terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Renúncia às regalias

Bom, a luta por igualdade implica em dividir; E no processo de divisão, a perda pelo lado dos mais favorecidos, e ganhos justos para os menos favorecidos.
Porém, a imprensa conservadora manipula mentes de pessoas favorecidas com a tese de que é melhor viver com seus privilégios, e as amedrontam para estas continuarem sendo reacionárias(a exemplo de focar os imigrantes cubanos nos EUA e esquecer que muitos deles vivem bem na Ilha, diferente da época pré-revolução, com poucos privilegiados). Eu, como classe média, tenho um pouco de medo sim de uma mudança, acho natural a ansiedade pela novidade, mas concerteza quero justiça.
O maior privilégio das classes A e B são mandarem no mundo, ja que foram preparados nos melhores colégios(a grande maioria deles pagos) e num vestibular de hoje em dia, que ja é concorrido, ficaria ainda mais difícil entrar numa universidade com esse número atual de escolas de ensino superior, porque se todos estiverem nivelados na parte técnica que consiste em transmitir conhecimento para folhas de papel, todos terão que batalhar muito mais para se diferenciar.
Acontece que junto com um novo plano de destribuição de meios de produção, vão acabar as faculdades particulares(óbvio), e todas as faculdades terão o mesmo nível, todas serão do povo(numa transição, o estado tomará conta). Então imagine que hoje, passar num vestibular não é difícil(existem muitas faculdades particulares espalhadas pela cidade), o difícil é passar nas 'melhores'. Só que sem o contexto de 'melhor ou pior', o ingresso às universidades será mais tranquilo.
No campo da diferenciação profissional: é natural do ser humano a vontade de se destacar(nem todos querem se destacar, mas é natural essa vontade), e com oportunidades iguais existirão menos 'referências': para se tornar grande em algo, seja como jornalista, médico ou advogado, será preciso ralar muito mais, porém, não será um inferno como alguns reacionários egoístas afirmam, pois no futebol, por exemplo, as oportunidades são mais democráticas(eu nunca vi jogador famoso de Roraima, mas dentro dos grandes centros pelo menos, Rio-SP por exemplo, ricos e pobres tem as mesmas chances), e como nosso país é um grande celeiro de craques, nós não só temos equipes vencedoras(como os campeões mundiais São Paulo em 2005 e Internacional em 2006), como nosso contigente aqui precisa ser exportado para o exterior, e um jogador sem técnica extraordinária daqui faz sucesso lá fora, então, eu penso que sempre existirão espaço para todos nesse mundo que forem competentes no que fazem, embora nem sempre em qualquer lugar(às vezes todos estão tão nivelados que sua estrela não brilha tão forte, a exemplo de Deco, brasileiro que foi à Portugal por falta de oportunidades, e hoje tem capacidade para jogar em qualquer time do mundo).
Muitos abastados pensam 'não quero deixar de ir ào exterior todo ano'. Bom, acho que numa economia igual, de fato, haverá uma mudança no quesito turismo: enquanto hoje você escolhe seu destino para as férias de verão e em pouco tempo poderá estar no local(a depender do local, tem de se marcar com mais antecedência), quando tudo for igual, a antecedência deverá ser maior ainda, e destinos famosos como Paris poderão levar à uma espera(a exemplo das filas em Cuba) de quem sabe uns 3 anos. Em compensação, não haverá lei de oferta e procura, e assim, os preços dos destinos serão os mesmos, e os lugares serão mais visitados não por status de mostrar a foto para todos que tenha-se feito uma viajem cara, e sim por quesitos como história do lugar e curiosidade que este proporciona(que àos poucos pode mudar, quem sabe de Paris para Accra, em Gana).
Quanto à gastos supérfulos como roupas e qualquer utensílio que demonstre status, uma reflexão: usar algo mais caro é nada mais que um ato de 'bancar superioridade'(e não me venham com essa de que 'gosta da qualidade do tecido'); Acontece que é covardia bancar o superior num país como o Brasil, onde a maioria das pessoas não podem ter o privilégio de se 'vestir bem'(é roupa de qualquer jeito, não tem nenhum aparato tecnológico que faça a camia repelir o suor e nem sinalziação da temperatura corporal, como alguams camisas esportivas tem e se justifica o preço maior devido ào custo de produção, e não à lei da oferta e procura). Com a igualdade sócio-econômica, ninguém precisará mostrar que tem mais dinehiro que o outro, porque será perda de tempo.
Se você que está lendo esse texto é rico ou classe média, e tem medo de perder seus privilégios, achando que tudo irá piorar, pense numa coisa: você prefere ver seus filhos brincando cercado por grades e sendo filmado, indo para seu local de estudo ou trabalho com medo de que lhe tirem o que é seu de forma agressiva e continue visitando os mesmos lugares da sua limitada cidade, ou prefere andar pelas ruas tranquilo, conhecer um mundo muito maior que você conhece hoje(não falo de viajens para o exterior, e sim da sua própria cidade, que você não conhece nem 1/5 por medo ou comodismo) e, mesmo com as grandes filas para comprar(pois todos terão poder de compra), o consumo não será a base da ideologia de manutenção do sistema? O que você quer para sua vida e para o mundo?
Eu sei que independente de sua força de vontade, pouca coisa pode mudar, muita gente ja tentou mudar esse mundo e não conseguiu(também não se ache herói), mas ficar parado segnifica compactuar com a asquerosidade desse sistema, onde o dinheiro toma uma proporção que nem seus criadores imaginavam antes de seu surgimento. Acho que devemos ser felizes sim, pois essa vida é um grande tesouro para nós, e devemos valorizar nossa família, amigos(talvez o medo de perde-los faça com que não tenhamos coragem suficiente de desafiar a ordem de forma mais agressiva), em lugares como barzinhos é interessante falar de coisas leves, porque precisamos de leveza, e não devemos esperar para ter alegria quando tudo tiver perfeito(porque mesmo com justiça sócio-econômico não estará, pois ainda existirão doenças, saudade pelas perdas...) e só valorizar o que temos após as perdas. Não acho que o 'radicalismo' salvará o mundo, é preciso de momentos de vida pessoal, mas se todos nós, como na história do beija-flor, jogarmos uma gotinha de água nesse incêndio chamado injustiça social, poderemos, se não conseguirmos ver o incêndio ser apagado por completo, poderemos pelo menos ter ajudado às futuras gerações. Vamos lutar! Faça algo, o mínimo é bem vindo, e nessa corrente, todos juntos faremos o máximo!

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Ócio

A correria de todos os dias para ganhar cada vez mais dinheiro ou/e mudar o mundo(especialmente os workalcolic- viciados em trabalho) nos tem tirado um costume quase que universal: o de ociar. Curtir uma maciota, seja deitado numa rede tomando água de côco ou deitado na cama assistindo televisão sempre terá o seu valor, embora há pessoas que se refiram à essas atividades como 'nada demais'(quando alguém lhe pergunta 'o que você fez ontem', existe uma tendência a responder 'não tinha nada para fazer' caso tenha repousado por uma tarde inteira, por exemplo).
É estando sozinho, sem contato com tecnologia como a tv, e sem se 'desgastar fisicamente', que naturalmente surgem grandes idéias, que o corre corre lhe tira a oportunidade de cria-las. Nessas horas, é interessante ter uma folha de papel e uma caneta por perto, para registrar todas as suas 'viajens internas'.
Estar acompanhado ou sozinho fazendo um programa caseiro, como assistir um filme, sempre terá o seu valor, e nesses momentos há também grandes idéias surgindo espontaneamente, talvez porque seu lar seja uma fonte de inspiração, ou porque sua mente não esteja ocupada de pensar no futuro, em sair do cinema, pegar o carro e voltar dirigindo: em um domicílio, o filme acaba e a conversa não tem hora para acabar.
As baladas sempre terão seu espaço, dançar é uma excelente atividade física, que mexe quimicamente com o cérebro, que libera sensação de bem estar por todo o corpo. Só que há uma tendência muito forte hoje em dia, por parte de algumas comunidades, de desprezar o ócio, taxando-o de desinteressante. A mente precisa de momentos de sossego, deixando de lado o trabalho e as baladas, para se ter grandes idéias, e dividindo as atividades, se pode completar o seu mundo de entrentenimento, assim como queremos ser completos de corpo e alma.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Drogas, injustiça social e capitalismo.

Bom, para fazer um estudo minuncioso sobre drogas, lícitas(café, guaraná, remédios alopáticos...) e ilícitas(Maconha, Cocaína, LSD...) é preciso saber diferenciar a droga do princípio ativo, o que é difícil, já que na linguagem não científica elas se confundem.
Antes de começarmos esse estudo, devo explicar a diferença entre droga e princípio ativo: uma droga tem diversas substâncias, porém, somente algumas delas são psicoativas, ou seja, em determinada quantidade interferem no comportamento e sobriedade, e elas são os princípio ativo. Então, quando um atleta é pego no anti-dopping, é porque de alguma forma ele ingeriu algo em que estivesse incluído o princípio ativo não permitido para aquele esporte, por melhorar seu rendimento físico e trazendo de alguma forma perigo ao seu corpo (mas há drogas permitidas em alguns esportes, como a efedrina no hockey, e fica à critério do órgão regulamentador das regras e leis definir qual droga pode trazer malefício a longo, médio e curto prazo para o atleta, e quais são as permitidas, como o caso de alguns suplementos).
Há drogas que contém princípio ativo em pequena escala, é o caso da folha de coca, que mesmo consumido em grande quantidade, não chega a somar quantidade de cocaína suficiente para trazer danos à saúde. Os nativos dos andes, povos que viviam na atual Bolívia e Peru antes da chegada dos espanhóis, como os Incas, mastigavam a folha de Coca para suportar a fome, sede, dor, cansaço, frio e altitude, porém, alguns ‘visionários’ enxergaram nessas folhas uma forma de se ganhar muito dinheiro, e assim, inventaram uma técnica para se separar o princípio ativo cocaína da folha de coca, afim de colocar uma dosagem maior de cocaína num novo produto, e transformado em pasta com aplicação de solventes e misturado ao éter, clorofórmio, cal, ácido sulfúrico e acetona, ganha uma forma de pó branco, com mais ou menos impurezas a depender da técnica utilizada nos laboratórios.
O princípio ativo tão querido pelos povos andinos ganhou uma forma ‘industrial’, e sua venda é um negócio extremamente lucrativo para instituições clandestinas que a exportam para o mundo todo, e como esta droga é cara e tem alto poder de causar dependência, cada vez mais o tráfico tem se enriquecido, inclusive traficantes no Rio de Janeiro conseguem obter armas mais poderosas que a da própria polícia(algumas delas são proibidas no Brasil e utilizadas em guerras no Oriente médio).
Por outro lado, o tráfico nasceu de uma brecha deixada pelo estado omisso, que esqueceu de sua população e a deixou sem grandes perspectivas de se levar uma vida digna, longe de conflitos com a polícia. Essa brecha se chama injustiça social, e apenas para comprovar essa tese, antes do tráfico ter se difundido, pessoas oprimidas pelo sistema atual ganhavam dinheiro predominantemente através do roubo, e este não era tão lucrativo(um exemplo está no filme ‘Cidade de Deus’). Hoje, o que dá mais dinheiro é o tráfico de drogas, e se um dia este for abolido, haverá outra forma de resistência para manter a sobrevivência de pessoas da favela esquecidas pelo estado, como a volta à predominância aos roubos(embora não seja tão lucrativo), prostituição, comércio de outros produtos clandestinos(dvds, cds, tênis, roupas...) ou qualaquer coisa que se possa vencer a concorrência convencional(já que pode vender mais barato por não se pagar imposto) e se possa peitar o estado, visto pela visão popular oprimida como maior vilão da história(apesar da Globo e Veja não enxergarem dessa maneira e ainda haver muita gente adepta das idéias conservadoras).
A cocaína, que era apenas princípio ativo hoje é uma das drogas mais famosas do mundo. Já fizera parte da composição da Coca-Cola- daí o nome ‘Coca’- depois fora substituído pelo princípio ativo cafeína, encontrado por exemplo em cafés. O outro princípio ativo do refrigerante surgido em Atlanta é a cola, extraída da planta noz de cola, encontrada no leste da África e Indonésia. A folha de Coca, que também é plantada na Indonésia(embora seja nativa da América do Sul), tem 14 alcalóides, e apenas um deles é ilegal, mesmo estando presente em pequena quantidade na folha(qual será?), o que foi fator predominante para sua substituição.
A folha de Coca, juntamente com a noz de cola, que deram origem ao refrigerante em questão, foram substituídos por corantes para baratear o preço em larga escala, ou seja, para se vender mais, se ‘artificializa’ tudo, e o consumidor que não se informa pouco se importa, aliás, nem sabe o que está acontecendo, nem o que está se consumindo. Portanto, a informação é importantíssima, não deixe esse capitalismo selvagem te enganar, e lute contra o que há de errado(a não ser que você tenha achado todos os acontecimentos desse texto justos e normais).

Fontes:

http://oficina.cienciaviva.pt/~pw020/g/cocaina.htm

http://www.mundodelivros.org/3130343533/ch278.html

http://www.neppi.org/anais/textos/pdf/poster_cocaina.pdf