Dentre as diversas representações que podem metaforicamente representar a vida de um ser humano em sociedade, o futebol é a mais fiel delas, sobrepondo-se ao cinema, música e literatura.
Não há evento que prenda tanto a atenção das mais diversas tribos. Alguns chamam de alienação, já eu chamo de identificação com suas vidas. Se de fato políticos usam deste esporte para alienar, não é responsabilidade do jogo promover tamanha ignorância, já que este fora transformado numa arma para quais seus criadores não imaginavam tais fins, assim como Santos Dumont deprimira-se ao ver sua invenção ser usada para fins militares.
Pelos estádios que já visitei, pelos bares em que bebi em dia de jogo e por rodas de debates fervorosos nos mais surpreendentes ambientes – como hospitais- sempre estive atento em busca de informações futebolísticas, e sempre enriqueci com tais experiências.
Incrível como numa nação que se autodenomina “o país do futebol” o jornalismo esportivo ainda seja considerado a “periferia” das redações: para alguns, os cadernos de esportes são reservados para jovens iniciantes ou profissionais frustrados. Pior que o desprezo dos próprios colegas de profissão com esse setor é o fato de que as publicações acerca do futebol lutem tanto para se manterem, inclusive a 1ª revista especializada deste esporte no Brasil (a Placar) só surgiu na década de 70, diferente dos verdadeiros apaixonados por futebol, os italianos, que na década de 20 já tinham uma imprensa esportiva respeitada em toda a Europa, com diversas publicações dedicadas aos seus times e astros.
O futebol é sério e enlouquecedor, sóbrio e apaixonante, tão antagônico como a própria vida, a sua principal representação.
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