Quem diria: a maior potência do mundo vive uma crise provocada pelo seu próprio povo. O 'Tio Sam' acabou confiando demais nos seus gananciosos sobrinhos, que tanto gostam de imediatismos, e preferem pagar mais caro para se ter o que se quer amanhã do que planejar com cuidado, economizando, e concretizar um projeto a longo prazo sem pagar enormes taxas de juros que fazem os banqueiros estado-unidenses pouco se importarem de emprestar, pois 'tinham' a crença que, emprestando dinheiro para conterrâneos, nada de ruim poderia acontecer, pois 'americano sabe lidar com dinheiro'.
O resultado da triste história: o americano não tinha como pagar em dinheiro, e resolveu uma maneira alternativa, oferecendo hipotecas (imóveis quitados em troca da garantia pelo pagamento). Se a proposta de apresentar seu imóvel para o banco fosse válida, menos mal, o problema é que a hipoteca se tornou uma 'furada': os proprietários deste apartamento ofereciam a mesma hipoteca para mais de um banco, e o mesmo apartamento ficava em nome de mais de um banco, ou seja, a farsa do 'jeitinho ianque de se levar a vida' foi água abaixo, especialmente porque, com essa crise, fica muito mais difícil pedir crédito agora, ja que os banqueiros não confiam mais nos americanos como antes.
O problema talvez seja um misto de dose de ingenuidade dos economistas deste país, que não conseguiram prever algo tão claro e previsível, que estouraria a qualquer hora, e falta de consciência do povo americano, que não pensou coletivamente. A alternativa para sair da crise é recorrer ao pacote do governo, de 700 bilhões de dólares (que existe justamente para medidas de emergência, como está sendo agora) para ajudar os bancos a se re-erguerem. Houve votação no congresso para aprovar a liberação deste pacote, e este já pode ser usado na cura da crise, ou seja: gastara-se todo esse dinheiro com algo que poderia ter se evitado, e agora, quando ocorrer algo importante, como uma viajem espacial que poderá desvendar os mistérios da humanidade, não haverá mais toda essa grana para financiar.
Que essa crise tenha um fim, afinal, todos sofremos com ela: os EUA, como maiores consumidores do mundo, precisam comprar para esquentar a economia do mundo, e nós precisamos vender- nem por isso somos bobos a ponto de ajudá-los a tira-los de um buraco que eles mesmo se enfiaram.
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