quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Por trás dos símbolos, significados

Tem muitos pensamentos que tenho que por oras tenho vontade de organiza-los, por outras, acho que a organização é uma 'mania na qual todos somos contagiados'. Nós gostamos de catalogar músicas por gênero, e embora o rótulo não devesse qualificar a qualidade, acaba destinguindo tribos, tribos essas que de alguma forma 'se fecham' como um seleto condomínio com guarita: a exemplo de metaleiros que se recusam a apreciar a beleza de uma melodia tocada apenas por flauta, ou um fã de Hip-Hop que se prende apenas as músicas com conteúdos de protesto.

Se 'fechar' é uma medida na qual a sua energia ficará canalizada nas suas escolhas, e ninguém pode escolher tudo: existem infinidades de coisas no universo. Mas a exemplo da música, que flui pelos cantos da cidade como o vento que bate nas folhas, o preconceito musical faz grandes oportunidades serem perdidas, músicas essas que, como um pouco mais de paciência, poderiam até encantar ouvidos desacostumados com essas melodias. Ninguém é tão permissivo a tudo, a questão é: as músicas são mais que um conjunto de acordes. A música iunfluencia no modo de se vestir, no comportamento, nas amizades e nos lugares em que se frequenta.

Talvez estudos de Semiótica possam ajudar a compreender melhor o poder que a música exerce na formação de grupos sociais. Por um lado, seria interessante que o mundo não 'reconhecesse barreiras', por outro, o ser humano se torna seletivo para buscar usufruir o que acha melhor para ele (ja que não se pode usufruir de tudo). Portanto que as barreiras não censurem ou deixem oportunidades válidas acontecerem, elas são dignas, caso o contrário, devem ser revistas. Se cada um tem o seu muro, a semiótica busca entender todas as suas delimitações a fim de descobrir as reais motivações que levam cada significação ser tão forte nas sociedades contemporâneas.

Pelo menos, é essa a minha expectativa para a matéria Semiótica na faculdade. Posso estar enganado, posso carregar um conjunto de símbolos distorcidos da realidade, e não há maneira melhor de descobrir a realidade do que com as vivências. Portanto, longe dos achismos, intuições e perspectivas baseadas no senso comum, o bom jornalista busca descobrir a verdade indo ao fato, e não imaginando como ele seria ou será. Boas reflexões para todos.


O que você pensa quando vê essa bandeira? Você sabia que no Brasil, o artigo 20 da lei 7.716 de 1989 trata como crime "§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo."? Óbvio, eu coloquei essa bandeira porque estou falando de Semiótica e quis dar um exemplo forte (logo, eu passo longe de simpatizar com o nazismo) , mas se acompanhado dessa bandeira eu colocasse uma frase de apologia a doutrina representada por esse símbolo, eu poderia pegar de 2 a 5 anos de prisão, além de multa. Isso não aconteceria se eu colocasse a bandeira da Alemanha ao lado de uma frase de Hitler: A Suástica já é um símbolo carregado de significados, faz até hoje muita gente sentir arrepios, pois por traz de um desenho inspirado em antigos símbolos orientais, há uma história de muito sofrimento diretamente ligada a essa bandeira. Portanto, por mais que alguém ache o fundo vermelho, acompanhado de um círculo branco e uma Suástica no meio bonita, andar por aí com algo que remeta a essa bandeira é extremamente perigoso, por mais que tal pessoa 'não saiba da sua história' (o que é difícil). Pense nisso. ;)

Um comentário:

SB-SSA disse...

Concordo mais ou menos com seu texto.Primeiro, não acho interessante a ideia de que podemos carrega "símbolos distorcidos da realidade". Quem nos diz isso é que tenta distorcer a realidade. Segundo, a semiótica é uma visão de mundo como qualquer outra. E se pensarmos direitinho é mas uma maneira de acadêmicos/intelectuais tentaem se apropriar da realidade e domesticá-la (vale lembrar que esta é uma interpretação bastante particular - minha). Terceiro, claro que o jornalista deve buscar a objetividade dos fatos para poder informar, mas~penso que não é de todo ruim carregar consigo os "achismos, intuições e perspectivas baseadas no senso comum". Por que devemos eliminar o senso comum e as intuições? Elas também revelam possibilidades e caminhos. Quarto, o que é a verdade? Concordo com o Einstein qundo ele diz que tudo é relativo, a verade também. Fora ess pequenas observações concordo com todo o resto, principalmene quando você diz: "não há maneira melhor de descobrir a realidade do que com as vivências". Por isso fechar-se em muros ou em copas é insano e perigoso porque a realidade se encontra na nossa vivência e na vivência dos outros e para termos acesso a ela só através da interação, da aproximação. O isolamento pra mim é uma das principais causas do aumento da violência no mundo. ao invés de derrubarmos os muros, estamos a erguê-los cada vez mais altos e com cercas elétricas como complemento. Não é a toa que aberrações como o nazismo, a xenofobia, o racismo, a homofobia, o sexismo ainda resistem. Como já escreveu o Fernando Pessoa "navegar é preciso, viver não é preciso" e pra navegar é preciso descolar-se. Um abraço.