segunda-feira, 29 de junho de 2009

Haja coração!!!

Esse fim de semana cumpriu com todas as promessas de emoção: copa das confederações fechadas em grande estilo, eu conheci 2 estádios e de quebra tenho muita história para contar!

Bem amigo assinante da GrandeSportS (eu sei que não precisa pagar taxa nenhuma para frequentar meu blog, mas adoro esses jargões alá Sportv e ESPN), até o final do ano passado, eu só conhecia dois estádios de futebol: a Fonte Nova e o Barradão. Voltei da Espanha com o currículo valioso por ter conhecido o Santiago Bernabeu em Madrid e o Camp Nou em Barcelona! Uma das primeiras coisas que fiz ao retornar a Salvador foi conhecer o novo estádio da cidade, o Pituaçu! Em menos de 3 meses, conheci mais estádios que já havia conhecido a minha vida toda antes da viajem!

Pois nesse fim de semana, mais dois entraram para o currículo: Morumbi e Parque Antártica! Vi o São Paulo bater o Náutico por 2 a 0 e o Palmeiras e Santos empatarem por 1 a 1, pela mesma 8ª rodada do campeonato brasileiro. Ainda pretendo conhecer mais estádios, sempre quando planejo uma viagem, o futebol tem de estar nos planos, logo, não importa o quão pequena seja uma cidade: eu irei querer comprar a camisa do seu time, conhecer seu estádio, sua história...

Eu e mais 5 pessoas, incluindo meus 2 primos pequenos de Aracaju (um de 13 e o outro de 12 anos), pegamos um táxi na Avenida Paulista para ir ao estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi. O aperto do táxi não me incomodou (talvez porque eu fui no banco da frente), o estádio me encantou pela grandeza e infra-estrutura, embora o preço das coisas fossem muito caras (um churros era 4 reais, uma esfiha do Habibs 2 reais...), e fiquei num lugar muito confortável, coberto (por sinal, choveu), o banheiro não tinha sabonete líquido: eram diversos sabões descaráveis em torno da pia. Antes de começar a partida, foi tocado o hino nacional. O estádio estava vazio, a torcida são-paulina ciente da crise de sua equipe (com a saída do técnico Murici Ramalho) e pegando muito no pé de Washington (os apelidos mais freqüentes eram ‘jogador de pebolim, vagabundo...), e a saída do estádio foi tranquila,e também voltamos de táxi.


No Domingo, acordei um pouco tarde, e o que me estimulou a deixar a cama foi a ligação de meu pai, pois ele me avisou que a África do sul estava ganhando da Espanha na disputa pela 3 colocação na copa das confederações. Liguei a tv, queria muito ver a Espanha se dando mal, mas infelizmente, Guiza fez 2 gols em menos de 2 minutos, mas no finalzinho, uma cobrança de falta celou o empate no tempo normal: os sul africanos faziam festa, embora alguns tivessem deixado o estádio. Na prorrogação, a Espanha fez um gol e acabou com a 3ª colocação, mas o que importa é que a África do sul deu um ‘trabalinho’.

Saí em direção ao Parque Antártica quando o jogo do Brasil já tinha começado. Andando pela avenida Consolação, por todos os bares, padarias e lanchonetes que passava, olhava se tinha uma tv ligada, queria saber o que estava acontecendo no jogo, e no meio do caminho vi que os Estados Unidos abriu o placar. Chegando na estação da consolação para encontrar meu amigo, soube que os EUA ja ganhavam por 2 a 0! Quando fomos pegar o ônibus, ao menos o Brasil havia feito um gol, no iniciozinho do 2º tempo. O ônibus não demorou e logo estávamos no Parque Antártica, e como o jogo do Palmeiras era só 18:30, tomamos uma cerveja gelada e vimos o Brasil vencer e ser campeão!

Eu fui de casaco preto para o Parque Antarctica, e preto é uma das cores do Santos, embora eu não soubesse que uma cor tão comum poderia incomodar. Fiquei com medo, e para evitar qualquer dúvida que eu estava li par apoiar o Palmeiras uni o útil ao agradável:comprei uma camisa do Palmeiras para me 'camuflar de palmeirense' e aumentei minha coleção de camisas de times de futebol! Muitas histórias o futebol me proporciona, e eu não consigo viver sem futebol: para aonde quer que eu vá,tenho que conhecer o estádio local, comprar uma camisa do time da região, não importa se seja em Barcelona ou Itabaiana, em Sergipe.



Infelizmente o Internacional venceu: eu sequei muito os colorados para eles terminarem o mês de junho sem vitórias e com apenas 1 gol marcado, mas de qualquer forma, eles fizeram muito pouco nesse mês, e vamos ver a final da copa do Brasil quarta-feira, promete ser jogão, assim como a semi-final da Libertadores entre Grêmio e Cruzeiro, e ambas as partidas serão em Porto Alegre.

Até mais!

domingo, 21 de junho de 2009

Resenha esportiva semanal

Quinta-feira, 25 de junho

Quem diria: o Internacional tão paparicado do primeiro semestre no domingo levou 4 a 0 do Flamengo! Hoje a equipe gaúcha, que não venceu no mês de junho e não marca gols há 3 partidas (e nesse mês marcou apenas no empate contra o Cruzeiro), joga no Beira-Rio contra a LDU do Equador pela recopa Sul-americana. Não só é importante ganhar, como fazer um bom saldo para o jogo de volta em Quito ser mais tranquilo e no ano do centenário o Colorado faturar ao menos 2 taças (ja venceu o campeonato gaúcho).

A copa das confederções só tinham duas seleções que se destacassem, que 'desequilibrassem' o nível frágil das equipes: Espanha e Brasil. Ambas com 100% de aproveitamento na 1ª fase, tinham tudo para fazer a final do torneio. No grupo da Fúria, duas seleções se despediram sem marcar gols: o saco de pancadas Nova Zelândia e o surpreendente Iraque, que segurou os anfitriões sul-africanos e por pouco perderam da Espanha. Esperava-se mais empenho dos iraquianos contra os neo-zelandeses, mas a seleção do técnico Bora se despediu da competição com a esperança de ser surpreendente, mas tendo feito muito pouco para ser taxada de 'revelação do futebol'.

No grupo B, o Brasil deu um show sobre a Itália: 3 a 0, todos os gols no primeiro tempo. Poderia ser uma goleada histórica, mas essa vitória relativamente elástica foi suficiente para tirar a Azurra do torneio e classificar o surpreendente Estados Unidos, que haviam perdido os 2 primeiros jogos e que nem de longe era favorito contra o Egito, que jogou bem contra o Brasil e venceu a Itália.

Ontem, os EUA aprontaram mais uma! Venceram a toda favorita Espanha por 2 a 0 e espera a outra semi-final: uma seleção que nem se esperava ver na 2ª fase. Se o Brasil passar pela África do sul, pela 1ª vez na história da copa das confederações seleções do mesmo grupo da 1ª fase se enfrentarão na decisão.

Na libertadores, o Cruzeiro venceu o Grêmio por 3 a 1, mas o futebol foi o tema menos importante: num jogo em que o juiz levou pontapé por um dos jogadores do Grêmio que lhe cercaram para fazer reclamação, para logo em seguida, se contundir e ser substituído pelo árbitro auxiliar e de quebra, Maxi Lopez ter parado na delegacia acusado de racismo, as coberturas se basearam em diversos temas que não a bola na rede, que balançou 4 vezes. Até mais!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Uai tchê!

Libertadores 2009 terá duelo quente no inverno, com sabor de pão de queijo e churrasco, cachaça e chimarrão.

O Grêmio ja havia garantido a sua vaga ontem, ao empatar em casa contra o Caracas. Como o regulamento da Libertadores prevê que, em caso de duas equipes do mesmo país se classificarem para a semi-final, devem se enfrentar nessa fase (a fim de evitar uma final com equipes do mesmo país, como ocorreu em 2005 e 2006), os tricolores dos Pampas esperaram a partida dessa 5ª feira no Morumbi para conhecer o seu adversário.

O Cruzeiro havia vencido por 2 a 1 no jogo de ida, no Mineirão. Uma vitória simples de 1 a 0 daria a vaga ao São Paulo, mas o gol demorou para sair, e quando saiu, veio com a assinatura do Cruzeirense Henrique: uma bomba de longe com efeito, sensacional! Faltando 10 minutos para a partida terminar, André Dias desvia uma bola com a mão dentro da área, e como ja tinha amarelo, foi expulso. Com 2 a menos (Eduardo Costa ja havia sido expulso no fim do 1º tempo), a 10 minutos de acabar o jogo e com um pênalti contra, não havia mais esperança: Kleber bateu com confiança e marcou! Pela 4ª vez consecutiva o São Paulo foi eliminado na libertadores por uma equipe brasileira: em 2006, perdeu a final para o Internacional, em 2007, nas oitavas pelo Grêmio, em 2008, para o Fluminense nas quartas e hoje, pelo Cruzeiro nas quartas. Há 6 anos consecutivos disputando libertadores (um recorde para times brasileiros) esse ano o São Paulo pode não conseguir a desejada vaga: o campeonato brasileiro promete ser muito mais disputado.

Na outra semi-final, o Estudiantes, que ja havia vencido fora o Defensors do Uruguai, venceu também dentro pelo mesmo placar (1 a 0). O Estudiantes enfrentará o Nacional, e o detalhe mais interessante: o Nacional não chega a uma final desde 1988 (a última conquista desse torneio pelo futebol uruguaio) e o Estudiantes, que não chegava a uma semi-final há 26 anos, há 38 não chega na final e há 39 não vence o torneio! Quem passar dessa semi-final pode até não ser campeão, mas vai quebrar um tabu incômodo, com certeza! Ja do lado brasileiro, ambas as equipes lutam pelo tri-campeonato: o Grêmio ja foi também 2 vezes vice, ja o Cruzeiro, apenas 1. Há 32 anos 2 equipes brasileiras fora do eixo Rio-Sp chegam a uma semi-final de libertadores: 1977, Cruzeiro e Internacional foram do mesmo grupo B do triangular semi-final, e o vencedor de cada triangular iria para a final. Nessa ocasião, os mineiros lideraram e enfrentaram na final da Libertadores, que o derrotou, sendo esse o único vice da Libertadores na equipe azul.

Vale lembrar: uma dessas 4 equipes disputará o mundial de clubes no final do ano, nos Emirados Árabes. Será que nós sul-americanos estamos bem representados? É esperar para ver: o Nacional tem 100% de aproveitamento em mundiais (3 libertadores e 3 mundiais). Ja o Estudiantes também ganhou 3 libertadores, mas apenas 1 mundial. O Grêmio Ganhou 2 libertadores e 1 mundial e o Cruzeiro tem 2 libertadores e nenhum mundial. Que um desses 4 seja forte o suficiente para encarar o Barcelona!

Mais resenhas ainda!

Os torcedores do Grêmio e Corinthians tem muito para comemorar! Os gremistas viram sua equipe passar para as semi-finais da Libertadores (embora no sufoco) e de quebra viram o Inter, que ja perdeu a liderança do brasileirão semana passada, complicar sua situação na copa do Brasil.

Ja o Corinthians, derrotou o Internacional por 2 a 0 na copa do Brasil e de quebra, viram o Palmeiras ser eliminado da Libertadores! O futebol tem seus altos e baixos, e certamente, os colorados devem ser os mais chocados com as oscilações do mundo da bola: mesmo com um 1º semestre impecável, o meio do ano se aproxima com trevas: até agora a equipe da Beira-rio não venceu no mês de junho, não marca um gol a duas partidas consecutivas, e para completar, enfrenta o Flamengo no Maracanã no fim de semana, a LDU em casa pela Recopa sul-americana e o Coritiba no Beira-Rio no fim de semana que antecede a grande final, ou seja, sem tempo para descanso, com resultados preocupantes, o vice-líder do campeonato enfrentará duas das equipes que enfrentou na copa do Brasil (e que irão querer revanche), por coincidência, os adversários das quartas e das semi, respectivamente. O jogo da Recopa é importante, mas lógico, a prioridade é a copa do Brasil, que dá acesso a Libertadores do ano que vem, e quem sabe a redenção não vem num jogo épico, afinal, o mês de junho ja terá acabado (quem sabe levando seus tormentos) e Kleber e Nilmar ja terão voltado (em compensação, André Santos do Corinthians também).

O Brasil não teve dificuldade para vencer os Estados Unidos hoje pela manhã: gols bem trabalhados, Kaká mostrando explosão muscular semelhante a de corredor de 100 metros rasos, triangulações que parecem se tratar de uma equipe que joga há anos juntas (tal entrosamento é mérito de todos eles, que mesmo em fim de temporada européia - muitos dos jogadores jogam nesse continente - e com pouco tempo para treinar - porque se joga praticamente de 3 em 3 dias - estão conseguindo não ser serem 'cobaias de teste', mas também honrar a amarelinha). Está certo que houveram falhas no jogo contra o Egito, mas a vitória 'faraônica' sobre a Itália, também hoje, valorizou nossa apertada vitória no jogo de estréia, e nos mostra que não há ninguém tão a nossa frente: a Espanha venceu o Iraque por apenas 1 a 0 ontem, imagine se fosse o Brasil, como a imprensa iria massacrar Dunga? Ja que estamos tão perto do mundial, é tempo de apesar das divergências, dar apoio ao nosso treinador. Detalhe que a Itália enfrentará o Brail no domingo com 'De Rossi' e 'Rossi', nome esse traumatizante para o nosso futebol, afinal, quem se lembra do mundial de 1982, quando Paolo Rossi nos eliinou com seus 3 gols? (Eu não era nascido, mas conheci o bairro onde o Brasil foi eliminado naquela copa, o bairro do Sarriá, em Barcelona, Espanha).

Feilhaber, que nasceu no Rio de Janeiro e hoje defende a camisa dos Estados Unidos, chegou a coloca a bola na trave! Talvez, para compensar o que o americano Rossi da Itália fez com os EUA: esses repatriados querem ser lembrados pelos antigos conterrâneos!

Mais tarde, São Paulo e Cruzeiro, jogão! O vencedor da partida enfrentará o Grêmio nas semi-finais, e a única certeza que temos é a de um brasileiro na finalíssima! Até mais!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Resenhas esportivas sensacionais!

O que houve de ineditismo hoje por vezes não ocorre por um mês inteiro, para começar, mais uma vaga foi garantida para a copa do mundo do ano que vem, e essa vaga é da Coréia do Norte! A sua vizinha do sul ja havia garantido a vaga para sua 7ª copa consecutiva, mas os comunistas não vão ao mundial desde 1966! Naquela ocasião, venceram a Itália e chegaram nas quartas-de-final, parando na Portugal de Eusébio, apesar de colocar 3 a 0 e levar uma virada histórica. 36 anos depois a Ásia voltou as quartas-de-final da copa, daquela vez com a Coréia do Sul (que chegou as semi), e esse ano, as 2 equipes asiáticas de participações históricas na copa do mundo estarão lutando na África para quem sabe mais um ineditismo. Impossível não pensar que poderá haver um confronto entre 2 inimigos diplomáticos no mundial, ja que os EUA estão quase na copa também, e enfrentaram em 98 o Irã, em momento de crise diplomática mais amena do que a atual com a do país do líder Kim Jong-il!

O Iraque hoje levou 'apenas' 1 a 0 da Espanha. O placar do jogo não consegue demonstrar a disparidade técnica das duas equipes: o Iraque não tinha poder de fogo, levou muita pressão, seu goleiro salvou até onde pôde, e poucas vezes o goleiro Casillas teve de se preocupar. Nessa 'retranca' o Iraque conseguiu um empate sem gols com os anfitriões África do Sul, e mesmo com um futebol tecnicamente extremamente limitado, eu torço pelo Iraque, porque? Porque não está em jogo só o nível técnico, e sim a história de jogadores que não tem culpa de não terem conseguido maior intercâmbio a fim de se obter mais experiência em jogos internacionais: o futebol desse país do Oriente Médio conseguiu grandes façanhas nos últimos 5 anos, pois conseguiu chegar as semi-finais das olimpíadas em 2004, venceu a Copa da Ásia em 2007 e apesar de não ter mais chances de classificar para a copa do mundo do ano que vem (em que teve de mandar seus jogos em Dubai) está mostrando resistir ao máximo a pressão, mesmo sendo tão esquecidos pela mídia, mesmo não tendo chances de entrar para a 'vitrine' que será a copa do ano que vem, exigimos bom futebol de quem pode dar, mas quem tem suas limitações, não só compreendemos como damos créditos a todos os seus esforços.

No mesmo grupo do Iraque, houve um jogo que certamente seria um 'jogaço' se não fosse jogado com a bola nos pés: África do Sul e Nova Zelândia são duas potências no rugby, mas no futebol não chegam nem a ser nações emergentes, pois não há traços de evolução de ambas as nações ao longo dos anos. O fraco continente oceânico tem como sua mais nova potência a Nova Zelândia, ja que a Austrália agora pertence a Federação Asiática de futebol (AFC) e ja garantiu vaga nas eliminatórias. Mas ao contrário dos Cangurus, os Kiwis ainda são amadores, esperam na repescagem Arábia Saudita ou Bahrein, e não conseguem dar susto em ninguém, a não ser seus vizinhos Ilhas Salomão, Tonga, Polinésia francesa... A vitória de 'apenas' 2 a 0 da África do Sul pode ser crucial para a classificação do Iraque: com o saldo atualmente de menos 1, enfrentará a Nova Zelândia ja desclassificada, portanto, os iraquianos não irão se poupar e aposto numa goleada! Ja a Espanha deve fazer o mesmo com a África do sul: golear sem piedade para convencer sua imprensa e chegar com moral nas semi-finais, onde acredito que vai enfrentar a Itália. O sérvio Bora Milutinovic, técnico do Iraque, quer essa classificação por dois motivos: em primeiro, porque levar sua seleção para as semi-finais é confirmar que suas estratégias de marcação dão um bom resultado independente das limitações de uma equipe, e em segundo, porque Joel Santana deve deixar o cargo de técnico da África do sul caso não se classifique, e Bora está cogitado para assumir o comando e com isso, chegará a sua 6ª copa do mundo, todas as vezes com uma seleção diferente, nenhuma delas sua pátria natal e pela 3ª vez com uma equipe anfitriã (em 1986 e 1994 com os donos da casa México e Estados Unidos, respectivamente; em 1990 com Costa Rica, 98 com Nigéria e 2002 com China).

Uma pena que os Estados Unidos não deverá enfrentar o Iraque: como bom brasileiro, torço pela minha seleção, que enfrentará amanhã o tio Sam. Os americanos vão levar uma goleada e dar adeus a competição. Interessante que 2 dos 3 gols marcados pela Itália contra os Estados Unidos, no jogo de estréia, foi feito por um americano! Rossi se naturalizou italiano e ajudou a complicar a situação de sua pátria natal.

Na Libertadores, o Palmeiras deu adeus, e o Uruguai, depois de duas décadas, conseguiu colocar uma equipe nas semi-finais da competição: o Nacional poderá até enfrentar uma equipe conterrânea, caso o Defensors, também de Montivideo, consiga reverter o placar do jogo de ida (uma derrota em casa por 1 a 0) e assim ganhar a vaga para o Estudiantes em La Plata. Interessante ter como garantia um uruguaio na final! Ja em um dos confrontos das quartas-de-final, o Grêmio jogo em casa contra o Caracas da Venezuela. 6ª feira estou indo para São Paulo estagiar na assessoria de comunicação da Câmera de comércio Brasil-Venezuela. Minha função? Uma delas é cuidar de uma revista de entretenimento que ajuda a estreitar os laços entre essas nações, revista essa que será veiculada nos 2 países, logo, é importante para mim que o Caracas vença (afinal, terei mais o que escrever e quem sabe ajudar a popularizar o futebol num país onde o Baseball faz a população esquecer do emergente futebol local), apesar de antes desse raciocínio eu querer ver o Grêmio campeão (para os colorados pararem de se achar tão superiores aos rivais). E como estarei em São Paulo, seria interessante o São Paulo eliminar o Cruzeiro e assim poderei ver no Morumbi, 'a trabalho' e 'a diversão' São Paulo e Caracas! Por outro lado, antes eu desejava um pouco que o Cruzeiro eliminasse o tricolor paulista e pudesse pegar o Caracas, para o pai de minha amiga Helena, que mora na Venezuela e torce para o Cruzeiro, pudesse ver sua equipe (ele foi ver o jogo do Grêmio e Caracas, porque gosta de futebol independente da equipe). Enfim, só sei que a cena esportiva promete surpresas e coisas fascinantes como sempre! Agora, verei Corinthians x Internacional e Grêmio x Caracas (trocarei de canal a todo momento para ver o que está acontecendo em ambos os jogos). Viva o futebol!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

A magia dos desenhos

Se você nunca ouviu falar da DC Comics e da Marvel, ao menos conhece Batman e Homem-Aranha. Essas duas empresas de HQ's americana (HQ é abreviação para história em quadrinhos) produziram muitos dos heróis mais famosos da cultura pop americana, que se espalhou pelo mundo. Em outra corrente, Star Wars, de George Lucas, hoje é um dos ícones da cultura Nerd, foi o HQ pioneiro a virar série de filmes em episódios e não traz uma linguagem patriótica: no universo dessa série, não existe Estados Unidos, tão defendidos pelas cores azul, vermelha e branca de Super Homem, Homem Aranha, Capitão América... Ainda nos EUA, histórias do sul do país, como as de cowboys, sempre foram muito lidas, mas foi Zorro o HQ de maior sucesso acerca da realidade dessa região. A França tem em Asterix seu herói nacional, e narra a resitência da Gália (hoje território francês) sobre o poderoso império romano.

Mas não é só os Estados Unidos e França que conseguiram sucesso na produção de histórias em quadrinhos: O Japão e seus mangás (HQ's ao estilo japonês, que são lidos de trás para frente, na horizontal- e não da esquerda para a direita), mesmo inspirando animes (desenho animado), continuam a ser tão queridos quanto as suas versões animadas. Há mangás para diversos públicos, como jovens, adultos, homens e mulheres. Há mangás pornográficos, como o Hentai e para outros tantos temas. Talvez o mangá de maior sucesso seja Dragon Ball, que inspirou animes, jogos de video-game, rpg (Role Playing Game, algo como jogo de interpretação de Personagens) e recentemente até filme com atores reais!

Mas não é só de séries e revistas que vivem as histórias em quadrinhos: se estiver faltando fatos relevantes para serem noticiados, um jornal fica chato certo? Bom, depende de que caderno impresso você abrir: assim como as crônicas, as tirinhas com curtas histórias não dependem do 'andamento do planeta' para narrar boas histórias, e personagens como Mafalda, Snoopy, Garfield, Dilbert, Calvin, Malvados, Hagar, Wulffmorgenthaler, recruta zero, Níquel Náusea, Xaxado e Lucas (do Fala menino) são um entretenimento e tanto para quem abre o jornal em busca de diversão, seja elas quadrinhos, palavras cruzadas, seção de humor. Uma argentina chamada Maitena aborda em suas tirinhas o universo feminino, Ziraldo ja falou muito de política (embora a imagem ingênua do 'menino maluquinho' permaneceu muito forte na associação do seu nome para mim por muito tempo) e chargistas fazem caricaturas de personalidades também em quadrinhos, além de que em revistas como a Mundo Estranho, cada ilustrador tem o seu perfil, a sua marca, sendo assim facilmente reconhecíveis seus desenhos acompanhadas por vezes de suas assinaturas, no maior estilo 'artista plástico'.

A turma da Mônica, de Maurício de Souza, virou até parque temático em São Paulo, e hoje busca se modernizar com uma nova versão dos gibis, no estilo japonês.

Enfim, deixei de falar de muitos desenhos, e gostaria de falar de todos os que marcaram (esqueci por exemplo de colocar Popeye nas imagens dos quadrinhos clássicos). Não sei falar muito sobre a história dos quadrinhos, irei pesquisar mais, conhecer mais, ler mais, o que tenho hoje é muito fascínio pelo tema. No Japão, há animes que viram mangás, embora o inverso seja mais comum. Muitos dos desenhos clássicos famosos nunca foram postos em tirinhas, como Pantera cor de rosa, Betty Boop, Tom e Jerry, os desenhos de Hanna Barbera, Warner Bross, Disney... Gosto muito de cultura pop (embora também queira saber mais sobre cultura erudita, e depois, analisar o que separa ambas, ou se ambas estão se misturando a depender da ocasião, da apropriação, como o uso de música de câmera em trechos de desenhos, por exemplo), e gosto de ir mais fundo do que a superfície delas nos mostram: afinal, porque músicas da pantera cor de rosa e família Adams nos fazem imediatamente associar a estes desenhos? Eles conseguiram entrar na casa de muitas gerações, antes de nós nascermos parte de toda uma cultura ja havia sido criada e é mantida, ao contrário de muito do que se faz hoje em larga escala e não se mantém. Talvez os tempos de 'consagração' ja passaram, ou técnicas antigas foram esquecidas? Tenho inúmeros questionamentos e com isso descobri o quanto foi importante a matéria que dei esse ano na faculdade, Práticas Investigativas (em que as equipes trataram de investigar os motivos que levaram determinados grupos musicais ao sucesso e a cativar seus públicos), mas sei que os desenhos despertam uma áurea, uma mística, alo tão subjetivo que palavras não são suficiente para expressar: são mais que entretenimento, e nunca será perda de tempo se deliciar ao assisti-los.

Criiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiise no Colorado!!!!!!!

Internacional não venceu ainda no mês de junho! 3 partidas sem vitórias e perda de liderança no brasileirão nem de longe formam um cenário ideal para uma semana de decisão na copa do Brasil!*

*O título acima é uma mentira, mas foi a pequena 'brecha' para eu poder ser sensacionalista num momento onde o todo poderoso Internacional pela primeira vez no ano começa a mostrar sua fragilidade.

Tanta coisa para se falar, tantos times para se chamar atenção... O Coritiba, que com 5 rodadas só havia somado um ponto, hoje cravou uma cicatriz na equipe de maior torcida do Brasil. A pior derrota do Flamengo em campeonatos brasileiros havia sido um embaraçoso 5 a 1 para o Vasco em 2001, e hoje, o 5 a 0 do Coxa dificilmente será alcançado por outra equipe. Minha opinião pessoal? Vergonhosa derrota do Flamengo, mas não o suficiente para mudanças drásticas, afinal, se o erro é 'a longo prazo', o acerto está longe de ser imediato: o time da Gávea, mesmo mergulhado em dívidas, contratou Adriano a para quitar uma dívida trabalhista com seu ídolo sérvio, contratou Petkovic sem consultar o técnico Cuca, que terá de se 'rebolar' para encaixar um jogador inadequado para seu esquema de jogo (de alas e meias ágeis), que com idade avançada, no máximo poderá ajudar a equipe em cobranças de falta, e certamente 'não ficará contente' no banco de reservas. Quando o Flamengo venceu o Atlético Paranaense no Maracanã, na estréia de Adriano, tudo era festa, e o atacante corresponder jogando uma excelente partida, com muita raça e de quebra um gol. Porém, os 2 últimos resultados (que foram fora de casa) ameaçam a paz de uma equipe que em teoria não tem sofrido nada de tão novo (a não ser o ineditismo da goleada de hoje, mas que pesa mais pelo simbolismo do que por complicação na tabela), e vale lembrar: em Recife, o Flamengo colocou 2 a 0! Vale lembrar também que o Flamengo é limitado e sofre com cada peça ausente, logo, Kleberson na seleção é um desfalque muito mais grave para os rubro-negros do que Nilmar no Inter, que tem mais elenco e promoveu Taisson para a equipe titular.

Os paranaenses resolveram acordar na 6ª rodada: além da histórica goleada do Coxa, o furacão não tomou conhecimento do Sport, e venceu o bravo Leão por 1 a 0 em Recife! Apesar do triunfo fora, é outro Atlético que tem o que comemorar: aproveitando a brecha dada pelo Colorado, com 2 empates seguidos, o Galo mineiro assumiu a liderança pela 1ª vez, com o mesmo número de pontos dos gaúchos mas com um saldo de 4gols a mais.

Há 4 equipes que perderam apenas uma vez no campeonato. Para se ter uma idéia, o Vitória está na zona da Libertadores e ja perdeu 2 vezes. Porém, São Paulo, Goiás, Santo André e Barueri vivem perigosamente na metade da tabela, e não por terem sido batidas tantas vezes, mas por terem empatado demais! Num campeonato em que o critério de desempate de pontos é o número de vitórias, os frutos desses primeiras rodadas podem se tornar azedos demais no final da competição: com apenas uma vitória (o Barueri venceu hoje pela 1ª vez), essas 4 equipes frequentemente tem somado pontos, mas a cada partida empatada, sentem o arrependimento de terem desperdiçado outros 2. O lanterna Avaí, por exemplo, perdeu nessa rodada 'apenas' pela 2ª vez. Porém, é a única até agora que não venceu: suas derrotas foram recentes, na 4ª rodada para o Inter (a última vitória da equipe Colorado) e hoje para o Barueri: as duas equipes começaram com o mesmo número de pontos, 4, quem vencesse conseguiria sua primeira vitória e evitaria a zona de rebaixamento, e quem perdesse, seguraria a lanterna (o Avaí a segura por não ter vitórias).

Mas, tratando de Inter, afinal, estou secando muito essa equipe tão ovacionada pela mídia: estou vendo o cenário que eu queria se concretizar, afinal, o Inter está a 3 partidas sem vencer (1 derrota na copa do Brasil e 2 empates no Brasileirão), vai enfrentar um Corinthians com Ronaldo (que se supera em decisões), e o Timão vai ganhar a copa do Brasil, o Inter ja perdeu a liderança (e aos poucos vai cair ao ponto de sair da zona de libertadores) e só restará como título do centenário a recopa contra a enfraquecida LDU do Equador. Ja o Grêmio, vai ganhar os dos 'gre-nals' do brasileirão, vai ganhar a Libertadores e o mundial (contra o Barcelona, para jogar na cara que não é só o Inter que sabe vencer essa equipe, e que o mundial da Fifa não é mais exclusividade de Corinthians, São Paulo e Internacional) e vai mostrar que quem ri por último nem sempre é porque não entendeu a piada: apenas não se ri no meio da piada, e piada certamente será essa temporada com um time tão taxado de invencível desmoronar e com isso dar uma 'lição de moral' para quem se sente por cima da carne seca.*²

Hoje você pode comer filé mignon, amanhã poderá dividir o osso com um cachorro vira-lata, por isso, tome muito cuidado! Nada de precipitações, nada de moleza, enquanto o juiz não apita, tem jogo, enquanto a matemática não define um vencedor, há chance, e enquanto uma torcida insistir na arrogância, menos eu torcerei pelo seu sucesso e estarei aqui no meu blog secando: se não há regras sistemáticas de como vencer, ao menos tenho meus critérios para torcer, e torço em boa parte para prevalecer o que eu acredito, ao mesmo tempo em que revejo meus conceitos, pois enquanto eles estiverem comigo, não tenho vergonha de torcer, torcer pelo meu Bahia e pela minha lei de cada dia!

*²Nem todos os colorados são arrogantes, mas trato de 'julgar a massa', e não individualidades, que são muitas. Nem todo mundo está preparado para lidar com suas conquistas sem deixar o sucesso subir a cabeça, e como nada é controlável apenas por idéias nesse mundo (até porque as idéias são diversas e se alternam de cabeça para cabeça), prefiro ver nenhuma equipe sendo hegemônica, só a minha (afinal, eu sou Bahia, apenas Bahia e mais equipe alguma). Todo mundo quer que sua equipe vença e torce para que nenhuma outra seja hegemônica, é a lei da natureza futebolística, um tanto animal diga-se de passagem, mas que se não for levada tanto 'a sério' ao ponto de provocar brigas e discussões que levem para o lado pessoal, pode ser sadio. Rivalidade pode ser tratada com naturalidade na nossa cultura, pois mesmo futebol sendo um 'assunto sério', não é por ele que damos as nossas vidas: nossas vidas é que dão ao futebol a magia necessária para este tanto nos divertir!

domingo, 14 de junho de 2009

O fabuloso destino da copa do mundo 2010

Temperatura agradável, craques do momento, organização impecável? Esqueça isso: no meio do ano faz muito frio na África do Sul, que poderá não contar com os craques mais caros da atualidade, e de quebra, faltando um ano para sua realização, há muito o que fazer na organização do evento que teve 5 anos para ser preparado para o seu 1º teste, a copa das confederações.

A tradição de copa do mundo ficou restrita por muito tempo a América do Sul e Europa, até em 1970 o México, representante da Concacaf (confederação das Américas do norte/central/caribe) sediar o torneio. Tomando gosto pela quebra de padrões, os mexicanos voltaram a sediar apenas 16 anos depois, e os Estados Unidos em 1994 deram um tempero totalmente diferente do habitual, onde estádios de futebol americano foram usados para partidas de 'Soccer', esporte esse até hoje difícil de ser praticado na terra do tio Sam. Certamente, 2002 foi fundamental para abrir a porta para outros continentes: Japão e Coréia do Sul queriam sediar o torneio sozinhas, mas perceberam que juntos tinham mais chances, e quem ganhou com isso foi a Ásia. Em todas as copas disputadas até hoje, apenas 3 se passaram no inverno: Uruguai em 1930, Brasil em 1950, Chile em 1962 e Argentina em 1978 (a última realizada no frio). Em 1950, poucos jogos foram realizados em cidades que apontavam temperaturas nas quais fossem precisas camisas de manga compridas: Porto Alegre e Curitiba sediaram poucos jogos do torneio, e as demais faziam uma temperatura equivalente (ou até mais quente) que um verão europeu (no qual boa parte das copas foram realizadas). Após 32 anos, teremos uma copa num inverno.

E quanto aos rostos conhecidos, consegue lembrar destes abaixo:

Sabia que muitos desses craques poderão não estar na copa ano que vem? Cristiano Ronaldo (Portugal), Ibraimovich (Suécia), Eto (Camarões), Ribery (França), Messi (Argentina), Drogba (Costa do Marfim) e Rafa Marquez (México) fazem parte de seleções em crises (algumas piores que outras), e a copa começa a eliminar seus 'favoritos' logo na fase de eliminatórias: das 32 que sobrarão, o Brasil precisa de apenas 1 ponto em 4 jogos para se incluir, a Holanda de Robben se garantiu e 3 seleções asiáticas também, mas no continente americano, existe forte possibilidade de uma vaga ser disputada por duas seleções de peso: Argentina (que corre o risco de ficar em 5º lugar na próxima rodada) e México (atualmente em 4º, zona de repescagem), que foram cabeças-de-chave na última copa e se enfrentaram nas oitavas-de-final em um dos melhores jogos da copa! O melhor do mundo, que provavelmente será Messi, corre o risco de não se classificar, graças a uma ousada experiência da Federação argentina de experimentar Maradona como técnico.

Classificando, a Argentina será favorita ao título junto da Espanha em minha opinião, e o Brasil, sem medalhões como antes, conta com uma equipe jovem e inexperiente: Luís Fabiano (cujo apelido é 'fabuloso', um dos motivos do título desse post) carrega a pesada camisa 9 antes usada por Ronaldo nas últimas 3 copas, Cafu e Roberto Carlos deram lugar a atletas que, ao contrário deles (sempre uma das referências ao se falar de futebol brasileiro, seja na Colômbia, Iraque ou China) estão longe dos holofotes, e para completar, dispensamos Ronaldinho Gaúcho e dependemos mais do que nunca de Kaka.

O Brasil não chega a estar desacreditado: conquistamos a Copa América, estamos em 1º nas eliminatórias (a um ponto da classificação), perdemos apenas 5 jogos na era Dunga, (que ja vai fazer 3 anos) e vamos com tudo para a copa das confederações. Mas as derrotas foram especialmente embaraçosas: tirando a primeira de todas, contra a respeitada Portugal de Felipão, em 2007, perdemos do México na estréia da Copa América, da Venezuela num amistoso nos EUA (pela 1ª vez fomos derrotados por essa seleção na história), Paraguai nas eliminatórias (com direito a gol do 'carrasco baixinho e gordinho' Cabañas) e Argentina nas olimpíadas (um 3 a 0 humilhantes nas semi-finais, que por pouco não custou o cargo de Dunga). A dúvida é: nosso comando é bom, ou a nossa técnica sobressai? Contra todas as contestações, Dunga foi permanecendo, permanecendo (enquanto muitos achavam que ele era uma medida provisória para a chegada de Felipão, com contrato com Portugal até a Eurocopa em junho de 2008) e deve ser o técnico da seleção na copa do mundo (se vencê-la, será o 3º jogados a vence-la como técnico -junto com nosso Zagallo- e o 2º a ter sido capitão e treinador de equipe vitoriosa -por enquanto apenas o alemão Beckenbauer conseguiu essa proeza).

A copa das confederações começa Domingo, e o Brasil estréia 2ª feira, contra o Egito. Que os testes de nossa equipe sejam bem sucedidos, assim como os testes da organização da copa, que em 1 ano não está com todos os seus estádios prontos.

sábado, 13 de junho de 2009

Buscando nos fatos algo mais

Provavelmente você ja ouviu a frase 'contra fatos não há argumentos'. Fatos são dados em números, estatísticas, letras frias que jamais nos levarão a sensação de realidade do acontecimento. Uma manchete como 'Morrem 100 civis num ataque terrorista na Faixa de Gaza' jamais conseguirá chegar perto da dor de tantas famílias que tanto sofrem e sofrerão com estas perdas, quantas rotinas irão mudar, quantas cabeças quebraram sua ordem pré-estabelecida para tentar driblar o sofrimento com algo que não estava em seus planos.

Tudo que sabemos é que a morte simultânea e num espaço pequeno de 100 pessoas é muito: sabemos que todos os dias morrem muitas pessoas no mundo, mas 100, num raio de distância inferior a 1 km, causada por uma só ação, aterroriza, mas não tanto para o espectador que ao se informar sobre o fato deixar de continuar sua vida normal (afinal, se nos chocássemos com cada situação semelhante, viveríamos apenas do sofrimento dos outros), e a tv censura a exposição das imagens, amenizando cenas de carnificina.

Mas como podemos 'descobrir' algo com os números, se eles foram passados antes por outras pessoas e, sem tantos segredos na sua forma exata, outras pessoas poderiam decodificá-los antes? A resposta é a forma com que se usa os números: por exemplo, se dados mostram investimento altíssimo numa equipe de futebol e nas próximas temporadas ela conquista mais títulos do que antes, isso significa que o faturamento desses troféus foi fruto de uma ação, ilustrada em números, mas que nem todos conseguem associar tal crescimento com o outro. É possível ver nos números múltiplas interpretações, acabando com a tese de que a 'matemática é inflexível': podemos 'brincar com ela', dá-la nosso formato, fazer o que quisermos, ir experimentando novas formas de raciocínio, e isso é criatividade, derivado da palavra 'criar'.

O que difere profundidade e superficialidade não é o fato, e sim a interpretação que damos dele: a manchete 'Morrem 100 civis num ataque terrorista na Faixa de Gaza' é um dado superficial de algo que terá maiores descrições nos textos, e mais do que isso: nos textos dos inúmeros jornais que tiverem essa notícia com diferentes visões e aprofundamentos, e ainda mais, será impossível abranger toda a profundidade de qualquer coisa, pois sempre terá algo mais para se falar sobre, cada cabeça em cada lugar terá sua visão, etnocêntrica ou relativista, conservadora ou liberal, distante ou próxima do fato, e quem mais se abre ao mundo é quem nunca está satisfeito com o superficial, mesmo sabendo que será impossível alcançar toda a profundidade de um fato: enquanto a sede de informação for grande, haverá o que se obter de novo.

Ja algo caracterizado como 'superficial' pode se aprofundar mais do que o esperado para muita gente: uma simples anedota pode ganhar uma profundidade Skaksperiana se principalmente se usar criatividade para isso. Fatos banais com toques de literatura ou crônica viram obras de arte, e artifícios nos tiram da realidade (algo que o jornalismo não gosta), mas nos enche de curiosidade, afinal, nem sempre há espaço para criar (infelizmente temos que ser 'sisudos' em ocasiões que temos de ser compreendidos por uma maioria, e a arte muitas vezes não consegue ser tão popular), e nos levam para essa busca pelo algo mais além dos fatos, tão frios e sisudos, que com uma ótica diferente pode se 'distorcer' (no bom sentido) e fazer a notícia não ser tão exata como o que pensavam que era a matemática, que a depender da sua visão, pode se tornar tão humana quanto.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Recife abre os braços para a seleção

A história da capital pernambucana com a seleção brasileira é projetada pela mídia como magnífica, ao contrário da relação com Salvador. Está certo que os nativos da Veneza brasileira ao longo do tempo souberam acolher bem a equipe canarinha, seja na copa América de 89, com grande festa na semifinal, ou nos preparativos para a copa do mundo de 94, onde em plena época de crise nossa seleção se preparou lá e ganhou uma injeção de ânimo importante para a competição na qual se sagraria campeã (foi em Recife que nasceu o gesto marcante de entrar de mãos dadas em campo, coibido pela Fifa no início do século XXI ao exigir que os titulares entrem em campo de mãos dadas com criança, padronizando as entradas e não permitindo dessa forma um gesto tão bonito).

Não contesto a festa pernambucana, mas me incomoda ver minha cidade como 'vilã'. Se Salvador vaiou a seleção brasileira em 89, teve motivos: fomos vítimas da estratagema do então técnico Sebastião Lazaroni, que, ao notar que o público não ia lotar o estádio caso Charles (atacante do então campeão brasileiro, o Bahia) não fosse convocado. Depois de convocado, os baianos compraram os ingressos e após todos vendidos, Lazaroni 'desconvocou' Charles, irritando os baianos e fazendo-os queimarem e rasgarem ingressos na frente de câmeras de tv, e, o público que marcou presença vaiou a seleção. Certo ou errado, exageros a parte foram atiçados especialmente por Raimundo Varela, o 'comunicador das massas e manipulador das mentes fracas'. Salvador 'se queimou' com a CBF e hoje, mesmo 20 anos depois, recebemos pouquíssimos jogos da seleção. Somos comparados a Recife, somos o maior exemplo de 'como não se deve receber a seleção de seu país'. E esquecem que foi no Morumbi, em São Paulo, que bandeiras de plástico do Brasil foram arremçadas em direção ao campo durante um jogo de fraco desempenho contra o Equador em 2000. Portanto, parabéns a Recife, que façam uma grande festa hoje, mas que não a comparem com Salvador, tamanha distinção dos fatos.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

5ª rodada concretizada e um pouco sobre copa do Brasil

O Internacional não vence a duas partidas. Uma eventual crise? Não, sua derrota para o Coritiba na copa do Brasil na 4ª feira lhe deu a classificação para disputar a final da competição, e o empate de ontem, que lhe tirou o 100% de aproveitamento na competição, foi contra um dos favoritos ao título da libertadores, e fora de casa: o Inter foi melhor no jogo e abriu o placar, mas não foi suficiente para derrotar o Cruzeiro no Mineirão. Esse jogo era uma incógnita tão grande para mim que resolvi não apostar em jogador nenhum desses clubes nesta rodada.

O Corinthians vai a final da copa do Brasil contra o Inter, e na temporada perdeu apenas 1 vez mais que o Colorado: para o próprio Colorado e Santos no brasileirão e para o Atlético Paranaense na copa do Brasil, ja o Inter, perdeu para União Rondonópolis e Coritiba na copa do Brasil (ou seja, perdeu nessa competição mais vezes que o Timão). Em compensação, para o jogo de ida neste torneio, dia 17 (daqui a uma semana e meia), que será no Pacaembu, os gaúchos tem um trunfo a favor: ja venceram os alvi-negros no Pacaembu, e para o jogo de volta, pesa também o fato de que o Inter está invicto no Beira Rio esse ano.

O momento dos finalistas da copa do Brasil é mágico, e ambos poderiam estar na libertadores disputando título. O Corinthians vem para a sua segunda final de copa do Brasil consecutiva, e pela 3ª vez na história do torneio enfrentarão uma equipe gaúcha na decisão (ja enfrentaram o Grêmio por duas vezes). Vieram de um ano de superação, no qual fizeram grande campanha na série B, e com a conquista da copa São Paulo de futebol Júnior e do paulistão com sua estrela Ronaldo como protagonista, buscam estar na libertadores ano que vem a fim de conseguirem um título inédito.

Ja o Inter, é bi-campeão gaúcho, e assim como o Corinthians, é o recordista de título estadual em seu estado. No ano passado, contratações de peso fizeram a equipe ganhar o status de potência sul-americana, mas alguns destes nomes não estão mais presentes no elenco (como Gustavo Nery e Daniel Carvalho). Ano passado, terminaram em 6º do brasileirão e conquistaram a copa sul-americana (seria invicto não fosse a derrota na última partida), feito inédito para o Brasil. Esse ano, são líderes do brasileirão, finalistas da copa do Brasil, irão disputar a recopa sul-americana contra a enfraquecida LDU e novamente disputarão a copa sul-americana. Mas contam com desfalques para os jogos contra o Corinthians: Nilmar e Kleber, que ficaram na seleção por um mês, assim como André Santos do Corinthians.

Mas voltando a campeonato brasileiro, os times do Paraná está péssimos: em 5 rodadas, nenhuma vitória da dupla 'Atletiba': pior para o Furacão, que perdeu 3 vezes em casa e ontem, foi humilhada com uma goleada para o xará mineiro, que custou o cargo de Geninho (que pediu demissão). Ja o Coritiba, perdeu para o Corinthians, em dia que Ronaldo não jogou e Souza marcou o dele (e eu apostei nele no Cartola!). Sem surpresas, Grêmio venceu Náutico e Palmeiras venceu Vitória com ajuda da arbitragem (embora achei de uma deselegância enorme o ex-presidente do Vitória Jorge Sampaio afirmar que 'mulher não deve bandeirar jogo de homem', o fato é que a bandeirinha errou como todo ser humano). Me decepcionei com o Botafogo, derrotado pelo Fluminense (graças a isso minha nota no Cartola não foi tão boa) e o melhor jogo da rodada sem dúvida foi Sport e Flamengo: virada espetacular do Leão da ilha, que perdia por 2 a 0 em menos de 10 minutos e em menos de 20 fez 4 gols!

Entre acertos e erros, lá vou eu para a próxima rodada, e boa sorte para a seleção brasileira 4ª feira contra o Paraguai em Recife. Fique com meus resultados no Cartola e até mais!
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Rumando para a 5ª rodada:

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5ª rodada concluída:

sábado, 6 de junho de 2009

Eliminatórias da copa, 6 de junho de 2009

Brasil goleia Uruguai fora de casa! Depois de 33 anos de tabu sem vencer a equipe Celeste em sua casa, o feito também marca a primeira vitória no Centenário em jogo oficial!

Antes desta partida, apenas 2 vezes a nossa seleção havia vencido o Uruguai no estádio Centenário (ambas as vezes em jogos amistosos, a mais recente delas há 33 anos atrás). Desde lá, foram 7 confrontos, com 4 vitórias celestes e 3 empates (3 desses confrontos em eliminatórias, 1 em copa América e 1 em mundialito).

Com uma população de menos de 4 milhões de habitantes, o pequeno país, antes tão tradicional no futebol, hoje vive dos ecos de glórias passadas: há 2 décadas uma equipe uruguaia não chega as semi-finais de libertadores, o último título inter-americano de sua seleção foi o 'mundialito', em 1981 (apesar de realizado no Uruguai, contou com equipes de fora da América) e numa perigosa 5ª colocação nas eliminatórias, se as eliminatórias terminassem na rodada passada, ela teria de enfrentar o respeitado México (atualmente 4º colocado nas eliminatórias das Américas Central/Norte/Caribe) na repescagem para a copa do mundo.

A vitória brasileira hoje foi um tanto enganadora: começamos abrindo placar com uma falha lamentável do goleiro Vieira (que é reserva em seu time, O Villareal da Espanha, e não jogou uma partida da liga espanhola nessa temporada) e ampliamos ainda no 2º tempo com a subida de cabeça de Juan, que foi mais ágil que Vieira (outra falha do arqueiro celeste). No 2º tempo, em fase totalmente oposta, Júlio César fazia grandes defesas, enquanto o desespero uruguaio dava espaço para novos gols, e no final das contas, o 4 a 0 não ilustra o que é o Uruguai para o futebol (uma equipe de grande tradição ha algum tempo em crise) nem o que o Brasil demonstra atualmente (a 'era Dunga' prometia renovação, mas não trouxe mudanças significativas para os padrões modernos que se esperava - continua tão pragmática como a 'era Parreira' - e vem conseguindo alguns bons resultados graças aos talentos individuais, e não ao comando de Dunga).

Nessa era Dunga, ganhamos uma copa América convencendo apenas no jogo final, perdemos pela primeira vez na história para a Venezuela (num amistoso nos Estados Unidos), fomos eliminados vergonhosamente contra a Argentina e ficamos todo o ano de 2008 sem marcar gosl dentro de casa nas eliminatórias (em empates com Argentina, Colômbia e Bolívia). Em compensação, nos consola o fato de que grandes potências também não vive grandes momentos: a Argentina está há 16 anos sem conquistar títulos com a equipe profissional (embora não são poucos os torneios que as seleções de base tem ganhado ultimamente, como a olímpica, atual bi-campeã, e a sub-20, que ganhou 5 dos últimos 7 mundiais). Portugal corre sério risco de não ir a copa do mundo, e por mais que a Espanha e Holanda vivam bons momentos, todas elas temem Brasil e Argentina, tamanha fama de 'amarelões' que tem em copas do mundo, em tantas vezes anteriores chegando com honras de favoritas e sendo eliminadas por equipes que viviam em crise.

Tradição não se baseia só em título: a simples participação de uma nação em copa do mundo a torna 'conhecida mundialmente' (mesmo que essa reputação não imponha respeito aos adversários). Japão e Coréia do sul conseguiram vaga hoje para a copa do mundo, o que significa que os samurais azuis, desde que disputaram sua 1ª copa, em 1998, jamais ficaram de fora do torneio, e a Coréia do Sul, irá fazer a sua 7ª participação consecutiva! A Arábia Saudita, que luta para disputar sua 5ª copa consecutiva, corre risco de perder sua vaga para a Coréia do Norte, que na única copa do mundo que disputou, em 1966, chegou nas quartas-de-final! A Austrália vai para sua 3ª copa (2ª consecutiva) e pode estar criando uma nova tendência, se continuar se classificando nas próximas copas. Quem queria ser tendência e provavelmente não vai a esta copa é a República Tcheca: fruto da separação da socialista Tchecoslováquia, hoje vê a outra parte dessa antiga divisão nacional reinando no seu grupo, afinal, a Eslováquia está a 7 pontos de sua frente (pode ser a primeira vez que esse país agora separado disputará a copa do mundo, e a República Tcheca disputou sua primeira copa separada em 2006).

Outro país fruto de separação que pode disputar sua primeira copa independente é a Sérvia: atualmente vem liderando e empurrando a França para a repescagem (a França que nas últimas 5 copas só conseguiu vaga pelas eliminatórias 1 vez, em 2006 - não se classificou em 90 e 94, em 98 ganhou a vaga por ser país sede e em 2002 ganhou vaga por ser o atual campeão daquela época, foi a última vez que o campeão da edição anterior tinha vaga garantida para a copa do mundo). Já sua vizinha Montenegro terá de esperar mais pela sua 'estréia solo' em copa do mundo: na 5ª colocação do grupo, dificilmente marcará presença na próxima copa (embora tenha tido o gostinho de ter sido representada em 2006 na copa com o nome de 'Sérvia e Montenegro', país esse extinto com a separação entre os dois).

Duas seleções campeães de seus continentes não conseguem mostrar força nas eliminatórias de seus continentes, e vão visitar a África do Sul na copa das confederações com água na boca por não terem êxito suficiente que as levem para esse país no ano que vem: o atual campeão asiático, Iraque, surpreendeu a todos em 2007 com um título inédito. Não fora a única façanha do país nos últimos tempos: em 2004, os iraquianos não só conseguiram vaga para as olimpíadas como chegaram nas semifinais (inclusive sendo responsável pela eliminação de Portugal de Cristiano Ronaldo logo na 1ª fase!). Mas sem puder mandar os jogos em seu país (devido ao perigo que existe desde a chegada das tropas americanas em 2003), e sim em Dubai, foi 'dentro de casa' que os campeões asiáticos deram adeus a vaga na copa, após perderem para o Qatar (que fica muito mais próximo dos Emirados Árabes do que o Iraque), dia 22 de junho do ano passado, a seleção iraquiana jogou 6 amistosos contra países asiáticos, não venceu um jogo e tem 4 jogos agendados na África do Sul: um amistoso contra a Polônia e os jogos da 1ª fase contra África do sul, Espanha e Holanda. Os iraquianos só disputaram uma copa do mundo, em 1986, perderam os 3 jogos e marcaram apenas um jogo, numa época em que pelo menos se depositavam jogos em Bagdá, com a presença da torcida, sob o comando de Evaristo de Macedo, que fora também o técnico campeão brasileiro pelo Bahia 2 anos depois.

A outra seleção com mais sorte em torneios locais do que em eliminatórias para o mundial é o Egito: recordista de copa das nações africanas, 6 vezes (sendo o atual bi-campeão consecutivo), disputou apenas 2 copas do mundo, em 1934 e 1990 (mesmo número de participações em copa das confederações, em 1999 e esse ano). 4 de seus clubes somam 12 títulos da liga dos campeões da CAF, sendo o maior vencedor, o Zamalek, tendo conquistado 5 (o Egito é disparado o país mais vencedor nesse torneio, seguido de Marrocos e Camarões, com 5 cada um). O grande rival do Zamalek, o Al Ahly, conquistou 3 dos últimos 4 torneios e é a equipe que mais disputou o mundial de clubes da Fifa, 3 vezes (seguido de Manchester United da Inglaterra, Pachuca do México e o Barcelona que disputará esse ano, pela 2ª vez). Suas equipes são essencialmente nacionais (o Al Ahly tem apenas 2 estrangeiros no time titular e o Zamalek apenas 3).

Talvez isso explique a falta de sucesso da seleção nacional: países como Nigéria e Camarões figuraram no cenário mundial na última década, conseguindo certo respeito (Camarões chegou as quartas-de-final na copa de 1990 e conquistou a medalha de ouro de 2000, já a Nigéria chegou nas oitavas-de-final nas copas de 1994 e 98, além de ter conquistado as medalhas de ouro em 1996 e de prata em 2004). Essas seleções tem boa parte de seus jogadores jogando fora da África, ganhando assim experiência em jogos internacionais com outras tantas estrelas do mundo da bola. Está certo que as eliminatórias africanas se encontram no início, assim como é verdade que elas são extremamente curtas: o empate contra a Zâmbia pode custar muito caro, ja que os zambianos se encontram na liderança do grupo com 4 pontos (1 jogo a mais), e os egípcios terão de vencer amanhã a Argélia fora de casa para igualar o número de pontos, numa eliminatória de apenas 6 jogos (ou seja, com 1/3 a se completar amanhã).

A Zâmbia que por pouco não foi a uma copa do mundo: nas eliminatórias para a copa do mundo de 1994, um acidente aéreo matou toda a sua equipe e, mesmo reformulando uma nova, não foi suficiente para conseguir a classificação, tomada pelo Marrocos. Outras caras novas poderão ser vistas na próxima copa do mundo: Gabão e Burkina Fasso (país este que ocupa a 173ª posição no ranking de IDH mundial, de 179 países). No caso de Burkina Fasso, tudo está em aberto: Costa do Marfim tem um jogo a menos, e uma simples vitória contra Guiné amanhã fora de casa lhe coloca na liderança, ja que seu saldo de gols é muito melhor. De qualquer forma, dia 20 ambas as seleções se enfrentam em Burkina Fasso, e pode ser o confronto decisivo, num continente de pouquíssimo 'respeito' as hierarquias (se Nigéria e Camarões ja foram potências, Costa do Marfim tem na minha opinião a melhor equipe da África, e 4 de seus jogadores são titulares em grandes clubes da Inglaterra (Drogba e Kalou no Chelsea, Eboué e Touré no Arsenal), mas quem domina a cena nos torneios continentais ultimamente são os africanos do Saara (nos últimos 3 títulos, 1 da Tunísia e 2 do Egito) e na copa do mundo passada, apenas uma seleção ja havia disputado copa do mundo, a Tunísia. Desde que os africanos passaram da 1ª fase de uma copa do mundo, em 1986 com Marrocos, nunca mais 'morreram tão cedo' de marcar presença (em 1990, Camarões chegou nas quartas, em 94 e 98 foi a vez da Nigéria, em 2002 Senegal e em 2006 Gana), mas em termo de regularidade, a força da África vem de uma seleção sem grandes feitos, sem grande respeito, mas que não ve a hora de mostrar sua verdadeira força, a Tunísia!

A Tunísia foi a primeira equipe a vencer em copas do mundo, em 1978 contra o México. Só voltou a disputar uma copa novamente 20 anos depois, e desde lá mostrou ter tomado gosto pela competição: na liderança de seu grupo, independente da eventual vitória da Nigéria amanhã em casa contra Quênia, os tunisianos parecem estar preparados para disputar a 4ª copa do mundo consecutiva (em nenhuma delas conseguiu vitória, foi 1 empate em cada edição que disputou), mesmo sem nenhum destaque fora desse mérito de se figurar como 'cara conhecida na copa' (por apenas 3 vezes seus clubes levantaram o caneco da liga dos campeões da Caf, a cada vez uma equipe diferente - Club Africain, Esperance e Étoile du Sahel - por apenas uma vez a seleção tunisiana foi campeã africana, e o mais interessante: tudo isso é recente, pois os títulos de seus clubes vieram em 1991, 94 e 2007 - essencialmente formada de tunisianos, muitos deles da seleção - e o título da copa das nações em 2004, o que mostra que o futebol desse país está em progressão, e que passar para as oitavas-de-final de uma copa do mundo pode ser questão de tempo).

Nas Américas, há também seleções com 'a cara da copa do mundo': Estados Unidos, México e Paraguai vem de uma sequência interessante: 5, 4 e 3 copas consecutivas, respectivamente. Quem está mais perto é Paraguai e Estados Unidos, na vice-liderança de suas eliminatórias. O México está na fase de repescagem. Interessante que nas últimas 4 copas do mundo, o México foi eliminado nas oitavas-de-final, todas as vezes por equipes que não foram finalistas.

Em copas anteriores, houveram outros momentos tradicionais: Hungria, Iuguslávia, Tchecoslováquia, União Soviética e Uruguai eram figurinhas carimbadas, mas hoje alguns despes países se quer existem, como a Iuguslávia (que se dividiu em Eslovênia, Croácia, Macedônia, Bósnia-Herzegovina, Sérvia e Montenegro - os 2 primeiros ja disputaram copas depois de se tornarem independentes), Tchecoslováquia (a República Tcheca disputou a copa em 2006 e a Eslováquia se encaminha para 2010) e União Soviética (divididas em novas 15 repúblicas, 2 delas ja disputaram a copa, Rússia e Ucrânia). A Hungria não está tão distante assim, na vice-liderança do seu grupo a apenas 3 pontos do líder Dinamarca (a 2ª posição dá direito a repescagem). Há 24 anos distantes do mundial, os húngaros não dominam a cena como na década de 50, mas certamente ficarão muito felizes de disputar o torneio depois de tanto tempo. O Uruguai, que hoje foi goleado pelo Brasil, disputou 2 copas nos últimos 20 anos, e nem de longe são favoritos como eram por tantos anos atrás.

Brasil, Argentina, Paraguai, México, Tunísia, Espanha, Alemanha, Itália, Coréia do sul, Japão... Nem todas essas seleções citadas são 'grandes', mas tem algo em comum: participações frequentes nas últimas copas. Elas ajudam a construir a história dos mundiais, e d]ao seu próprio tempero inconfundível para o torneio de tantas misturas e sabores, de tantos sotaques e lugares, de tanta gente animada torcendo pelos seus países: falta 1 ano para a copa do mundo!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Ronaldo e Nike: divórcio sem respeito

Como as relações comerciais são 'escrotas': acordos frios em que ambos ganham enquanto durar o contrato, sem relação de gratidão pós-rompimento. Respeito? Esqueça essa palavra na guerra de venda de imagens: animais trabalham com o cérebro para defender as mais instintivas necessidades de um homem das cavernas, seja poder, riqueza ou domínio sobre as coisas ao seu redor. Animais que não vestem tangas, e sim roupas sociais; Não portam pedras em sua defesa, e sim canetas para o seu ataque: são eles, publicitários, designers, assessores, empresários e todos os demais envolvidos na destruição do inimigo e insurreição do seu investimento.

Melhor exemplo disso na atualidade: enquanto Ronaldo era patrocinado pela Nike e era protegido pelo seu contrato, não havia outro forma de a Nike contornar com a situação (imprevisibilidades como contusões) a não ser lhe colocando pra cima, acreditando e fazendo o possível para lhe re-erguer, e com isso, colher os frutos do seu sucesso. Hoje, Ronaldo e Nike não estão mais ligados, e realmente, embora ambos se ajudaram muito no passado, mutuamente, não há motivos para a promoção de alguém que hoje arrecada dinheiro para outras empresas, mas o que causa náusea é a propaganda abaixo, da Nike, satirizando adivinhe quem? Pois é, o novo camisa 9 da seleção se submeteu a esta conduta em prol da proposta da Nike (Luís Fabiano, do Sevilla), e os próximos julgamentos ficam por parte de vocês. Para mim, uma palavra que resume isso: Chocante. Tudo está tão explícito que a crueldade virou parte da rotina, mas não quero rever meus conceitos: não quero acreditar que o funcionamento do mundo somente pode ser ordenado dessa forma.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

A violência da vida em sociedade

Eu me pergunto: o que é paz? Se pomba e bandeira branca são suficientes para ilustrar um cenário apático de conformismo prefiro viver em constante guerra. E talvez, seja inevitável para o nosso mundo o despejo de energia em nome de verdades não compreendidas: a tendência do ser humano, ao contrário do que tentam nos empurrar com mecanismos artificiais, é seguir caminhos diferentes, cada pessoa, cada povo, cada geração, e quando o conceito de 'universal' surge para oprimir a criatividade, ele faz cada ser humano se 'auto-esquecer', seguir regras para viver de forma menos dolorosa na sociedade que reprime condutas transgressoras e pior: de geração em geração, o número de corajosos vem diminuindo, na medida em que a tecnologia facilita a vida comum e aliena a mente que não mais espaço procura para se aprofundar no desconhecido, e sim na objetivação medíocre de tampar buraco, curar, salvar e tudo mais que for a curto prazo.
As tradições têm um papel importante para 'organizar' tamanha bagunça que seria se nós fossemos menos humanos (ou seja, mas instintivos, sem ética, moral e costumes). O ser humano não gosta de 'bagunça': ele quer ter sempre o controle da situação e a certeza que está indo para algum lugar, que tem alguma meta, que manterá o seu conforto e que 'será feliz'. Segundo Schopenhauer, "a felicidade não é senão o momento fugaz da ausência da infelicidade." Não vejo essa tese como universal (afinal, luto cada vez mais contra a corrente que acredita que existem coisas universais, que tocam a todos, que abrange o universo) mas de fato, para o ser humano comum, a felicidade é 'conseguida com a concretização de metas', logo, para ser feliz teria de se ter o que se quer, caso contrário, sobraria um vazio, mas porque o ser humano foge tanto do vazio? Esquecemos o quanto podemos crescer no vazio, o quanto crescemos na instabilidade, quantas idéias não temos quando nossos resultados não dão certo (se dessem sempre certo, nada modificaríamos e a reflexão não pediria para entrar em nossas vidas), o quanto reparamos em coisas antes não observadas quando nos conhecemos por completo, nas diversas situações que nos permitimos entrar, o quanto a sensibilidade aflora os sentidos e o quanto a busca dessas coisas também dependem de nossa coragem.
Na sociedade japonesa, há uma espécie de 'casta inferior' chamada 'Freeter': embora ninguém nasça 'freeter' como na Índia se nasce 'daliti' (intocável), o preço que se paga no Japão por não ser um grande aluno é caro demais: numa sociedade que prega tanto a disciplina (pelo menos para as coisas convencionais), o freeter é visto "como alguém que não se esforçou suficientemente nos estudos e provavelmente não vai cumprir o mais sagrado dos deveres filiais, que é o de dar continuidade à família, já que não tem dinheiro para constituir uma" (revista Veja, 3 de junho de 2009, página 119).
Todos cobram de todos, mesmo nos quesitos em que nada uma pessoa pode colaborar. A vida do próximo é um passatempo, e dos julgamentos baseados na própria ótica nascem o ódio ou a indiferença. Não tem jeito, esqueça paz mundial: se um dia todas as nações pararem de lutar no campo bélico, tenha certeza que há motivo especial para isso (talvez o medo as segurem, e não o sentimento de harmonia), se a probreza for erradicada, tenha certeza que tem benefício para os poderosos, que com mercado consumidor maior poderão ganhar mais e mais dinheiro (e a pobreza 'acabará', surgindo uma grande classe média e uma pequena classe mais rica do que nunca): a paz não vem da tolerância, vem da compreensão de corpo e alma, e dissimulações políticas não deixarão de existir, deixando uma falsa idéia de acordos. Por isso, com excessão das relações íntimas (pois amizade é a coisa mais valiosa que podemos cultivar e devemos escolher bem os nossos amigos) o mundo sempre será violento: não é só o derramamento de sangue que nos mata aos poucos, são todas as agressões as naturezas individuais, que somadas são coletivas, sendo o coletivo algo não uniforme. Para quem abre o olho agora (e eu nunca acho que é tarde demais, pois cada um tem o seu tempo): a Matrix não existe mais, bem vindo ao mundo real.