Quando a Alemanha se unificou, após o fim da guerra fria, a cidade de Berlim voltou a ser uma só: o lado ocidental, de economia capitalista, era arrojado, limpa e bem cuidada, já o lado oriental, comunista, arcaico, feio e decadente. Mesmo com a união de dois mundos até então opostos, era preciso começar a pensar no futuro, que deveria reservar para a capital alemã traços de semelhança em ambos os lados. Mas o que deveria ser feito, de que lado sairia a tendência para o futuro? A resposta dos pensadores e arquitetos é vista hoje: Berlim tem uma arquitetura que não dá informação para nenhum dos dois lados, ou seja, para fazer uma cidade 'de todos', era preciso reconstruí-la com uma arquitetura que não era de ninguém.
Analisar identidades requer muita reflexão: na maioria das vezes se intui está certo, ou se intuiu uma resposta ou deduz, por exemplo, se eu lhe mostrar essa paisagem, você poderá dizer primeiramente de onde elas não são, e eliminando as respostas, dando-se dicas, pode-e chegar na 'cara do gol'.

Seres humanos são dotados de antropofagia para a elaboração das suas 'criações'. Não, eu não digo 'antropofagia' como 'se alimentar de outro humano' literalmente. Primeiramente, a diferença entre canibalismo e antropofagia é que no 1º simplesmente se come alguém, na maioria das vezes por fome, e em antropofagia, se come a carne com a crença de que também se está ingerindo as virtudes (são guerreiros que, ao capturar inimigos, querem a sua coragem e bravura, e os que serão comidos nem hesitam e fugir, pois seria uma desonra muito grande para se e para sua tribo, uma prova de covardia e quebra de princípios).
Então, no sentido conotativo, o ser humano dificilmente inventa algo: todas as 'invenções' ou tiveram precedentes ou foram frutos de pesquisas anteriores e apropriadas para uma nova forma de desenvolvimento, então, a 'essência' tem de ser repensada, já que nossas experiências, batidas no 'liquidificador', nos transformam, e transformam as civilizações, logo, o brasileiro não é europeu, nem africano nem índio: somos o resultado dessa mistura, e nenhum desses elementos somos nós, nós somos algo novo. É como a receita de um bolo: leite, açúcar, ovos, farinha de trigo, margarina. Qualquer um desses elementos sozinho tem alguma semelhança com o bolo? Então, sendo fruto dessa mistura, o bolo é 'o novo', é algo que não e compara ao antigo.
Abordarei mais assuntos acerca de identidades aqui no blog, temas essas muito discutidos nas aulas de Estética.
Um comentário:
"É como a receita de um bolo: leite, açúcar, ovos, farinha de trigo, margarina. Qualquer um desses elementos sozinho tem alguma semelhança com o bolo? Então, sendo fruto dessa mistura, o bolo é 'o novo', é algo que não e compara ao antigo."
O que me faz lembrar de algo, como: quando se faz um bolo, ninguem fala "nossa! o sabor dessa margarina é deliciosa" ou "o gosto desse ovo é magnifico", mas sim o seu conjunto, o resultado da junção dos ingredientes: o bolo. As pessoas sempre estão buscando "o novo", essa mistura, mesmo que esse "novo" seja daqui a pouco tempo o atrasado, mesmo que ele não seja tão novo assim, o que estamos sempre procurando é a mudança,motivo menor para não cair no caos da rotina alheia.
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