sexta-feira, 27 de junho de 2008

Popular

A palavra 'popular' se refere a 'povo', ou seja, aglomerado de pessoas que quantitativamente são maioria, embora nem sempre tenham poder para mudar sua própria estrutura, comandada pela minoria poderosa, a elite. A palavra 'elite' não está designada apenas para representar pessoas, e sim tudo que alcançe um 'patamar de excelência extra-ordinário'(e como vivemos numa sociedade que valoriza em demasia as cifras, a excelência está relacionada com o poder aquisitivo). Outras formas de empregar a palavra elite: um pequeno grupo de policiais militares tem treinamento especial, são responsáveis pelas tarefas de maior grau de exigência, por isso, são selecionados poucos, e estes ganham bem, esta é uma forma de evitar o suborno(se fossem tantos policiais, seria difícil para o estado bancar o salário de todos, e se perderia o controle de qualidade, na concepção dos chefes de segurança).
A palavra 'povo' pode ser empregada pejorativamente, especialmente por quem não se acha enquadrado nesse contexto(embora seja), e todos os dias os meios de comunicação repetem, mesmo que de forma subliminar, idéias que favoreçam quem as financia, daí termos como 'povão' estarem aliados a pessoas feias, desorganizadas e sem capacidade para administrar nada(na concepção elitista).
Numa sociedade extremamente individualista, onde as idéias centrais de dinheiro acabam contaminando boa parte da população, grande parte do povo não se aceita, e quer ser elite. Há quem possa chegar nesse patamar sócio-econômico, e não perca suas 'raízes populares', muita claras no gosto musical, por exemplo. Porém, o que é música popular? Na teoria, a MPB, como sigla de 'música popular brasileira', representaria as massas, mas na prática, proporcionalmente, essa música é mais ouvida pelas elites, além de os preços desses shows causarem um apartheid social. Popular mesmo aqui no Brasil seriam, na região norte, o Calypso, no Nordeste, o Forró, pagode e arrocha, no centro-oeste o sertanejo e no sudeste e sul o samba, onde escolas de samba do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro desfilam nos carnavais todos os anos.
Nos Estados Unidos, a 'música pop' tem como público alvo 'jovens sonhadores', que buscam no culto aos seus ídolos inspiração para um dia serem as próprias estrelas, a exemplo de Britney Spears, Madona, Hilary Duff... Certamente, se 'unificou' uma nação com os mesmos princípios de 'grandeza artificial', desprezando as histórias de vida e culturas regionais, e se aproveitando de cada nova moda para fundir-se e continuar fazendo sucesso, a exemplo da fusão do pop com estilos diversos, como hip hop, rock, reaguee... Tudo ganha uma 'maquiagem' com as produções de clipes: a pobreza nos guetos americanos ficam maravilhosa, há uma mística nas quadras de basquete com alambrados enferrujados e atletas amadores extremamente criativos, com um estilo descontraído. O pop não tem uma raiz: ele busca estar junto de quem está bem no momento, e claro, isso tudo para ganhar dinheiro, enriquecer com o nome do povo o bolso das elites.
Nem tudo que é popular tem sido do povo, a idéia do popular visa sempre um público alvo, com uma idéia romântica de estar sendo fiel as raízes de suas massas.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Sua credibilidade com o mundo

Credibilidade significa agir de forma coerente com as suas teorias; A cada ato hipócrita ou demagogo, o sujeito em questão 'perde créditos', e assim somos julgados nós seres humanos: pessoas confiáveis ou não.
A coerência e busca pela verdade pode atingir intensidades diferentes, há quem não queira provar nada, quem não faça questão de ser reconhecido como 'alguém com quem se possa contar', mas o pior de tudo é cair no engano de achar que todas as suas teorias se transformarão em prática, pois 'basta lutar para que isso aconteça'.
Nós seres humanos somos impotentes se levarmos em conta que sozinhos, não passamos de um grão de areia no deserto, além de que nem tudo depende de nós humanos: a força da natureza e o tempo são incontroláveis. Tendo consciência de nossas limitações, seremos inteligentes para 'baixarmos a bola' e não sustentarmos uma luta que não possamos apoiar de corpo e alma.
Acreditar que um mundo mais justo depende apenas de nós mesmos é um pensamento ingênuo que procuro largar aos poucos: sei que posso fazer muito, mas o muito que posso fazer muitas vezes entra em conflito com outros tipos de interesse, e como eu tenho amor a minha vida, faltará um teor de agressividade necessário para alterar as velhas estruturas, construir novas, que não se sabe se serão piores ou melhores, e o grande defeito da mudança é a incerteza.
Quando me vejo como um 'quase nada', levando em conta que eu sou apenas 1 em um planeta de bilhões de pessoas, e que viverei uma parte pequena da história, que surgira em um tempo indeterminado, e que continuará existindo depois de mim sem prazo para término, penso no quão pequeno eu sou, e que, se posso fazer algo, é jogar uma gota de água num enorme incêndio, porém, são bilhões de gotas que juntas podem cessar o fogo, somos nós, humanos, que podemos melhorar a ordem, mesmo sabendo que mesmo juntos somos impotentes se levados em conta o poder das forças da natureza, somos nós, a maioria, que podemos derrubar do poder poucos poderosos que comandam maior parte da riqueza monetária e fazem seus semelhantes viverem na miséria. Podemos jogar nossas gotas sem esquecer de 'curtirmos a vida', mas aí entre em conflito algo que perdura há anos: se temos de nos unir pelas semelhanças, o que temos de tão semelhante a ponto de juntarmos forças e re distribuirmos melhor as riquezas?
Antes de perguntar ao mundo, eu me pergunto: será que eu estou preparado para renunciar a algumas regalias? Talvez eu seja um cara mal, que discursa sobre igualdade mas não sabe dividir. Enfim, acho melhor ficar calado, pois se eu falar demais, estarei cometendo os mesmos erros de tantos, e ainda prezo pela minha credibilidade. Por isso, agora é tempo de refletir comigo mesmo, pois antes de mudar o mundo, é interessante mudar a si mesmo.