sábado, 4 de outubro de 2008

Matéria sobre futebol baiano

Pauta: O Bahia joga às 16h contra o Avaí, e o Vitória joga às 18h10 contra o Goiás. Os 2 jogos serão transmitidos no Bar do Jonas, Costa Azul, vamos assistir às partidas analisando o enredo do jogo e entrevistando os torcedores do local e a satisfação destes sobre seus times e sobre o rival.

Matéria:

Vergonha para o futebol baiano
Bahia e Vitória perdem por 3 gols de diferença e vêem suas metas longe

Estava claro a dificuldade que enfrentariam os representantes do nosso estado nas séries A e B do campeonato brasileiro: o Bahia jogaria às 16h em Florianópolis contra o Avaí, lutando pelo acesso à série A, e o Vitória, que luta para entrar na zona da Libertadores, foi a Goiânia enfrentar o Goiás 18h10.
Com os horários dos jogos bem próximos, foi comum ver os bares de Salvador uma combinação nas cores preto, vermelho, azul e branco. Previsível também eram as provocações dos dois lados. –“Será uma delícia ver meu tricolor vencer e assistir o ‘vice-tória’ levar um ‘sapeca-ia-iá’”, afirmou Luciano Lima, 30, freqüentador de um dos bares que comprou o pacote para a transmissão das partidas das duas equipes. –“Hoje eles verão o deles, sairão chorando e nem verão o Leão dar show”, provocou Augusto Santos, garçom do mesmo bar.
Três e meia da tarde todas as mesas já estavam ocupadas, a televisão já estava ligada e os funcionários do bar só poderiam pensar em ficar parado após o apito final do segundo jogo. O Bahia entrou em campo ao som de vaias e aplausos. –“É preciso respeitar o campeão brasileiro”, gritou Bruno Martins, que estava com toda a família uniformizada de Bahia. –“Daqui a pouco vocês vão ver”, retrucou mais uma vez ao levar vaia pelo comentário.
Com a bola em jogo, poderia se notar a dificuldade de Bahia e Avaí em jogar no estádio da Ressacada, num campo encharcado e pesado. O tricolor começou a partida com o goleiro Fabiano, Ávni na lateral-esquerda e Rogério Rios na lateral-direita, a dupla de zaga formada por Alison e Marcone, seguidos de Fausto e Willames como volantes, Danilo Cruz e Caio de meias e no ataque Paulo Roberto e Marcelo Ramos, comandados pelo técnico Roberto Cavalo. Já o Avaí veio com o goleiro Eduardo Martini, uma defesa formada por Arlindo Maracanã, Cássio, Emerson e Zé Rodolpho; O meio-campo composto por Wendel, Cocito, Marquinhos e Válber e o Ataque com Evando e William, comandados por Silas. O árbitro foi Pablo dos Santos Alves, do Rio de Janeiro, auxiliado pelo também carioca João Luiz Coelho de Albuquerque e o paranaense Marcos Rogério da Silva.
A tarde que prometia o mesmo equilíbrio da partida de ida- triunfo tricolor apertado por 2 a 1- aos poucos se desestabilizou em favor do Avaí, num momento em que a equipe catarinense estava com um jogador a menos; Com a expulsão de Ávni do Bahia, o tricolor perdeu parte de seu setor mais participativo na criação de jogadas, a lateral esquerda, e não conseguiu reverter a situação ruim, que lhe deixa na 10ª colocação na tabela.
“Se manter na 1ª divisão agora é o nosso objetivo”, afirmou Luciano Lima, que viu seu otimismo se transformar com o baque da realidade. Ele como a maioria dos torcedores do Bahia deixou o bar após a partida de sua equipe. “Eles nunca irão subir, para sempre ficarão na segundona”- provocou o rubro-negro Carlos Henrique, 22. O céu ia escurecendo e o canal já havia mudado. Imagens do estádio Serra Dourada, em Goiânia, já começavam a ser transmitidas, e a alegria dos torcedores do Leão, nas palavras de Augusto Santos, eram “uma soma entre a derrota do Bahia e a esperança de encostar nos líderes”.
A ousadia do técnico do Vitória, Vágner Mancini, sempre fora clara na escalação, que começava com Viáfara e o esquema usual 3-4-3, com um trio de zaga desta vez formado por Marcelo Batatais, Vanderson e Leonardo Silva, um meio-campo denso com Marcelo Cordeiro de ala-esquerdo, Rafael improvisado na ala-direita, além de Marco Antonio, Williams e Marquinhos, e o ataque com Leandro Domingues e Osmar. Desta vez, os rubro-negros enfrentaram uma equipe com o mesmo esquema tático, e o Goiás de Hélio dos Anjos veio com o goleiro Harlei, a defesa formada por João Paulo, Rafael Marques e Ernando, o meio com Júlio César, Ramalho, Fahel e Vítor e um trio de atacantes com Paulo Baier, Iarley e Anderson Gomes.
Na partida de ida, a equipe baiana venceu com facilidade por 3 a 0, em um momento diferente: o Goiás estava na zona de rebaixamento e o Vitória, beirando a zona da libertadores. O decorrer do certame mostrou o quão diferentes estava o comportamento destes times em relação ao 1º turno: o Goiás, líder do re-turno, além de mais agressivo, se tornara uma equipe mais eficiente, nas finalizações e na quantidade de passes acertados, e assim surgiram oportunidades para devolver o mesmo placar do 1º jogo, “um 3 a 0 com sabor de vingança”, afirmou Eduardo Costa, um dos poucos torcedores do Bahia que continuaram no bar para assistir a partida do rival.
Assim fora o sábado das equipes baianas: começando com otimismo e provocações e terminando em respeito mútuo. “Pelo menos tivemos tempo de perturbar o ‘Jaía’”, afirmou Augusto Santos, que viu o seu Vitória perder pela mesma diferença de gols que o seu rival.

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