quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Estou na Itália!

Cheguei no país europeu mais parecido com o Brasil (até parece que eu sou um mochileiro de grande experiência, hehe). O povo daqui é muito elegante e sorridente, sabe tratar bem um imigrante, e estou gostando muito mais da Itália do que da Espanha.
Dia 29, 2ª feira, saí muito cedo de Salamanca (fui andando da residência até a ferroviária e de lá peguei um trêm até a ferroviária Samartín, em Madrid- 3h de duração). De Samartín peguei um metrô até o aeroporto Barajas (em Madrid, e tinham estações de metrô praticamente dentro tanto da ferroviária e aeroporto). De lá pegamos um avião pela Rynair (companhia de aviação irlandesa extremamente barata e sem o mínimo luxo) para Bérgamo- Itália (2h de duração). De Bérgamo, pegamos um ônibus, no próprio aeroporto, para Milão (1h de duração), e da rodoviária de Milão andamos até o metrô, onde fomos até a estação mais próxima de Peschiera Boromeu (cidade onde estou). No fim de linha do metrô, ainda pegamos um táxi e chegamos na casa.
Ja visitei o centro de Milão, vou ficar na Itália até dia 4 e terei saudades da terra da pizza (ainda quero comer pizza por sinal, mas pelo menos ja comi risolli a MILANESA em pleno centro de MILÃO).

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Faz 1 semana hoje

Ja tem 1 semana que saí do Brasil. Muitos lugares visitei, muita carne de porco comi, e até neve caiu em pleno outono! Tenho tirado poucas fotos até agora, vou tirar mais e coloca-las na internet. Amanha vou a Madrid ver no estadio Santiago Bernabeu Real Madrid e Valencia! Isso é um sonho! Algo indescritível, tudo está se realizando: ja peguei na neve, ja viajei de trem, vou ao jogo do Real e só me falta jogar futebol por aqui, tem uma quadra pertinho de minha escola, a Enforex (que ensina língua e cultura espanhola para estrangeiros). Abracos para todos!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Bem amigos do Brasil

É com muita alegria que vos informo minha chegada na Europa. Pela primeira vez saio do meu querido continente americano, e até agora fui muito bem tratado e respeitado. A adaptaçao (desculpe pela falta de acento no a, mas nao me adaptei ao teclado espanhol, e prefiro deixar esses erros como marca de minha inicaçao na escrita digital daqui) tem sido um pouco difícil: a saudade da maravilhosa terra que deixei, o cheiro do feijao (a comida aqui é gostosa, porém nao tanto quanto a brasileira, e estou com medo de ficar gordo, tamanha sucuncia da carnes daqui) e a 'proteçao' de meus pais, pois embora eu ja seja quase um adulto, ainda gosto de 'receber puxao de orelha' de minha mae, gosto quando ela me lembra de algumas coisas, e do entusiasmo do meu pai ao me mostrar coisas novas de sua vida, a exemplo de seus projetos na empresa, e estou torcendo muito por ele daqui.
Na sexta feira a tarde pessoas queridas me levaram no aeroporto de Salvador: minhas avós, minha mae (meu pai estava viajando no dia), minha prima Palloma e meu amigo Theo. A família de Felipe, o amigo que está viajando comigo, também compareceu, e todos estavam emocionados com a nossa jornada. Cada mínimo detalhe tinha uma magia especial, até mesmo o burocrático check in. Quando entramos na área de embarque, resenhamos até a hora de entrar no aviao, e nos fascinamos com o boeing da Tap, com monitores individuais, vários canais de filmes e músicas e regalias como travesseiro, cobertor e revistas portuguesas. Nao gostamos da comida, mas está perdoado, afinal, os portugueses foram extremamente gentis e fizeram o máximo para nos deixar confortáveis, até brinquei com uma portuguesa afirmando que Kaka é o melhor do mundo, e ela respondeu sorrindo que esse é o ano do Cristiano Ronaldo.
Chegando em Lisboa, a imigraçao foi extremamente questionadora, porém nao agressiva: eles perguntaram 'o que vai fazer na Europa' e nós, que nao devemos nem tememos nada, afirmamos 'estamos indo estudar espanhol'.
De repente o mundo parecia pequeno, é como se Lisboa e Salvador estivessem ligadas, e o voo nao foi lá tao longo, afinal, eu ja esperei tempo maior por muito mais coisas simples, e lendo e vendo filme no aviao o tempo passou rápido. Pouco tempo estivemo em Lisboa, deu tempo de eu dar uma olhada numa loja de esportes e pegar 2 postais da Tap. Em menos de 2 horas ja estava no outro aviao que me levaria a Madrid. O voo, que demora aproximadamente o mesmo de uma viajem de Salvador para Aracaju (cerca de 1 hora), foi tranquilo, e chegando lá, pegamos nossas malas e seguimos adiante conhecendo o aeroporto, onde fiz minha primeira compra: um cartao postal do Santiago Bernabeu, estádio do Real Madrid. Em pouco tempo procuramos a estaçao de metro, que é dentro do aeroporto, e com as informacoes devidas, pegamos 2 linhas de metro e chegamos a ferroviária, onde liguei para minha mae para avisar da minha chegada. Compramos nossos bilhetes para Salamanca e partimos numa viajem de 3 horas de trem (a primeira da minha vida).
Chegando na ferroviária de Salamanca, buscamos um taxi, mostramos o endereço e chegamos na residencia estudantil, onde conhecemos 3 brasileiros que rapidamente se enturmaram com agnte e chamaram-nos para sair mais tarde. Depois de jantar, vi num apartamento com 3 cariocas, 3 paulistas e 3 pernambucanos o maior clássico de futebol do país: Barcelona e Real Madrid! A cobertura televisiva daqui perde feio para a do Brasil, muito mais moderna e imparcial (o narrador espanhol grita mais do que Galvao Bueno durante o jogo, alem de nao terem uma variedade de cameras como a Rede Globo).
Após o jogo, fomos a 2 boates, onde encontramos mais brasileiros. Nao se paga para entrar nas boates, se deixa os casacos num cabide e paga-se apenas o que beber )na primeira boate eu nao gastei nada, na segunda gastei só um euro).
Voltei de madrugada para a residencia, e acordei tarde no domingo, que foi um dia light. Apenas lanchamos fora, conhecemos a cidade (nós estamos na parte antiga, que lembra um pouco coisas do Pelourinho, e a parte nova é moderna, como em Salvador é a Pituba, por exemplo).
Hoje começaram as aulas, e em todas as turmas estou na sala de Felipe. Nas turmas de gramática, tenho como colegas um cara da Arábia Saudita, uma chinesa e um sueco. Na turma de cultura, tem 2 chinesesas, 2 irmaos alemaes (uma garota de 14 anos e um garoto de 16) e um japones. Os orientais me parecem extremamente disciplinados, e vieram para estudar pra valer, até porque a diferença entre os idiomas é gigantesca, e mesmo se esforçando e eles terem aprendido antes, é difícil para eles falar espanhol. Os asiáticos nao sao vistos na noite de Salamanca, embora as escolas estejam repleta deles, e os ocidentais me parecem ter como maior objetivo curtir a ´farra´ de Salamanca, e eu quero me equilibrar, para estudar bem sem deixar de curtir as festas.
Bom, esse é o meu primeiro relato da viajem, devo escrever mais em breve, e estou com muitas saudades, porém ainda faltam 2 meses. Abraços!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

A seta invisível

Segunda-feira, 2 de Julho de 2007

Bom, eu não tenho vocação para artista, pelo menos não descobri ainda nem me aperfeicoei =P Mas como ninguém ve esse blog, só eu e de vez em quando alguns parentes, aqui tenho liberdade para errar, ser eu mesmo, escrever tudo como se estivesse fora do mundo, e por isso mesmo não o divulgo, hehe. Aliás, para quem eu estou escrevendo mesmo?

Então, abaixo um texto que formulei hoje, o nome é 'a seta invisível' e fala sobre a intuição, que para alguns é considerado o 6º sentido, e para outros, é muito abstrato para se aproximar com o universo dos sentidos físicos. Mas, quantas vezes não ouvimos a frase 'siga o seu coração'. É isso aí, eu gostei, e isso ja é o bastante

A seta invisível


"Ouvistes o mudo

Olhastes o invisível

Mesmo assim sói vós

Desbravador do próprio destino


Sentistes tudo no nada

E no nada há energia

A vibração do silêncio

A direção da seta invisível


Sabes que existe algo além do concreto

Tudo pode ser mais complexo

E das batidas do seu coração

Terás certeza de tudo


De forma sadia e lúcida

Conseguirás o que tu qués

Bravo guerreiro arriscas e quem sabe

Responsável pelo sucesso tu serás"


Só o fato de ter escrito esse texto ja foi uma das guiadas da tal 'seta invisível', ou seja, intuição; Siga seu coração, seja você, tenha certeza do que você faz, claro, vivendo a vida de forma sadia e responsável(e não de forma louca e inconsequente), e a naturalidade dos fatos te guiará às coisas boas que procura, e claro, sendo feliz ao decorrer do caminho descrito pela seta invisível, e não apenas quando concluir seu objetivo, no qual sua intuição poderá te levar, e caso não leve, acontece... Lidar com a frustração de forma tranquila é uma grande virtude, e grandes seres sabem a executar muito bem.

Viva o São João!

Quarta-feira, 20 de Junho de 2007

O meio do ano é uma época maravilhosa, inclusive prefiro o mês de junho à o mês de dezembro. No mês de junho, eu faço aniversário(16), acontecem as festas juninas, a quente cidade na qual eu moro vive dias relativamente temperados(se comprados às outras 3 estações) e claro, tem também as férias(embora pequenas).

Esse ano o São João vai cair num sábado, então, o feriado será pequeno, mas não estraga a magia da festa. Pela 1ª vez vou à uma festa de São João 'de verdade', para Amargosa, e lá fica a festa junina mais 'do momento' da Bahia, com bandas descoladas, como Asa, e uma galera jovem super animada.

Minhas recordações do São João são ótimas: ja houveram arraiás no meu condomínio(antes da data oficial, porque essa era uma oportunidade de reunir os condôminos anets de 'quase' todos viajarem), queima de fogos com meus primos em Sergipe, comidas deliciosas, músicas típicas que me fazem recordar... E quando São João é em época de copa então, como foi em 98, 2002 e 2006(que eu acompanhei pra valer), é uam dupla festa!

A história do São João é longa, mas vou resumir pelo que eu entendi: ela começou no Brasil porque nos canaviais, a data da colheita da cana de açucar era perto do dia de São João(dia 24, uam data que ja existia), a cana de açucar demorava aproximadamente 1 ano para ser colhida após o plantio, e essa festa na hora da colheita gerou uma festa. No Nordeste ela deve ser mais popular porque o centro do Brasil, antes da descoberta de ouro nas Minas Gerais, era o Nordeste, sendo Salvador a capital(embora, das 9 capitais nordestinas, Salvador seja a mais fraca em tradição, embora os interiores da Bahia tenham festas muito famosas). Então é isso, bom São João para todos!

A 8ª arte.

Quarta-feira, 6 de Junho de 2007

Abre as cortinas e começa o espetáculo! A prensa começa o nivelamento para acertar qualquer irregularidade e compactar o terreno; Mas deixa uma leve inclinação partir da metade da circunferência para ajudar a drenar a chuva que cair no gramado; Um sistema de drenagem formado por 100 metros de cano! Os canos drenarão uma eventual chuva até ralos fora do palco do espetáculo, e logo acima do sistema de drenagem está o sistema de calefação com 27 km de tubulação que espalharão calor e manterão a temperatura entre 35ºC e 50ºC, impedindo o congelamento do palco no inverno; Esse palco é um gramado, e o sistema de irrigação é de última geração, pois molhar o campo não dá certo devido a distribuição desigual. Antes de plantar a grama despeja-se no terreno a matéria orgânica topsoil e areia, esta última para favorecer o escoamento da água! Acima do Topsil está uma camada fina de adubo nutritivo; Após plantada a grama, em 45 dias ela já está no ponto! A maquina de cortar grama trabalha periodicamente afim de manter uma altura média de 24 mm e assim o espetáculo poder seguir com naturalidade. Essa brincadeira custou 143 mil reais!
Mas este foi só o palco, ainda falta construir um lugar confortável para a platéia. Os arquitetos elaborarão a planta com cuidado, os engenheiros civis farão cálculos cansativos, os pedreiros trabalharão no sol quente, tudo para a obra estar pronta o quanto antes! Mas antes de tudo o engenheiros de tráfegos terão que elaborar um plano inteligente para que em dias de espetáculo as multidões não congestionem o trânsito da cidade, além de que terá que elaborar pontos de a chegada de transportes em lugares estratégicos, para que o público não precise andar muito antes de sentar na sua confortável cadeira marcada com o número do ingresso. Estacionamentos amplos serão feitos para mais de 10.000 carros, e uma entrada alternativa para o estádio será feita para os artistas entrarem direto nos seus camarins sem precisar se expor antes de começar o espetáculo.
Além do usual ingresso popular - sendo o mais popular de todos chamado de geral, que é um lugar mágico na beira do campo onde não há degraus e todos vêem o jogo em pé - haverão dentro dessa arena artística camarotes(onde as cadeiras são bem distante uma das outras, para ficar mais confortável, e não tão próximo do outro -claro, para quem não gosta do calor humano proporcionado por esse espetáculo) , tribunas de honra, tribunas para a imprensa, museu com a história das turnês antigas, lojas, cinema, restaurantes, enfim, um verdadeiro ‘Shopping center’. Essa arena será coberta para os torcedores, mas os artistas terão que tomar chuva, o que deixa o espetáculo interessante. Depois de concluída a obra, o preço assustador: 143 milhões de reais! Ou seja, 3 zeros a mais que a construção do gramado, ou palco, que custou 143 mil.
O camarim é luxuoso: nesse espetáculo, há 3 camarins: 2 para os artistas que irão disputar quem merece ser o dono do espetáculo e 1 para a comissão avaliadora de infrações. No camarim dos artistas que irão se enfrentar, há armários, onde eles colocam seus figurinos, há televisão e quadro, para o diretor fazer as últimas orientações antes do espetáculo, há duchas e banheiras de hidromassagem para relaxar os músculos e enfermarias, pois essa arte exige-se muito do corpo, que se cansa e muitas leves até leva-se a contusão; No meio entre os 3 camarins há um corredor com 3 direções(além da entrada dos próprios camarins): a de entrada e saída da arena, a para a porta da área de coletiva de imprensa e o túnel para a entrada e saída o palco. No túnel, onde pode-se entrar as duas equipes juntas ou a ‘equipe da casa’ ao som de aplausos e assobios e a equipe de fora sendo vaiada.
A platéia, apelidada de ‘torcedores’, fazem o caminho de suas casas ou hotéis para a arena, apelidada de estádio. Nesse caminho, tem-se dois caminhos: o ‘elite’, onde você deixa seu carro num estacionamento seguro e segue a poucos passos de sua cadeira, ou o ‘caminho popular’, onde você confiará seu carro à um vigia, ou você vem de ônibus, desce de um ponto relativamente distante do estádio, e assim, sentirás o agradável cheiro de churrasco, da gritaria de vendedores de ingresso alternativos, apelidados de ‘cambistas’, além da venda de bebidas mais baratas que dentro do estádio e som alto, bandeiras balançando num ritmo carnavalesco em que a festa começa antes do espetáculo.
Entrando no estádio, não importa onde esteja, você verá o mesmo espetáculo que todos, mas claro, com visões diferentes(no sentido físico e de pensamento). Lá dentro, acontecerá uma festa, com papéis brancos salpicados no gramado, sinalizadores de diversas cores, bandeiras, fogos de artifício e um telão que mostrará o ponto culminante do evento, o chamado ‘gol’.
Nesse evento, chamado ‘partida de futebol’, várias pessoas trabalham durante o espetáculo, e várias trabalharam para esse espetáculo acontecer nesse dia, e com qualidade, são eles os dirigentes(embora esses na maioria das vezes atrapalham, deveriam ajudar), patrocinadores(portanto que não se perca o foco da paixão pelo futebol, mas os patrocinadores tem sua função respeitada), policiais, jornalistas(que correm atrás da notícia e são credenciados com crachás e coletes, para transmitir a complexidade do evento ao alcance de todos), médicos(todos torcemos para que eles não precisem participar, mas infelizmente, lesões são constantes)...
Para executar a função melhor, o figurino dos jogadores(os artistas que competem em duas facções, chamadas de equipes ou times) são confortáveis, com tecidos de qualidade e calçados(chuteiras) que tirem a impressão de não estar descalço, e assim, os jogadores poderem desenvolver seu futebol simples e moleque, o ‘futebol-arte’, que é o que queremos ver.

*Colaboração de reportagens da revista Mundo Estranho na parte de infra-estrutura de estádios.

**Perceba que a utopia criada no texto reúne traços dos estádios sul-americanos(os papéis brancos salpicados, na Argentina; A Geral do Maracanã; A combi do regui da Fonte Nova e toda a bagunça gostosa de diversos estádios sul-americanos), europeus(com toda infra-estrutura, sistema de calefação, estádios que parecem shoppings...) e japonês(com arquibancadas umas distante das outras, onde a preocupação é o bem estar do público, e não lotar o estádio para arrecadar mais; Porém, o povo japonês não é tão apaixonado por futebol).

A relação entre futebol e capital.

Sábado, 26 de Maio de 2007

Muito se fala na nostalgia dos antigos craques e antigas equipes, embora muitos não gostem dessa nostalgia, como Luis Felipe Scolari, que caracterizou esse momento como ''a época em que se amarravam cachorros com linguiça''.

Na minha opinião, os 6 melhores jogadores de todos os tempos são Pelé, Maradona, Cruyff, Garrincha, Di Stefano e Puskas. Nenhum deles foi de minha época, mas através de pesquisas e de um critério escolhido por mim mesmo, defino estes como os melhores, então, muitos devem perguntar: ''Porque os jogadores antigos são tão valorizados?''. Infelizmente, não consigo formular uma resposta definida, talvez este será meu tema de mestrado, mas o fato é que nas décadas anteriores também haviam muitos 'perna de pau', e esses jogadores craques do passado, se tivessem que jogar hoje, teriam que se disciplinar muito mais(com excessão de Pelé), ou seja: se eles jogassem hoje, nas mesmas condições do passado nos dias de hoje, teriam que passar por um treinamento específico, aumentar massa muscular, fôlego e explosão muscular, tudo isso para fazer com que seu talento seja produtivo para a equipe, ja que nos dias de hoje a técnica é apenas um acessório. O que mais teria que mudar é Garrincha, que bebia e fumava muito, além de ser farrista em excesso(hoje existem os farristas também, mas para chegar longe é preciso abrir mão da diversão por alguns momentos, para dormir bem e ter um bom rendimento no jogo).

Talvez por isso o futebol de hoje em dia seja 'feio': não dá para jogar na Europa sem ter um corpo forte, e o Robinho moleque do Santos se tornou mais um protótipo do jogador padrão europeu, sendo que seu peso impossibilta de fazer alguns tipos de arte. No futebol antigo, não havia(porque também ninguém havia inventado) 'fórmulas' para se ter um time 'vencedor', com esquemas táticos defensivos, por isso, para ser vencedor no futebol moderno, as vezes é preciso deixar de ser você mesmo, como foi o caso da seleção brasileira da copa de 94, que seguiu um estilo defensivo europeu para vencer uma copa "àos trancos e barrancos". Ja a seleção de Telê, em 82, jogou um futebol bonito, mas que por injustiça(algo comum no futebol) foi eliminada. Então eu te pergunto: você prefere vencer jogando feio ou perder jogando bonito? Para essa pergunta, não existe resposta certa: depende de seus princípios, de sua forma de pensar e do que você quer para sua vida e para o futebol(sim, vida, pois eu acho o futebol uma metáfora da vida humana).

No lado romântico pré-teto salarial dos jogadores de futebol, clubes pequenos, do interior, poderiam atrair grandes craques em pé de igualdade com clubes potentes, pois o salário era o mesmo(graças ào piso salarial, os jogadores não poderiam ganhar mais que um certo limite) e muitos atletas preferiam morar em uma cidade pequena de interior devido a vida tranquila. Hoje, sem teto salarial, quem contrata os melhores são quem tem dinheiro, e como estes podem pagar quanto quiserem, montam super equipes. Eu entendo o lado da classe trabalhadora dos jogadores de futebol, pois é um absudo ver os dirigentes lucrando tanto e se sentir um um mero trabalhador, sendo que é o jogador quem faz o espetáculo. Mas é inegável que o piso salarial declinou os times pequenos.

Interesses econômicos também 'colaboram' para deixar o jogo mais feio: nas copas de 86 e 94, por exemplo, não houveram jogos pela noite, e os jogadores tinham que encarar temperaturas altíssimas, as vezes até 40º, apenas porque esses jogos aconteciam no continente americano, e para que os europeus pudesses assistir sem um choque muito forte de fuso-horário, os jogos aconteciam até mesmo no horário de meio-dia! Outra coisa: jogadores jogam 3 vezes por semana: Domingo, 4ª feira e domingo(7 dias). Em média um jogador corre 10 kilômetros a cada partida, sendo 2 tempos de 45 minutos com momentos de leve andadas e corridas exigindo-se o máximo de explosão muscular. Fora se a partida tiver prorrogação, e isso tudo durante mais de 10 meses! Por isso há tantas contusões: estão testando os jogadores ào limite, como se fossem animais, e aí, quando se pode tirar férias por 1 mês para descansar pelo fato de não ter férias há 2 anos, como Kaká e Ronaldinho Gaúcho, alguns pseudo-jornalistas(que mais parecem palpiteiros) ousam crucifica-los por pedirem liscença para não participar da copa América. Esses pseudo-jornalistas devem ser pagos, devem ser atentidos por diversos interesses, para falarem asneiras desse tipo.

Nem todo jogador de futebol ganha bem, e trabalha como um peão, pois não bastasse jogar 3 vezes por semana, os treinos são super puxados(eu ja treinei em várias escolinhas e ja vi um treino do Esporte Clube Vitória, e posso dizer: tem que ser raçudo!). Então, ao inves de só culpar os jogadores, é preciso culpar todo esse sistema que envolve o futebol capitalista, e para encerrar esse post, uma frase do escritor Paulo Mendes Campos:

"E, se não quiserem mexer nas regras para salvar o futebol, há outra solução, embora utópica: acabarem para sempre com os treinadores. Sem os técnicos, talvez, a rapaziada consiguiria devolver ao futebol a pureza do brinquedo"

Futebol é paixão incondicional.

Sábado, 19 de Maio de 2007

Eu sou brasileiro e torcedor do Bahia, mas isso não me impede de gostar do futebol argentino e torcer pelo sucesso da equipe rival do Bahia, o Vitória.

Parece até uma lei: se você é brasileiro, tem que torcer contra a Argentina, se você é Bahia, tem que odiar o Vitória... Paramim isso é besteira, eu não odeio time nenhum, mas acima de tudo, torço para o sucesso dos times da minha região, pois torço pelo fim do monopólio do sul e sudeste lutando pelo título nacional, e prefiro levar na esportiva uma provocação de torcedor do Vitória à ter que aturar times do sudeste ganhando todos os torneios de expressão e chamando nosso futebol de fraco.

Da mesma forma, prefiro ver a Argentina vencer uma copa à uma eleção európéia sem sal vencer e contar mais um título para o velho continente. E quanto as provocações, é o seguinte: se um argentino tentar te pertubar, simplesmente o parabenize pela sua seleção, e aí, ele ficará sem graça e não pertubará mais. É uma dica da boa convivência: não jogue o jogo do provocador, pois o provocador só consegue ser eficiente se do outro lado há quem se sinta provocado.

Na minha opinião, devemos pensar antes de agir de uma forma em que nos manipulam a agir; Eu tenho admiriação pelo time do Esporte Clube Vitória e pela seleção argentina de futebol. E mais: minha paixão pelo futebol é muito maior que minha paixão pro qualquer instituição futebolísitica, como o Esorte Clube Bahia, em que o sócio não se sente parte integrante do clube(pois não tem nem direito a voto) e CBF(que não necessariamente é a representação mais fiel do futebol brasieliro, ja que nela há vários interesses capitalistas e tendências à defender times e jogadores do sul e sudeste).

Eu ja me stressei com Bahia, hoje levo o futebol como um jogo apaixonante, mas que deve ser fonte de entrentenimento, e não de frustração, portanto, acho bom protestar contra a situação atual do Esporte Clube Bahia, pois o mundo não é só alegria, mas não esqueça de ir à Fonte Nova curtir a magia em que você mesmo cria, pois mesmo com jogadores limitados, seu olhar é quem decide o que há de bom numa partida de futebol. Ser apaixonado por algo ou alguém é olhar deiversos aspectos positivos e curtir essa paixão, coisa que falta para o futebol, independente do time.

Por isso, mesmo insatisfeito com a situação administrativa do Bahia, vou continuar apoiando o time, fazer o que posso, mas não me stressar, pois stress está longe de ser sinônimo de eficiência produtiva, e estamos nesse mundo mesmo é para, ser feliz!

Bicho humano.

Quinta-feira, 3 de Maio de 2007

Pense na evolução do ser humano: quando as sociedades eram ágrafas e não existia o conceito moderno de economia, não havia escrúpulo em por exemplo, andar nú(a não ser pelo frio) ou matar seu semelhante, como numa teia alimentar que existe nos dias de hoje com animais irracionais.

Com o tempo, o ser humano foi se organizando, pensando, e assim formas rústicas de comunicação foram substituídas pela fala, e mais tarde também pela escrita. Se criou hierarquia para proteger o direito do próximo, afim de se viver em harmonia(o medo de ser punido faz com que muitos seres humanos 'andem na linha', o que é ótimo, pois imagine se fosse banal ser roubado?). A lei da selva ainda é usada como metáfora do que acontece no mundo capitalista, onde existe um contraste muito grande entre quem não tem o que comer e quem não tem onde gastar(essas pessoas acabam virando adeptas de um costume 'quase primitivo', em que no 'status' das roupas, por exemplo, dá-se uma relação de poder).

O ser humano criou coisas interessantes, como as leis, para que você tenha o direito à sua propriedade(mesmo que a propriedade seja coletiva, como no socialismo, mas não deixa de ser sua também, ja que é de todos). Mas criou-se também costumes inexplicáveis, como o fato de que existe todo um padrão 'aromático', em que 'estar limpo'(ou seja, que o odor do ser humano não esteja natural, por isso usa-se desodorantes e nos casos mais extremos de higiene, perfume francês, para desfarçar algo que seria da natureza humana). Talvez exista explicação biológica: o ser humano se acostumou a procurar cheiros agradáveis, e identificou cheiros desagradáveis como nocivos, ja que no suor contém substâncias às vezes assossiados a doenças.

Da mesma forma em que se procurou fugir da sua natureza interior(como no aroma pessoal, corte de cabelo, a vergonha por mostrar o corpo em público...) o ser humano também procurou criar um ambiente conveniente, denominado 'civilizado'(e longe de ameaças), e é por isso que pessoas civilizadas não moram no meio da selva ou nas cavernas, e sim em ambientes de pouca umidade, em que as chuvas não invadam e onde exista porta para entrada e saída. Um grande exemplo na minha cidade é a avenida paralela, onde fica minha faculdade. Até a década de 70, não existia civilização nesta região: havia mata atlântica virgem(a cidade foi se expandindo de sul à norte, com o centro histórico tendo 458 anos, depois uma fazenda virou o bairro da Pituba, e hoje, ja querem desmatar o que ainda há de mata atlântica, e um exemplo recente é o condomínio grã-fino, o Alpha Ville, que vai preujudicar a cidade por causa de interesse de poucos- e ricos), mas aí a cidade sentiu necessidade de crescer, de se ligar com municípios vizinhos como Lauro de Freitas e Camaçari, de criar novos ambientes para seus habitantes morar... O ser humano está pagando caro por tantas modificações feitas; Pessoalmente, sou a favor do progresso, mas pensado, e longe de interesses econômicos e em pró da qualidade de vida das pessoas.

Para completar, é interessante perceber que muitos dos nossos comportamentos não são impostos pela nossa cultura(sociedade), não é a toa que são universais. Por exemplo: porque gostamos tanto de doce? A resposta é simples: o ser humano ao longo dos tempos percebeu que frutas amargas e azedas tinham assossiação com degradação e intoxicação. Por isso, o açucar é uma especiaria tão querida em tantas culturas, não importa se vem da cana de açucar, beterraba, milho... Por isso, seja civilizado, pois foi uma conquista muito grande de nossos antepassados criar uma ordem em que, mesmo com injustiças de hoje, nos fazem viver de forma melhor e mais segura que no passado, mas também entenda seu 'lado animal' e respeite sua intuição, pois nem sempre a cultura é responsável pela nossas atitudes, falo isso, principalmente, focando no último assunto: os elementos doces. Por isso, desconfie de algo que você ache estranho ao comer.

Ressignificação.

Quinta-feira, 26 de Abril de 2007

Teoricamente, eu não estou num momento propício para sorrir: meu time(Bahia) foi desclassificado da copa do Brasil, eu me dei mal nos testes da faculdade e perdi pela 2ª vez no teste prático do Detran.

Eu não gosto da história de Poliana, pois ela saí muito da realidade tentando ver o lado bom de todoas as situações, onde na verdade a análise deveria ser outra; Eu não preciso pensar que "foi bom ter perdido no Detran porque da próxima vez eu estarei mais preparado" ou "o Bahia perdeu, mas é bom que ele terá mais tempo para o campeonato baiano". "Porra nenhuma ". Eu estou muito chateado com o Bahia e muito chateado por ter perdido no teste do Detran, pois não sei em que errei, em que posso ser melhor(vou procurar saber amanhã na sede do Detran, e assim treinar mais, pois mais prática vai me ajudar), mas a vida é muito mais que isso; Quando eu estou chateado com algo, procuro mentalizar coisas positivas: pensar o quanto minha família me ama, pensar que tenho amigos super companheiros, pensar que moro numa casa confortável e durmo numa cama macia e quentinha e como 3 refeições por dia fora os lanches fora de hora(pode parecer besteira para um classe-média, mas eu moro perto de 2 comunidade carentes, e por isso sei o quanto sou privilegiado no fator econômico). Minha vida é ótima, se outras coisas boas terão que acontecer, acontecerão, naturalmente(sem tanta preucupação) e com meus esforços vão fluir, pois se eu estou tirando notas baixas na faculdade é de minha responsabilidade, pois tenho de admitir que não estou estudando nada, e é uma pena, pois estou desperdiçando a chance de passar direto(sem final) em matérias com conteúdos agradáveis e com professores sensacionais.

Eu estou com pressa de começar a dirigir sim, quero curtir muitos fins de semana com meu carro, sem depender de ninguém me levar para os lugares ou esperar um bom tempo nos pontos de ônibus, e o momento de tirar a carteira vai acontecer, e enquanto não chega esse momento, vou ser feliz com o que tenho, que por sinal é muito, e também focar minha mente em outros objetivos, como os estudos. Talvez o tombo de ter perdido o teste do Detran me trouxe a realidade(talvez um pequeno lado em que eu concordo com Poliana), e vou abrir meus olhos e correr atrás das coisas e não esperar que elas cheguem até mim... Vou tentar demonstrar na minha vida a mesma garra que demonstro quando jogo futebol. Minha mensagem do dia é: seja feliz todos os dias, pois o bom da vida não é apenas o ponto de chegada de um objetivo, e sim toda a trilha que você faz para alcançá-lo(por isso, vou manter meu sorriso e seguir de cabeça erguida, pois quando o momento de glória chegar- a carteira- vou ser um duplo vitorioso, por ter conseguido a carteira, e por ter curtido tanto todos os momentos que o antecederam).

Preste atenção nos detalhes.

Quinta-feira, 19 de Abril de 2007

Pense na complexidade que é o mundo: você não viveria sem os outros. Por isso, seja grato à humanidade; São pessoas comuns, como eu e você, que trabalham para a água e energia elétrica chegar em sua casa, para a sua ligação telefônica chegar em outra casa, para as ondas de rádio chegar no som do seu carro, para preparar o alimento que você come...

Hoje em dia a correria no mundo é tão grande que nos esquecemos de contemplar tal situação e que nossos problemas pessoais são fichinha se comparados com o stress de manter esse sistema andando... Imagine a soma de todo stress que essas pessoas passam para manter esse sistema funcionando? Qualquer tipo de falha pode ser causa de demissão.

Por isso, seja tolerante com a moça do telemarketing, trate com educação os lojistas, não reclame se o guarda do trânsito te parar; Facilite o trabalho dessas pessoas que assim como você, tem problemas pessoais e no trabalho, e se todos nos ajudássemos, como numa corrente do bem, o mundo estaria maios cordial.

Fora tudo que existe artificial(criado pelo ser humano), contemple também a natureza. Eu particularmente tenho aprendido nesses últimos anos a reparar o trabalho das formigas levando as folhas para seus formigueiros, tenho ouvido com atenção o choque entre o mar e as rochas, o vento batendo nas árvores... Tudo isso é maravilhoso, essa é a minha visão espiritual: tudo é Deus, desde antes de um átomo até o infinito universo com suas galáxias, no caso do mundo material.

Repare quanta beleza você pode observar, que está tão perto de você.

Gincana.

Terça-feira, 17 de Abril de 2007

Gincana é tudo de bom! Fora a busca pela vitória(infelizmente, até agora ainda não a achei na gincana do Portinari, mas ano que vem participarei) a integração com outars pessoas e toda a festa são muito bacanas! Eu sinto muita falta do meu colégio, e, apesar de também achar a época de faculdade mágica, o colégio sempre será insubstituível, por isso sempre quero estar presente na cena cultural escolar, mesmo sem ser aluno.



Eu participei das Gincanas da Girassol:



1995- equipe vermelha (campeã)

1996- equipe marrom (vice)

1997- equipe marrom(vice)

1998- equipe azul bebê(vice)

1999- equipe verde(último colocado junto com a lilás)



Fazem 12 anos que não ganho uma gincana =P Enfim, acho muito bom participar de atividades que fujam do comum(que é ir à um bar, beber, ou ir à uma boate e dançar, ou ir à um cinema e ver um filme...). O mundo tem muito a nos oferecer e sorte daquele que conseguir agarrar o maior número possível de atividades, e não falo só de oportunidades de lazer(que é importantíssimo), mas também no campo profissional, pois trabalhar sem vontade, infeliz e com comportamento burocrata é algo que não quero para minha vida. Quero cada vez mais viajar para lugares diferentes, conhecer novas culturas, novas formas de se divertir(eu quero muito praticar esportes radicaias) e trabalhar feliz, em que eu não viva para trabalhar, e sim trabalhe para viver, e de preferência, gostando e curtindo todos os dias, sabendo que isto me torna feliz e que eu possa de alguma forma ajudar a humanidade.

Futebol e suas lições de moral.

Quinta-feira, 12 de Abril de 2007

Ontem á noite ocorreu a melhor partida do ano de 2007(em minha opinião; Eu vi na Premiere). Com menos de 4 minutos do 1º tempo, o Vasco ja ganhava por 2 a 1. No final do jogo, um empate elástico: 4 a 4. Poderia ter ocorrido o milésimo gol de Romário(eu inclusive torço muito pelo baixinho), mas o que se viu foi um atacante sem movimentação, fortemente marcado e pouco produtivo. O milésimo escapou por pouco, tudo bem(após um cruzamento da direita com efeito executado por Jorge Luiz, Romário pulou e por poucos centímetros não alcançou a bola, que na verdade, ja havia passado a linha da bola após o seu salto).

Na disputa de pênaltis, Renato Gaúcho deu um péssimo exemplo como treinador: enquanto Cuca conversava e rezava reunido com seus jogadores, Renato Gaúcho só tinha olhos para Romário, e esperava até o último momento uma decisão sobre as condições físicas de Romário para bater um pênalti(mesmo com a panturrilha machucada), e assim o time do Vasco ficou reunido sem uma liderança(ja que Romário é o capitão e Renato só foi ào encontro dos jogadores pouco tempo antes de começar a disputa de pênaltis), e pra completar, Romário não bateu o pênalti, e eu me pergunto: e se tivesse batido? Um jogador para bater um pênalti numa disputa, acho isso muito pouco se formos considerar que nem sempre o melhor cobrador acerta, e nem sempre o pior cobrador erra.

Pra falar a verdade, eu acho que a disputa de pênaltis nada tem haver com o futebol. É como decidir um empate no boliche à tacadas de golf. Mas mesmo assim, há lógica nas cobranças de pênalti, pois eu não deixo de o considerar um "esporte exótico"(ao contrário do que muitos dizem, não concordo que pênalti seja loteria); Claro que a técnica que um jogador tem para cobrar um pênalti pode "sumir" na hora de uma decisão importante, pois existe o nervosismo e, mesmo que ele converta o pênalti, a não ser que o jogador seja experiente ou cabeça fria, ele não vai bater o pênalti com a mesma perfeição dos treinos, em que muitas vezes o objetivo é colocar a bola no ângulo esquerdo, por exemplo. Mas ter um líder, tranquilidade e estar com os músculos menos cansados que os do adversário contam vantagem na hora dos pênaltis, e isso contou para a vitória por 4 a 1 nos pênaltis pelo Botafogo(antes de começar os pênaltis, ja achava previsível a vitória da equipe da estrela solitária).

Me admirou muito as atitudes de Cuca. Após o jogo, ele defendeu seu colega de profissão, Renato Gaúcho, numa entrevista(o que eu acho ético, mesmo achando que foi uma grande mancada a situação dos pênaltis citada acima). A outra atitude foi colocar em evidência que um time de futebol é muito mais que jogadores e técnico: o dinheiro que cada jogador Botafoguense ganhou por chegar a final da taça Rio foi dado para pagar salários atrasados de funcionários humildes do clube, como as pessoas que cuidam do gramado do centro de treinamento, cozinheiros... Não acho que tenha sido jogada de marketing, pois acredito no bom senso das pessoas, e isso é inspirador, uma idéia brilhante de um técnico que está com "a faca e o queijo na mão" para vencer o campeonato estadual do Rio(que teoricamente não deveria ser chamado de campeonato carioca, pois reúne times de todo o estado do Rio de Janeiro, e não só a capital, por isso deveria ser chamado de campeonato fluminense-que é o nome certo dado a quem nasce no estado do Rio, não necessariamente na capital).

Por falar em pênaltis, ocorreu um fato interessante ontem, na Dinamarca. Após uma cobrança de pênalti(no tempo normal), o batedor, ao invés de bater direto para o gol, deu um toque de bola para frente, e seu companheiro de time correu e chutou a bola(como numa cobrança de 2 toques); E esse tipo de jogada vale, embora não seja comum(eu mesmo nunca vi). É porque todo tiro direto também pode ser tocado(ao contrário do tiro indireto, que obrigatoriamente tem que passar por mais de um jogador).

Papo de política.

Quarta-feira, 11 de Abril de 2007

Eu me considero um cara muito corajoso: quando jogo futebol, divido forte com caras até mais fortes do que eu, especialmente no jogo aéreo de cabeça(pois sou alto), expondo minha cabeça até a uma lesão(a cabeça é um lugar mais sensível); Eu ainda não pratiquei tantos esportes radicais, mas tenho coragem de saltar de para-quedas, bungee jump... Mas quando o assunto é política, eu evito conversar.



Eu gosto da política da 'boa vizinhança', em que eu não esteja encomodando ninguém, mesmo sabendo que muitos polítcos incomodam bastante a nossa nação. Mas eu evito citar nomes para criticar, pois pessoas que eu gosto muito são conservadoras de direita, por exemplo, e outras são esquerda, centristas, idealizadoras de um novo sistema... Eu procuro não ser polêmico, mas sinceramente, eu acho que quem faz jornalismo(e que seja ético) tem a função de mudar através da informação muitas injustiças que existem nesse mundo, e eu procuro não ter um partido político, e nem posição política, pois eu gosto de ser mediador de comentários, de ponderar lados positivos e negativos, apesar de eu ter uma tendência esquerdista e revolucionária, por isso torço para pessoas como meu professor Zé Carlos, que tem muita coragem e fala mesmo o que pensa, e que eu concordo com ele na maioria dos comentários, embora não participe tanto ainda da aula dele como deveria.



Algo que eu tenho consciência é que se eu quiser chegar em algum lugar nesse mundo,(digo fazer algo grande, mudar significativamente esse sistema injusto) eu tenho que abrir mão da 'política da boa vizinhança' e falar mesmo, pois conhecimento eu tenho, falta mais conhecimento(me aperfeiçoar, pois posso saber muito mais sobre economia, política...) e coragem mesmo. Abaixo, uma mensagem de Ayrton Senna que ilustra bem o meu momento:



"É muito difícil você conseguir vencer numa boa.
Pra vencer você tem que lutar, e essa luta muitas vezes significa indispor
de certa forma com algumas pessoas, pra prevalecer aquilo que você acredita.
Teu ponto de vista, tua cabeça, a tua personalidade acima de tudo.
E se você não lutar pra valer, você acaba perdendo teu próprio rumo.
E se você perde o teu próprio caminho, você não é ninguém.
Então, pra conseguir manter essa linha de conduta, você tem que lutar muito.
E, muitas vezes, tem que brigar mesmo."


É isso aí! Entrem também no meu fotolog, onde falo muito sobre futebol(minha futura especialização em jornalismo) e comentem também os seus pontos de vista, que podem ser diferentes dos meus, ainda bem, pois a pluralidade de pensamentos é o que forma esse mundo democrático(pelo menos queremos que seja assim).



www.paznomundo.fotoflog.com.br

Futebol 1

Quinta-feira, 29 de Março de 2007

Meu esporte favorito é o futebol, depois o futsal, depois o beach soccer... ou seja, tudo liga ào futebol. Porém, admito que este é o esporte mais injusto do mundo, onde nem sempre o melhor vence, onde pode se jogar feio e eliminar o favorito e onde o jogador de menos técnica pode ser o destaque da partida.

Uma equipe de futebol obedece toda uma hierarquia: há os dirigentes, os torcedores e os sócio-torcedores(que são torcedores que pagam todo mês ao clube e em compensação tem acesso livre á sede, ganham brindes e geralmente tem direito a voto- no Bahia ainda não tem) no grupo de fãs incondicionais. Há quem trabalhe nos escritórios, como os dirigentes, investidores, empresários dos jogadores, advogados, assessores de imprensa... E há quem trabalhe ‘mais perto’ do jogo, como a comissão técnica, que é integrada por médicos, massagistas, fisioterapeutas, nutricionistas, preparadores físico, técnico e jogadores. Quem não entende da complexidade do futebol pode achar que apenas os jogadores em campo ganham um título, mas para ser vitorioso no futebol moderno, é preciso planejamento e organização para usar todos os recursos financeiros que tem, a exemplo do São Paulo, que é um time brasileiro(portanto, tem uma receita inferior aos grandes da Europa) e no entanto foi campeão mundial em 2005.

Uma equipe ‘extremamente’ medíocre dificilmente ganhará um título importante, porém, antes dos jogos decisivos, é comum ocorrerem zebras. As zebras ocorrem na maioria das vezes porque a ‘grande equipe’ subestima o potencial da equipe ‘medíocre’(às vezes é uma boa equipe tecnicamente, mas é desconhecida), a exemplo da República Tcheca, que perdeu para Gana na copa de 2006, mesmo sendo na minha opinião a 4ª melhor equipe daquela competição(pelo menos no papel, ficando atrás de Brasil, Argentina e Inglaterra).

A hierarquia do futebol também vale dentro de campo: o centro do campo(no sentido de estar no meio e de ser o cérebro da partida); O que há de mais importante são os meio-campistas: os que jogam para frente, tem de ser criativos para fazer jogadas imprevisíveis(como os dribles de Garrincha) e colocar os atacantes na cara do gol através de passes de ‘precisão cirúrgica’, e para isso é preciso ter visão de jogo para não tocar para o companheiro em posição de impedimento. Já os meias marcadores, que também são apelidados de ‘volantes avançados’(quem hoje desempenha bem essa função é Zé Roberto, do Santos) seguram o time adversário até onde der no meio campo, poupando o trabalho dos zagueiros(a não ser que o time adversário pratique o ‘chuveirinho- lançamentos em alta profundidade, mas sem precisão, em que se os zagueiros estiverem bem colocados conseguem se antecipar na jogada e tirar o perigo sem problemas). Zagueiros são importantes, pois eles cobrem as falhas dos meias e são uma barreira a mais para o adversário. Os alas e laterais são os que tem de correr mais, marcando(lateral), apoiando o ataque(ala) ou os dois, a depender do esquema tático. Se os atacantes forem ruins, não adianta colocá-los na cara do gol, pois eles desperdiçaram as oportunidades, e os goleiros tem função importante, mas estes ficam em evidência geralmente quando há falhas no setor defensivo.

Preparo físico é fundamental no futebol moderno. Para marcar o adversário, não basta olhá-lo: é preciso acompanhá-lo em todos os setores do campo(com exceção da linha de impedimento); Isso se torna chato quando o adversário tem um preparo físico melhor que o seu, e resolve correr para te despistar, e na jogada usa os braços sem o juiz ver e nunca te deixa ficar em posição boa de cabeceio(vale lembrar que existem dois tipos de marcação: homem a homem- seguindo o adversário; E por zona, em que cada um marca seu espaço no campo, dividido em áreas estratégicas). Para melhorar o preparo físico, as melhores equipes do mundo contam com profissionais super competentes na área de educação física, fisioterapia, medicina e nutrição, tudo para o atleta aproveitar seu potencial máximo, agüentar mais de 90 minutos e sempre atento, e a diferença de Pirambú e Corinthians, por exemplo, é que o Pirambú cansou muito mais cedo, devido á falta de recursos.

Há jogadores que começam em times pequenos, mas crescem na carreira e se tornam campeões mundiais com todo mérito, como Rogério Ceni, que começou a carreira no Sinop e jogando pelo São Paulo, contra o Liverpool, salvou a equipe tricolor, já que a equipe do Liverpool era superior tecnicamente mas não conseguia chegar ao gol porque Ceni fechou o gol(um dos exemplos de ‘goleiro que ganha o jogo para a equipe). Então fica a pergunta: o Ceni do Sinop é inferior tecnicamente ao Ceni do São Paulo? Na minha opinião sim, pois toda experiência de vida produtiva nos acrescenta muito e nos fazem pessoas melhores, e Rogério aperfeiçoou sua técnica e hoje tem uma saída de bola no cruzamento perfeita, além da reposição de bola mais rápida que já vi num goleiro(ele contou com os melhores preparadores de goleiros do Brasil, além de ter o potencial dentro de si). Então, nunca despreze um jogador só porque ele joga num time pequeno, pois, como dizem na física, ‘a energia potencial ainda não foi transformada em energia cinética’, ou seja, ele pode ser bem melhor do que está jogando hoje, basta os olheiros conseguirem enxergar seu potencial, e não sua qualidade técnica atual(para isso, é preciso ser um bom olheiro, tem que entender muito de futebol).

Quando um time sul-americano enfrenta um time europeu, a tendência é a maioria apostar na equipe européia, mas se você observar bem, os jogadores de times poderosos foram se aperfeiçoando; Por exemplo: eu acho que Ronaldinho Gaúcho produz muito mais para o Barcelona que para o Grêmio no passado; Será que Deco se destacava na época em que jogava no Corinthians? Claro que não!(ele só jogou duas partidas no time principal, para depois trocar o Corinthians paulista pelo Corinthians alagoano, em Maceió, e depois ‘rumar para Portugal). Se ele se destacasse, não sairia daqui como anônimo, e se ficasse no Corinthians sem ser percebido, provavelmente não estaria jogando em um dos melhores times do mundo(Barcelona) e numa das seleções que mais crescem na Europa(Portugal); E digo mais: com o futebol que está jogando hoje, Deco poderia jogar como meia titular na seleção brasileira nessa última copa, eu o substituiria por Zé Roberto, que é ótimo, mas Deco tem um trunfo a favor, que é saber marcar e apoiar o ataque excelentemente. Então, o duelo entre equipes grandes e pequenas é vista por mim como um duelo de energias mecânicas(soma das energias potencial e cinética) semelhantes, porém a equipe grande já explorou praticamente tudo de bom que esse jogador poderia ter em pró da equipe(por isso não acho Gudjohnsen um bom jogador, já que ele está numa das melhores equipes do mundo- o Barcelona- e mesmo assim ainda deixa a desejar tecnicamente). Mas por falar em Gudjohnsen, será que ele conseguiu o sucesso que tem porque é o melhor jogador de todos os tempos de seu país?(Islândia). Porque no Brasil vemos jogadores com muito mais potencial até na 3ª divisão do campeonato, mas estão ofuscados porque aqui é terra de craque, então é o mesmo que aconteceu com Deco, que hoje poderia jogar na seleção brasileira como titular, mas que saiu daqui porque nenhum olheiro competente conseguiu ver o enorme potencial que ele tinha.

Há jogadores que nós esperamos muito, por termos o observado nas divisões de base, como Caio(ex-Santos), Pedrinho(ex-Vasco, Santos e Fluminense) e Dagoberto(ex-Atlético paranaense), por exemplo. Então, porque esses jogadores hoje não estão na mídia? Na minha opinião, a melhor resposta é: eles tem potencial sim, mas faltou sorte deles e falta de competência de seus empresários, pois empresário bom consegue colocar Doni no Roma e Gudjohnsen no Bolton, Chelsea e Barcelona, por exemplo. Mas então, jogadores que não deram certo ainda podem ser super estrelas? Na minha opinião, a melhor hora para se tornar estrela é na juventude, depois de uma certa idade é difícil se firmar como um jogador diferenciado, por diversos fatores, como preparo físico e desestímulo, já que muitos jogadores viram ‘burocráticos’ e só querem mesmo é ganhar seu salário todo mês, sem a ambição de ir mais longe na carreira(apesar de muitos fãs acreditarem neles). Por isso tantos jogadores brasileiros vão à Ásia: mesmo sabendo que o futebol oriental não te dará tanta projeção, lá se paga em dia(diferente daqui), se paga bem(ainda mais se for jogador brasileiro, pois os medíocres daqui se equivalem com os ‘craques’ de lá) e ainda se tem a chance de se naturalizar por outro país(como Bodi, que vai se naturalizar sul-coreano).

Nesse complexo mundo da bola, em que, se pensarmos do campo aos bastidores, muita coisa acontece, posso me considerar que conheço pouquíssimo, mas essa é apenas uma série de textos de futebol que vou colocar no blog. Até a próxima!

Ser baiano é ser diferente.

Domingo, 25 de Março de 2007

Acompanhem meu raciocínio: quando falamos de cultura e costumes, temos duas Américas, a Anglo-Saxônica e a Latina. Pelo menos para mim, quando falamos de América Latina, as primeiras coisas que vem em minha cabeça são o idioma castelhano, as culturas andinas(das elevadas altitudes) e indígenas em geral e um povo que até hoje demonstra muito sofrimento devido à colônização de exploração.

Mas o Brasil me parece totalmente diferente de todos os outros países da América latina, ja que falamos português, o ponto mais alto é o pico da Neblina, com 2.994 metros(que não tem tamanho suficiene para se configurar em montanha, portanto o Brasil é um país baixo e consquentemente sem montanhas) e há como fator comportamental marcante a alegria de viver, que misturado ào samba, a cultura praieira e a ginga, transparecem uma cultura única, em que se configuram, devido à mídia carioca, a imagem do Brasil associado à vida no Rio de Janeiro.

Claro que estou falando de estereótipos, que não foram contruídos ontem, mas acho interessante trabalhar com estereótipos, mesmo que muitos desses não sejam totalmente verdadeiros. Então sendo a vida brasileira associada à vida dos cariocas, esquecemos do Nordeste, que é uma região importantíssima para a história do Brasil(inclusive foi a região dominante, até descobrirem ouro em Minas Gerais e aos poucos transferirem a capital de Salvador ào Rio e a região dominante se tornou o sudeste).

O Nordeste tem sua imagem fortemente associada à cultura do sertão, tanto na culinária(buchada de bode, carne de sol...), nas vestimentas(nem todos se vestem como Lampião, mas sua roupa ainda é clássica, faz parte da cultura), na música(o forró, que é subdividido em pé de serra, xote, baião, de duplo sentido-conhecido como safado- fora o universitário, que nasceu no Espírito Santo mas tem forte influência nordestina) e no sotaque.

Mas, dos 9 estados do Nordeste, há um que sai do padrão clássico cultural descrito acima. Nesse estado, chamado Bahia, macacheira é aimpim, tapioca é beijû e a cultura do afro é mais forte que a cultura sertaneja(com excessão de algumas cidades do interior do estado). Na Bahia, a culinária, a dança, os cultos religiosos, a música e o seu povo tem fortes traços africanos, e seus centros históricos contam as histórias mais antigas do Brasil e uma das mais antigas de todas as Américas. De forma estereotipada, é claro(porque eu sou baiano e conheço minha terra), há uma certa paz no jeito de falar e de agir(nada haver com preguiça, pois aqui se trabalha muito), e se diferencia dos outros nordestinos, onde a cultura estereotipada do maxismo, da 'facada no bucho da rapariga que me deu corno' se torna evidente nos fimes de Guel Arraes, como 'O auto da compadecida' e 'Lisbela e o prisioneiro'.

Eu, como futuro jornalista, quero fugir da manipulação que muitos filmes e livros nos impõe, e sei que para conhecer de fato o Nordeste e o povo nordestino o melhor é viajar, e eu por enquanto só conheço a Bahia, Sergipe e Alagoas; Mas claro, há verdade em muito do que nos passam, isso não se pode negar.

Na própria Bahia, há regiões que se difernciam do centro cultural, que tem Salvador como figura marcante. Há Canudos e sua cultura sertaneja, há a região cacaueira, famosa pelo chocolate e a história dos coronéis, há o sul, onde o Brasil nasceu(Porto Seguro) e o arquipélogo paradisíaco de Abrolhos; Há a cultura mais de cerrado em Barreiras, há Juazeiro, em que alguns pesquisadores acreditam que lá fenícios faziam negócios há mais de dois mil anos; há lugares frios como Vitória da Conquista e muito mais, que eu nem ouvi falar. Dentro de meu próprio estado há um universo de diversidades, e o meu estado é especialista em ser diferente, o que me orgulha muito. Me orgulha muito ser baiano, apesar de todos os problemas sócio econômicos e de alguns dos nossos governantes. Há duas frases que ilustram bastante o potencial criativo de meus conterrâneos: "Baiano não nasce, estréia; Baiano não morre, sai de cena".

Meu discurso de orador vespertino da formatura do Portinari em 2006.

Domingo, 5 de novembro de 2006

Senhores diretores, professores, coordenadores, funcionários, pais, convidados, queridos colegas. BOA NOITE!!!

Nós, do 3º D, alunos do turno vespertino, também queremos render homenagens e colocar aqui nosso sentimento ao término de mais uma etapa de nossas vidas.

Não faltaram obstáculos a serem transpostos. Mas, finalmente, aqui chegamos. Vamos enfrentar um vestibular muitíssimo preparados por essa maravilhosa equipe que sempre nos acompanhou, que esteve no nosso lado nos melhores e nos momentos mais difíceis. Sabemos que o vestibular é apenas um degrau de muitos que estão por vir, porém, o segredo é que devemos celebrar todas as passagens, curtir a caminhada e não apenas comemorar a chegada.....

Posso dizer que o 3º D não é apenas uma turma, é uma grande sociedade, com participação ilimitada, formada por amigos e colegas que souberam divertir-se, rir, chorar, enfim, fez desse ano o mais inesquecível de todos!
Todos nós enfrentaremos, no futuro, processos seletivos em nossa vida profissional e pessoal e não temos dúvidas que estaremos bem preparados pois colheremos o que foi plantado e irrigado por vocês, professores. Um colégio, no entanto, não é feito e reconhecido somente por seus bons professores. Existe toda uma equipe laboriosa que executa seu trabalho com dedicação e carinho. Sempre, eu e meus colegas, nos sentimos acolhidos como no seio da família. Funcionários atentos às nossas necessidades e coordenadoras "mães" estavam presentes, pontuando e pontilhando momentos de nervosismo, alegria e, por que não , também de inseguranças?

Assim, só resta agradecer a todos eles e também a vocês, pais, por terem nos proporcionado um investimento cujo retorno, acredito, seja a recompensa de nos ver, aqui e agora quase prontos para um mundo de muitas cobranças. Quase prontos, porque, por mais preparados que pensamos estar nunca será o suficiente.

Só nos resta, desta forma, prometer, tanto eu quanto meus colegas, que nos esforçaremos, faremos nossa parte porque cada um de nós que está aqui escreverá a sua história e um pouco a história do mundo, pois como já dizia o historiador escocês Thomas Carlyle: “nenhum grande homem vive em vão; a história do mundo não é mais que a biografia de grandes homens”.
Obrigado!!!

O Conto da aula de Alena Cairo.

Quinta-feira, 22 de Março de 2007

Nasci em Salvador, uma cidade populosa e antiga para os padrões americanos. Apesar disso, sinto que preciso conhecer melhor esta cidade e ir além da residência dos atuais conhecidos e centros de entretenimento burgueses. Mas em menos de dois anos eu senti meu mundo virar de cabeça para baixo: antes estava desesperado, mas logo vi o quão interessante foi a situação que eu vou escrever abaixo.
Antes de aprender a andar eu já morava no Costa Azul, um bairro com forte contraste sócio-econômico. Minha rua era metafórica, e só quem, como eu, para horas para pensar, conseguia entender a complexidade de um apartheid explícito: de um lado estava meu condomínio, protegido por um muro que o separava das Dunas, e mais atrás, haviam propriedades irregulares, ou seja, favelas; Olhando para esse cenário, associamos a imagem do Brasil e á Alemanha bipolar, com o muro de Berlim, e tudo essa onda de imaginação me deixava muito confuso, porque eu não sabia lidar com as pessoas ‘do outro lado do muro’, e o que elas pensam da gente? Será que elas nos culpam pela sua miséria? E o que eu penso delas, se eu nem as conheço?
Até o início de 2005 o cenário pouco mudava, até o governo estadual decidir construir um conjunto de casas populares defronte de minha rua, então metaforizei: é o fim da guerra fria? Que nada, era o início da guerra quente, pois quando souberam dessa construção, os condôminos se revoltaram, recorreram à justiça e embargaram a obra, o que é legal perante a lei; Também agindo de forma legal, os moradores das comunidades carentes paralisaram a rua, interditando a passagem de veículos. Então, surgiu um conflito evidente entre moradores da mesma rua que até então viviam em paz; Mas eu digo ‘conflito evidente’, ou seja, ‘guerra quente’, pois é claro que na ‘época da guerra fria da minha rua’, as diferenças sociais já existiam, mas a ‘bomba’ ainda não havia explodido. E nessa situação toda, há um ditado que ilustrava meu sentimento: na briga entre o mar com as falésias, quem sai perdendo são os moluscos; Eu não tinha mandado ninguém construir as casas nem pedi para embargarem as obras, mas eu era vítima dos olhares furiosos dos habitantes das comunidades, que passaram a odiar todos do condomínio, e era fácil perceber quem era condômino.
Os condôminos usavam um discurso de proteção ambiental para não destruírem as Dunas que existiam antes da construção das casas, afirmavam que o governador só começou a construção porque faltava pouco tempo para as eleições, e que essa construção desvalorizaria o imóvel, e pediram que, se tivesse de ser construídas, as casas fossem feitas mais para cima, longe da entrada do condomínio, a fim de não desvalorizar tanto o preço dos apartamentos no mercado imobiliário.
Para os habitantes das comunidades carentes, proteção ambiental era uma desculpa para o preconceito; Afirmaram também que esperavam urgentemente por moradias regulares e que estavam cansados da situação miserável, onde os barracos eram vulneráveis a desabamento e onde a chuva invadia com facilidade. Nesse momento, pela primeira vez pude fazer um julgamento jornalístico de um fato que tinha haver com a minha vida, mas não pude estar com os grupos de reportagem das diversas emissoras de televisão que filmavam a situação de minha rua.
No final das contas, as casas hoje estão construídas. No início, me achei injustiçado e pensei: se os ricos têm poder político e influência e os pobres têm maioria numérica, o que a classe média, a qual eu faço parte, pode fazer para se defender? Hoje penso: talvez eu tenha seguido uma linha de pensamento burguesa sem ao menos ser burguês, e não percebi a grandiosidade do momento para meus “irmãos de rua”. Claro que muitos não valorizaram o que ganharam e venderam o apartamento para morarem em outro barraco em outro lugar, para ganhar dinheiro com a venda e continuar fazendo gato de energia e água, que é algo que não condeno, pois era a forma de sobrevivência nesse país tão selvagem.
Essa situação acrescentou muito em minha vida; Passo pela minha rua e vejo pessoas diferentes, conheço outra cidade dentro de minha rua e abri minha mente. Algumas situações dependem de nossa interpretação para se tornarem construtivas, e com uma boa interpretação podemos ser mais felizes pelo que acontece conosco e com quem está a nossa volta.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Correria para fechar bem o ano

Todo ano é a mesma coisa: alunos lutam para passar direto, times lutam contra o rebaixamento e românticos lutam para conquistar o seu amor. A pergunta que sempre faço: será que algumas dessas coisas poderiam ser feitas e assim, o sufoco da pressa daria espaço para o conforto e tranquilidade? Porque todos os anos aparecem tantos rabos presos, instituições que comemoram a vitória apertada, sendo que se o planejamento fosse organizado ao decorrer do ano, o stress de “fechamento de redação” daria lugar a um processo natural de pequenas conquistas que resultariam, no final, na concretização da meta?
No campo do amor, não se depende de si mesmo: deve haver o “acordo” do outro lado. No caso do futebol, pegando como exemplo o campeonato brasileiro, é uma norma que haverá rebaixamento, e é aceitável ver o Ipatinga retornar a segunda divisão, tamanha sua carência de recursos em comparação as outras equipes, mas ver o Vasco da Gama na situação Atal é chocante: clube de grande torcida e história, hoje está pagando o preço por administrações corruptas que degeneraram a equipe como um câncer e, infelizmente, a concretização do pesadelo veio justamente no ano em que justamente se prometia o começo de mudança, com Roberto Dinamite.
Se no amor não depende-se de si mesmo e no futebol há uma competição, no caso dos estudos –com exceção dos processos seletivos–, os resultados são de sua inteira responsabilidade, logo, a luta por melhores resultados de última hora é um stress com raízes no passado. A cada recomeço, há uma oportunidade de criar raízes fortes, mas se já estiveres no meio do processo, tenha consciência que já perderas o controle da situação, e que a luta que já estiveras em suas mãos agora não depende só de você para se concretizar ou não num resultado positivo.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Planeta Bola

O que é o futebol no mundo, e o que é o mundo do futebol? O esporte mais simples de ser praticado no mundo (independe de condições climáticas, e apenas uma bola improvisada, delimitações de gol e pelo menos duas pessoas- na menor das partidas- é o suficiente para se acontecer) envolve uma complexidade sistemática e opiniões que variam do desprezo à paixão irracional. Segundo Nelson Rodrigues, 'a mais sórdida pelada é de uma complexidade shakespeariana'. O que dirá então do complexo mundo da bola, onde transações milionárias aquecem a economia, estimulam rivalidades e até causam e paralisam guerras, como o conflito entre Honduras e El Salvador no final da década de 60 e as tribos africanas que pararam de guerrear para ver Pelé jogar?
Gostando ou não de futebol, é preciso estudá-lo com afinco para perceber a sua importância no desenvolvimento da sociedade: se tratando de Brasil, foi o futebol que tomou o posto do Remo de 'esporte número 1' (não digo popular porque não havia esportes na cultura popular até então) e, com seus primórdios aristocráticos, incluiu negros num universo fechado as elites, na medida em que esses enxergaram possibilidades de ascenção social e hoje, com o mercado da bola cada vez maior, os brasileiros espalharam-se como vírus por centenas de ligas nacionais, seja dos importantes campeonatos espanhol, inglês e italiano às exóticas competições no Catar, Coréia do Sul e Uzbequistão.
Gestão, política, saúde, crônica, diversão... O mundo da bola não reconhece fronteiras. Como diria o escritor inglês George Bernard Shaw: "O futebol é a arte de comprimir a história universal em 90 minutos".

sábado, 15 de novembro de 2008

Alguém que quer amar

Cena comum
Pessoa comum
Nada especial
Em plena época de natal

Valoriza-se o de fora
Não se olha quem está perto
Tão perto de amar
E com você por todo tempo ficar

Tentar dar certo vale a pena
Se a alma não é pequena
Olhar quem sempre te olhou
E por todos os cantos de observou

Não há redenção
Só uma alma compreende
O que por tanto tempo se esperou
E teve-se em mente, que sempre amou

Tentar, arriscar, fazer a vida valer a pena
Se dará certo ou não, o tempo dirá
Com ponteiros mágicos indicando um lugar
Para ser feliz, e para sempre se amar

O amor é paciente, compreensivo e acolhedor
Por muitas vezes silencioso
Com um tom gostoso, Se ouve pelo coração a verdadeira voz
Que não se mede por palavras: simplesmente se ama, desenrola-se os nós

domingo, 2 de novembro de 2008

Na última curva

Por 3 segundos o título da Fórmula 1 atravessa o oceano Atlântico

Apesar da grande 'torcida vermelha' (nas cores da Ferrari) presente em Interlagos, muitos brasileiros deixaram de ligar a tv neste Domingo na hora da corrida, sem esperanças que Felipe Massa pudesse nos dar o tão sonhado título, que esperamos há mais de 17 anos.
O treino do sábado ofereceu mais chances para nosso conterrâneo: na poli position, teria seu concorrente ao título na 4ª posição inicialmente. A previsão de chuva assustava a todos, porém, a Mclaren do britânico Lewis Hamilton parecia mais preparada para estas condições climáticas. O atraso para o início da corrida só fazia a expectativa aumentar, e a 1ª volta ja deixou dois pilotos fora da disputa: o brasileiro Nelsinho Piquet e o britânico David Coulthard (que fazia sua última corrida da carreira).
O carro do safety car entrou, esfriando o clima quente que o acidente proporcionara. Os pilotos então aproveitaram a primeira oportunidade que puderam para trocar seus pneus, pois ja não chovia, e os pesados pneus parachuva diminuíam o tempo em cada volta, que podem ser preciosos para ao longo da corrida (que estava no início) se diminuir distâncias e ultrapassar.
As estratégias pareciam ser parecidas, tanto que todos os pilotos da linha de frente fizeram 3 pit stops (em alguns deles, além de se colocar combustível, se trocou pneu). O tanque vazio para dar mais velocidade ao carro era a estratégia do pelotão de frente, e por vezes Felipe Massa, que começou em primeiro, perdia sua liderança na corrida, pois era um dos primeiros a iniciar as séries de paradas, mas logo depois, quando os demais paravam, ele retomava a 1ª colocação.
No meio da corrida, houve um breve momento em que Hamilton havia estado em 6º lugar, o que daria o título ao brasileiro, mas não seria este o momento de maior apreensão: a decisão estava guardada para o final, assim como na temporada passada. Mas desta vez, 'mais para o final ainda', pois se achávamos improvável uma temporada ser vencida nas últimas voltas, o que dizer da temporada 2008, vencida na última curva?

Hora H

O pódium até parecia previsível: Massa em primeiro, Alonso em 2º e Räikkönen em 3º (que com esse resultado passou Kubica no mundial de pilotos- o mundial de construtores ja havia sido conquistado pela Ferrari pela soma de seus pilotos, pois não se conta como pontos as trapalhadas de seus mecânicos). Hamilton se encontrava em 4º, Vettel em 5º e Kovalainen (parceiro de Hamilton, que fez o máximo para te proteger, em forçar ultrapassagem e segurando o ritmo de trás como pudia) em 6º. Mas és que uma ultrapassagem de Vettel e uma parada de Hamilton o deixaram sair do box em 6º! A menos de 4 voltas, tudo parecia indicar que Massa venceria o torneio. Mas na última curva, Hamilton ultrapassa Timo Glock, sagrando-se o campeão mais jovem da história da fórmula 1, aos 23 anos (quando os 4 primeiros colocados completaram a corrida, o título ainda não havia sido decidido, em questão de poucos segundos).

Resenha esportiva rica

Apesar do resultado, fico feliz de ter tanto o que escrever (por tantas histórias que aconteceram e nos pegaram de surpresa- pareceu obra de um grande escritor de suspense). Felipe Massa fez o dever de casa (literalmente, pois o Grande prêmio foi no Brasil), e nas corridas anteriores fora preujudicado pela própria equipe (embora nos seus discursos não guarde mágoa, o que mostra o seu caráter e corporativismo, importante para não desestabilizar uma equipe). Mesmo sendo o piloto que mais vencera e liderara voltas no ano, no dia da sua melhor corrida da carreira não conseguira o tão almejado título (ficara apenas 1 ponto atrás de Hamilton).
Para ser um grande vencedor, é preciso saber perder (pois todos estão sujeitos a serem derrotados), e Massa ja dera prova de que está preparado para todos os resultados (perder sem abaixar a cabeça e vencer uma corrida e esperar pelos últimos momentos a combinação de resultado que pode te favorecer).
Todos sabem que a maior estrela do espetáculo foi ele, o garoto humilde (não nas origens sócio-econômicas, e sim na personalidade), carismático, que tanto orgulhou o Brasil esse ano, e que tantas alegrias ainda dará a nossa nação.

Felipe Massa com o troféu do GP Brasil: o 2º de muitas corridas que ele ganhará aqui.

sábado, 1 de novembro de 2008

Mais uma goleada sofrida

Dessa vez o carrasco foi o Bragantino, que venceu por 4 a 0

Até antes da invasão da Terror Tricolor ao Fazendão (o CT do clube, em Itinga) quando o 1º turno havia acabado, o E.C. Bahia não havia perdido um jogo por mais de 3 gols de diferença, e apenas 3 vezes foi derrotado levando mais de 1 gol na partida (2 a 0 contra o Santo André, 4 a 1 contra o Juventude e 3 a 1 contra o Marília). Esta foi a regular campanha de um time que chegou a ficar em 5º lugar e ainda sonhava com o g-4.
O 1º jogo do 2º turno mostrou em números o choque dos jogadores quanto ao lamentável fato ocorrido no Fazendão: perdeu de virada de 5 a 1 para o Fortaleza, no apelidado 'mês do desgosto'. Após esta partida, Arturzinho saiu da equipe, sendo o 2º técnico a cair no tricolor (o 1º fora Paulo Comelli, demitido após a derrota para o Grêmio de Barueri- a única derrota do tricolor em casa no 1º turno).
Se os motivos da saída de ambos os técnicos são controvérsias (alega-se que Comelli criticava os jogadores fugindo da sua responsabilidade de comandante e Arturzinho entrou em atrito com a diretoria), pode-se dizer que a saída de Roberto Cavalo foi puramente técnica: em 9 partidas, apenas 10 pontos (contra os 4 pontos em 4 jogos de Comelli- embora com média pequena, era início de campeonato-, 25 pontos em 16 jogos de Artuzinho- o que dá uma média de aproximadamente 1,5 ponto por partida, sendo que Arturizinho só perdeu 3 jogos, arrancava muitos empates fora), e um time que dava sinais de declínio: 4 derrotas por mais de 2 gols de diferença, além de não ter conseguido ponto algum fora de casa e ter perdido em casa por 4 a 1.
Assim como nas estréias anteriores (Arturzinho venceu o Criciúma fora por 2 a 1 e Cavalo venceu o América dentro por 3 a 0), Ferdinando venceu, o Vila Nova por 2 a 1 e de virada no Jóia da princesa. Porém, nos 3 jogos seguintes (contando com o de hoje contra o Bragantino) fomos derrotados (3 a 0 para o Corinthians em casa, 3 a 1 contra o São Caetano fora e 4 a 0 contra o Bragantino fora). Uma mudança de treinador não deve alterar o desempenho da equipe que se encontra desanimada por outros fatores.

Éramos felizes e não sabíamos

Criticávamos Arturzinho, chamávamos de retranqueiro, sortudo e presepeiro. Mas que outra solução um time poderia buscar, se era limitado no setor de criação (daí, fazia-se um gol e tentava levar o resto da partida defendendo), com uma série B tão nivelada (a falta de ousadia era o mais ousado ato para se conseguir um resultado a ponto de colocar a equipe no topo da tabela) e jogadores que, embora demonstrassem raça, estavam desorientados em campo (por isso é tão importante um técnico que esteja em pé gritando na beira do campo)?
Esse time poderia ter subido sim, estava fazendo um percurso sofrível, mas diante das limitações, era satisfatório. Como o torcedor de um time de tradição é muito exigente, o fato de estar nivelado a outras equipes é motivo para crise, porém, a crise real se encontra hoje, e não pela ameaça do rebaixamento (que existe, mas há equipes em situações muito piores), mas sim pela humilhação de levar goleadas históricas para times que há menos de 10 anos respeitavam o Bahia a ponto de enxergá-lo como referência de grandeza no Brasil.
Para ano que vem, mais do que alterações na equipe atual: precisa-se buscar um pouco do Bahia do 1º turno de 2008, para, subindo os degraus chegarmos num patamar há muito tempo visto na história do poderoso tricolor.

O país do futebol também é apaixonado por corridas

Gloriosos na Fórmula 1, os brasileiros querem comemorar 1º título em casa

A morte de Ayrton Senna, em 1º de maio de 94, foi um dos momentos mais tristes da história do Brasil. O país tão acostumado a glórias na Fórmula 1 perdia o seu melhor piloto (para muitos o melhor do mundo de todos os tempos) e mal sabia do jejum que teria de encarar pela frente: de 7 de novembro de 93 (na Austrália, última vitória de Senna) a 30 de julho de 2000 (na Alemanha, a 1ª vitória da carreira de Rubens Barrichello), o Brasil ficara sem ouvir o mitológico 'tema da Vitória'*.
Há quase 2 décadas (desde 20 de outubro de 1991) não soltamos o grito de 'é campeão' na Fórmula 1 (a última vez foi com o próprio Senna, no Japão, com uma prova de antecedência).
Para um país glorioso na modalidade (o Brasil é o 2º maior vencedor de F1, com 8 títulos -perdendo apenas para o Reino Unido, com 12- conquistados por 3 pilotos diferentes: Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna- perdendo novamente apenas para os britânicos, que já tiveram 8 pilotos vencedores, e igualado com a Finlândia), esse tempo parece uma eternidade, mas não foi o suficiente para nos superarmos em alguns rankings.
Agüentamos ficar 13 anos sem vencer uma corrida em casa (de 1993 com Senna à 2006 com Massa), mas a chance de um ineditismo nos faz esquecer tanto tempo de jejum e sonhar com dias melhores: pela primeira vez podemos ganhar o título em casa! Interlagos vai ser palco de um dos momentos mais esperados do ano (aliás, de tantos anos). O título parece difícil (Felipe Massa está há 7 pontos do britânico-mais um motivo para torcer muito pela vitória do nosso conterrâneo- Lewis Hamilton, mas levando em conta os critérios de pontuação, com a 1ª colocação valendo 10 pontos, a 2ª valendo 8, um jogo de sorte pode trazer o título, que ano passado foi muito mais improvável, quando uma disputa que provavelmente envolvia Hamilton e Alonso foi vencida nos últimos instantes por Räikkönen).
Força Felipe Massa, no Domingo o Brasil todo está torcendo por você!


* Generico - Tema da Vitória

http://www.mp3tube.net/musics/Generico-Tema-da-Vitoria/40299/

Da esq. para a direita, os campeões brasileiros de F1: Emerson Fittipaldi (1972 e 74), Nelson Piquet (81, 83 e 87), Ayrton Senna (88, 90 e 91) e se Deus quiser, Domingo, Felipe Massa (2008).

Muita calma nessa hora

Quantas vezes você foi levado pela euforia de um movimento, sem parar para pensar ou se informar se era compatível com a sua ideologia? A corrente 'Barack Obama' vem ganhando a simpatia da maior parte do mundo, embora suas razões sejam mais por deméritos dos adversários do que pelos próprios méritos.
O antagonismo entre os partidos Democrata e Republicano se fazem presentes em aspectos como etnia e religião dos eleitores (os democratas tem um público mais ligado a minorias étnicas, judeus e católicos, enquanto os republicanos são mais ligados à brancos protestantes) e postura (os democratas se consideram modernos, enquanto os republicanos são conservadores). Apesar dessas tendências, já houveram fatos que fogem a regra, a exemplo do 1º presidente republicano dos Estados Unidos, Abraham Lincoln*, que por ser anti-escravista, gerou a fúria dos sulistas, que se separaram do norte do país formando os Estados Confederados da América, que em oposição aos Estados Unidos da América (industrializado que usava mão de obra assalariada), era agrário e escravista.
A União (como eram chamado os nortistas e até hoje é chamado o governo federal central, exemplo: 'Essa verba vem da União') venceram os confederados (sul), unificando a nação que abolira o trabalho escravo. Portanto, atribuir o conservadorismo republicano ao racismo é uma idéia equivocada. Não se pode confundir uma postura tradicional com opressão às minorias, cada um pode adotar a postura política que bem entender, embora ela não agrade a todos (no caso, os democratas agradam muito mais as minorias).

Questão racial

O racismo nos Estados Unidos tem forte ligação com o fim da guerra de Secessão (que fora solucionada por um republicano): no sul, grupos de veteranos dessa guerra civil, revoltados com a adequação de seu território a uma nova política imposta pelo sul, criaram movimentos racistas, sendo o mais famoso deles o Ku Klux Klan (famosos por vestirem roupas brancas e chapéus em formato de cone). Se a maioria dos adeptos destes tristes grupos são republicanos, não fora este que pregara tais condutas*² (embora grupos possam desvirtuar idéias, confundindo conservadorismo com rejeição aos emergentes, e dentro do partido republicano acredito que tenham pessoas que não pensem assim e lutam todos os dias para re-estabelecer a idéia original do partido).

Memórias dos partidos

George W. Bush certamente foi um dos piores presidentes da história dos EUA, e a análise feita sobre o desempenho do governo da maior potência do mundo é feita de acordo com suas relações com o exterior: fora negligente nos quesitos de defesa (há quem afirme a previsibilidade que se instalava sobre um atentado terrorista de grandes proporções pouco antes do 11 de setembro de 2001) e ataque (dois países foram invadidos, com seus objetivos frustrados: o custo dessas operações militares não compensam o controle político e econômico dessas áreas. Se John McCain fará um governo semelhante? Bom, não é o que ele demonstra transparecer, a começar pelo fato de que o atual candidato republicano evita ser visto ao lado de Bush*³.
O novo presidente da nação de 50 estados terá como grandes desafios dar um novo rumo a guerra do Iraque (se possível, retirar as tropas deste país asiático) e solucionar a crise (nem que para isso o estado arque com as consequências da irresponsabilidade da iniciativa privada), e nas palavras do escritor João Ubaldo Ribeiro: "Com crise ou sem crise, é burrice colonizada e hollywoodiana ficar apoiando candidatos democratas americanos, quando, para nós [brasileiros], os melhores são sempre e invariavelmente os americanos. Os democratas tendem a fortalecer barreiras protecionistas, cobrir a economia de subsídios e, em suma, procurar garantir american jobs, empregos americanos, em detrimento de economias frágeis ou dependentes. Nada contra, pois eles são americanos e têm que cuidar dos interesses deles mesmos da forma que acham certo, mas não é bom esquecer que foi Nixon, republicano, que iniciou a abertura para a China, por exemplo. E que as preocupações de governos democratas conosco, podem ter certeza, seriam basicamente meter o bedelho na administração dos nossos recursos naturais, principalmente a Amazônia, e nos pregar sermões santimoniais em todos os foros do mundo. Barack, enfim- e uso a expressão propositadamente- é bom para as negas dele, porque nem bom para as nossas negas ele é, não tem porque."

*Parte de sua história de vida [Lincoln]
*²O mesmo ocorre no Brasil quando muitos esquerdistas julgam partidos de oposição como vilões, embora o PSDB, por exemplo, como na própria sigla afirma (Partido Social democrata brasileiro), é social democrata, uma corrente que visou de início fundir conceitos positivos dos pólos socialista e capitalista (embora na prática não se confirmara, a exemplo do governo de Fernando Henrique). Nem todas as práticas correspondem aos manuais e ao seu formato de criação, o tempo muda as ideologias e as adequem aos novos tempos, embora se julgue tanto partidos pelo que se domina na mentalidade de uma minoria, tirando a crença de que excessões dentro do partido podem trazer idéias que fujam um pouco desse estereótipo (a exemplo da paulista Marta do PT, que pouco tem haver com a história, e que é uma das diversas ramificações ideológicas dentro de um partido dividido).
*³No Brasil, analisamos nossos presidentes muito mais pela questão interna (até porque não entramos em conflitos militares constantes com outras nações), já nos EUA, a análise é muito mais pelas ações americanas no exterior.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Amor incondicional

Escolhas futebolísticas revelam muito sobre o nosso perfil, e devem ser respeitadas

Qual o motivo para amar? Talvez, o tempo mostre provas de reciprocidade que podem fortalecer uma união (seja entre um casal, um funcionário e empresa, torcedor e time...), mas o amor nasce justamente sem tantas explicações. Simplesmente se ama, daí ser este sentimento incondicional (pelo menos enquanto dure, pois nem sempre é eterno).
Será que devemos julgar as pessoas pelos times pelos quais elas torcem? "É um absurdo um nordestino torcer pelo Flamengo, que nem sabe de sua existência"- afirma Juan Teixeira, torcedor do modesto Galícia, clube da 2ª divisão do campeonato baiano. Para ele, virar a folha* é um 'crime', e os nordestinos que torcem para times do sudeste são covardes pois, com medo de não ter de escolher um time mais vitorioso no futuro, optam pelos que dominam as grades de programação da tv.
Para o baiano Alan Rodrigues, torcedor do Vasco da Gama (do Rio de Janeiro), o time de coração é mais que o clube de futebol pelo qual torce, e sim parte importante do perfil de um brasileiro, goste de futebol ou não. "O futebol é uma manifestação cultural que no Brasil é tão digna quanto o folclore e carnaval, e a hereditariedade se faz presente, sendo o time um traço muitas vezes passado de pai para filho como o sobrenome, e como em toda cultura, há coisas que não se mudam em apenas uma geração", afirma.
É claro que a construção da dominância dos times do sudeste nos corações dos nordestinos foi um processo recente (por volta do século passado). A grande mídia, que sempre teve seu centro no Rio de Janeiro, foi responsável pela divulgação dos times cariocas, especialmente o Flamengo. Mas como toda cultura, concordemos ou não com suas manifestações, devemos respeitá-las, enxergar as opções desses torcedores como dignas, pois se tratando de futebol e buscando a razão, não haveria motivo para amar times de futebol, pois estes são comandados por administradores de secura na alma e frieza nos cálculos, enxergando cifras com as vitórias enquanto os fiéis fãs da equipe brigam entre si.
Uma dose de razão talvez possa ajudar a respeitarmos mais uns aos outros, ao invés de brigarmos sem motivo, com os nervos a flor da pele sem conseguir enxergar que estamos todos ligados pela mesma emoção: o futebol, embora possamos torcer para times diferentes que, não importando o motivo (se é que se tem um), fazem a Terra girar, sempre girando como um lançamento de 3 dedos com efeito.

*trocas de time

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Vitória-0 x 0-Flamengo

Uma das partidas mais esperados do ano em Salvador duraram mais de 90 minutos: do dia 26 até o término da partida, 29 (4ª feira) muitas histórias envolveram o embate de rubro-negros. Para começar com a venda de ingressos.

Nação Rubro-negra

Goste ou não goste, todos devem respeitar a paixão dos flamenguistas pelo seu time. Independente de como este sentimento foi manipulado pela poderosa mídia carioca ao longo de tantos anos, certamente de nada adiantaria investimentos baseados em teorias se a emoção não falasse mais alto para tantas pessoas que buscam tanto apoiar o clube. Na 2ª feira, o aeroporto de Salvador estava lotado de torcedores que recepcionaram seus ídolos, e a cena se repetiu no CT do Bahia, em Itinga, quando mais de 150 torcedores invadiram o campo no treino para recepcionaram calorosamente seus jogadores. Se faltou segurança para conter tais atos que devem ser coibidos afim de manter maior conforto para os atletas, algo jamais faltará para o time da Gávea: a certeza de que sempre terá quem te apoiar, seja na terra ou no mar, onde estiveres estarás uma nação cantando para todo mundo ver, que estes gostam de você*.

Fila de ingressos

Caravanas vindas de dezenas de interiores da Bahia e de estados próximos chegaram logo no começo da semana para garantir seu ingresso. O Shopping Capemi, onde fica a loja do Vitória (e a do Bahia também, no outro extremo do estabelecimento), estava com uma fila que percorria toda a sua parte coberta, indo parar além da fachada da loja do Esporte Clube Bahia, que vazia, podia-se ver uma vendedora assustada com tamanho fenômeno. Todos os pontos de venda do jogo estavam lotados, inclusive uma loja de cartuchos para impressora, que teve de fechar as portas para não encher demais sua lotação. Um motoboy foi responsável por entregar o ingresso nesse estabelecimento em que eu comprei meu ingresso, e embora a venda tenha sido rápida, a fila quase invadia a avenida!

Rumando para o Barradão

O jogo foi 8:50 horário de Salvador (fora transmitido para o resto do Brasil, que estava no horário de verão, uma hora adiantada). Sair de casa pouco depois do pôr do sol poderia ser uma idéia absurda pela antecedência, mas para essa partida, pareceu um absurdo pelo atraso: a avenida Paralela estava congestionada numa soma de hora de pico + o 2º jogo de maior público no Barradão (perdendo apenas para o 2º dos 3 jogos das semifinais do brasileirão de 99, quando o Vitória ganhou de 2 a 1 do Atlético Mineiro, num Domingo*²). Achar estacionamento foi difícil, passar pelas multidões também, mas felizmente nos portões de acesso não havia grandes filas. Achar lugar na torcida do Flamengo com mais 2 amigos foi difícil, inclusive em diversos momentos me pediram para ficar em outro lugar, alegando que eu estava na frente. Quando encontrei um lugar onde pude ficar em pé sem incomodar, fiquei por uns 10 minutos, até todos sentarem e eu perceber que no mesmo espaço em que eu teria de sentar havia outra pessoa, ou seja, eu tive que sair dali, porque a pessoa em questão não era minha mãe ou namorada para que eu pudesse permitir que sentasse no meu colo.

A festa

Sotaques caipiras tomavam conta das arquibancadas do time carioca (o Flamengo tem enorme torcida nos interiores da Bahia, e diversas caravanas dessas cidades rumaram a capital), e do outro lado, a torcida do Vitória gritava 'éu éu éu vai pra casa Tabarél!'. Momentos marcantes aconteceram não só na partida, como nas arquibancadas: um grupo de torcedores do Bahia estendeu a bandeira do tricolor na área restrita a torcida do Flamengo. Parte da torcida do Fla vibrou, outras reprovaram tal atitude, e o saldo foi uma bandeira apreendida por policiais, que pareciam justificar essa ação como prevenção a violência que poderia ocorrer com essa provocação. A torcida do Vitória fez uma faixa escrita 'vergonha do nordeste', com uma seta apontado para a torcida do Flamengo, desrespeitando o amor desses torcedores ao seu clube, que independente de não ser de sua região, não deixa de ser amor, e incondicional (já que não há limites geográficos que condicionem alguém a torcer por um time). Outro momento interessante, não noticiado na mídia: durante o jogo, após uma bola parar na seção de cadeiras da torcida do Vitória, um torcedor agarrou-a e não queria devolver. Um torcedor que estava próximo furioso mandou este entregar a bola de volta para os gandulas, e teve-se que abrir uma porta de acesso ao gramado para os gandulas a recuperarem na força.

O imprevisível

Assim como no jogo contra o Coritiba, os refletores (que funcionam por gerador) apagaram, interrompendo a partida (dessa vez, no início, e apenas os 2 refletores voltados para a parte dos campos de treinamento). Durante o 'apagão', li um pouco do jornal entregue na entrada do estádio, 'Refletor', para logo ouvir um trocadilho sensacional de minha amiga: 'o nome do jornal é refletor? Então acabaram com a entrega'. Os torcedores do Flamengo, além de atentos a partida de seu time (que perderam muitas oportunidades, embora houvera um pênalti não marcado), acompanhavam com atenção a partida entre Botafogo x São Paulo (secando o vice líder São Paulo, que venceu fora de casa) e Cruzeiro x Grêmio (em que os mineiros venceram por 3 a 0 e deixaram os gaúchos com o mesmo número de pontos do São Paulo, embora a equipe dos Pampas tenha mais vitórias e por isso continue na liderança). O duelo sem gols não pode resumir o quanto foi interessante esse duelo, que envolveu mais que 90 minutos, além de filas, apertos, confusões e apagão, embora, como todos saibam, o mais importante no futebol é gol.

* 'a certeza de que sempre terá quem te apoiar (parte de uma das músicas da torcida), seja na terra ou no mar( parte do hino), onde estiveres estarás uma nação cantando para todo mundo ver, que estes gostam de você (parte de outra música da torcida)

*² Imagine se esse jogo do Flamengo caísse num fim de semana?

O aperto era tão grande que não deu para conseguir tirar boas fotos. Nesta, parte da torcida do Flamengo que tomou parte das arquibancadas do limite das cadeiras até um dos gols (assim como são feitas as divisões de torcida em BaVi). O Flamengo foi o responsável pelo 2º maior público da história do Barradão. Abaixo um vídeo.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Do pedestal ào banco de reservas

Maradona saí da posição de mito para se tornar técnico da seleção argentina

O que podemos definir como imortalidade? Com a improbabilidade biológica de ter uma vida eterna, lutamos para sermos lembrados, embora nosso corpo esteja ausente do mundo material. Para ser imortal, é preciso deixar um legado, um feito notável na Terra, e enquanto no mínimo uma pessoa lembrar deste, a memória de uma pessoa estará preservada.
Levando-se em conta esse conceito de imortalidade, a única maneira de 'matar' Maradona é exterminar toda a raça humana, pois suas histórias sempre serão contadas de pai para filho, e este já alcançou o hall dos inesquecíveis, assim como Júlio César, Cleópatra, Jesus Cristo, Cristovão Colombo, Charles Darwin, Isaac Newton, Adolf Hitler, Elvis Presley... Para o bem ou para o mal, o 'anjo-demônio' argentino quebra todo o maniqueísmo de céu e inferno, sendo o responsável por dar tantas alegrias ao seu oprimido continente americano, fazendo crianças de Cuba ao Chile se espelharem nele para se tornarem um herói tão digno quanto. Não há lugar onde Maradona seja louvado mais que na Argentina, onde este alcançou o patamar de Deus, sendo sua igreja freqüentada por fãs de futebol que o enxergam como divino.

Até apresentador de tv Maradona ja foi. Na estréia de 'La noche del 10', o entrevistado foi Pelé. Xuxa também passou pelo programa, que aqui no Brasil era retransmitido pela Sportv.

Inesquecível partida contra os ingleses

Há controvérsias quanto ao seu caráter: na Inglaterra, por exemplo, seu nome virou sinônimo de trapaça, após a partida em que o craque portenho fez um gol com a mão, segundo ele, 'a mão de Deus'. Porém, esse gol não foi nada mais que um reflexo entre as tensões destes países há muito tempo: num amistoso em Buenos Aires em 1951, os ingleses alegaram sua derrota por 2 motivos que constrangeram os sul-americanos: o fato de terem mandado um time amador e de terem sido prejudicados pela arbitragem, que reverteram uma cobrança de lateral favorável aos britânicos. Tal motivo iniciou uma inimizade histórica. Na copa de 66, na Inglaterra, o capitão da seleção argentina, Antonio Rattín, fora expulso após pedir para o árbitro um intérprete que pudesse traduzir algo. O juiz da partida, que era alemão, não entendeu o que um argentino falando espanhol queria, e o expulsou. A partida demorou 10 minutos para re-começar, quando uma escolta policial o tirou de campo (Rattín chegou a amassar uma bandeira do Reino Unido e fazer gestos de marmelada para a torcida). O técnico da seleção inglesa, Alf Ramsey, chamou os argentinos de animais, enquanto os argentinos viam os ingleses como trapaceiros que queriam a qualquer custo vencer a copa (inclusive um árbitro alemão apitando a partida entre Inglaterra x Argentina e um árbitro inglês apitando Alemanha x Uruguai, prejudicando os sul-americanos e colocando estes dois países europeus na final desse ano).
Em 1982, as ilhas Falkland (também chamadas de Malvinas), pertencentes ao Reino Unido (embora sejam muito próximas da Argentina) foram 'invadidas' pelos argentinos, logo, os ingleses mandaram tropas de veteranos dispostos a trucidar as jovens tropas argentinas (formadas por garotos iniciantes). O resultado dessa guerra: muitas mortes (especialmente de jovens argentinos) e a ilha recuperada pelos ingleses.
O rancor imperava nos corações portenhos, quando estes enfrentaram advinha quem nas quartas de final da copa de 86? Foi aí que Maradona mostrou na partida um reflexo fiel do sentimento nacional ao fazer o gol mais bonito da história das copas e um gol com a mão (que fora mais celebrado por descontar injustiças ocorridas no passado).

Construindo uma nova história, que pode não ser imortal

Sair de um pedestal e encarar uma 'vida de mortal', sendo técnico de futebol (o que pode o levar a receber críticas e xingamentos inevitáveis, que na condição de ídolo não recebia) é um ato de coragem, ao mesmo tempo que mostra como nós, seres humanos, somos apegados a símbolos: o fato de colocar um ex-jogador glorioso no comando de uma equipe nem de longe é garantia de sucesso, e abusar desse folclore acaba excluindo treinadores que, embora não tenham tantas histórias imortais, poderiam fazer um trabalho muito melhor.
Interessante também é saber a hora de parar: Junior, um dos grandes ícones da seleção brasileira de 82, em 2003 treinou o Corinthians. Duas derrotas por 3 a 0 (contra São Paulo e São Caetano) foram o suficiente para este largar para sempre a carreira de técnico e se poupar de crítica que poderiam fazer o público em geral esquecer toda a sua gloriosa história no futebol.
As pessoas só são canonizadas virando santas após sua morte porque só com o fim da vida se pode ter certeza que esta não possa fazer nenhuma grande besteira que tire sua credibilidade (a única forma de se tirar essa credibilidade após a morte são registros antigos que mostrem sua maldade que não fora vista em vida).
Se mexer com drogas não 'queimou' tanto seu filme com seus conterrâneos, certamente um trabalho ruim na seleção pode mudar o comportamento dos argentinos com o seu grande ídolo. Assim como fui contra Dunga estar no comando da seleção, sou contra qualquer 'atitude folclórica' como a de colocar ídolo no comando da seleção. Está certo que alguns deram certo, como Franz Beckenbauer, mas prefiro não correr esse risco e deixar os imortais no seu espaço, pois quem quer virar herói ainda não se imortalizou.

Da esq. para a direita, de cima para baixo: gol de mão contra a Inglaterra, jogando Show Ball (esporte remanescente do futebol assim como futsal e beach soccer e geralmente jogado por ex-jogadores dos gramados), torcendo para seu time de coração, o Boca Juniors, e altar da sua igreja, em Rosário.