Mais uma postagem da série que visa discutir conceitos antagônicos e decifrá-los, compreendendo seus conceitos. Sábado passado fiz uma comparação entre 'Estética x Mercado', dando exemplo no campo das artes e em especial da música, que muitas vezes é produzida como mercadoria (e em larga escala industrial, fazendo o gosto da multidão para assim se lucrar muito sem a preocupação estética) e em outras pode contrariar as preferências gerais e por isso não vingar tanto nas paradas de sucesso, embora parte desses artistas pouco se preocupem com isso. Nessa mesma postagem, falei da aliança entre esses dois conceitos, por exemplo, a dos garotos de Liverpool que fizeram música de qualidade e até hoje são muito ouvidos.
O antagonismo entre Informação x Experiência surgiu na aula de Estética. Na verdade, a teoria tratada no texto 'A experiência ou saber experiência', que nosso professor Eduardo Bastos passou, defende a tese de que não há conhecimento de algo sem a vivência, logo, não adiantam tantas informações, seja da leitura ou de experiências de outras pessoas: você só saberá como é determinado lugar se estiver lá e com a sua experiência poder descreve-lo, com as suas letras construídas pela sua vivência, que é única.
Vale lembrar: não adianta sair por aí 'procurando experiências', se não houver momentos de pausa e reflexão, pois o tempo do ócio criativo fará a 'digestão de idéias' se tornar produtiva em sua mente. Por exemplo: não adianta trabalhar tanto, chegar em casa cansado, dormir, para no outro dia trabalhar novamente, num ritmo tão alucinante que leva suas ações a adquirirem características mecânicas, logo, sem pausas não haverá experiência.
Não se trata de dispensar a informação: esta pode ser útil, sendo o conhecimento prévio importante para previnir e 'saber em que terreno se pisa' (se é que a 'loucura da vida imprevisível' não leve a uma experiência ainda mais rica), mas não substitui a experiência. Penso então que o jornalista tem de ser humilde de reconhecer suas limitações e não ter a pretenção de falar por si próprio acerca de um assunto que tudo que ele coletou fora informações alheias ou os seus 'achismos' e 'preconceitos': ser jornalista é falar por si o que se viu e falar pelos outros, experiências que nos textos narrativos (estudados na matéria Prática de Reportagem ll, com Antônio Brotas) ganharam um caráter semelhante ao literário, mas que deixará claro que se trata de uma coleta de dados extraída de terceiros.
A informação também tem as suas controvérsias, sendo suas 'prioridades' extremamente polêmicas, afinal, a técnica usada no jornalismo é parcial, embora tente desfarçar através de 'leads e pirâmides invertidas'. Afinal, porque a eleição de Barack Obama é mais importante que a vitória de um micro-empresário que cresceu no Brasil? Porque o caso de Isabelle Nardoni, João Hélio e Eloá são mais importante que os casos de Joãozinho Silva e Mariazinha de Jesus? Com que critério as capas e manchetes são selecionadas? É o que move mais interesse? Interesse para quem? É muita audácia achar que todos os leitores tem os mesmos valores, e a 'massificação de idéias' foge da tentativa utópica de ser imparcial, logo, minha classe, a de jornalistas, deveria ser mais humilde para reconhecer que embora tenhamos o poder de informar, nem de longe somos os responsáveis por passar todas as informações, e nem de longe fugimos dos nossos princípios e nos tornamos totalmente 'neutros' quando damos a notícia, e principalmente, nem de longe saberemos de tudo, pois não basta informação, é preciso ter experiência, afinal, quem é Diogo Mainardi para falar de BRASIL (com todas as maiúsculas e negrito para ressaltar como 'és impávido colosso'), se ele ganha tanto dinheiro para falar mal- sentado em seu confortável escritório com arcondicionado- do que pouco se aprofundou e nunca fez questão de se aprofundar?
Ganhar dinheiro não pode ser um valor universal, acredito que ainda há quem se preocupe com valores estéticos (como no texto anterior citei os Indies) e acima de tudo, com valores éticos!
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