sexta-feira, 6 de março de 2009

O futebol na literatura brasileira

O que vocês acham da participação do futebol na literatura brasileira? Ela transmite a paixão dos brasileiros por este esporte?

Vá a uma livraria e procure em várias pratileiras livros que falem sobre futebol. Sua busca será bem sucedida: biografias de grandes craques, histórias das copas, livros de fotografia e crônicas fazem torcedores apaixonados levarem para casa suas futuras relíquias, que estarão na estante divididas com dvds, álbuns de fotos e enciclopédias. Mas na literatura propriamente dita, o futebol ainda não é um assunto de tanto destaque, e diversos motivos levam a isto.

Para começar, a maioria dos escritores talvez evitam escrever sobre este assunto por medo de ser fiasco em vendas, ja que o perfil dos leitores de romance geralmente se inclina para pessoas mais instruídas, e sendo o futebol popular, não iria atingir a massa de torcedores que tanto vão ao estádio, ja que estes lêm muito pouco (ou quase nada). Não é que o brasileiro leia pouco sobre futebol: é que o brasileiro lê pouco, segundo pesquisas, e então, o perfil de sua literatura não é um retrato fiel da sua sociedade.

Por melhor que seja o escritor, é muito difícil traduzir em folhas de papéis frias tamanho sentimento de euforia causado por um jogo que move histórias, mas infelizmente poucas delas viram enredos de aventura (o cinema tem muito mais histórias de ficção do que na literatura). Talvez, assuntos ganhem a literatura em um prazo de tempo maior: o futebol tem pouco mais de 100 anos enraizados em nossa cultura, enquanto temas como nacionalismo, guerra, traição e miséria perduram até hoje há séculos e assim, sendo parte antiga da história do país, se tornam mais aptas para uma tradução de pensamentos para folhas de papel. Talvez com o tempo o futebol enriqueça mais as livrarias do país, e não apenas com livros de almanaques de dados e estatísticas que não chegam a entrar no campo da arte.
As livrarias do Brasil ja estão repletas de almanaques de futebol, do Piauí a São Paulo: está faltando mesmo são histórias de ficção com a bola.

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