempre resmungam querendo mais?' Quando Los Hermanos lançaram 'O Vencedor', eu imaginei que se tratasse, no mínimo, de uma homanagem ao Vasco da Gama (time de coração de Marcelo Camelo, compositor dessa música). Ao ouvi-la, notei que se tratava de um desdém para a condição dos que tanto lutam para vencer e desprezam a derrota, e assim passei a refletir que 'a busca por vitórias' não é um valor universal, ao contrário do que eu imaginava. Nem todos fazem questão de vencer, logo, passei a dar novo significado a pavara vitória.

Quando verifiquei no Dicionário Aurélio seu significado, senti até certa náusea:

vitória1
[Do lat. victoria.]
Substantivo feminino.
1.Ato ou efeito de vencer o inimigo ou competidor em uma guerra, batalha, ou, ainda, em qualquer competição; triunfo.
2.P. ext. Triunfo ou êxito brilhante em qualquer campo de ação.
3.Fig. Bom êxito; sucesso; vantagem. [Cf. vitoria, do v. vitoriar.]

Vitória de Pirro. 1. Vitória em que as perdas do vencedor são tão grandes quanto as do vencido.


Depois de tantas vivências e reflexões, eu me pergunto: é vitória o que eu quero na minha vida? Eu passei a não ter a mínima paciência com certas exposições que algumas pessoas fazem de si mesmas, e percebi que os rótulos se dividem entre 'vencedores e fracassados', muito em parte porque os vencedores tem uma busca medíocre por transparecer a sua fortaleza, e quem não se submete a esse tipo de ação e leva uma vida com objetivos fora do convencional (ou até sem um objetivo claro) é tratado como 'fracassado, perdido, alguém que não deu certo na vida'. Se tratam de buscas diferentes: convencionalmente, até a felicidade é decifrada entre um misto de ser bem sucedido, ter realizado os sonhos, ser seguro de si mesmo...

Ora, desprezar a fortuna e não se submeter a certos tipos de trabalho por agredirem 'sua alma' não pode ser visto como um fracasso, e sim como uma escolha, deixar de sorrir constantemente não pode ser um sinal de tristeza, e sim de fidelidade a cada momento em que se vive (e ninguém está constantemente 'de bem com a vida'), logo, porque há tanta gente que insiste em, mesmo sem ter tanto dinheiro, mostrar status através das roupas, relógios, fotos em sites de relacionamentos que mostram a projeção de como se 'é o cara', e além de expor sua estabilidade financeira, ainda tentam mostrar segurança em tudo que fazem, mesmo sem internamente terem tamanha certeza por pouco refletirem sobre suas ações?

Vencer é ter certezas, mas o que na vida pode ser tão certo além da morte? Há uma mania de competitividade, e claro, entra quem se submete, mas muitas pessoas entraram por osmose, sem terem parado para pensar que o sentido da vida é dado por nós mesmos, e artifícios nos separam do que se pode pensar como 'uma vida além das convenções'. Eu torço pelo Bahia não por ele ser campeão brasileiro, ter uma imensa torcida e entre outras coisas: algo inexplicável me faz ter imensa admiração pelo tricolor, algo que foge da instituição e resultados, logo, essa fascinação poderia me atinigir sozinho, e mesmo assim, não seria absurdo se eu fosse o único torcedor no estádio. Não deveríamos buscar tantas explicações pelo que sentimos, pelo que nos faz bem, mas certamente, devemos tomar cuidado com as convenções que nos empurram 'deveres', e um desses deveres é vencer.

O esporte em si é um evento artificial (mas que eu amo), uma disputa que deveria ser sadia, embora cause tantas paixões descontroladas (que são responsáveis pelo tempero que nos faz esperar por um 'clássico' e que faz o dinheiro entrar com mais facilidade no evento). O esporte é importante para muitas pessoas que graças a ele hoje conseguem ampliar a sua visão de mundo: jovens de periferia, por exemplo, se incluem na sociedade, quebram paradigmas e aprendem mais sobre o mundo além de suas fronteiras (e o mundo aprende mais sobre eles), por isso acho que o esporte deve misturar as pessoas a fim de que conhecendo uns aos outros nossas visões sobre o próximo não se tornem tão medíocres, e nada melhor que uma disputa, que mostra muito do que as pessoas são (leais, íntegras, guerreiras, ou os opostos dessas virtudes...), mas fora dessa disputa artificialmente criada com um propósito nobre, a vida em si deveria ser mais espontânea, sem uns se compararem tanto com os outros (fulano pegou cinco numa festa, sicrano tirou 10 em matemática, beltrano consegue tudo o que quer...). Não somos o que temos nem o que ganhamos: somos as nosas buscas e a nossa vontade de viver a vida ao nosso modo.

domingo, 20 de setembro de 2009

Minha avaliação em Metodologia da Pesquisa

AVALIATIVA ON-LINE

Orientações para elaboração e envio desta atividade

A atividade pode ser realizada em dupla (forme parceria com alguém da sua turma) ou individualmente.
Inicie a atividade clicando no botão abaixo Editar o documento enviado.
Informe seus nomes para facilitar a identificação na atividade. No caso de apenas um nome de aluno ser citado, será considerado produção individual.

Questão:

Com base na discussão que fizemos sobre a idéia de problematização e sua importância para o projeto de pesquisa, analise se o fragmento de texto abaixo possui as características necessárias da problematização. Além disso, caso concorde que o texto possui essas características, deixe a sua opinião sobre o assunto tratado nele.



“Universalismo e relativismo cultural”, por Érica de Souza Pessanha Peixoto



No momento que o sistema internacional deixa de ser apenas um diálogo entre Estados e uma série de documentos são elaborados com a finalidade de afirmar direitos referentes à pessoa humana com validade universal que a problemática sobre o alcance das normas de direitos humanos aflora. Como compatibilizar a proposta de universalidade dos direitos humanos com o pluralismo cultural? Seriam estas normas verdadeiramente universais ou apenas revelariam o esforço imperialista do ocidente de tentar universalizar suas próprias crenças? Num mundo tão plural, como estabelecer padrões universais? Tais questionamentos têm feito parte dos principais debates sobre os direitos humanos na atualidade.


[...] Embora desde a Declaração e Programa de Ação de Viena, em 1993, tenha se afirmado a tese da universalidade dos direitos humanos, ainda hoje, diversas argumentações são construídas em favor do relativismo cultural dos direitos humanos.Tais objeções partem sempre do ponto de vista particular, da comunidade, da cultura local. Posteriormente, cada uma dessas idéias serão desconstruídas, reafirmando o universalismo dos direitos humanos como pilar fundamental para a construção de uma sociedade internacional justa e solidária, capaz de conjugar a proteção do ser humano no âmbito global com os valores de tolerância e respeito das particularidades.


[...] o argumento relativista, muitas vezes, serve para encobrir e legitimar atos atentatórios aos direitos humanos e à dignidade da pessoa humana, o que é inadmissível. Assim, defender que quaisquer práticas seriam legítimas desde que compartilhadas por uma comunidade pode ser, e na maioria das vezes é, um discurso extremamente autoritário, capaz de encobrir desigualdades, reprimir a liberdade e legitimar a dominação.


Acrescenta-se ainda, [...] que, por vezes, tem-se uma visão muito romântica do relativismo cultural, como se todas as culturas trouxessem em si uma homogeneidade tal que qualquer espécie de crítica externa fosse uma afronta brutal aos costumes compartilhados harmonicamente por todos, o que não é verdade. A antropóloga Rita Laura Regato, da Universidade de Brasília, também expõe sobre a falácia dessa visão simplificadora do relativismo, que acaba por ignorar divergências dentro de um mesmo contexto cultural:


(...) Outra possibilidade, que sugeri em alguns textos, consiste em revisar a maneira como nós antropólogos entendemos a noção de relativismo. De fato, recorremos freqüentemente ao relativismo de forma um tanto simplificadora, focalizando as visões de mundo de cada povo como uma totalidade. Com isso, muitas vezes não vemos ou minimizamos as parcialidades com pontos de vista diferenciados e os variados grupos de interesse que fraturam a unidade dos povos que estudamos. Não levamos em consideração as relatividades internas que introduzem fissuras no suposto consenso monolítico de valores que, por vezes, erroneamente atribuímos às culturas. Por menor que seja a aldeia, sempre haverá nela dissenso e grupos com interesses que se chocam. É a partir daí que os direitos humanos fazem eco às aspirações de um desses grupos.



Inúmeros são os relatos de mulheres que se submeteram às mutilações e aos castigos e hoje lutam em prol dos direitos humanos. Exemplo disso é Ayaan, que aos cinco anos sofreu excisão do clitóris e aos vinte e dois fugiu de um casamento arranjado com o primo do pai. Ao comentar sobre suas experiências, deixa claro sua revolta por um sistema intolerante, que a negou o direito de escolher seu próprio destino [...]



Se preferir lê-lo na íntegra, acesse o endereço: http://www.fdc.br/Arquivos/Mestrado/Revistas/Revista10/Discente/EricaPeixoto.pdf.

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(Minha Resposta):


Levando em conta que, quando problematizamos, buscamos com mais objetividade o conteúdo que iremos expor da nossa pesquisa, o trecho apresentado é suficiente para abordar o conflito entre universalismo e relativismo cultural. Sendo esse o foco, passamos a tentar explorar o máximo que pudermos desse conflito, dentro do texto e em outras fontes externas, não para chegarmos a uma conclusão, mas sim para definir o problema, procurando respostas até para questões subjetivas, afinal, em que nossa vida é afetada com essas duas correntes de pensamento? O universalismo prega um conceito único para todas as coisas, a começar pela sua etimologia (Dicionário Aurélio): "Que abarca toda a Terra, que se estende a tudo ou por toda a parte; mundial/ Comum a todos os homens, ou a um grupo dado/ Que é aplicável a tudo/ Que advêm de todos; geral/ Que é adaptável ou ajustável de modo que possa atender a diferentes necessidades (de utilização, tamanho, forma, etc.)". Levando em conta a última afirmação "Que é adaptável ou ajustável de modo que possa atender a diferentes necessidades" a corrente relativista irá contestar, mostrando que há necessidades que não se encaixam no universalismo, descentralizando os esforços de fazer do mundo um lugar homogêneo, como se todos os seres humanos estivessem na mesma direção.

O relativismo, segundo o mesmo Dicionário Aurélio, traz no seu significado "Atitude ou doutrina que afirma que as verdades (morais, religiosas, políticas, científicas, etc.) variam conforme a época, o lugar, o grupo social e os indivíduos." A variação das verdades, que deixam de ser absolutas a partir do momento em que uma corrente se preocupa mais em entender a fundo cada realidade, dá novas regras para cada ocasião, exatamente o contrário do que prega o universalismo (onde a mesma regra vale para todos). Logo, as buscas que surgem a partir disso também se chocam: a Declaração e Programa de Ação de Viena é válida para quem? Sem dúvida terá validade para muitos grupos, afinal, houve objetivo em sua construção, mas a compatibilidade, para os relativistas, varia, inclusive questionando a validade dessa declaração para as próprias sociedades que hoje são suas adeptas, afinal, "Atitude ou doutrina variam conforme a época" (Dicionário Aurélio), logo, amanhã elas podem não ser válidas para ninguém, como muitas outras doutrinas que foram válidas para diversos grupos não são mais para nenhum.

As críticas que os universalistas fazem do relativismo envolvem até acusação de "reprimir a liberdade e legitimar a dominação" (Universalismo e relativismo cultural, por Érica de Souza Pessanha Peixoto).
Não se problematiza o tema para se chegar à conclusão de "que corrente deve reger o universo a partir de agora" (até porque, isso já empregaria demasiada dose de universalismo, mesmo que se tratasse de tomar partido do relativismo). Se problematiza para mostrar ambas as versões do fato, com clareza e nitidez, para abrir o debate, fugirmos da superficialidade dos resumos e absorvemos o conhecimento e ambas as correntes (universalismo e relativismo). O objetivo aqui é discutir, tomar partido é uma consequência que não envolve necessariamente a pesquisa científica, até porque são escolhas pessoais, e escolhas pessoais não podem ser manipuladas. Minha opinião sobre que corrente é a melhor? Sinceramente, prefiro estudar muito mais sem tirar conclusões, e se em muito tempo depois eu ainda não tomar partido, não será de um todo ruim: meu objetivo é ser esclarecido, e não partidário.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O brasileiro é...

Eu passei a compreender melhor o brasileiro com as aulas de Cultura Baiana e Brasileira, matéria da professora Silvana Moura.

O brasileiro (e eu me incluo também) não gosta tanto de ser 'generalizado', não gosta de se incluir como 'maioria, povo': a 'massa' é aquela multidão que pensa de uma forma, e você, por 'cima da carne seca', pensa diferente 'deles', e daí surge a vontade de se sobrepor sobre os outros, de ser 'especial': porque mal educado é quem joga o lixo nas ruas, mas se um dia você se encontrar apertado sem uma lixeira, irá jogar também, porque 'se todos jogam, um lixo a mais ou a menos vai mudar pouco a realidade', e esse pensamento infeliz vai até o campo da política, afinal, se todos roubam, 'não há tanto pudor para se roubar, porque se você não fizer, outro fará em seu lugar'.

Adoramos inventar 'desculpas' para os nossos erros: o lixo na rua é justificado para 'dar emprego aos garis', o planejamento das aulas sempre estará errado e a educação precisa ser reformada, por isso, se deixa de fazer tantas obrigações e se justifica que 'não vai se submeter a esse método inapropriado', ou diz 'mas eu não tenho tempo, trabalho o dia todo', ou 'eu tenho família, filho' ou ainda 'o primo de meu avô morreu' (há quem 'mate' toda a sua família para tentar prorrogar prazos).

Eu sou brasileiro, e começo a refletir e me conheçer a melhor a partir do momento em que assumo essa 'brasilidade', nos seus aspectos positivos e negativos. Logo, o que eu puder corrigir em mim, corrigirei, sem deixar de lado minha nacionalidade, coisas que aprendemos por 'osmose' e só percebemos se nos prestarmos a uma reflexão mais indagadora. Buscar ser uma 'pessoa melhor' não significa se sobrepro aos outros: é uma vontade que vem de dentro, para melhor sua vida e enxergar o mundo de uma forma mais clara, longe das 'ilusões sociais' que nos prendem a aceitar tudo sem contestar.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Você pode fazer o seu mundo girar

Tudo está em constante mudança no mundo: o conforto hoje deve ser mantido com muita força, pois a comodidade tende a paralisar enquanto tudo ao redor se movimenta. Quem diria que há nove anos Vasco e São Caetano faziam a final do Campeonato Brasileiro e hoje, estão jogando pela Série B! Um dia você pode achar que um sentimento nunca vai morrer, mas percebe que não há 'incondicionalidade', e que a manutenção de tudo que sentimos também tem de vir de fora de nós: não há como ter amizade por alguém que nos despreza, por mais que tentemos abrir os olhos da pessoa em questão com demonstrações de carinho. Há quem diga que a 'amizade é o amor que não morre', mas se não for cuidado, como tudo na vida, pode morrer sim. Tudo na vida está sujeito a perecer se não tivermos cuidado, e além das nossas preocupações, o cuidado tem de ser recíproco.

Na busca por 'viajar em idéias subjetivas', sem dúvida crescemos muito: passamos a enxergar a vida com outros olhos, e até achamos que vale mais a pena viver a vida sem rumo do que tanto planejar. No momento, penso que uma dose de objetividade me faria muito bem, e penso que esse pode ser um novo rumo para o blog: com mais preocupação na parte técnica do jornalismo, meus textos tem de ser expostos, e tenho de ter coragem de divulgar o meu trabalho. O tempo vai passando, estou no 4º semestre de Jornalismo, não tenho tantas certezas sobre o futuro, mas sei que parte dele nos joga a responsabilidade nas nossas ações, e com mais pró-atividade nos mexemos sem sermos levado pelo vento, como um barco a vela sem tripulação. Tentemos fazer o nosso amanhã hoje, essa é a nossa fatia de responsabilidade: o que vier pela frente, podemos chamar de 'destino'.

domingo, 6 de setembro de 2009

Ganhar é bom! Da Argentina? É bom demais!


Bem amigos da GrandeSportS! Fim de semana histórico para o futebol brasileiro! Desde 08 de novembro de 1995 a seleção Canarinha não vence a Alvi-Celeste Argentina na terra do tango! Naquela oportunidade, a partida havia sido um amistoso em Buenos Aires, mas a Argentina é muito mais que a sua capital: ontem pela quarta vez que o clássico é realizado numa cidade do interior da Argentina: 17 de março de 1940, num amistoso em Avellaneda, Los Hermanos aplicaram um 5 a 1 na nossa seleção. 16 de agosto de 1975, eliminamos eles da Copa América, após uma vitória por 1 a 0 em Santa Fe. Na Copa do Mundo de 1978, empatamos sem gols também em Rosário (eles venceram essa copa com direito a uma trapaça histórica na qual, na partida valendo a classificação, o Peru entregou o jogo, perdendo de goleada para a Argentina, que se classificou para a final contra a Holanda).

Se os duelos pelos interiores argentinos já haviam sido realizados em amistoso, Copa América e Copa do Mundo, estava na hora de uma cidade que não Buenos Aires novamente presenciar, após 31 anos, esse clássico, dessa vez pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo, e Rosário foi a escolhida por ter um estádio onde a torcida poderia fazer muita pressão nos adversários. Desde 08 de junho de 2005 não perdemos deles (jogo de Olimpíadas não contam, porque não foram as seleções principais, e sim o sub-23 com a possibilidade de apenas 3 jogadores acima dessa faixa etária).

Nas últimas 8 partidas, foram 5 vitórias do Brasil (3 delas por 3 gols de diferença e em todas marcamos pelo menos 3 gols), 2 empates (1 deles resultou na disputa de pênaltis, na final da Copa América de 2004, em que fomos campeões) e apenas 1 derrota. A última vez que perdemos deles dentro da nossa casa foi num amistoso em 29 de abril de 1998, no Maracanã.

Já estamos classificados para a Copa do Mundo, a Argentina corre perigo, e o ronco da cuíca mais uma vez tem tocado mais alto que o bandoneon do tango. Algo para lamentar? Apenas que o jogo em que irei na 4ª feira, entre Brasil e Chile, não terá a presença de Kaka, Luís Fabiano, Lúcio e Robinho, mas de resto... Ganhar é bom! Da Argentina? É bom demais!

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Jogo da Seleção: EU VOU!


Depois de muita fila, quase 12 horas esperando e ter sido vítima de um dos piores costumes brasileiros (furar fila), consegui meu ingresso, ou melhor, consegui a meia (paguei 50 reais)! Bom, eu dediquei o Domingo todo para a compra do ingresso, eu imaginava que as filas fossem enormes, mas me surpreendeu negativamente a desorganização: as máquinas quebravam e ninguém nos dava satisfação sobre o que estava acontecendo, o sistema saía do ar, os seguranças faziam vista grossa para quem furava fila (e olhe que não tinham poucos seguranças para coibir isso), e de quebra, todos os pontos foram assim. No Salvador Shopping, onde comprei, a venda funcionou no estacionamento, e a parte de cima do shopping, segundo quem subia para fazer lanche, estava muito mais vazia que de costume para um Domingo a tarde. Talvez os carros dos compradores de ingresso tenham tomado boa parte das vagas, e pensando nisso, muita gente deve ter deixado o cineminha de lado no Salvador Shopping.

O preço de 100 reais (lugar mais barato, que é a arquibancada) é uma facada (na internet não há possibilidade de comprar meia, e ainda se paga mais 10 reais pelo frete)! Pior ainda para os chilenos: terão de desembolsar 250 reais por um lugar que não ganha nada em conforto para as arquibancadas comuns. Com a apresentação de documentos oficiais que comprovem a nacionalidade chilena, os conterrâneos de Pablo Neruda são pouquíssimos aqui em Salvador, e como não se pode comprovar documentos pela Internet, apenas o consulado chileno em Salvador vende os ingressos reservados para os adversários do Brasil. Estão disponíveis 2.000 ingressos, mas como nunca vi um chileno em Salvador, e duvido muito que existam aqui patriotas a ponto de desembolsarem 250 reais, acredito que se vierem algumas poucas famílias (todas devem se conhecer) será muito.

Eu sou brasileiro, me sentirei dentro da festa da seleção do meu país dia 9, na minha cidade natal. Já fui a outro jogo da seleção, em 1999 (empate contra a Holanda na Fonte Nova, num amistoso) e apesar da empolgação de ter conseguido o ingresso, fiquei muito chateado com a organização da venda de ingresso e dos meus conterrâneos, que podem alegar que "furam fila para se defender, afinal, se todos furam, não haverá ingressos sobrando para quem não se 'corromper'", afinal, essa é uma forma de corrupção. Se reclamamos de nossos políticos, não enxergamos em nós mesmos as nossas inversões de valor, afinal, muitos dos brasileiros se tivessem no poder fariam o mesmo. Políticos corruptos existem porque o meio é permissivo, e se você age de forma anti-auto-sustentável, está colaborando para a manutenção desse sistema social. Por outro lado, você tem coragem de se arriscar e por exemplo, deixar de comprar um ingresso para seguir a risca as suas crenças? Se não, pense duas vezes antes de criticar os outros. Antes de ser político, é preciso ter noção da sujeira que há dentro de seus bastidores, falar menos é essencial para quem imagina que pode mudar tudo apenas com a força de vontade. Pessoas e grupos podem colaborar para melhorar as coisas, mas não mudam toda uma construção de anos em apenas alguns anos e mandatos. Pense bem no que é pior: nossos políticos, nosso 'meio' (resultado de nossa história) ou nosso povo? Não vou opinar, apenas refletir.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Eu e meu blog

Esse blog é o meu espaço, nele posso falar de tudo que eu quiser, mesmo tendo um conhecimento medíocre para alguns assuntos. Aqui ninguém vai me censurar, e se pelo menos eu não transgredir normas judiciais, esse espaço continuará existindo sem intervenções. Aqui é espaço de pensar diferente, caminhar na contramão do que parece tão óbvio, ao mesmo tempo, analisando o preço que pagarei pelos meus atos, e assim tomo consciência que a rebeldia não pode ser gratuita: é preciso tomar cuidado com as causas, e se preciso, reafirmarei o que já se tornou clichê, se eu achar necessário e produtiva a reafirmação.
Eu descobri que escrevo muito sobre futebol aqui porque é o assunto que tenho mais conhecimento, embora eu não seja nenhum Paulo Vinícius Coelho da ESPN. Na busca por saber mais sobre diversas coisas, uma indagação: sobre o que eu quero saber mais? Será sobre cinema, música, mangás, formação política brasileira...? Se eu pudesse plugar um fio na minha cabeça diretamente ligado a uma máquina, como em Matrix, e com a mesma agilidade desse filme eu pudesse transferir vários conhecimentos para a minha mente, será que valeria a pena? Ou o sabor do conhecimento vem da apreciação lenta como num bom vinho, na descoberta de mudar um olhar para algo até então desconhecido? A descoberta pelo conhecimento não pode ser tão 'automática', o conhecimento não vem até nós, nós é que o descobrimos, o desvendamos, damos a nossa cara ao que absorvemos. Um bom prato não pode ser feito rapidamente como os ordinários hamburguers da Mc'Donalds: deve ser cuidadosamente preparado por um Chef que estudou alta gastronomia, e não engenharia química a fim de se desenvolver corantes e conservantes.
Portanto, a credibilidade do blog corre o risco na medida em que eu ouso falar do que conheço pouco, ou que eu julgo conhecer o suficiente para merecer uma postagem na rede mundial de computadores, para todo o mundo ver e julgar. Eu nunca saberei de tudo, e isso não me inibirá ao ponto de deixar de escrever algo por não ser especialista: posso ser palpiteiro as vezes, estou sujeito a críticas, mas meus princípios são o limite que não me deixa passar por algumas barreiras. Não se trata de um muro alto, mas uma barreira da qual não conseguiria ir além: todos nós sabemos até onde podemos ir, isso nos diferencia, pois se todos julgassem poder tudo, seríamos iguais numa 'loucura permissiva' que nos levaria a algum lugar inimaginável, melhor ou pior é questão de experimentar, e prefiro manter minha conduta sem essa experiência, mesmo sabendo que os limites me prendem e nem todos foram escolhidos por mim: não sei porque sou assim, mas sei que assim serei eu nesse blog, limitado em alguns assuntos e mais limitado ainda em outros, afinal, todos temos limitações.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Os Super Atletas Volume II

Abaixo, imagem, seleção de vídeos e texto de Theo Almeida, grande amigo meu que me ajudou a desenvolver notícias de esporte especialmente na época do fotolog:

Os Super Atletas Volume II


Há um ano atrás, nas Olimpíadas de Pequim, três atletas destoaram, sobraram nas provas em que disputaram. Michael Phelps, Usain Bolt e Yelena Isinbayeva são heróis olímpicos, humanos que receberam a graça dos deuses gregos de terem uma mínima parte do poder divino.
Devido a isso, esses super-heróis vivem dilemas em suas vidas. “Grande poderes trazem grandes responsabilidades” já diria o tio de Peter Parker, Ben Parker. Grandes poderes também trazem grandes cobranças.

Após se tornar o maior atleta olímpico (8 ouros em 8 provas disputadas em Pequim), Phelps viu sua imagem de mocinho da história virar fumaça. Fumaça essa que poderia ser advinda de um cigarrinho, de um cachimbo, ou de um baseado de um jovem comum (que não tem super-poderes). A foto de Phelps fumando maconha proporcionou aos jornais (tradicionalmente “pentelhadores” dos super-heróis) orgasmos e mais orgasmos. Isso foi um golpe baixo no rapaz. Seu contrato com Kellogg’s não foi renovado.
Quem esperava ver uma evolução de Phelps dentro das piscinas ficou decepcionado. O começo do mundial de esportes aquático foi frustrante. Phelps reconheceu que nadou muito mal no revezamento 4x100. Nos 200 metros livre, foi batido pelo alemão Biederman. Nos 200 metros borboleta venceu fácil, com recorde mundial. Mas ainda parecia pouco. A prova dos 100 metros borboleta viria para redimir o herói. Foi criada uma grande expectativa para a realização dessa modalidade, muito em conta da rivalidade Phelps x Cavic. Cavic, pra quem não lembra, é o sérvio chorão e amarelão (o Botafogo das piscinas), aquele que perdeu para Phelps pela diferença de um centésimo de segundo. O sérvio nada com um maiô tido como superior ao de Phelps, ele ainda provocou dizendo que poderia comprar um igual ao dele para o americano. Quem fala o que quer, não nada o que não pode. Foi uma batalha épica, e o vilão como sempre foi derrotado.

Yelena Isinbayeva teve um desempenho no mundial de atletismo em Berlim totalmente diferente do alcançado em Pequim. Após deixar as rivais para trás e praticamente garantir a medalha nos primeiros saltos, a musa dos olhos azuis quis premiar a platéia presente no Ninho de Pássaros com mais um recorde mundial acima dos 5 metros. Na Alemanha, tinha um sarrafo de 4,80m no meio do caminho, no meio do caminho tinha um sarrafo de 4,80m. A russa errou todas as tentativas e ficou sem medalha. Após ganhar o ouro olímpico, Isinbayeva foi entrevistada por um repórter da Globo que a perguntou qual era o limite dela, e ela respondeu “o céu, talvez”. Após seu fracasso, novamente um repórter da Globo, que dessa vez consolou-a: “você é humana”.

Usain Bolt, de todos foi o que conseguiu deixar o mundo mais perplexo. Conseguiu baixar seu próprio recorde mundial em 11 centésimos de segundo (9s69 para 9s58). A façanha do jamaicano nos faz revisar todos os cálculos já feitos antes sobre o limite do ser humano nessa prova. Até onde o homem é capaz? E até onde Bolt é capaz? Vejam bem, são duas perguntas distintas.(por Theo Almeida)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Por trás dos símbolos, significados

Tem muitos pensamentos que tenho que por oras tenho vontade de organiza-los, por outras, acho que a organização é uma 'mania na qual todos somos contagiados'. Nós gostamos de catalogar músicas por gênero, e embora o rótulo não devesse qualificar a qualidade, acaba destinguindo tribos, tribos essas que de alguma forma 'se fecham' como um seleto condomínio com guarita: a exemplo de metaleiros que se recusam a apreciar a beleza de uma melodia tocada apenas por flauta, ou um fã de Hip-Hop que se prende apenas as músicas com conteúdos de protesto.

Se 'fechar' é uma medida na qual a sua energia ficará canalizada nas suas escolhas, e ninguém pode escolher tudo: existem infinidades de coisas no universo. Mas a exemplo da música, que flui pelos cantos da cidade como o vento que bate nas folhas, o preconceito musical faz grandes oportunidades serem perdidas, músicas essas que, como um pouco mais de paciência, poderiam até encantar ouvidos desacostumados com essas melodias. Ninguém é tão permissivo a tudo, a questão é: as músicas são mais que um conjunto de acordes. A música iunfluencia no modo de se vestir, no comportamento, nas amizades e nos lugares em que se frequenta.

Talvez estudos de Semiótica possam ajudar a compreender melhor o poder que a música exerce na formação de grupos sociais. Por um lado, seria interessante que o mundo não 'reconhecesse barreiras', por outro, o ser humano se torna seletivo para buscar usufruir o que acha melhor para ele (ja que não se pode usufruir de tudo). Portanto que as barreiras não censurem ou deixem oportunidades válidas acontecerem, elas são dignas, caso o contrário, devem ser revistas. Se cada um tem o seu muro, a semiótica busca entender todas as suas delimitações a fim de descobrir as reais motivações que levam cada significação ser tão forte nas sociedades contemporâneas.

Pelo menos, é essa a minha expectativa para a matéria Semiótica na faculdade. Posso estar enganado, posso carregar um conjunto de símbolos distorcidos da realidade, e não há maneira melhor de descobrir a realidade do que com as vivências. Portanto, longe dos achismos, intuições e perspectivas baseadas no senso comum, o bom jornalista busca descobrir a verdade indo ao fato, e não imaginando como ele seria ou será. Boas reflexões para todos.


O que você pensa quando vê essa bandeira? Você sabia que no Brasil, o artigo 20 da lei 7.716 de 1989 trata como crime "§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo."? Óbvio, eu coloquei essa bandeira porque estou falando de Semiótica e quis dar um exemplo forte (logo, eu passo longe de simpatizar com o nazismo) , mas se acompanhado dessa bandeira eu colocasse uma frase de apologia a doutrina representada por esse símbolo, eu poderia pegar de 2 a 5 anos de prisão, além de multa. Isso não aconteceria se eu colocasse a bandeira da Alemanha ao lado de uma frase de Hitler: A Suástica já é um símbolo carregado de significados, faz até hoje muita gente sentir arrepios, pois por traz de um desenho inspirado em antigos símbolos orientais, há uma história de muito sofrimento diretamente ligada a essa bandeira. Portanto, por mais que alguém ache o fundo vermelho, acompanhado de um círculo branco e uma Suástica no meio bonita, andar por aí com algo que remeta a essa bandeira é extremamente perigoso, por mais que tal pessoa 'não saiba da sua história' (o que é difícil). Pense nisso. ;)

Convites surpreendentes

Bom, eu discordo que 'Agosto seja o mês do desgosto', e tenho motivos: tenho dado muita sorte e fui a dois dos grandes eventos que aconteceram em minha cidade, e de graça!

Para começar, no dia 8 fui ao treino da Stock Car: há menos de uma hora de chegar no CAB (onde foi realizada a prova) eu não tinha a mínima noção de que ganharia um convite! Não fui na corrida no Domingo, mas ter ido ao treino matou minha vontade.

Ontem a noite eu também não imaginava que iria ao Cirque de Soleil. Até comentei no blog de Sílvio sobre o assunto: "Eu ainda penso em ir se tiver ingressos, mas de qualquer forma, não encontrar ingressos tem um aspecto positivo: é sinal que estão esgotados, e com um público presente, existem mais possibilidades de o Cirque Du Soleil voltar a Salvador. Até porque pessoas de estados próximos vem a Salvador ver esse grande espetáculo, bem descrito por esse texto." Eu estava com muita vontade de ir a esses dois eventos, e fui de graça! Bom, não sei até quando vai durar essa 'maré de sorte'.

Mais do que vi um espetáculo lindo: fiquei no setor com mais mordomias! Chamado de 'Tapis Rouge' (Tapete Vermelho, em francês) lá se tinha direito a tudo: comida, bebida, sofá, joguinhos virtuais temáticos, e de quebra brindes: o roteiro do espetáculo 'Quidam' (que nas lojas custa 15 reais) e um CD de músicas do espetáculo. Juntei essas coisas e fotografei, foram minhas recordações do espetáculo, mas vale lembrar: as melhores recordações estão na memória! Não levei máquina fotográfica para ambos os eventos, tirei fotos do celular, e muitas delas não saíram bem, ficaram escuras, mas também penso que fiquei mais confortável sem me preocupar com uma máquina na mão. Pelo menos, algumas fotos ficaram como registro. Próximo evento grande? Quero ir ao jogo do Brasil, em Pituaçu, no começo de Setembro. Assim que começar a vender garantirei meu ingresso. Comentarei mais sobre o Cirque Du Soleil depois.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Não tente abraçar o mundo...

Seus braços são pequenos demais para tanto

O mundo está aí cheio de conflitos: mercado de trabalho competitivo, preconceitos e países inventando guerras para defender seus interesses. Você se acha justo, certo? Mas se acha forte o suficiente para defender todas as causas que ache justa? Você tem energia o suficiente para 'matar um leão' todos os dias? Se vivêssemos de defender causas justas, não faríamos mais nada na vida a não ser defender tais causas: devemos selecionar, escolher pelo que lutaremos, e as prioridades, lógico, mexem com o seu aspecto pessoal, com o seu dia a dia e com os seus interesses.

Dessa forma, por exemplo, não faz o mesmo sentido um branco abraçar a causa negra do que um negro, que sente a descriminação de fato: não tem haver com racismo do branco que não abraçar a causa, mas certamente em outros aspectos ele precisará lutar por algo que valha mais a pena e modifique a sua vida, e não a de outras pessoas (e quantas pessoas precisam de ajuda?). Pode-se apoiar de certa forma, ouvir hip-hop, conhecer o movimento, mas o que nos faz lutar todos os dias é a necessidade de sobrevivência, e a não ser que se tenha um parente negro ou de certa forma algo em sua vida recebeu certa influência (o melhor amigo de infância negro ter sido morto por um policial, ou a namorada ser negra e sentir o peso do preconceito todos os dias), não é apenas o senso de justiça que nos mobiliza, pois existem muitas causas nobres que buscam melhorar a vida de: crianças excepcionais, índios, aidéticos, homossexuais, dependentes químicos, muçulmanos, desabrigados em zonas de conflito, presidiários, sindicato dos operários... Há muitas pessoas do mundo que precisam de ajuda e que por algum motivo são descriminadas e sofrem por condições precárias de tratamento, o que te sensibilizar mais fará você agir, mas além de tentar melhorar o mundo, você tem que ter tempo para trabalhar, se divertir, estudar e etc.

No futebol, sempre quando olho para a zona de rebaixamento dos campeonatos, eu penso no quanto tantas pessoas perderão além dos times: quando a Bahia não tinha times na Primeira e Segunda divisão do Campeonato Brasileiro, em 2006, menos jogos foram realizados (e menos verba de tv e anunciantes era ganha), menos ambulantes puderam vender seus produtos para torcedores, menor era a folha salarial das equipes, menos dinheiro se tinha para formar equipes que pudessem tirar o futebol baiano do buraco, que trazia prejuízos financeiros e emocionais. Atualmente, a zona de rebaixamento da Série B conta com Campinense, ABC, Juventude e Fortaleza. Fico pensando nos paraibanos, que mesmo com a equipe lanterna da competição, vibram felizes a cada gol do Campinense, e sua cidade, Campina Grande, por um ano deve ter vivido uma grande festa: a festa da Série B! E se o Juventude cair? Caxias de Sul tem duas equipes que sempre duelaram as equipes da capital Porto Alegre como guerreiros: o orgulho dessa cidade gaúcha está em Juventude e Caxias, e pela primeira vez em muitos anos, essa cidade pode ficar sem representantes nas duas primeiras divisões do Brasileirão.

Indo para a série A: as duas equipes de Pernambuco estão na zona de rebaixamento! Recife perderá muito dinheiro e alegria se ao final do campeonato essas equipes descerem. E o Santo André, orgulho da cidade? Está certo que nesse município a maioria das pessoas torcem para outros times, como São Paulo, Palmeiras e Corinthians, mas receber as melhores equipes do Brasil certamente não está fazendo mal para essa cidade do ABC paulista, e quem é de lá poderá defender seus interesses freqüentando e vibrando com a equipe do Ramalhão, no Estádio Bruno José Daniel.

Para cada 20 equipes da Série A e 20 da Série B eu conseguirei enxergar danos que tantas pessoas sofrerão se suas equipes caírem, mas 4 equipes tem de cair, e portanto que não seja a minha (O Bahia, que está beirando a zona do rebaixamento na Série B), está tudo certo! Mas tenho minhas preferências: eu não gosto quando equipes nordestinas caem (torço a favor de minha região, embora como bom rival, eu não goste quando especificamente o Vitória vence), acho que o Centro-Oeste tem que ter representante na Série A e desafiar as outras regiões mais poderosas (por isso gosto de ver o Goiás lutando pelo título), quando fui a São Paulo no meio do ano fiquei na casa de uma família são paulina, e por isso quero ver essa equipe na zona de Libertadores. Prefiro que caiam quatro equipes grandes para a Segundona do ano que vem: seria muito gostoso ver Fluminense, Botafogo, Cruzeiro e Santos experimentando o que o Vasco está sofrendo na Série B!

Nossas crenças determinam pelo que lutamos, e não podemos lutar por tudo: lutamos pelo que nos marcamos.

domingo, 16 de agosto de 2009

Um testemunho

Texto escrito por Sílvio Benevides, meu amigo e meu professor de Sociologia e Comunicação e Política

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Embora seja um tema bastante recorrente nos meios de comunicação, falar dos benefícios que o esporte proporciona à saúde nunca é demais. A atividade física regular bem orientada é uma prática saudável não apenas do ponto de vista físico, mas também do ponto de vista psicológico. Evitarei tratar do tema aqui referido sob o enfoque da medicina, uma vez que não estou habilitado para enveredar por essa trilha. Entretanto, acredito poder dar um testemunho sobre os benefícios que a prática esportiva trouxe ao meu bem-estar psicológico.



Ouvia, com freqüência, profissionais da área médica falarem que os maiores inimigos do coração são o fumo e o sedentarismo. Como não fumo, decidi deixar de levar uma vida sedentária a fim de não fazer parte de uma horrível estatística: as doenças do coração são as que mais matam na minha família. Escolhi a natação para mudar meus hábitos porque adoro água.



Nos primeiros meses de natação tive muitas dificuldades, pois meu condicionamento físico era péssimo. Para completar um percurso de vinte e cinco metros, por exemplo, eu necessitava descansar a cada cinco. As dificuldades iniciais, porém, foram encaradas por mim como um desafio. Era preciso superar meus limites.



De tanto insistir nesse propósito, acabei conseguindo atingi-lo. Primeiro venci os vinte e cinco metros, depois os cinqüenta, os cem, os quinhentos e hoje posso me considerar em forma. Mas a prática esportiva regular não me deu apenas uma boa forma física. Ao superar meus limites dentro da piscina, acabei por superá-los também fora dela. Depois que comecei a nadar, senti que minha auto-estima se fortaleceu. Antes ela não conseguia resistir a mais frágil brisa, hoje se mantém em pé até mesmo diante de um furacão.



Quando percebemos através do esporte que somos capazes de superar nossos limites, não se trata de uma percepção despertada pelo incentivo de terceiros. Sentimos isso no próprio corpo. São nossos poros, nossas células, nosso sangue, a pulsação do nosso coração que nos diz que nossos limites podem sim ser superados. As mudanças físicas que ocorrem conosco são palpáveis, concretas.



Hoje consigo entender o que grandes atletas, como Pelé e Oscar Schmidt, por exemplo, querem dizer quando afirmam que o esporte pode ser um instrumento eficaz no processo de re-socialização de crianças de rua e menores infratores. O esporte trabalha a auto-estima do atleta porque tê-la em alta é fundamental para alcançar a vitória. Ajuda a controlar a agressividade, pois toda essa energia é canalizada para atingir um objetivo seja ele vencer um adversário ou a si mesmo.



O esporte não é apenas um instrumento de bem-estar físico e psicológico. É também um instrumento de bem-estar social, pois promove a disciplina, o respeito, a tolerância e a integração, além de ensinar àquele que o pratica a ser perseverante e resistente diante das dificuldades. A soma de todos esses fatores pode perfeitamente resultar em cidadania, que rima com democracia. Educação e esporte são, sem dúvida, a cura para nossas mais graves e crônicas doenças sociais. O Brasil precisa urgentemente compreender isso e passar a investir com seriedade nessas áreas (por Sílvio Benevides).

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Que carpaccio!


"Estou dando corpo a minha reportagem, mas muitas coisas atrasam meu processo, como contatos que não atendem", confirmou o repórter Lucas Franco em sua página na rede social Twitter. A pauta para a 'reportagem do ano' tem previsão para sair ainda hoje.

É assim que as pessoas importantes são noticiadas: "Fulano lançou sua página na popular rede social Twitter", "Sicrano disse no Twitter que não vai mais esperar pela reforma", "Beltrano expõe indignação pelo Twitter". Acho o Twitter uma ferramenta sensacional para quem é 'celebridade': é a chance de deixar claro sua versão de cada fato, em um formato que não dá 'preguiça de escrever' como o blog, podendo até serem textos pequenos, afinal, tudo no Twitter parece ser pequeno: o seu servidor só cabe a foto inicial, nada de comunidades ou 'perfis bíblicos', e sim 'seguidores', nos quais você acompanha os seus passos pela sua própria página (não precisa ficar olhando página por página o que as pessoas de seu interesse estão escrevendo), e só escreve recado para você quem você autorizar (logo, as celebridades não serão molestadas covardemente) além do que, para olhar suas páginas não precisa ter conta no Twitter: está aberto a todos, embora ter Twitter traz a vantagem de poder seguir pessoas que você busca acompanhar passo a passo. Eu não sou um 'nome importante para a sociedade', mas o Twitter é mais uma das minhas ferramentas de trabalho e conexão com o mundo.

Bom, mas não era sobre o Twitter que eu queria escrever aqui nesse fatigante diário (fique tranqüilo blog, eu não te abandonarei, não fique com ciúmes, hehe, estamos juntos há mais de dois anos), e sim um desabafo quanto ao desgastante trabalho de coletor de informações (não necessariamente de jornalista, coletar informações é um exercício em que não se precisa de diploma -aliás, exercer jornalismo também não precisa-, pode ser feito por um juiz que busca nos seus livros que sentenças aplicar, ou um detetive que vai juntando indícios para descobrir quem cometeu o crime).

Minha reportagem é sobre o crescimento urbano de Salvador, mas para falar a verdade, seu 'centro está desconcentrado': eu sei o que quero, mas não consigo me organizar, quero fazer algo revelador, que ensine algo para as pessoas que ouvirem minha reportagem (será em áudio), e que me ensine também, por isso não escolhi nada relacionado a futebol, porque quero aprender com o que pesquisarei, mas vários obstáculos estão resistindo até na criação da pauta: para começar, eu tenho que saber mais sobre o assunto, só que mais interessante que ler jornais é conversar com as pessoas sobre, e essa reflexão me fez crescer. Várias coisas tem me feito refletir, como o que disse o diretor de Redação do jornal Zero Hora (de Porto Alegre): "Na hora em que o jornal conseguir dar mais peso para a mudança de mão de uma rua do que dá para uma sonolenta reforma ministerial, mais se tornará imprescindível na vida do leitor". Logo, é importante "observar como é o dia das pessoas, o que comem, quais são as preocupações em relação a carboidratos, proteínas, se engorda ou não, quanto paga pelo almoço, se as condições de higiene do restaurante são satisfatórias ou não, quanto dá de gorjeta para o manobrista etc. Como é o final do dia? Como é a conversa com o filho? Quais são as preocupações dos pais (com mensalidade escolar, assalto, cenas de sexo na televisão etc.)? Tudo que faz parte da vida da chamada 'família brasileira' deve estar retratado na pauta".

Eu estava projetado uma pauta muito fora de realidade, e sinceramente, os jornais impressos não conseguem transmitir com tanta fidelidade a realidade das pessoas, logo, mais importante do que le jornais ou procurar livros que falem sobre o crescimento urbano de Salvador é conversar com pessoas que moram aqui, como eu, a respeito. Vi num livro uma instrução: "Evite pautas do tipo: 'o governo vai anunciar'. Em vez disso, procure ficar atento para o que está realmente acontecendo. Em lugar de entrevistar o secretário de Segurança Pública, prefira ver como a polícia está trabalhando. Em vez de só ouvir o que o prefeito promete fazer para solucionar o problema das enchentes, dirija-se para os locais que alagam, fale com os moradores, veja o que de fato foi feito. Cobrir o que as autoridades prometem é reflexo da falta de um jornalismo mais atento"

Esses têm sido meus melhores ensinamentos em rádio: o rádio é um grande companheiro, fiel a nossa realidade (diferente do impresso), nos acompanha no carro, no auto-falante de uma barraca de praia, levamos ele para aonde quiser (no caso dos portáteis), e por isso, mais do que focar em referências para se falar: vou conversar mais e mais com as pessoas perto de mim sobre o assunto!

Vou ser criativo para driblar algumas dificuldades, e espero colocar aqui minha reportagem em áudio, lembrando que não existem apenas modelos prontos para ganharem corpo: podemos criar novos modelos, novas formas de se fazer um texto, que vai variando de reportagem para reportagem, por isso, farei um misto interessante de 'frios' números estatísticos com o 'calor' das declarações de quem conhece a realidade, quem a vive, quem a sente. Espero ser um bom jornalista, e acima de tudo, um bom coletor de informação, pois para mim não há 'fim de expediente': enquanto meus ouvidos puderem ouvir, estarei apurando coisas, que podem potencialmente gerar matérias, e estarei atento até para as mais banais conversas, pois jornalismo faz parte disso aqui, do mundo real, do mundo em que sentimos sensações e emoções, e não 'apenas' dos bastidores do poder.


Fonte: Rádio: 24 horas de jornalismo, de Marcelo Parada -1961.
*Partes em Itálico foram trechos do livro.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Eu estou no Twitter!


Para ampliar o meu 'alcance midiático', eu estou me jogando em novas mídias, assim me cadastrei no Last Fm, Flickr, Picasa e agora, no Twitter, a nova febre do momento. Ainda estou me familiarizando com a coisa, mas ja sei a sua principal função: divulgar para o mundo o que você tem feito, para que as pessoas que tenham interesse fiquem sabendo. Quem quiser ver meu perfil, aqui está o link: http://twitter.com/lucasfranco88

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A Voz do Campeão


Esse será o nome do espetáculo que estréia 18 de Setembro nos teatros de Salvador, e que tem como tema a paixão pelo Esporte Clube Bahia, um das equipes de futebol de maior torcida do Brasil. Será a primeira vez que um time de futebol tem sua história transformada em dramaturgia e encenada no teatro. Além de inédita, a peça vem para somar com uma série de fatos extra-campo a fim de injetar ânimo nos torcedores: o site da time está moderno, tem seção de vídeos feita pela própria equipe da Assessoria de Comunicação, Loja virtual e produtos dos mais diversos. Está certo que outras equipes grandes começaram mais cedo a trabalhar seu marketing dessa forma, mas o que mais trouxe esperança para o torcedor tricolor foi a re-inauguração do Estádio de Pituaçu: sem a Fonte Nova, a equipe mandava os seus jogos longe da torcida, em Feira de Santana.

O espetáculo A Voz do Campeão será um monólogo incorporado por Narcival Rubens. O ator fez sua pesquisa para criação de seu personagem no Estádio de Pituaçu, como na imagem ao abaixo. A equipe conta também com:
Texto: João Alfredo Reis
Direção: Edvard Passos
Elenco: Narcival Rubens
Iluminação: Fernanda Paquelet
Cenário: Rodrigo Frota
Assistência de direção: Ailton Oliveira Divino
Produção: Bruno Morais - Borderaux
Marketing: Catarina Ribeiro
Registro Fotográfico: Manuel Sá Jr.

Torcedor tricolor e amantes da arte independente do time de coração, esse é um espetáculo imperdível: a história do Esporte Clube Bahia se mistura a do próprio estado, de seu povo e de suas conquistas!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Sergipe

"[...]Cansado da dependência
Com a província maior,
Sergipe ardente procura
Um bem mais consolador.
[...]
Mandemos porém ao longe
Essa espécie de rancor;
Que inda hoje alguém conserva
Aos da província maior.[...]"


Esses são trechos do Hino do estado de Sergipe. A província maior não pode ser outra: a Bahia, que apesar de não ter o status de metrópole (que era Portugal), de certa forma oprimia regiões que buscavam autonomia. Até hoje, há baianos que se referem a Sergipe como 'nosso quintal'. Posturas arrogantes como essa não estão correlacionadas com a discriminação que os baianos sofrem no Sudeste, mas certamente pode nos fazer refletir, pois a mínima piada pode surtir um efeito devastador para quem é a vítima, logo, antes de exigir respeito, respeite.

O futebol em Sergipe tem sérias dificuldades para se desenvolver: para começar, a falta de engajamento da população com o futebol local. O Flamengo tem a maior torcida, e com exceção dos tradicionais Sergipe e Confiança (de Aracaju) e Itabaiana (da cidade de mesmo nome) todas as equipes estão fadadas a falência: a maioria das equipes que disputaram alguma edição do estadual por algum momento encerraram as suas atividades, é o exemplo do Olímpico Pirambu, que ascendeu com o título da 2ª divisão em 2005, o título sergipano em 2006 e a classificação para a Copa do Brasil do ano seguinte, quando deu trabalho para o Corinthians: desde seu rebaixamento em 2008, o time deixou de existir, e não tem data para voltar. Os patrocínios se resumem a empresas que atuam exclusivamente na região, tais como:
Banese (Banco do Estado de Sergipe)
Torre Empreendimentos (empresa privada de limpeza urbana)
Plamed (Centro Médico e Odontológico, atua em Aracaju e Carmópolis)
Alldoc (gráfica)
UNIT (Universidade Tiradentes, não atua fora do estado)

Mesmo juntando forças, essas marcas não conseguem captar recursos suficientes para fazer as equipes do estado subirem de patamar: numa época em que o campeonato brasileiro era 'mais democrático', com a participação de mais de 50 times, os sergipanos conseguiam estar na 'inchada elite do futebol nacional' que, ao se enxugar, dá oportunidade para poucos, e esses poucos são os escolhidos pelos brasileiros que não tem em sua região uma equipe competitiva: não é a toa que o Flamengo, com todos os seus jogos transmitidos pela Globo ao longo do século passado, até hoje compõe a maior torcida do Brasil. O que fazer para melhorar esse quadro? Algumas atitudes tem sido tomadas, e todas elas, lógica, tem sido criticadas pela Globo, a começar, pelas de torcidas do Vitória e Sport que, em dia de jogo contra o Flamengo, escreveram uma faixa apontando para os flamenguistas (muitos deles nordestinos) com a descrição 'vergonha do Nordeste'.

Medidas como essa podem ser até consideradas 'radicais', mas eu me pergunto: não é momento de conscientizar? Não vejo outra alternativa a não ser tentar 'chocar' as pessoas, assim como Hélio dos Anjos, técnico do Goiás, 'chocou' a muitos com a crítica que fez aos torcedores goianos do Flamengo.

Mesmo sem ter conquistado o estadual em 2001, nesse ano o Clube Sportivo Sergipe obteve vaga para a disputa da 2ª divisão do campeonato brasileiro, porém, desceu naquele ano. Ano passado, por muito pouco o Confiança não chegou a Série B para 2009, e Domingo passado, os azuis de Aracaju foram rebaixados para a série D! Não há perspectiva de melhora se atitudes não forem tomadas, e acredito que o futebol pode ser um instrumento de valorização do sergipano, a fim de mostrar seu potencial nos gramados e orgulhar seu povo: Clodoaldo, titular do Brasil na copa de 70, nasceu em Aracaju, mas no geral, o estado produz poucos jogadores de alto nível, e um fortalecimento nos clubes pode ajudar esse quadro a mudar. Força sergipanos!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Rumos do futebol baiano


Bahia: um estado unificado de múltiplas culturas. Arriscaria-me dizer que se o Brasil tem dimensões continentais, a Bahia tem dimensões nacionais. Salvador não pode resumir esse que é o 4º maior estado territorialmente do país: Ilhéus e Porto Seguro já foram capitanias hereditárias (se agregando a então capitania hereditária Bahia de Todos os Santos quando nosso território passou a ser dividido em estados).

Foi de Ilhéus que em 2006, surgiu uma destemida equipe que levou o caneco do Campeonato Baiano de Futebol para a terra do cacau: se Bahia e Vitória (as principais forças do estado) estavam na 3ª divisão, o Colo colo se encontrava em ascensão, apenas parada com a venda de seus principais jogadores após o título. Além dos Tigres do sul do estado, levaram também a taça para o interior o Fluminense de Feira (1963 e 69) e o Palmeiras do Nordeste (em 2002, ano que Bahia e Vitória não disputaram o estadual para dar prioridade ao Campeonato do Nordeste), ambas da cidade de Feira de Santana. Ambas as equipes se encontram na elite do futebol baiano: o Fluminense com a sua forte identidade pintando suas cores no estádio da prefeitura, o Jóia da Princesa, enquanto o Palmeiras do Nordeste hoje se chama Feirense, e não conta mais com as cores do ex-chará paulista, e sim com o vermelho e branco.

Feira de Santana terá no próximo ano mais uma equipe na 1ª divisão do Baianão: o Bahia de Feira, campeão da 2ª divisão em 2009. Pela primeira vez na história, Feira de Santana terá mais equipes que Salvador na 1ª divisão: a capital contava com o Galícia para subir esse ano, e mais uma vez o clube da colônia espanhola ficou no meio do caminho no acesso. Se o futebol baiano nasceu em Salvador, com Zuza Ferreira, e se desenvolveu principalmente na parte Sul da cidade (da Barra nasceu o Vitória, e da fusão entre dois clubes, o Baiano de Tênis - Canela - e a Associação Atlética da Bahia - Barra - nasceu o Bahia), hoje ambos jogam muito longe de suas origens: o Vitória treina e joga na Canabrava (onde fica localizado o Barradão, próximo a Avenida Paralela) e o Bahia treina em Itinga (no município de Lauro de Freitas) e joga no Pituaçu (na Avenida Pinto de Aguiar, que é uma das ligações da Orla com a Avenida Paralela). Times como Ypiranga, Leônico, Botafogo e etc não existem mais, e as equipes do interior tem predominado na quantidade de equipes (embora os títulos ainda se concentrem na capital).

A Bahia encontra dificuldade em organizar o seu futebol: os estaduais ainda existem, para a felicidade das populações interioranas, que podem contar com equipes grandes como Bahia e Vitória em suas cidades, mas já se pensou em extinguir o estadual a fim de se organizar uma liga do Nordeste (seria mais rentável para a dupla BAVi e acarretaria numa crise sem precedentes em equipes como Camaçari, Itabuna, Conquista e etc, já que não caberiam todas as 12 equipes que hoje disputam o Baianão numa nova competição com a participação de mais sete estados). Esporadicamente equipes do interior disputam a Copa do Brasil (apenas Camaçari e Fluminense conseguiram passar da 1ª fase) e na história da Série C (hoje Série D) as equipes baianas não obtiveram muito sucesso. Em suma, o calendário é apertado, e na tentativa de aumentar a renda do futebol brasileiro (concentrada principalmente em São Paulo), a Liga brasileira de pontos corridos é excelente para as 20 equipes que se encontram na Série A (e não é mal negócio para as outras 20 da Série B, que tem seus jogos transmitidos): é certeza de bilheteria e mais injeção de dinheiro das televisões, mas sufoca outras competições, e os estaduais tendem a desaparecer (aliás, só existem porque o Paulistão ainda é um excelente negócio, e com a existência desse se mantém os outros 26). A Copa do Brasil ajuda a diminuir os prejuízos das micro-equipes (muitas equipes do Brasil que receberem o Flamengo no torneio terão um caixa de bilheteria suficiente para pagar a folha salarial da equipe por alguns meses, e se não forem eliminadas no jogo de ida, ainda podem proporcionar aos seus jogadores uma viajem para a Cidade Maravilhosa, o que não será bom para o Flamengo, que irá perder dinheiro e tempo de preparação para outras competições com essa partida de volta). As Federações estaduais também se esforçam: criam competições alternativas para 'encher lingüiça' no calendário, a fim de equipes pequenas não se licenciarem ou encerrarem suas atividades.

Difícil o destino do futebol brasileiro, tentamos nos aproximar dos europeus, para pelo menos segurar grandes jogadores, mas o custo de ver um Palmeiras ou Internacional com mega-equipes de nível 'galático' custa muito caro para os mais modestos. Sou a favor da volta dos Campeonatos Brasileiros com finais e da volta dos Campeonatos Regionais sem extinguir os Estaduais, afinal, essa é a cara do futebol brasileiro!

Síndrome de Charizard

"Derrotar os grandes e menosprezar os pequenos", essa parece ser a sina do Bahia: após ganhar do Vasco no sábado, o Esquadrão de Aço empatou com o Juventude ontem em casa! O Pokemon de fogo não fazia diferente: dava o seu máximo nos desafios que exigiam o seu potencial máximo e 'cochilava' ao enfrentar Pokemons 'inexpressivos'.



Não é preciso conhecer tanto de futebol para se ter uma pequena noção da grandeza do Esporte Clube Bahia: primeiro time brasileiro a disputar a Libertadores da América, está entre os treze fundadores do Clube dos 13 e ajudou o futebol do seu Estado a evoluir, na medida em que com o seu declínio, congelou a ascensão regional. Dois títulos e dois vices nacionais (Brasileirão de 88, Taça do Brasil em 59, vice da Taça do Brasil em 61 e 63), 31 participações em Campeonatos Brasileiros da Série A - com direito a título em 88 e Charles como artilheiro em 90 -, não temos menos grandeza que Atlético Mineiro (um título nacional), Fluminense (dois títulos nacionais de ponta, uma Taça Roberto Gomes Pedrosa e um Campeonato Brasileiro), Botafogo (dois títulos nacionais, uma Taça do Brasil e um Campeonato Brasileiro). Porém, estamos na pior década da nossa história.

Enfrentamos o tradicional Vasco da Gama no sábado e mostramos o nosso valor, mas ao enfrentar o modesto Juventude ontem, empatamos, com direito a sofrer dois gols de dois ex-jogadores do rival Vitória. Charizard teimava seu mestre Ash, escolhia suas próprias prioridades: lutar contra 'quem merecia a sua preocupação'. Ou seja, lutava como um valente Pokemon nas difíceis batalhas e se recusava a lutar contra pequenos desafios.

Sem conquistar um estadual há oito anos, longe da série A do Brasileirão há 6, vivemos momentos de dificuldade, mas a grandeza está justamente na fidelidade da torcida: em 2007, mesmo na Série C, fomos o time que mais lotou estádio no Brasil! Imagine um timaço: poderíamos bater até recordes internacionais! Claro, jogamos ontem num estádio menor (Pituaçu - 32.400 é a capacidade máxima) e o preço de 30 reais pela entrada (fora os 10 de estacionamento e 5 reais para fazer um lanchinho no mínimo 'enganador') afasta muita gente, e mesmo assim a torcida tem comparecido (embora menos que nos tempos da Fonte Nova com o programa fiscal Sua nota é um show).

Mas a torcida do Vitória não deveria ter motivos para provocações: o jejum dos rubro-negros foram de 44 anos sem títulos estaduais! A primeira partida de futebol da história do futebol baiano foi protagonizada pelo Vitória em 1901, que venceu uma equipe de marinheiros ingleses ancorados no porto. O placar de 3 a 2 foi a primeira vitória do futebol no estado, e com a estréia no profissional em 1903, veio mais uma vitória, dessa vez contra o São Paulo-Bahia (equipe da colônia paulista em Salvador). Mas aí quando as coisas começaram a valer título, os 'Leões da Barra' mostraram não ter vocação para tal, vencendo pela primeira vez o Campeonato Baiano na sua 4ª edição, em 1908 (enquanto o Bahia nem havia nascido). Após vencer 1909, amargurou o jejum de 44 anos sem títulos, enquanto o Esporte Clube Bahia, logo no ano de sua fundação, 1931, venceu o Campeonato Baiano, fazendo jus ao seu slogan 'Nascido para vencer'. Então, com um time na zona de classificação da Libertadores e que irá disputar esse ano a Copa Sul-americana, com o ingresso 10 reais mais barato que o do Bahia, o Vitória consegue ter uma média de público pior que a do rival! Imagine se as situações se invertessem? O Vitória deu muita sorte de ter saído rápido da 3ª divisão e chegado rapidamente ao topo do futebol brasileiro, mas momentos de glória atuais não vão apagar as maiores cobranças de seu torcedor: dois títulos nacionais, para igualar o rival e não dar brecha para perturbações. Apesar de que, em títulos estaduais, apenas um projeto a longo prazo faria o rubro-negro baiano superar o Tricolor.

Desculpe se eu ofendi algum torcedor do Vitória (claro, se você é Vitória e leu, tem razão em ficar chateado - ou levar na esportiva), é apenas um desabafo de quem conhece o seu valor e sabe que o potencial da equipe é muito maior que isso, e a rivalidade, claro, não poderia passar batida, de nenhum dos dois lados.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Ser brasileiro

Existe uma certa mística na auto-afirmação de brasilidade: o que faz de nós, brasileiros, diferentes de outros povos? A propaganda que muito se faz sobre a fibra do brasileiro foi um projeto do governo federal, após concluir que, segundo uma pesquisa, éramos o povo com uma das piores auto-estimas do mundo (estávamos a frente apenas de dois países da África e Inglaterra). Logo, foram veiculadas propagandas com Ronaldo, Herbert Viana e um funcionário de aeroporto que, ao achar uma mala cheia de dinheiro, resolveu devolver ao dono.
Estamos batalhando contra a inversão de valores tão forte no nosso país, onde é difícil ser honesto sem ser correr riscos, é difícil ser firme sem deixar de ser confundido com déspota, e mais difícil ainda é tentarmos mudar essa mentalidade e esse complexo sistema de relações sociais, onde a propina é vista com a mesma naturalidade que uma gorjeta.
Quem são os nossos heróis nacionais? Nossas revistas em quadrinhos não envolvem o orgulho nacional, como Asterix na França, tampouco justiceiros, como os personagens da Marvel e DC Comics nos Estados Unidos. Nossa simpática turma da Mônica é um traço de nosso temperamento pouco confrontador e amigável: preferimos anedotas do cotidiano a mirabolantes aventuras de ficção científica – pelo menos em revistas em quadrinhos, já que as novelas da Globo perdem apenas em efeitos especiais para Hollywood, se tratando de ‘enredos repletos de clichês maniqueístas.
Se não somos os campeões no quadro de medalhas dos jogos olímpicos, ao menos nos orgulhamos de algumas modalidades nas quais somos os melhores: já tivemos o número 1 do tênis (Gustavo Kuerten), ginastas respeitados no exterior, jogadores de basquete nas principais ligas do mundo (embora a seleção ainda não seja uma potência coletivamente), um nadador em ascenção (César Cielo), tradição na Fórmula 1 (oito títulos e atualmente três pilotos nas pistas), a melhor geração do momento no vôlei masculino, a seleção campeã olímpica no vôlei feminino, a melhor jogadora de futebol feminino e para completar, não poderíamos deixar de falar na seleção penta campeã mundial de futebol masculino, que pelos feitos recentes (título da Copa das Confederações e primeiro lugar nas eliminatórias sul-americanas) leva a responsabilidade de ser a favorita ao título em 2010.
Mesmo com um grupo praticamente formado, há quem ainda queira se integrar a seleção do técnico Dunga, e o maior exemplo de apelo popular está em Ronaldo: participação em quatro copas do mundo, com 15 gols (maior artilheiro da história da competição) e uma história de superação fantástica, vem mostrando no Corinthians toda a sua técnica, apesar de reconhecer não estar na forma ideal. Três gols na Copa do Brasil, oito no Campeonato Paulista e seis gols no Campeonato Brasileiro até agora: desde sua estréia pelo Timão, 4 de março, contra o Itumbiara pela Copa do Brasil até hoje, pouco menos de 5 meses depois, foram 17 gols no total (fora as assistências e os ‘quase-gols’), mesmo tendo jogado apenas um tempo das partidas no início e tendo sido poupada de outras não tão importantes. Até agora, foram dois títulos, com direito a gols nas decisões (além de goleador, Ronaldo é decisivo, tendo marcado 2 vezes contra o Santos na final do Paulista e 1 contra o Internacional na final da Copa do Brasil).
O Corinthians se encontra em 5º lugar, a 1 ponto do G4 (mesmo não precisando figurar entre os quatro primeiros times da competição, por já ter vaga assegurada na Libertadores ano que vem devido ao título da Copa do Brasil) e a 5 do líder Atlético Mineiro (já se passaram 14 das 38 rodadas do Brasileirão). O problema é que o Timão terá sérios problemas no próximo jogo, contra o Santo André em São José do Rio Preto: se André Santos e Christian já haviam se despedido, hoje foi a vez de Douglas dar adeus, e como Alessandro e Elias foram suspensos (no traumático jogo em que o maior rival aplicou um 3 a 0 em Presidente Prudente), você deve pensar: as coisas não podem piorar. Mas podem sim: Ronaldo, que já havia dado um susto na torcida no jogo de ida da Copa do Brasil contra o Atlético Paranaense (quando teve de ser substituído com suspeita de fratura na costela) , dessa vez o Fenômeno teve de ser substituído logo aos 20 minutos do primeiro tempo, e a suspeita se confirmou: fratura na mão e um mês longe dos gramados, logo quando sua equipe tanto precisava de seus gols.
Ronaldo vai ficar fora do gramado, mas quem duvida que sua recuperação será boa e logo ele estará fazendo o possível para voltar a seleção? Está certo que Luís Fabiano é o atacante do momento, mas ninguém combina mais com a camisa 9 Canarinha do que o carioca dentuço do Parque São Jorge. Se o Brasil quiser mesmo amedrontar os adversários, Ronaldo é o nome certo, tem provado em campo, e pode em 2010, ano do centenário do Corinthians, quem sabe, dar o inédito título da Libertadores para o Timão. Quem duvida? Ronaldo já passou por cima de coisas muito maiores, e atualmente é um grande exemplo de brasilidade: força para superar problemas e respostas em campo, afinal, falar antes do jogo nunca foi coisa de brasileiro que se preze.