tag:blogger.com,1999:blog-68716741773070601402023-11-16T13:28:22.292-03:00Seja bem vindograndedobrasil.blogspot.comLucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.comBlogger369125tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-85534530202710965762017-06-25T02:22:00.000-03:002017-06-25T10:46:11.017-03:00Sem aurora e orvalho: a tecnologia nos ilude e nos mata<div style="text-align: justify;">
<i>“Sob a aurora, eu, meus pensamentos e esse cheirinho de orvalho começamos bem o dia. Começamos, pois não me separo das minhas ideias. Tampouco desse cheirinho de orvalho. Será um lindo dia, como todos os outros!” </i><br />
<i><br /></i>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgRZ-waBLouW1rXfdtunbCZ2sbyOj4Z0d36UHWL9UxnSEG0Zeo14ksNioBGdeqktafKT44r4cEn6o9ToAnT8LgYMHZJW6fgGQHeAGoWU5NTt_XyQJ-QEZcI8AOXaK5jx818mGCzHLlafK8/s1600/aurora+boreal+finlandia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="683" data-original-width="1024" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgRZ-waBLouW1rXfdtunbCZ2sbyOj4Z0d36UHWL9UxnSEG0Zeo14ksNioBGdeqktafKT44r4cEn6o9ToAnT8LgYMHZJW6fgGQHeAGoWU5NTt_XyQJ-QEZcI8AOXaK5jx818mGCzHLlafK8/s400/aurora+boreal+finlandia.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Aurora Boreal na Finlândia / Foto: Nellim, Wilderness Lodges & Safaris </td></tr>
</tbody></table>
<i><br /></i></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Perdão, caro leitor. Se você quiser ler um artigo otimista, que te coloque para cima no começo da manhã, te recomendo não ir até o final. Aqui, vou falar sem floreio os quão floreados são muitos dos ideais de futuro. </div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Não há nada de romântico nas mudanças drásticas em que o mundo tem passado. Muitas delas provocadas pela maximização de ganhos de quem tanto já tem. Essa é a tendência dos novos tempos.</div>
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<br /></div>
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Lembra dos Jetsons e Futurama?</h2>
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<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKUjjGY6cy6hNHw1hPo1VejccAoOSG12JmXUukm_g4sVEoGXE61qzsZaFgmfARcLQnkIojxd5ecDI3XrZV4R-OvwgZi0W9-_GYOqBjjqKDfFdCcU5Q4yFVehhwa-R2PBs33gKSh-4DfFiw/s1600/jestons1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1024" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKUjjGY6cy6hNHw1hPo1VejccAoOSG12JmXUukm_g4sVEoGXE61qzsZaFgmfARcLQnkIojxd5ecDI3XrZV4R-OvwgZi0W9-_GYOqBjjqKDfFdCcU5Q4yFVehhwa-R2PBs33gKSh-4DfFiw/s640/jestons1.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Episódio de Futurama. Imagem: Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Então. Nossas gerações. A minha. A sua. As de nossos pais e avós. Todas elas foram acostumadas a pensar no futuro priorizando o viés da tecnologia. “Será que carros vão voar no futuro?”. Duvido muito, por vários motivos.</div>
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<br /></div>
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Em primeiro, que a nova discussão do século em muitos países, felizmente, é a conscientização acerca do uso do transporte público coletivo. Nem tudo está perdido. Helsinque, a capital da Finlândia, <a href="http://www.mobilize.org.br/noticias/7338/como-a-capital-da-finlandia-pretende-se-ver-livre-dos-carros-ate-2025.html" target="_blank">pode não ter carros particulares a partir de 2025, por exemplo.</a> No lugar de carros particulares, um novo modelo irá integrar ônibus, metrô, trem, bicicleta e táxi.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Boas notícias à parte, vamos falar do que está tão próximo da gente. Foi um erro pensarmos em futuro priorizando o viés dos avanços tecnológicos e científicos. Talvez tenha sido um otimismo tonto acreditar que depois de tanta luta, os direitos trabalhistas seriam ampliados ou na pior das hipóteses, mantidos.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Vão faltar carros voadores no futuro. Como podem também faltar empregos. Teletransporte? Não surgirá antes dos adventos de mais e mais aplicativos que terceirizarão funções até então executadas por pessoas que têm garantias trabalhistas. </div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Justamente por terem garantias, essas pessoas que podem ser afetadas cobrarão mais do que “colaboradores de aplicativos”. Cobrarão? Isso já está acontecendo e tudo parece normal!</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Se você tivesse visto a ideia do Uber em um desenho animado futurista, não ficaria assustado? Como pode, pessoas sem nenhum vínculo com empresa ou instituição cobrar para levar passageiros em seu próprio carro e pagar percentual do serviço para um aplicativo estrangeiro?</div>
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<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgknU7iU3MaSACMQmwsee7zM8mjgQnGsuKniSvrGRh9hy9-HIlJSJBrYWKb-0D8Nd7tp5IFdAfiQ_I3vCyK2iBEDJ4aW-tvae5MpJzW_JMBOkndc4w39lyXxeHFgxfWqydJx9Q8ICPsBNc7/s1600/jestons.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="362" data-original-width="580" height="248" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgknU7iU3MaSACMQmwsee7zM8mjgQnGsuKniSvrGRh9hy9-HIlJSJBrYWKb-0D8Nd7tp5IFdAfiQ_I3vCyK2iBEDJ4aW-tvae5MpJzW_JMBOkndc4w39lyXxeHFgxfWqydJx9Q8ICPsBNc7/s400/jestons.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Os Jetsons / Imagem: Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
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Você não se assustaria, há 15 anos, se soubesse que sua locadora deixaria de existir porque uma provedora passaria a te fornecer um acervo de mais de 10 prateleiras de filmes, séries e shows? </div>
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<br /></div>
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Cadê a magia de chegar na locadora e conversar com a moça que conhece os clássicos e as mais novas produções que concorreram ao Oscar? Para em seguida, na própria locadora, comprar uma revista SET (que não existe mais), uns chocolates e preparar o pacote de três filmes para assistir no fim de semana?</div>
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Não se trata de nostalgia. Novas tecnologias mudam drasticamente estilos de vida e acabam com a fonte de renda de muita gente. </div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<i>“Sob a aurora, eu, meus pensamentos e esse cheirinho de orvalho começamos bem o dia. Começamos, pois não me separo das minhas ideias. Tampouco desse cheirinho de orvalho. Será um lindo dia, como todos os outros!”</i></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Se você anda romântico, não continue esse texto! Pare agora mesmo! Aviso dado. Bom, se você acha que a tecnologia tem facilitado sua vida, me diga o que você prefere:</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<li>Gastar menos para voltar de um bar de madrugada, assistir o triplo de filmes que assistia antes por apenas R$ 20 e estar desempregado.</li>
</ul>
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<br /></div>
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<ul>
<li>Lutar para que alvará de taxistas não seja abusivo, exigir serviços melhores, ter mais desculpas para sair de casa, além de estar trabalhando com carteira assinada, como quase todas as pessoas ao seu redor?</li>
</ul>
</div>
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<br /></div>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh_9KhciERS13QuHls8QVm_dwxlt_EeVGqKSbBYagZG2d4VgvkBJOmw830SQPlb0kuvocsMzcGOrDx5bXNyPxwWjgj5-GRBQnifyJ_Sp4rpfkqRvgBIrxlzH5dumdNrEK9oJ8Fgeeg8I9E/s1600/Uber.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="425" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh_9KhciERS13QuHls8QVm_dwxlt_EeVGqKSbBYagZG2d4VgvkBJOmw830SQPlb0kuvocsMzcGOrDx5bXNyPxwWjgj5-GRBQnifyJ_Sp4rpfkqRvgBIrxlzH5dumdNrEK9oJ8Fgeeg8I9E/s640/Uber.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não se iluda: os baixos preços convidativos se dão por fruto da degradação das relações de trabalho e extinção de alguns serviços. Se ficou ruim para quem trabalha ou é dono da locadora, ficará ruim para você.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Isso porque quem mais ganha, afinal, não é você. É quem paga menos e por isso pode cobrar menos para ganhar mais. Quando o intuito da tecnologia é maximizar lucros ao invés de melhorar a qualidade de vida não apenas dos que detêm domínio sobre a tecnologia, deveria ser a hora de parar com esses avanços.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Mas esses avanços tecnológicos não vão parar. Não vão parar porque há quem esteja enfeitiçado com a imagem da aurora e o cheirinho do orvalho, que parecem formar o cenário dos novos tempos. Mas não é. Não há nada romântico com tudo isso que está acontecendo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<h2 style="text-align: justify;">
Como o Brasil não é a Finlândia...</h2>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se Helsinque planeja não ter carros particulares a partir de 2025, as cidades brasileiras estão mais próximas de criar seus próprios veículos voadores. Desses que quase decolam, tamanha velocidade imposta pelos seus condutores.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um dos possíveis candidatos na próxima eleição presidencial, o prefeito de São Paulo, João Doria, revogou medida de limite de velocidade nas marginais tomada pelo seu antecessor, Fernando Haddad.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O resultado disso foi, nos primeiros meses de mandato, um aumento de 51% em acidentes na comparação com o mesmo período do ano anterior, <a href="http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/05/1881765-marginais-sob-doria-tem-acidentes-em-alta-e-ambulante-fixo-nas-vias.shtml" target="_blank">segundo informações da Polícia Militar de São Paulo</a>. Não adianta falar de advento tecnológico sem falar de política. De avanço em bem-estar sem reconhecermos que o “novo” vem vestido de velho. Que o “Jetson”, na verdade, não chega a ser um “Flinstone”. Estaria mais para um personagem de “A Família Dinossauro”.<br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhx5zAaW2YMrHji-N02SQxlTrMDxKh_VIWQ-8qvcp7XoM8uTOxBJ7kWQ5FpRim_Pdsh4wnb0998KIg8yOAon7sXHnvBiXH0VwKLbQ_EI6w2GF5B5hfL_N8GcPzVkpsOP5L4Vy9S3icCa7Zr/s1600/baby.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="330" data-original-width="620" height="339" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhx5zAaW2YMrHji-N02SQxlTrMDxKh_VIWQ-8qvcp7XoM8uTOxBJ7kWQ5FpRim_Pdsh4wnb0998KIg8yOAon7sXHnvBiXH0VwKLbQ_EI6w2GF5B5hfL_N8GcPzVkpsOP5L4Vy9S3icCa7Zr/s640/baby.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"Não é a mamãe" / Foto: Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Que a aurora, na verdade, só pode ser vista através de uma TV de LCD. Que o cheiro de orvalho, na verdade, não é cheiro de orvalho. Seu olfato está seriamente comprometido e te ilude.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quanto mais a tecnologia servir de instrumento para iludir os que dela serão substituídos, mais ela cresce com esse propósito. Quem deveria coordenar a tecnologia somos nós, que não a detemos. Brasileiros e finlandeses. Ciclistas de São Paulo e usuários de ônibus de Helsinque. Se não deu para entrar na era dos Jetsons, ainda nos resta tempo de não virar o episódio de Simpsons do vídeo abaixo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/PN--Qs3UkJE" width="560"></iframe>Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-49318001161815808562017-03-11T16:06:00.002-03:002017-03-11T17:07:29.473-03:00Cinema, política e Bahia: entrevista com Pablo Villaça<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhztH53C8VM-bKgKQvAzzCgp9UfTAR8AHGyswA-tbSnd9qDXss5d5W9hwJgX3jvy095mLYLqziGdwgb8WjQnGXpZ83GdblqaNm_chwLSgMObDDzNCHfBVPccKRgDJMPIXfwkRX-hqxjn_JY/s1600/Pablo+e+Lucas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="475" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhztH53C8VM-bKgKQvAzzCgp9UfTAR8AHGyswA-tbSnd9qDXss5d5W9hwJgX3jvy095mLYLqziGdwgb8WjQnGXpZ83GdblqaNm_chwLSgMObDDzNCHfBVPccKRgDJMPIXfwkRX-hqxjn_JY/s640/Pablo+e+Lucas.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pablo ministrou o curso de "Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica" em Salvador, do dia 6 ao 10 de março </td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">No segundo semestre de 2014, o Brasil se polarizou de uma maneira que eu ainda não havia visto. Na época, eu morava no Chile, mas mesmo distante, era possível ver, pelo Facebook, as inúmeras trocas de ofensas entre pessoas conhecidas por decorrência de divergências ideológicas na medida em que as eleições se aproximavam. Nesse momento, um texto apareceu na minha timeline, compartilhado por um de meus contatos, e me chamou muito a atenção não só pelo posicionamento, parecido ao meu, mas pela lucidez. Foi assim que ouvi falar pela primeira vez no nome do crítico de cinema mineiro Pablo Villaça, de 42 anos, diretor-fundador do <a href="http://www.cinemaemcena.com.br/" target="_blank">"Cinema em Cena"</a>, site criado em 1997. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Entrevistei Pablo no auditório do IRDEB, na Federação, onde aconteceu o curso de “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica”, do qual eu fui um dos quase 100 alunos. Recomendo a todos que gostam de cinema e queiram se aprofundar na sétima arte. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Documentário “Axé”, programa “Escola sem Partido”, o começo de sua carreira como crítico, perda de leitores por falar de política e dicas para trabalhar com cinema são alguns dos temas desta entrevista, que segue abaixo em texto e áudio (o player está no final do texto).</span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Quais são as dificuldades de se fazer crítica [cinematográfica] no Brasil em comparação a outros países?</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acho que fazer crítica de arte em qualquer país do mundo é complicado. Viver disso é complicado. Não é algo que seja comumente uma fonte de renda confiável, estável. Então do ponto de vista financeiro, do ponto de vista profissional, sempre dedicar-se à crítica de arte, não só de cinema, é sempre um risco que se toma. Agora, no Brasil existem algumas coisas adicionais, alguns problemas adicionais, como dificuldade de acesso a certos filmes, o próprio desinteresse das distribuidoras em investir em publicidade em sites que se dediquem à crítica, e não só divulgação dos projetos que eles estão vendendo. Mas eu acho que isso é comum em qualquer país. Qualquer coisa relacionada à arte envolve um risco imenso quando você quer transformar aquilo em uma fonte de renda para poder viver. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Quando surgiu a ideia de ser crítico e quais críticos te influenciaram?</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sempre gostei de cinema e sempre estudei cinema. Eu comecei a estudar cinema de uma maneira autodidata com 14 ou 15 anos, quando eu ganhei um livro da <a href="http://arquivo.cinemaemcena.com.br/plus/modulos/listas/?tac=colunas&cid=2&page=28" target="_blank">Pauline Kael</a> chamado “Criando Kane”, que é um dos livros seminais em termos de discussão cinematográfica. Pauline Kael sempre foi uma escritora excepcional. Na adolescência eu ganhei um CD, chamado “CD Mania”, e os filmes que tinham nesse CD vinham com críticas, então eu criei o hábito de sempre ao ver um filme, botava esse CD e lia a crítica do <a href="http://diariodebordo.cinemaemcena.com.br/?p=623" target="_blank">Roger Ebert</a>, que eram as críticas que vinham no CD. Então Roger [Ebert] me mostrou na prática uma maneira completamente nova de ver cinema. Quando eu já estava na faculdade, mas de outra coisa [medicina], eu criei um site, não, antes disso, na pré-internet no Brasil tinha um negócio chamado <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Bulletin_board_system" target="_blank">BBS [bulletin board system]</a>, que você conecta no computador de um cara, através do computador dele você acessava uma rede de mensagens, baixava arquivo ou participava de chat. Eu comecei a criar a área de cinema, Belo Horizonte tinha sete BBS, eu criei a área de cinema de seis delas. Basicamente significava o seguinte, eu pegava o jornal e digitava a programação de cinema durante a semana, via os filmes e dava uma cotaçãozinha e escrevia um pequeno parágrafo sobre isso. Foi indo assim. Aí eu comecei a ter mais interesse em escrever, e aí veio a internet e eu criei um site para colocar as críticas que já tinha escrito para outros espaços. E de repente eu vi que tinha muito mais prazer em fazer isso do que na faculdade. </div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEin8_nmNgvlCbvnPvtejb2s12LkI-tZVInZ4xDNiTltySPBXAVLD-O9H8fqaHtTqFrwkJaeHF_UV0TrteQP4L5hHKty4xew83H0LfvgoNLEoV8dnGYUVlHPewbe1qxwz6lW6bqxZKoMy1F7/s1600/revista-criando-kane-e-outros-ensaios-pauline-kael-106905-MLB25082986082_102016-F.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEin8_nmNgvlCbvnPvtejb2s12LkI-tZVInZ4xDNiTltySPBXAVLD-O9H8fqaHtTqFrwkJaeHF_UV0TrteQP4L5hHKty4xew83H0LfvgoNLEoV8dnGYUVlHPewbe1qxwz6lW6bqxZKoMy1F7/s320/revista-criando-kane-e-outros-ensaios-pauline-kael-106905-MLB25082986082_102016-F.jpg" width="217" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Livro de Pauline Kael</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Sua página de Facebook tem mais de 250 mil seguidores. Além de cinema, você costuma falar de política. Você já temeu perder seguidores?</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não precisei temer não, eu perdi sem precisar temer. Antes de eu sequer pensar que isso poderia acontecer eu já tinha perdido. Eu sempre falei sobre política, tanto escrevendo exclusivamente sobre política como discutir elementos políticos em críticas de filmes que permitiam esse tipo de discussão. Tem textos meus que são de 1998, 1999, de filmes que tinham uma temática política, e eu discuto política dessa maneira. Com o passar do tempo, com Facebook, que oferecia um espaço que eu poderia falar sobre política apenas, porque eu não ia falar de política no Cinema em Cena, para não misturar as coisas, eu comecei a escrever como cidadão, eu me expresso como cidadão. Mas foi crescendo, ganhando uma relevância que eu realmente não esperava, e até hoje eu não entendo o porquê. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Eu conheci a página do Facebook durante as eleições de 2014.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E você não conhecia o Cinema em Cena?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Ainda não. Mas hoje sou colaborador.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Muito obrigado, bom gosto. Mas você conheceu pela política?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Foi, pela política.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quanto tempo você levou para descobrir que eu escrevia sobre cinema?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Foi no mesmo dia. Eu vi a página, achei bem feito o texto e fui procurar saber sobre você e vi que você era crítico de cinema.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas muita gente faz o caminho inverso. Me conhecia pelo Cinema em Cena, me conhecia por crítica, e aí quando comecei a escrever sobre política, a pessoa leu e falou assim “que porra esse comunista, canalha”, e pararam de ler. Muitos fizeram questão de expressar isso. Um me marcou muito, era adulto, falou “hoje eu tenho 28 anos, eu te leio desde que eu tinha 14, mas não te lerei mais”. Enfim, acho uma bobagem, uma perda de tempo e uma falta de discernimento grande você não conseguir separar as duas coisas. Você não gosta da posição política do cara como cidadão e vai deixar de acompanhar o trabalho que apreciava como crítico, eu acho uma bobagem. Mas o fato é que eu perdi, e quando você vê o gráfico de acessos ao Cinema em Cena, de 2014 para cá, eu perdi no mínimo, falando conservadoramente, um terço dos leitores. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Mas não ganhou?</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0aHnOW0YE_BoMMFCBPW587XirkSznstO4kvKTokm66aLZX8VHVEwMqPnXM5iNWGmyX3vp5E6EqCPuyW7R67Q3R1Oycv-wAmudBglxYn9-3ZhI263IwHrwOqok4b1PGcw0d8bKbAlIobhp/s1600/Pablo+dando+aula.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0aHnOW0YE_BoMMFCBPW587XirkSznstO4kvKTokm66aLZX8VHVEwMqPnXM5iNWGmyX3vp5E6EqCPuyW7R67Q3R1Oycv-wAmudBglxYn9-3ZhI263IwHrwOqok4b1PGcw0d8bKbAlIobhp/s320/Pablo+dando+aula.jpg" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Durante o curso / Foto: Lucas Franco</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Ganhei, mas perdi mais do que ganhei. Isso pelo acesso do Cinema em Cena. Mas não posso nem dizer que perdi mais do que ganhei, eu perdi, e os que eu ganhei não necessariamente eu ganhei como leitores do site. Eu estou falando do Cinema em Cena. Então eu posso ter conseguido muitos novos leitores na página do Facebook, que é um negócio que sinceramente, eu fico feliz e tal, mas profissionalmente não faz diferença porque eu não vivo daquilo, eu vivo do Cinema em Cena. E desses leitores que eu ganhei, a maior parte não entra no Cinema em Cena, porque o gráfico de acessos ao Cinema em Cena, de 2014 para cá, foi um gráfico... Agora não, nos últimos quatro meses começou a crescer bem. Não sei o que aconteceu, se eu fiquei mais simpático, se todo mundo começou a separar as coisas melhor ou se de repente teve um boom na população de comunistas no Brasil, não sei o que aconteceu. Começou a aumentar [nos últimos quatro meses], mas que eu perdi muito leitor, eu perdi. Agora, se eu imaginasse que isso iria acontecer, eu escreveria do mesmo jeito sobre política? Sem dúvida nenhuma. Eu não posso deixar de me manifestar como cidadão por medo de que isso vai gerar algum tipo de perseguição ou macarthismo à brasileira. Acho uma pena, mas não posso fazer nada a respeito.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Boa parte da direita fala sobre doutrinação nas escolas, que seriam espaços em que os professores teriam que ser neutros. Na sua opinião, qual a importância de professores, críticos e a sociedade em geral se posicionarem sem medo?</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se posicionar sem medo é fundamental, você tem que se posicionar sem medo sobre tudo. Você não pode ter medo de se expressar, não pode ter medo de ter uma ideia, uma ideologia, expressar uma opinião, um ponto de vista. Você cita basicamente a “Escola Sem Partido”, que é de uma estupidez imensa. De uma estupidez e de uma posição cínica, porque o que eles estão dizendo não é “nós queremos escola sem partido”. O que eles estão dizendo é “nós queremos uma escola sem esquerda”, porque essa é a diferença. Quando eles falam “ah, o filme tem ideologia”, ou “que a escola tem ideologia”, ou “que os artistas têm ideologia”, o que eles estão querendo dizer é: eles são de esquerda. Porque se eles fossem de direita, seria normal. Se você for de direita, é a postura padrão, tudo bem, não tem uma postura diferente. Agora quando eles falam que não querem política na escola, o que eles estão dizendo é “nós não queremos nenhum tipo de pensamento de esquerda na escola”, e quando eles falam de pensamento de esquerda, eles estão falando de pensamento crítico, basicamente. É você pensar em ativismo social, é você pensar em direitos humanos, é você pensar em direitos de minorias, é você pensar em políticas de inclusão social, é isso que eles não gostam. Não é que eu ache que um professor de matemática deve parar a aula de matemática para começar a falar sobre política. Agora, a escola é um lugar de ensinamento, de despertar o pensamento crítico no aluno. Um professor não pode se podar. Por exemplo, como um professor de história vai dar aula sem abordar política? Como um professor de geografia, principalmente quando você fala de geografia do ponto de vista de política, vai deixar de falar? Na literatura, como você vai discutir grandes obras da literatura sem falar? Então a política faz parte da experiência humana. Querer tirar a política da escola, ou das artes, primeiro que é um esforço fútil, não tem como se fazer isso. Enquanto houver humanidade vai haver política. Em segundo, é cínico, porque eles não querem tirar a política da escola, eles querem eliminar um tipo de espectro ideológico da escola. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Você já ministrou o curso em Salvador outras vezes. Como você enxerga o cinema baiano?</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na verdade, eu sempre vim a Salvador desde criança, eu tenho parentes aqui. Sempre gostei muito da cidade e do povo em si. Eu me sinto muito à vontade, não só na Bahia. Para ser bem sincero, eu me sinto muito à vontade no Nordeste. Todas as vezes em que eu venho, a qualquer estado do Nordeste, eu me sinto sempre muito bem recebido. Sempre fico muito impressionado com a gentileza do povo. É uma gentileza que você não vê em outros estados do país, não vê mesmo, ao contrário, em certos estados você sente uma hostilidade na rua. Então eu me sinto em casa no Nordeste. O cinema nordestino inclusive hoje é um dos cinemas mais ricos do Brasil. Porque o Brasil tem polos cinematográficos em todos os seus cantos. Vamos chamar de polo, embora isso tenha a ver com indústria e o cinema brasileiro não é um cinema de indústria, mas você tem centros de criação, centro de geração de cinema no Rio Grande do Sul, em São Paulo, Rio, Minas Gerais obviamente, e no Nordeste também muito. Amazonas, Norte, menos. Porque eu acho que inclusive faltam recursos financeiros para estimular. </div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyh_tRs3aqbxV7DXMZoDWQ2JfyDlDhefQ-bn3qpfFGje7z1UffSSlMAa6cyqN0Glmh_Yu8uzx4wgJ0zd2NMQYb1Sr5CD5vmIFkzjcSEkK7jZqg2hV8NIfqkR11VoQlV7tT60Wnw50e7AP1/s1600/antes+o+tempo+n%25C3%25A3o+acabava.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyh_tRs3aqbxV7DXMZoDWQ2JfyDlDhefQ-bn3qpfFGje7z1UffSSlMAa6cyqN0Glmh_Yu8uzx4wgJ0zd2NMQYb1Sr5CD5vmIFkzjcSEkK7jZqg2hV8NIfqkR11VoQlV7tT60Wnw50e7AP1/s400/antes+o+tempo+n%25C3%25A3o+acabava.jpg" width="271" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pôster do amazonense "Antes o Tempo Não Acabava"</td></tr>
</tbody></table>
Inclusive é importantíssimo que você expanda, porque quanto mais estados, quanto mais regiões se manifestarem no cinema, maior é a nossa diversidade de temáticas. Tem um filme amazonense que eu vi ano passado, que foi selecionado no Festival de Berlim, “Antes o Tempo Não Acabava”, que é de uma sensibilidade ímpar, contando a história de um menino de uma tribo indígena que vai se descobrindo gay. Imagina que tipo de história inesperada, de uma descoberta da homossexualidade por parte de um índio. Como isso se reflete na sua família, com costumes completamente diferentes, uma ótica completamente diferente, então é importante isso, você ter cinema no Amazonas, você ter cinema no Acre, e no Nordeste a gente tem um polo um pouco mais estabelecido, principalmente Pernambuco, que tem grandes cineastas, produzindo muito bom cinema. Eu tenho imensa admiração não só pelo espírito criativo do Nordeste, mas eu estava falando sobre a Bahia especificamente. Eu fui ver um documentário, que é daqui inclusive, o “Axé”.<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Você gostou?</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Gostei muito do filme. Gostei muito. O filme tem alguns probleminhas de ordem estrutural, cronologicamente às vezes ele é um pouco confuso, mas é um filme que de modo geral é bem didático, abrangente, e o que eu mais gosto em um documentário, que ele é ao mesmo tempo interessante, divertido e traz informações que são relevantes e que não são tão comuns assim. Eu por exemplo até comentei isso depois, que vendo “Axé” eu fui confrontado pela minha própria ignorância em relação ao gênero. Não só a ignorância, em relação ao preconceito mesmo. Eu tinha preconceitos com relação ao axé que, vendo o documentário, vi que é uma coisa historicamente riquíssima, culturalmente riquíssima e que eu desconhecia. E o que eu achei bacana é que eu fui assistir a sessão das 19h, e a sessão estava esgotada, eu não me lembro de nenhuma vez em que eu tenha ido a um cinema de shopping ver um documentário em que a sessão estivesse esgotada. Não consigo me lembrar. E aí eu comprei a sessão das 22h, e a sessão estava lotada, sessão das 22h, no meio da semana, um documentário. Eu fiquei fascinado por isso. E quando terminou o filme, eu achei legal que duas pessoas começaram a dançar em frente à tela durante os créditos. O que eu senti é uma coisa que eu sinto muito na Bahia, e que de novo acho que falta ao restante do país: orgulho da própria cultura, orgulho da própria história. O brasileiro tem sido muito vira-lata, acha que o que vem de fora é lindo e o que a gente produz é lixo, é pobre, é medíocre, e não é isso. Nossa cultura é riquíssima e eu vejo isso muito no Nordeste. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/qu_IHMwOLk8" width="560"></iframe><br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Teve um filme, “Bahêa Minha Vida”, não sei se você viu.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não vi, mas eu sei.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>A torcida toda foi com camisa, transformou o cinema em um estádio.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas o foco desse filme é...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>“Bahêa Minha Vida” é um filme sobre o Bahia, sobre a história do time...</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas aí fica um pouco à parte porque envolve outra paixão louca do brasileiro que é o futebol. Tem um filme mineiro que se chama “O Dia do Galo”, que é sobre a final da Libertadores que o Atlético jogou, que é um time que eu não torço, meu time é o Cruzeiro, que é infinitamente melhor. Mas vendo “O Dia do Galo”, embora cruzeirense, que é o maior rival do Atlético, eu fiquei encantadíssimo com o filme justamente pela paixão que ele ilustra sobre torcida. Então “Bahêa Minha Vida” é um pouco diferente nesse sentido.</div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br />
</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>O que se aprende nos cursos de cinema daqui?</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O objetivo é para quem quer fazer cinema, para quem quer ver cinema de uma maneira mais abrangente e para quem ama cinema. O objetivo do curso é expandir o olhar do espectador. Se junto com isso vier uma vontade de fazer cinema, ótimo. Mas o objetivo principal do curso é de certa maneira mostrar para o aluno, para o espectador e para o cinéfilo, que existe uma linguagem muito mais ampla e complexa do que o público costuma perceber. Que todas as emoções que você sente ao longo do filme não são fruto de uma reviravolta do roteiro ou de uma lágrima que o ator derrama em um momento certo, mas de toda uma lógica narrativa que envolve a montagem, que envolve a fotografia, o desenho de som, e o objetivo é esse, mostrar esses outros elementos. Isso nesse primeiro curso, pois têm dois outros. O segundo curso, “A Arte do Filme”, é um pouco mais técnico, então eu vou abordar algumas questões que não são apenas para quem quer fazer cinema, mas tem questões mais técnicas, e o terceiro curso é sobre cinema de um modo geral, mas a entrada pelo cinema pelo “O Poderoso Chefão”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAWbS51z7kW8zJcPQhj9JB0kpt_K-UKcHBqNyIZf7VVwFvHpB17oXymUeHMCm5wyFB0Dwhb3Hwe4WomRTSyoXh-WqQxKSQlNTMLttBWpsLHR5-VZwRdPnX2kcoGU_9XRJYKBlH3PC6KJWy/s1600/O+poderoso+chef%25C3%25A3o.png" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAWbS51z7kW8zJcPQhj9JB0kpt_K-UKcHBqNyIZf7VVwFvHpB17oXymUeHMCm5wyFB0Dwhb3Hwe4WomRTSyoXh-WqQxKSQlNTMLttBWpsLHR5-VZwRdPnX2kcoGU_9XRJYKBlH3PC6KJWy/s400/O+poderoso+chef%25C3%25A3o.png" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Marlon Brando em "O Poderoso Chefão" / Imagem: Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<i>Só um ou a trilogia?</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Só um. Eu fico uma semana discutindo o primeiro filme. Poderia fazer sobre qualquer um dos três, porque são igualmente sensacionais, eu sou fã dos três igualmente. Mas por uma questão de cronologia, eu começo do um.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>É também no primeiro filme que tem atores como...</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Marlon Brando</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Marlon Brando por exemplo não está nos outros dois...</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas em compensação tem o Robert De Niro no segundo e não tem no primeiro, no terceiro filme tem o Eli Wallach, que é outro ator fantástico, que não está no primeiro e no segundo. Não é nem por isso. Quer dizer, ao mesmo tempo também é, porque para mim o Marlon Brando é o maior ator da história do cinema, então se dá para falar em “O Poderoso Chefão” e também sobre Marlon Brando, eu uno duas paixões. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>O que você sugere aos jovens que querem fazer carreira no cinema, seja como crítico, cineasta, levando em consideração... Eu sou jornalista, quando algumas pessoas me perguntam sobre como é ser jornalista, eu digo “pense bem a sua paixão”...</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Engraçado você falar isso. Bom, meu conselho é o seguinte. Eu tenho um primo, que na verdade é primo-sobrinho, porque é bem mais novo, e ele veio conversar comigo agora, durante o carnaval. Ele é daqui da Bahia inclusive. Ele falou que tinha vontade de fazer cinema e se eu achava que ele deveria ou que era promissor financeiramente. Eu falei, financeiramente promissor, trabalhar com arte nunca é. Nunca, em qualquer ramo da arte. Se você consegue se enxergar fazendo outra coisa sendo feliz, faça outra coisa. Porque cinema é um ramo complicado, é muito fechado, tem muita panelinha. Mesmo que você faça parte da panelinha, financeiramente é complicado e vai ficar cada vez mais complicado porque agora a gente tem um governo que que não estimula, não estimula não, sabota a cultura, sabota a produção cultural, que enxerga o artista como inimigo, enxerga a cultura como inimiga, então a tendência é ficar pior. Agora, se você só se enxerga sendo feliz fazendo cinema, dane-se qualquer tipo de pessimismo financeiro e vá fazer cinema. Encontre um modo de viver daquilo. O que eu recomendo é estudar muita teoria e ver muito filme e viver realmente a arte. E viver muito. Porque a arte é fruto das experiências de vida de cada um.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Pablo, muito obrigado.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Valeu.<br />
<br /></div>
<iframe frameborder="no" height="450" scrolling="no" src="https://w.soundcloud.com/player/?url=https%3A//api.soundcloud.com/tracks/311878224&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false&visual=true" width="100%"></iframe><br />Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-47045839891745488852017-03-01T19:15:00.002-03:002017-03-01T19:27:15.078-03:00O que Recife e Olinda me ensinaram<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXzkwZzWkK2aWguNvpthvOttQKDX-gkEme7YBCkZ2zOg5uau46_S7ZiFL40KpCGVIQXjNnXjFCN55CPndWFVfBul8dRGJOGErNkDIdU_TsUAt7q9ieUTc1TI2cUiJzurGajLEOpTrqHDr4/s1600/Marco+Zero.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXzkwZzWkK2aWguNvpthvOttQKDX-gkEme7YBCkZ2zOg5uau46_S7ZiFL40KpCGVIQXjNnXjFCN55CPndWFVfBul8dRGJOGErNkDIdU_TsUAt7q9ieUTc1TI2cUiJzurGajLEOpTrqHDr4/s640/Marco+Zero.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Marco Zero lotado na sexta-feira (24 de fevereiro de 2017), abertura do carnaval de Recife</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Ir ao carnaval, ou melhor, ir aos carnavais de Recife e Olinda eram um sonho para mim. Um só sonho, no singular. Tão singular como as duas cidades pernambucanas. Mas afinal, as festas momescas em Pernambuco são melhores do que em Salvador? Vou te contar uma coisa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O sentimento de pertencimento é muito importante. Sentir-se local, filho de determinada cidade, região ou continente. Me lembro que no Chile, país em que morei por dois anos, era comum ouvir músicas de diversos países hispanohablantes, e chamava a atenção dos chilenos que eu, nascido em um país do mesmo continente, não conhecesse até as músicas mais famosas da Argentina, Colômbia, México, Cuba e Porto Rico. A língua é uma barreira invisível. Diferente do muro pretendido por Trump para separar Estados Unidos e México, há uma parede invisível que impede os brasileiros de conhecerem Celia Cruz, Manuel Mijares e Carlos Vives. No Chile, eu aprendi a ser latino-americano, e não apenas brasileiro. Em Recife e Olinda, eu aprendi a ser nordestino, e não apenas baiano. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Conheci Almir Rouche e Marrom Brasileiro, lendas pernambucanas pouco conhecidas fora do estado. Era impressionante a conexão entre artista e público no Marco Zero, como todos sabiam cantar, com emoção, músicas antigas que eu nunca havia escutado. Após repetidas execuções dos clássicos, eu já fazia coro ao refrão "Ai que calor, ô, ô, ai que calor, ô, ô, ai que calor, ô, ô, ô, ô, ô... ô, ô", como um pernambucano a mais na multidão.<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="50" src="https://www.youtube.com/embed/nSarDfa04L4" width="600"></iframe><br />
<br />
Sou nordestino, logo, essa música também é minha. E a guitarra de Armandinho, além de baiana, é pernambucana. Porque somos todos da mesma região, diversificada, mas com muito mais semelhanças entre os estados do que se costuma pensar. E é por isso que não existe uma resposta à pergunta "qual o melhor carnaval: Recife, Olinda ou Salvador?". Ambos são maravilhosos, únicos, e ao mesmo tempo fazem parte do mesmo todo. É uma festa só, de uma região que poderia fazer mais trocas entre si.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHe5E_Jd6lHAYnOxoN0VWGrL2_zatGuo1sNPBcAso3e0yNRMarh_mGOAnNI45cpsf2SM0yFcJDQuyDtof5xpKxbGJ4-APhI1Odh_c5cRjlbihfIIs-UKPlH0W0o6EGM846P3LmQ2WqtR3H/s1600/Eu+Acho+%25C3%25A9+Pouco+Olinda.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHe5E_Jd6lHAYnOxoN0VWGrL2_zatGuo1sNPBcAso3e0yNRMarh_mGOAnNI45cpsf2SM0yFcJDQuyDtof5xpKxbGJ4-APhI1Odh_c5cRjlbihfIIs-UKPlH0W0o6EGM846P3LmQ2WqtR3H/s400/Eu+Acho+%25C3%25A9+Pouco+Olinda.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"Eu Acho é Pouco", um dos blocos mais famosos de Olinda, no sábado (25)</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não é verdade que "música baiana e referências à Bahia não entram no carnaval de Pernambuco". "Cometa Mambembe", consagrada nas vozes do cearense Alcymar Monteiro e da paraibana Elba Ramalho e tão tocada no Galo da Madrugada, foi composta por um baiano, Carlos Pitta. Já "Banho de Cheiro", homenagem à Bahia também emplacada por Elba Ramalho, foi escrita por Carlos Fernando, que nasceu em Caruaru, morou a maior parte de sua vida em Recife, Olinda e Rio de Janeiro e é considerado um dos maiores responsáveis por unir frevo e MPB, ajudando a expandir referências ao Senhor do Bonfim, Filhos de Gandhy e Boca do Rio.<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="50" src="https://www.youtube.com/embed/-FGKUTgp5nI" width="600"></iframe><br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="50" src="https://www.youtube.com/embed/n3HKIX9ZagE" width="600"></iframe><br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nada supera o que presenciei no show de Otto na segunda-feira (27), no Pátio São Pedro, no Recife Antigo. O local parece a Praça Tereza Batista, no Pelourinho, em Salvador, e a emoção do público contagiava. Em todos os momentos do show o artista, nascido no interior de Pernambuco, falava da emoção de estar na cidade que o acolheu e da qual se sente pertencente, de se sentir o espelho do público e de sentir que o público é o seu espelho, para em seguida dizer "mas vamos falar de Salvador agora" e emendar "Janaína", música que fala da festa de Iemanjá, que acontece no dia dois de fevereiro, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador.<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="50" src="https://www.youtube.com/embed/ucWVzBnCWDQ?list=RDucWVzBnCWDQ" width="600"></iframe><br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não é a única música de Otto que cita Salvador, mas me senti representado pela citação à minha cidade antes de ele começar a cantar uma música que fala da minha cidade em pleno carnaval de Recife, mesmo em meio a um público que parecia ser predominantemente local. E fico feliz que vários recifenses se sintam representados pela canção como eu me senti representado pelas músicas pernambucanas que ouvi.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se no Chile eu conheci muitas músicas que me fizeram me sentir mais latino-americano, independentemente das diferenças que existem entre os países do continente, em Recife constatei que nenhuma diferença deve ser maior do que o sentimento de união em torno de uma só causa, o carnaval. Uma festa só, em várias cidades. Assim deveria ser o mundo: multicultural e único. Como as músicas de Otto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em Bora Tao</div>
<div style="text-align: justify;">
Em Bangladesh Goa</div>
<div style="text-align: justify;">
Na China Mao</div>
<div style="text-align: justify;">
Free Tibet para mim é pessoal</div>
<div style="text-align: justify;">
Lavanda ofereço orixá</div>
<div style="text-align: justify;">
Luanda, Havana e Salvador</div>
<div style="text-align: justify;">
Na lama do Recife sou xangô</div>
<div style="text-align: justify;">
Umbanda, caranguejo, salta a dor</div>
<div style="text-align: justify;">
Que idade banha ele</div>
<div style="text-align: justify;">
Banho de mar</div>
<div style="text-align: justify;">
Que idade banha ele</div>
<div style="text-align: justify;">
Iemanjá</div>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="50" src="https://www.youtube.com/embed/3wXANc1kUGk" width="600"></iframe>Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-20728841388208748802017-01-05T19:21:00.000-03:002017-01-05T19:21:53.055-03:00China, dinheiro e futebol: uma nefasta combinação<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJwGc4yWP7RXeR6Xj5QPJS5fu6Inorwqyu1fCoGkW6P1iIgCQcvbeZicpGn5nwX54KFcXyf-qh5Q7CJVbs-JJUmMq8KnNrS_f13vOClzeKwDsS2xCWxgMFuHs-RTn7EX1r-thS2tPumgc6/s1600/China+dinheiro+CCTV.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJwGc4yWP7RXeR6Xj5QPJS5fu6Inorwqyu1fCoGkW6P1iIgCQcvbeZicpGn5nwX54KFcXyf-qh5Q7CJVbs-JJUmMq8KnNrS_f13vOClzeKwDsS2xCWxgMFuHs-RTn7EX1r-thS2tPumgc6/s640/China+dinheiro+CCTV.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: CCTV</td></tr>
</tbody></table>
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O mais popular esporte do planeta corre perigo. O futebol, como conhecemos hoje no Brasil com a pronúncia de “futibóu” e que por essas bandas já se chamou “football”, vai precisar se reinventar muito para sobreviver às novas investidas da China. Não que este seja o primeiro desafio. A descrença no jogo já havia sido repercutida em 1920 pelo escritor Graciliano Ramos, que em artigo ao jornal alagoano “O Índio” cravou que “estrangeirices não entram facilmente na terra do espinho. O futebol, o boxe, o turfe [corrida de cavalos], nada pega”. Pegou e “abrasileirou-se”. Nos anos 2010, é justamente a versão brasileira do jogo que tem chamado a atenção do outro lado do mundo. Era preferível a descrença do Século XX à obsessiva “admiração” dos orientais. </div>
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<br /></div>
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Não é novidade que grandes clubes de outros continentes contratem estrelas sul-americanas. O que é novidade é a saída até de jogadores medianos por cifras inimagináveis, o que tem enfraquecido as ligas do continente e as disputas intercontinentais de clubes. O êxodo para a Europa pelo menos agraciava o fã do esporte com a formação de “dream teams” multiétnicos, o que ao longo do tempo deixou inúmeros legados. Do Real Madrid de Puskas e Di Stefano ao Barcelona de Messi, Suárez e Neymar. No entanto, quando os leilões por jogadores não deixam legado algum, o sinal de alerta deve ser acionado no mundo da bola.</div>
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<br /></div>
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Para entender o quão nefasta é a combinação China, dinheiro e futebol, é preciso entender o tamanho do país asiático no cenário. Participante de apenas uma edição de Copa do Mundo, em 2002 (três derrotas, 9 gols sofridos e nenhum marcado), e sem títulos em torneios continentais com a seleção principal, seus clubes venceram apenas três das 35 edições de Liga dos Campeões Asiáticos disputadas. Dos 14 jogadores que estiveram em campo no último jogo da seleção chinesa, em novembro do ano passado, empate sem gols e dentro de casa contra o Catar, pelas eliminatórias da Copa, apenas um atuava fora do país, o atacante Zhang Yuning, reserva do holandês Vitesse (nem sempre é relacionado para jogar). O Vitesse, que tem parceria com o Chelsea desde 2010, é o oitavo colocado na modesta Eredivisie, que conta com 18 times. Dezessete rodadas já foram disputadas e Yuning marcou apenas um gol.</div>
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<br /></div>
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Treinada pelo italiano Marcello Lippi (campeão europeu e mundial com a Juventus em 1995 e da Copa do Mundo com a Itália em 2006), a China é a lanterna do Grupo 1 das eliminatórias, com dois pontos em cinco jogos disputados, e está praticamente fora do mundial de 2018, na Rússia. Será muito difícil que as milionárias transações deixem algum legado se o nível dos jogadores locais continuar tão baixo, já que só é permitida a participação de quatro estrangeiros por equipe. Do ponto de vista tático, tampouco há boas perspectivas. Os treinadores, embora vitoriosos em outras épocas, há muito tempo não fazem um bom trabalho, a exemplo de Luxemburgo (demitido em 2016 do Tianjin Quanjian, da segunda divisão), Scolari (após parcela de responsabilidade em rebaixamento do Palmeiras em 2012 e nos 7 a 1 do Brasil na Copa de 2014, foi contratado pelo Guangzhou Evergrande, onde está até hoje) e Mano Menezes (demitido esse ano do Shandong Luneng, o treinador perdeu prestígio após pedido de demissão inesperado do Flamengo em 2013, mas atualmente tenta juntar os cacos no Cruzeiro). </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Chinese Super League foi a sexta liga com maior média de público do planeta em 2015, com 22.580 torcedores. A expectativa dos dirigentes é que a liga local se torne uma “Premier League Asiática”. Falta muito. As ligas japonesa e coreana contratam brasileiros de nível técnico mediano desde os anos 1990. Países do Oriente Médio também não poupam esforços. Não é coincidência que os clubes brasileiros precisem aumentar os preços dos seus produtos licenciados e ingressos e ainda assim passem por situação financeira difícil. O futebol, que chegou ao Brasil como um esporte de elite, se popularizou e em momento de inflacionamento de mercado deixa de encantar e de atrair as multidões. Está caro ir ao estádio e não é fácil para os clubes manterem a base com tamanho assédio da China, que no início de 2016 desfalcou o detentor do título brasileiro Corinthians com a transferência de quatro dos seus titulares. É hora de o futebol brasileiro se reinventar novamente e usar suas armas contra as investidas orientais. Se é que a China também não vai comprar as armas.</div>
Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-65356956721529146892016-09-30T19:31:00.002-03:002016-09-30T19:31:55.640-03:00Suicídio por desonra existe no Brasil? <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgs2alJUWAyjEYOeBPV23SIDR6mBW05K6mR85stn3PYh8XdwewFRhO1oq3OtcRH2H3-VSxSBQY3TKBPZYOAXal0mRHd3PG-lPK3uibezXu3EhKEjzUH-dUL3X3z6QJDCmPsxoybkH3i1Iz8/s1600/politico+corrupto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgs2alJUWAyjEYOeBPV23SIDR6mBW05K6mR85stn3PYh8XdwewFRhO1oq3OtcRH2H3-VSxSBQY3TKBPZYOAXal0mRHd3PG-lPK3uibezXu3EhKEjzUH-dUL3X3z6QJDCmPsxoybkH3i1Iz8/s640/politico+corrupto.jpg" width="640" /></a></div>
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Organizações brasileiras ligadas à saúde escolheram o mês de setembro para iniciar uma campanha de prevenção ao suicídio. Embora os índices locais sejam altos, uma das causas que levam ao ato não são recorrentes no país: a desonra.</div>
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<br /></div>
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No outro lado do mundo, no entanto, a prática de usar a espada contra si próprio foi comum por muitos séculos e, segundo estudiosos em cultura e história japonesa, ainda há reflexos nos dias atuais. “O haraquiri [suicídio praticado pelos samurais] surgiu entre 1139 e 1177. A razão que explica o haraquiri como uma honra é proveniente da crença de que na região abdominal se vive a alma e o amor das pessoas. Essas crenças de morrer honrosamente ficaram enraizadas”, contextualiza a diretora educacional da Federação Cultural Nipo-Brasileira da Bahia, Angela Tamik. </div>
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<br /></div>
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Em outro extremo, os programas eleitorais no Brasil provocam incredulidade. Muitos dos candidatos, investigados por diversos crimes, concorrem a cargos públicos municipais em todo o país neste domingo, dia 2 de outubro. “Todos os políticos [que cometessem crimes] tinham de efetivar haraquiri. Os que permanecessem tinham de investir na educação e na saúde da população para reerguer o país como o Japão, depois da segunda guerra mundial, onde todos foram alfabetizados”, desabafa Angela Tamik, que é PhD em Ciências da Saúde pela Universidade de Tokyo. </div>
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<br /></div>
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Apesar de conscientes acerca dos problemas estruturais do país, nem todos os brasileiros enxergam a proposta de Angela como a solução, afinal, suicídio é um tabu no ocidente e os jornais não relatam notícias a respeito, também com a finalidade de não fazer apologia. “Acho que no Brasil a corrupção é tão escancarada que ninguém sente essa vergonha extrema ao ponto de cometer um suicídio por honra”, opina o ex-repórter de política do Bocão News e hoje assessor de comunicação da Câmara Municipal de Vereadores de Salvador, Marivaldo Filho. “Apesar de acreditar, com base em fé pessoal, que o suicídio nunca será o melhor caminho, imagino o quão doloroso deve ser para alguém ser vítima de uma situação como a que está acontecendo atualmente com o Brasil, bem diferente de um suicídio por honra em decorrência de um desvio de caráter pessoal”, discorre o jornalista. </div>
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<br /></div>
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Embora a desonra não interfira na estatística de suicídios no Brasil, os números são altos no país. Cerca de 12.000 pessoas tiram a própria vida por ano e mais de 90% dos casos de suicídios estão relacionados com doenças psiquiátricas que podem ser tratadas. O Brasil é o oitavo país com mais suicídios no mundo, embora a taxa de seis suicídios para cada 100 mil habitantes <a href="http://top10mais.org/top-10-paises-com-maiores-indices-de-suicidio-no-mundo/" target="_blank">esteja abaixo da maioria dos países</a>. “No Brasil temos outro tipo de cultura. Diz-se que no Japão há uma cultura baseada no sentimento de vergonha, voltado para a reação da comunidade. O Brasil, como boa parte dos países ocidentais, tem uma cultura mais fundada no sentimento de culpa, mais individual. Tanto que um único suicídio, o de Getúlio Vargas, marcou nossa história, até pela raridade da prática”, contextualiza a psiquiatra e professora associada do Departamento de Neurociências e Saúde Mental da Ufba (Universidade Federal da Bahia), Miriam Gorender. Para a psiquiatra, no entanto, a subnotificação é muito grande e a taxa real seria no mínimo o dobro da oficial, embora não existam registros de atos cometidos por desonra. “É muito incomum o suicídio por desonra no Brasil. O médico psiquiatra, em qualquer dos casos, vai lidar diretamente com a doença mental de base, que ao alterar seu cérebro distorce a realidade percebida pelo paciente, e o fragiliza frente aos estresses da vida”, completa.</div>
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<br /></div>
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Embora a campanha oficial de prevenção ao suicídio termine em setembro, o Centro de Prevenção da Vida disponibiliza o a linha 141 para urgências para todos os meses do ano.</div>
Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-49197925954505266922016-09-16T11:32:00.001-03:002016-09-16T11:33:17.134-03:00Prato típico provoca rivalidade entre Bahia e Espírito Santo<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjm9s5taU2DtUZM9jmRaLB70ZPQdbzIG_b-BQAZxyWoKsLepmvNV_RiK1_94z6PO7u5IPddYhNz0Gg1B5698cW7cHqdnkREVIYKwfsCEbI9hblHSHnaBT5M3q15pH74duez05XxghS10bHa/s1600/moqueca.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjm9s5taU2DtUZM9jmRaLB70ZPQdbzIG_b-BQAZxyWoKsLepmvNV_RiK1_94z6PO7u5IPddYhNz0Gg1B5698cW7cHqdnkREVIYKwfsCEbI9hblHSHnaBT5M3q15pH74duez05XxghS10bHa/s640/moqueca.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
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Conhecido cozido em todo o país que pode ser preparado com peixe ou frutos do mar, além de tomate, coentro e cebola, a moqueca é a responsável por fazer dois estados vizinhos, sem nenhum histórico de rixa, viverem uma briga pela “autonomia gastronômica”. </div>
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<br /></div>
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A Bahia, no Nordeste, e o Espírito Santo, no Sudeste, dividem a “patente de donos da melhor moqueca”. No entanto, para o capixaba Vanderlei Mozer, a variedade é positiva. Garçom há 29 anos do restaurante São Pedro, em Vitória, Mozer diz defender bem sua bandeira. “Todos aqui dizem que moqueca mesmo é a capixaba, o resto é peixada”, brinca. “Mas eles também fazem um prato muito bom, são apenas costumes diferentes. Para quem não é habituado a comer azeite de dendê e leite de côco, a moqueca baiana pode ser pesada, dar dor de barriga. Mas a rivalidade é sadia, não é uma crítica. É só uma forma de dizer que nosso peixe é o mais gostoso”, completa.</div>
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<br /></div>
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O uso do azeite de dendê e do leite de côco, típico em diversos pratos da culinária baiana, é o que diferencia a moqueca dos dois estados. Garçom há 23 anos do Ki-Mukeka, em Salvador, o baiano Ismael Oliveira diz que a preferência pelos produtos locais não se dá apenas entre seus conterrâneos. “A maioria dos turistas que vêm aqui são de São Paulo e Rio, e eles gostam muito. Quando eles chegam, pensam que nossa moqueca é igual a capixaba. A deles não leva azeite de dendê e leite de côco, e quando provam percebem que a nossa é mais gostosa”, defende. </div>
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<br /></div>
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Observada sob o ponto de vista científico, a rivalidade gastronômica entre os dois estados é muito importante, defende o doutor em ciências sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Ericivaldo Veiga. “A moqueca se inclui na discussão antropológica sobre a cultura brasileira. O bate-boca é útil quando se pensa em identidades”, diz o sociólogo, que escreveu o artigo “A Essência do Sabor Brasileiro: Segredos da Bahia”. O sincretismo religioso na Bahia, onde o catolicismose mistura ao candomblé, tem também na moqueca uma ponte de ligação. “A cozinha baiana de origem africana é um subsistema do sistema culinário baiano, que por sua vez é parte do brasileiro. Na mais importante celebração entre os católicos, a Paixão de Cristo, se observa no lugar do jejum um momento apoteótico nas mesas baianas, principalmente no Recôncavo e em Salvador, no qual a cozinha do azeite de dendê ou a cozinha ritual do candomblé formam a maior parte dos pratos, e as moquecas são certas”, completa.</div>
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<br /></div>
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A miscigenação do povo brasileiro e principalmente, do baiano, foi fundamental para “africanizar” o prato indígena, aponta o doutor em antropologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Ordep Serra. “Aqui a gente releu tudo. A cultura negra é muito dominante, seja no modo de cantar, dançar, entre outras coisas. Nós fomos civilizados pelos negros e o povo baiano é bastante misturado”, afirma Ordep.</div>
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<br /></div>
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Na briga entre baianos e capixabas pela preferência nacional, quem ganha são os brasileiros. E você, já provou uma moqueca?</div>
Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-26064575978605710762016-09-14T16:31:00.001-03:002016-09-14T16:32:12.821-03:00O humor brasileiro através dos tempos<div style="text-align: justify;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeyJZYcpxls0rxma2d00aM4aRswqs7Pl6JvspIjoTm1U7jxH7lVv2Upr2pdEr3McorD3mTJiamXbIyJ4aFRdZL8llThUB7UN3lQ_fM3BCOkux5kR6Hz9VlgdH1IOtQPj6hnWDsAfdIwXO7/s1600/Humor+Brasileiro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeyJZYcpxls0rxma2d00aM4aRswqs7Pl6JvspIjoTm1U7jxH7lVv2Upr2pdEr3McorD3mTJiamXbIyJ4aFRdZL8llThUB7UN3lQ_fM3BCOkux5kR6Hz9VlgdH1IOtQPj6hnWDsAfdIwXO7/s640/Humor+Brasileiro.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Adnet, Marcius Melhem (ex-Zorra Total) e Oscar Freire (ex-CQC) - Imagem: Caiuá Franco/TV Globo</td></tr>
</tbody></table>
Rir e fazer rir são conceitos universais. Os métodos para tanto, porém, mudam a cada geração. O que fez nossos pais caírem na gargalhada há décadas pode causar repúdio em nossos filhos, por exemplo. Como o humor pode explicar as mudanças de comportamento no Brasil? O mundo está ficando mais “chato” ou os humoristas são mais exigidos?<br />
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<br /></div>
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O grande desafio dos humoristas na atualidade é fazer rir sem serem ofensivos. A nova geração do riso traz novos personagens ou antigos nomes de peso que precisaram se repaginar. Os alvos das piadas de ontem e hoje se inverteram. </div>
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<br /></div>
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O novo “Zorra”, Marcelo Adnet e Porta dos Fundos são exemplos da nova geração que já não fazem rir através de trapalhadas ou do humor politicamente incorreto. Lá se vai todo um “legado” deixado por Os Trapalhões, TV Pirata, Escolinha do Professor Raimundo, Sergio Mallandro, Casseta e Planeta, Zorra Total, Jackass, Pânico na TV e CQC, sem falar de seriados consagrados. O humor nacional, que se distingue do humor de outros países e do humor regional*¹, surge quando os veículos de comunicação de massa aumentam sua área de cobertura, do Caburaí ao Chuí. Primeiro com o rádio e a televisão, posteriormente com canais de You Tube e páginas no Facebook. No momento, o humor brasileiro está na sua quarta fase.</div>
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<br /></div>
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<b>1: Fase “Trapalhona”</b></div>
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<br /></div>
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Para fazer rir dos anos 60 aos 2000 era preciso demonstrar ser “bobão”. Não havia conteúdo político nas piadas, já que boa parte dos profissionais do riso surgiu no período da ditadura militar. A sentença “Você conhece Marta? Então parta” se eternizou e é repetida mesmo pelas gerações que nunca viram TV Pirata, como a minha. Já Renato Aragão (ex-Trapalhões), Chico Anysio (ex-Escolinha do Professor Raimundo) e Sérgio Mallandro tiveram que se reinventar para não cair no ostracismo.</div>
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<br /></div>
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<b>2: Fase da “Flagelação e Erotismo”</b></div>
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<br /></div>
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O público cansou de cenas de “mentirinha”. A partir dos anos 2000, o humor se tornou apelativo. Para fazer o outro rir era preciso se dar realmente mal. O programa “Domingão do Faustão”, da Globo, já havia lançado uma semente na década anterior com as “Vídeo Cassetadas”, mas o formato do programa era “familiar”, o que impedia de levar a flagelação a participantes do próprio programa. Em contrapartida, seus concorrentes, que tampouco se dedicavam exclusivamente ao humor, passaram a lançar quadros recheados de flagelação e erotismo, como o “Programa H”, da Band, com Tiazinha arrancando suspiros e risadas a cada vez que depilava um homem, e a Feiticeira, apenas arrancando suspiros, além do “Domingo Legal” do SBT com a “Banheira do Gugu”, que provocava suspiros, risos e suspense. Se é questionável o fato de esses programas serem considerados de humor, o “Pânico na TV”, até então na Rede TV, se aproveitou dessas fórmulas e rompeu a barreira dos rótulos ao encaixar humor e erotismo no mesmo programa com ainda mais apelação. A falta de conteúdo nas piadas (ou tentativas de piada), porém, fez o formato se desgastar e com isso houve o declínio da fase 2 do humor brasileiro.</div>
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<br /></div>
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<b>3: Fase do “Humor Político”</b></div>
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<br /></div>
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A semente já havia sido plantada com o Casseta & Planeta, nos anos 1990. Oriundo da fusão de duas publicações impressas, o programa das terças-feiras da Rede Globo fazia deboche dos poderosos, mas na mesma intensidade ironizava as minorias, o que em alguns quadros não o tornava muito diferente do Zorra Total*². </div>
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<br /></div>
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O site do cartunista Maurício Ricardo, Charges.com.br, fortaleceu ainda mais a fase que viria a seguir, que trocaria flagelação e erotismo por conteúdo político. No entanto, o tempo de semeia da fase 3 foi mais longo do que o seu período em si. O CQC, da Band, consolidou a fase do “Humor Político” com sua incrível audiência nas noites de segunda-feira a partir de 2008, com um formato em que os integrantes do programa faziam denúncias reais sobre problemas estruturais nas cidades, além de se infiltrarem no Congresso e em eventos de celebridades. Tudo isso arrancando gargalhadas dos telespectadores.</div>
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<br /></div>
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Os brasileiros se sentiam vingados. O humor político fazia coisas que nem o jornalismo se atrevia. Mas sua fase não perdurou pelo mesmo motivo da fase 2: o formato se desgastou porque o mundo mudou e os humoristas em questão não souberam se adaptar às mudanças. No lugar disso, preferiram bater de frente com o público que outrora o consagrou. Danilo Gentili e Rafinha Bastos passaram a se destacar em shows de stand up comedy, mas foram longe demais no quesito “romper barreiras do humor” e feriram minorias <a href="http://www.revistaforum.com.br/2014/02/25/pessoas-com-deficiencia-mandam-recado-para-rafinha-bastos-em-video/" target="_blank">que passaram a ter voz e não toleraram piadas politicamente incorretas.</a></div>
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<br /></div>
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<b>4: Fase do Humor Politicamente Correto</b></div>
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<br /></div>
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Em seu artigo <a href="http://papodehomem.com.br/carta-aberta-aos-humoristas-do-brasil/" target="_blank">“Carta Aberta às Humoristas do Brasil”</a>, o colunista do Papo de Homem, Alex Castro, defende que “Não existe piada inofensiva: se alguém gargalhou é porque alguém se deu mal”. No entanto, reforça que “A questão é: quem se dá mal nessa piada?”.</div>
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<br /></div>
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No lugar de piadas que ridicularizam mulheres, negros, portadores de necessidades especiais e homossexuais, a nova geração do humor passou a satirizar machistas, racistas, homofóbicos e poderosos. Roteiristas precisaram se reinventar e novas caras surgiram. O novo formato do Zorra, na Globo, tem auxílio da equipe do site de humor “Sensacionalista”*³. Também na “plim plim”, Adnet passou a fazer sátira da própria televisão no programa “Tá no Ar”, <a href="https://globoplay.globo.com/v/4835567/" target="_blank">e até alfinetou eleitores de direita, algo impensado de se fazer na emissora décadas atrás.</a> </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O canal de You Tube “Porta Dos Fundos” já satirizou igrejas, polícia, comportamentos preconceituosos, injustiças do mercado de trabalho e até anti-petistas que o ameaçaram de boicote. <a href="https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjO8cDKy4_PAhWEIpAKHXnEAKYQFggcMAA&url=http%3A%2F%2Frevistamarieclaire.globo.com%2FCelebridades%2Fnoticia%2F2015%2F07%2Fgregorio-duvivier-pede-desculpas-por-video-do-porta-dos-fundos-considerado-preconceituoso-contra-transgeneros.html&usg=AFQjCNEaXehGDHLRyfgUfbAyCfW2MKV8iQ&bvm=bv.132479545,d.Y2I" target="_blank">Nem toda a repaginada, no entanto, imunizou o canal de críticas dos setores que exigem humor politicamente correto.</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um eventual enfraquecimento desse formato pode se dar por conta da bipolaridade que se encontra a política do país. Alguns humoristas dessa quarta fase são acusados de serem partidaristas e defensores incondicionais de políticas de esquerda. Esse formato atual tem data de validade? O que viria depois? Rir e fazer rir já não é tão fácil como antes. Que bom. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><i>*¹ O humor baiano cresce cada vez mais, mas o tema da postagem é humor brasileiro, que atinge todo o país. Cada estado tem seus humoristas, que contam piadas que muitas vezes só podem ser compreendidas por seus conterrâneos.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><i>*² O Zorra Total tem o formato da fase 1, mas surgiu em um período em que as outras fases já preparavam terreno para dominar a programação da TV, como a fase 2, com as Cassetadas do Faustão como precursor, e a fase 3, com o Casseta & Planeta como principal introdutor do humor com conteúdo político a nível nacional, já que a televisão unificava o país como publicações impressas e rádio jamais conseguiram.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><i>*³ O “Sensacionalista” é o principal site de humor da história que não usou recursos de áudio-visual. Seu fortalecimento se deu através das redes sociais, especialmente o Facebook. Outras páginas viveram grandes momentos, mas não conseguiram se manter por um período tão longo no auge, como “Esse É Alguém” e “Bode Gaiato”. Canais de You Tube, por sua vez, não se configuram como site ou página. </i></span></div>
Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-65524595382826984202016-04-19T17:41:00.001-03:002016-04-19T18:23:25.675-03:00Compromisso com os indígenas<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjnKlZIoetMhAR9t07NbgqG644vnmFdIZZYnmvl_x86WEERI4w3fd1y0kO7is75AaDyghl2vMYZwfojldNd7Zant9NTu4FtrUY-505YnugB4iv3t8BgBU200SlN7HEQmdqtCZO2SPxHuqc/s1600/indigenabrasilia.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="347" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjnKlZIoetMhAR9t07NbgqG644vnmFdIZZYnmvl_x86WEERI4w3fd1y0kO7is75AaDyghl2vMYZwfojldNd7Zant9NTu4FtrUY-505YnugB4iv3t8BgBU200SlN7HEQmdqtCZO2SPxHuqc/s640/indigenabrasilia.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Ueslei Marcelino, Reuters</td></tr>
</tbody></table>
As culturas indígenas têm mais aceitação popular do que as demandas dos povos indígenas. Restaurantes peruanos são um sucesso em todo o Chile. Muitos dos que desfrutam dos sabores oriundos da civilização Inca, no entanto, se vangloriam dos colonos que trouxeram “progresso” ao continente à custa de milhões de mortes de pessoas que já habitavam estas terras antes da chegada<br />
dos europeus.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dá a impressão que os países sul-americanos não tinham apenas sede de independência no Século XIX. Havia também necessidade de uma busca por identidade nacional. De se distinguir de suas ex-metrópoloes, afinal de contas, suas elites eram formadas basicamente por brancos tal como os habitantes da Península Ibérica. Talvez por isso a literatura brasileira desde muito cedo tentou incluir elementos não-portugueses, a exemplo da obra “O Guarani”, de José de Alencar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Até os dias de hoje há captação de “recursos genuinamente brasileiros” em prol do que eu interpreto como “vaidade regionalista”. Dar visibilidade às manifestações culturais das minorias é muito importante, mas não ajuda a combater o racismo quando o intuito é apenas fazer uma elite se distinguir dos seus primos portugueses e espanhóis. Apropriou-se das culturas indígenas sem ajudar a fortalecer as demandas dos seus povos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjx8WxmdJwNgFR-7LJ9YRc9Nw4r6Q6SzanbwoTYth-fawIDZBgunQYU_UJXwrAADo4gDbDHwbmTsPaA5UOifbWY-4E7mBZhNXGdlfzTvLP1qGf61zb2t1NDnxONXFBg65uvsMbnlu48ynuD/s1600/Brasil-camisa-2016.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjx8WxmdJwNgFR-7LJ9YRc9Nw4r6Q6SzanbwoTYth-fawIDZBgunQYU_UJXwrAADo4gDbDHwbmTsPaA5UOifbWY-4E7mBZhNXGdlfzTvLP1qGf61zb2t1NDnxONXFBg65uvsMbnlu48ynuD/s400/Brasil-camisa-2016.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Jogadores de rugby do Brasil - Foto: Gaspar Nóbrega</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando o rugby brasileiro decide apelidar sua seleção de “Tupis” e confecciona seus uniformes com temas que remontam a esse povo, deveria também assumir um compromisso forte com sua comunidade. A federação desse esporte poderia se posicionar a favor das cotas raciais e angariar fundos para as populações de áreas interditadas pela Funai, que podem carecer de recursos. Isso seria o mínimo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se uma personalidade recebe cachê por campanhas publicitárias, nada mais justo que grupos vulneráveis sejam recompensados por cederem licença pela exposição de sua cultura.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No Chile o fenômeno não é diferente. A arte gráfica da Copa América 2015 era repleta de temas mapuches, grupo até hoje influente no sul do Chile e que inspirou a fundação do principal clube de futebol do país, o Colo Colo, nome de um líder da etnia. No entanto, os meios de comunicação do país pouco falam das demandas do povo originário mais resistente da América austral. Apenas o tumulto provocado por alguns dos seus manifestantes ganham notoriedade, e não as causas defendidas. A problematização acerca das hidrelétricas construídas no sul da região da Araucanía só ganha espaço em veículos alternativos ou na imprensa internacional.</div>
<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidiJPyE8GeXm8L_4ayQHMi3PcklD6J8vvelCSIsWRTn8zS9JttCIHa0PFJIHXIsXI13BuDqpsEKVUCiK3qLlRfd4qtzI0roVWPOhZydZnWC9jDol6gSg12iq2u_G356sk16VGndvYL29f4/s1600/copa-america-tv-schedule.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidiJPyE8GeXm8L_4ayQHMi3PcklD6J8vvelCSIsWRTn8zS9JttCIHa0PFJIHXIsXI13BuDqpsEKVUCiK3qLlRfd4qtzI0roVWPOhZydZnWC9jDol6gSg12iq2u_G356sk16VGndvYL29f4/s320/copa-america-tv-schedule.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Design com temas mapuches</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
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Hoje completam 76 anos do Primeiro Congresso Indigenista Interamericano, no México. A data comemorativa foi criada no Brasil três anos depois, em 1943, pelo então presidente Getúlio Vargas. O dia de hoje, a meu ver, não é de festa. Não é de publicar foto com figurino indigenista ou de apenas reconhecer a importância do aporte cultural ao país. Hoje é dia de discussão. É dia de perguntar aos indígenas o que eles querem. Esta postagem é uma reflexão minha sobre a data. Espero aportar mais às causas justas e discutir mais sobre o tema durante todo o ano.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
*Eu usei o termo "indígena", e não "índio" durante toda a postagem porque é o termo mais politicamente correto aqui no Chile, onde moro há um ano e oito meses. "Índio" soa pejorativo. </div>
Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-3224711845603858172015-11-25T23:39:00.002-03:002015-11-25T23:39:30.928-03:00Ouvir primeiro, falar depois<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgs1bFVDoE_E9WlnWKyUF28krm6-M0hJnvmdmnqjYRJn4n8S15pRCh7JyLLXsc5DBJdgg7ZehyphenhyphentmIbArcHgo3DwjPG1TjAOIkNMBmgu3e400a8k06NFiDDqvLwyKKZQisU9iwK5SWLgi91D/s1600/meuamigosecreto.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgs1bFVDoE_E9WlnWKyUF28krm6-M0hJnvmdmnqjYRJn4n8S15pRCh7JyLLXsc5DBJdgg7ZehyphenhyphentmIbArcHgo3DwjPG1TjAOIkNMBmgu3e400a8k06NFiDDqvLwyKKZQisU9iwK5SWLgi91D/s400/meuamigosecreto.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
O primeiro passo para se reconstruir é admitir os privilégios. A hashtag #meuamigosecreto no Facebook trouxe uma série de denúncias de mulheres contra o machismo e mea culpa de homens. Assumir um compromisso público com a reconstrução está adequado para esse grande momento que vive a rede social desde ontem. Qualquer outro posicionamento é falta de empatia, principalmente vindo de um homem.</div>
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<br /></div>
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Não é coincidência que a maioria dos grandes artistas, filósofos e políticos da história são homens. As coisas não estão equilibradas, e enquanto não estiverem equilibradas homens devem se preocupar mais em ouvir do que em falar. Já falamos muito durante milênios, desde o advento da escrita. A cicuta tragada por Sócrates matou o filósofo, não suas ideias. Nicolau Copérnico e Galileu Galilei tiveram corpos queimados, mas seus legados estão intactos. Homens alcançaram a eternidade mesmo morrendo, mulheres foram impedidas de nascer para a filosofia e para as ciências. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mulheres são julgadas por saírem sozinhas até nos dias atuais, imagine então levar ideias para tão longe quando pessoas eram queimadas na fogueira por parecerem “estranhas”. Não é à toa que há pouquíssimas bandas com guitarristas, baixistas ou bateristas mulheres. Para muitos homens, inclusive muito próximos de mim, mulher não deve “chamar atenção”, imagine viajar por aí tocando em uma cidade diferente a cada dia.</div>
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<br /></div>
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Há um dito que diz que temos dois ouvidos e uma boca para que possamos ouvir mais do que falar. Em momentos como o atual, é hora de escutar o que elas dizem sem nenhuma vírgula de ponderação. “Ah, mas tem muita hipocrisia no que muitas dizem” ou “nem todo homem é assim”: essa não é a hora de ser corporativista, é hora de se informar melhor. Eu sei o quanto posso melhorar em diversos aspectos. Lutarei todos os dias para ser uma pessoa melhor, e durante essa caminhada não deixarei de estudar, ouvir e ler mais do que supor, falar e escrever sobre o que não sei. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Obs: Feminismo não é o oposto de machismo. Leia mais (apenas dois links que achei numa busca rápida pelo Google. Há muito informação na internet, é só buscar):</div>
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<br /></div>
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<a href="http://www.ufrgs.br/vies/vies/feminismo-ou-femismo/">http://www.ufrgs.br/vies/vies/feminismo-ou-femismo/</a></div>
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<a href="http://cromossomox.com.br/2012/06/feminismo-nao-e-femismo-entenda-a-diferenca-e-assuma-se-como-feminista/">http://cromossomox.com.br/2012/06/feminismo-nao-e-femismo-entenda-a-diferenca-e-assuma-se-como-feminista/</a></div>
</div>
Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-44270049199999731732015-07-02T16:54:00.003-03:002015-07-02T16:55:10.529-03:00Ser baiano<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoNopoKwbw-rl6gBMHzegUtxNosSXxF5CYgG8OkxBkyCrCX6_jkk2z6ceF5Vhk1rhENdGZs-zbpk5DE96BPSBiMq8_ousjo5KtfQrkjw_Yn70W97q1PXeStG2KgcQEKmO5TYO2bAud7n5X/s1600/baiana_foto_lucas_franco_bocao_news.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoNopoKwbw-rl6gBMHzegUtxNosSXxF5CYgG8OkxBkyCrCX6_jkk2z6ceF5Vhk1rhENdGZs-zbpk5DE96BPSBiMq8_ousjo5KtfQrkjw_Yn70W97q1PXeStG2KgcQEKmO5TYO2bAud7n5X/s400/baiana_foto_lucas_franco_bocao_news.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Lucas Franco</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
A Lavagem do Bonfim, na minha opinião, é o maior exemplo da idiossincrasia do baiano. Os abraços entre representantes do Candomblé e da Igreja Católica são símbolo de resistência em um mundo cada vez mais intolerante. Ao longo do tempo, porém, os baianos resistiram de todas as maneiras, indo à luta ou sorrindo, lutando pela independência do país ou transformando arte em protesto contra a ditadura militar.</div>
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<br /></div>
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Eu sou essa mistura. Todas as vezes em que saí do meu berço eu senti o quão especial é a cidade em que nasci. Mesmo com todos os seus problemas, o sorriso segue sendo a principal ferramenta de resistência dos soteropolitanos. Porque o baiano médio não perde as esperanças, mesmo quando liga a televisão e constata mais uma tragédia. Em uma cidade tão turbulenta como Salvador, é um milagre que seus habitantes sejam tão hospitaleiros. O baiano não sorri porque está conformado. Mas a vida não espera para que tudo se resolva e o baiano não se acomoda. Se não é possível ensaiar sua luta em público, se dança. Na falta de todos os ingredientes para a comida, capricha no quiabo. Mas nada de se submeter a professar uma fé que não seja a sua, mesmo que aparentemente demonstre submissão. A resistência do baiano é inteligente, brava e corajosa. A capoeira, o caruru e o Candomblé são símbolos da nossa cultura que resistiram depois de muita luta. Se não fosse essa luta, a cultura africana não teria sobrevivido, como não sobreviveu em muitos cantos do continente.</div>
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<br /></div>
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Ao contrário do que conta a história tradicional, a independência do Brasil foi conquistada com muito derramamento de sangue, assim como nos países vizinhos. Hospitaleiros sim, “pero sin perder la ‘dureza’ jamás”. A verdadeira libertação do país, em 2 de Julho de 1823, só aconteceu porque muita gente lutou antes dessa data. E seguiu lutando depois por outras tantas conquistas. Baiano nunca teve tempo para ter preguiça. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esse 2 de Julho tem um gosto um pouco amargo. Ontem, o presidente da câmara dos deputados, eduardo cunha, em uma manobra anticonstitucional, conseguiu aprovar proposta para diminuir a maioridade penal de 18 para 16 anos no Brasil. “Com tiranos não combinam brasileiros corações”, consta em uma parte do hino à independência. Mas quer saber de uma? Nada nunca foi fácil e a luta continua. Muitos sóis a Dois de Julhos hão de surgir, brilhando cada vez mais a cada conquista. Parabéns Bahia, parabéns Brasil!</div>
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<br /></div>
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<span style="font-size: large;"><a href="https://www.facebook.com/lucasnrf/media_set?set=a.10203618880373538.1073741844.1261923224&type=3" target="_blank">Vejam meu álbum sobre a Copa do Mundo de 2014 sob um olhar baiano</a></span></div>
Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-44410789373967877052014-11-19T20:52:00.001-03:002014-11-19T21:24:30.721-03:00Obrigado, queridos professores de história<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiG3XFHbHVXLVA2NAIsyd1R7WAZ33sOE9V1nGMNQJ7InfjBoVHbH3Mmqs0qSUyOqRyTFj5WydYk2b-is4mQq4jmu-13DwN-TYVJrJAeht_KP2EfFwY5uAhsbVujX9tglSzX6-fwFQ_aXwQH/s1600/Zumbi.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiG3XFHbHVXLVA2NAIsyd1R7WAZ33sOE9V1nGMNQJ7InfjBoVHbH3Mmqs0qSUyOqRyTFj5WydYk2b-is4mQq4jmu-13DwN-TYVJrJAeht_KP2EfFwY5uAhsbVujX9tglSzX6-fwFQ_aXwQH/s1600/Zumbi.jpg" height="400" width="351" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Zumbi dos Palmares - Imagem: Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Eu não poderia passar o 20 de novembro, dia da consciência negra, sem lembrar os meus professores de história dos tempos de colégio, especialmente Sérgio Guerra (sexta-série), o meu favorito, que despertou minha curiosidade sobre a cultura afro-brasileira e principalmente, sobre o Curuzu, <a href="http://grandedobrasil.blogspot.com/2014/02/where-is-dende-in-my-blood.html" target="_blank">como escrevi em uma postagem no início do ano.</a> </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ser professor no Brasil não é fácil. Não é de hoje que a educação pública está sucateada. No entanto, sugiro que também não são pequenas as dificuldades de lecionar história em um colégio privado. Narrar a trajetória do ser humano a partir do advento da escrita até os dias atuais é duro quando boa parte da sala de aula cultiva mitos enraizados pela família, que geralmente é de classe média, e pela televisão, tão pouco democrática. A educação de casa custa a envergar para a esquerda, não é a toa que nesse ambiente as cotas são mais questionadas do que o cruel sistema de vestibular. Afinal, quem estuda em colégios como Portinari, Anchieta, Sartre COC e Oficina larga na frente dos cotistas antes de preencher os primeiros gabaritos. Costumo dizer que a educação privada continuará bem até o dia em que os pais dos alunos influenciarem a escolha dos professores de história. Se a educação pública precisa urgentemente de investimentos, a particular “se salva” porque seus professores de esquerda mostram aos alunos que o mundo não começou com a gestação de suas mães. Meus pais, felizmente, facilitaram meu caminho simbólico rumo ao Curuzu, por isso 20 de novembro também é dia de agradecer a eles. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Obrigado Garrido (terceiro ano do ensino médio), por revelar que <a href="http://grandedobrasil.blogspot.com/2013/08/guerra-do-paraguai-nos-olhos-dos-outros.html" target="_blank">Duque de Caxias matou inúmeros paraguaios apenas por maldade</a>. O patriotismo não deve se sobrepor à decência. Chico Pedro, meu único professor negro de história (quinta série), você tem total mérito por me fazer gostar da matéria que leciona com tanto amor. Fábio Machado (sétima séria), até hoje me lembro da trajetória das primeiras civilizações do Oriente Médio e Europa porque suas aulas eram mais dinâmicas do que qualquer documentário ou livro escolar. Freitas (oitava série e primeiro ano do ensino médio), lamento que não estejas em nosso plano material, mas aí do alto saiba o quão fundamental suas aulas foram para que eu fizesse um paralelo entre episódios do passado e o comportamento social moderno. João Gualberto (segundo ano do ensino médio), suas críticas à alguns setores da imprensa me tornaram um leitor mais crítico. Parabéns pelo bom exemplo Zé Carlos (cursinho), pois você tinha motivos para ser amargurado, mas manteve seu sorriso, cordialidade e capacidade de descrição, apesar das torturas que sofreu durante a ditadura militar. Todos esses professores tiveram enorme importância na formação de meu caráter por seus inúmeros ensinamentos. Mas é principalmente Sérgio Guerra que me faz lembrar o 20 de novembro. Ele provou o quão pouco baianos são os estudantes de colégio particular <a href="http://grandedobrasil.blogspot.com/2014/02/where-is-dende-in-my-blood.html" target="_blank">(leia minha postagem “Where is the 'dendê' in my blood?”)</a>. Como bom docente, porém, mostrou os caminhos para a “baianização”. Nem tudo estava perdido.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dia desses me peguei pensando sobre de quem é a responsabilidade sobre o alarmante índice de crimes cometidos pela polícia, sejam mortes em tiroteio nas favelas ou abuso de autoridade. Os números são altos e há uma evidente diferença no tratamento dado a um jovem branco e um jovem negro, o que inclusive já foi admitido (<a href="http://www.estadao.com.br/noticias/geral,pm-de-campinas-determina-abordagem-de-suspeitos-de-cor-parda-e-negra,987908" target="_blank">PM de Campinas determina abordagem de suspeitos de ‘cor parda e negra’</a>). Não reconhecer essa triste realidade, em que receptividade, oportunidades e traços étnicos estão inter-relacionados, a meu ver, já torna uma pessoa cúmplice do racismo, seja por maldade, omissão ou ingenuidade. Os mesmos pais que não ensinam a importância de Zumbi dos Palmares para suas crianças só se atentam para a violência urbana quando são assaltados na porta do colégio (<a href="http://g1.globo.com/bahia/noticia/2014/11/apos-assalto-em-escola-na-pituba-pais-protestam-para-pedir-seguranca.html" target="_blank">Após assalto em escola na Pituba, pais protestam para pedir segurança</a>). Na mesma cidade, todavia, a violência da polícia para “manter a ordem” vitimiza gente que só é lembrada quando para o trânsito para queimar pneu e chamar atenção sobre a violência. Se a indignação pela violência fosse compartilhada por todos, independentemente do bairro, não teríamos no mínimo uma sociedade mais solidária? Ou solidariedade se restringe aos vizinhos? Não foi apenas a maldade, mas também a falta de solidariedade que fez o Brasil amargar mais de 300 anos de escravidão. Falta de solidariedade que permanece nos dias atuais.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O racismo brasileiro é “sutil”. Disfarça-se de “humor politicamente incorreto” e “meritocracia”. Quase justificado pelo conceito de predestinação de João Calvino. Uma prova de que é fácil ser conservador quando “a vontade de Deus” te favorece. O racismo também está em desqualificar o cabelo crespo, o candomblé e a cultura afro-brasileira em geral. Não me surpreende que venha de Marcos Feliciano a manutenção da idéia de que “a África é um continente amaldiçoado”. O racismo consegue juntar descriminação racial e intolerância religiosa no mesmo discurso, e choca menos a sociedade do que um beijo gay na novela. Em ambientes “conservadores”, questionar pode ser “enxergar racismo em tudo”. É por isso que eu digo e repito: obrigado professores de história. Vocês me deram as ferramentas necessárias para melhorar o mundo. Depende de mim colocar em prática todos os dias, seja em Salvador ou aqui na Patagônia, onde vivo há três meses. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>* Por tanto gostar de história e entender a importância das lembranças de datas, estátuas e nomes de lugares (continentes, países, estados, cidades, bairros e ruas), eu imaginei como seria bom se...</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>- o 20 de novembro, data de morte de Zumbi dos Palmares, fosse um feriado de 4 dias e as famílias pudessem viajar para celebrarem juntas, como no natal, com tardes de caruru e noites de maracatu, capoeira e tudo que lembre a cultura afro-brasileira.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>- <a href="http://grandedobrasil.blogspot.com/2013/08/guerra-do-paraguai-nos-olhos-dos-outros.html" target="_blank">as estátuas de Duque de Caxias fossem arrancadas</a> como as de Saddam Hussein no Iraque após invasão estado-unidense ou as de Franco na Espanha após a ditadura no país ibérico. Não estou comparando os personagens, mas as atrocidades cometidas pela guerra, que não deveriam ser orgulho para ninguém.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>- o continente em que vivemos deixasse de se chamar América, e a Colômbia também ganhasse outro nome. Afinal, Américo Vespúcio e Cristóvão Colombo não merecem mais essa homenagem do que nossos libertadores.</b></div>
Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-46385543160219772702014-10-15T14:22:00.003-03:002014-10-15T14:22:56.138-03:00Torcedores do Huachipato na Patagônia já planejam ver final 'in loco'<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP8pb0qelRDWUUK5mab5Td_52otTU4noHoxsQsaisQPtWo8DvKeZRGspAoJnyG3D5VriPVTbqUGr-vcYWBLYaXi_jclawpNVLT-wCjsSndJR4ufj8EjzddQ_JJ0Iz5w6UM779MqKvwm-rJ/s1600/huachipato1.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP8pb0qelRDWUUK5mab5Td_52otTU4noHoxsQsaisQPtWo8DvKeZRGspAoJnyG3D5VriPVTbqUGr-vcYWBLYaXi_jclawpNVLT-wCjsSndJR4ufj8EjzddQ_JJ0Iz5w6UM779MqKvwm-rJ/s1600/huachipato1.JPG" height="400" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Torcedores do Huachipato em Punta Arenas / Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
A derrota no Morumbi por 1 a 0 para o São Paulo, pelas oitavas da
Sul-Americana, não intimidou os torcedores do Huachipato, espalhados por
todo Chile, inclusive na longínqua Patagônia. Mesmo sem poder
acompanhar de perto o time nesta quarta-feira (15), às 19h30, no estádio
CAP, dois apaixonados pelo único representante do Chile no torneio já
estão pensando em assistir de perto a decisão pelo título, que se
depender do otimismo andino, será no mesmo estádio da partida de mais
tarde, a 2.607 km da cidade em que moram.<br />
<br />
Conhecido no Brasil após surpreendente vitória em Porto Alegre contra o
Grêmio, na estreia da Libertadores de 2013, o clube chileno está sedeado
em Talcahuano. Apesar de se localizar no sul do país, a cidade do
adversário do tricolor está mais próxima da capital Santiago (522 km) do
que da cidade mais austral do Chile, Punta Arenas, o que não impede
Rodrigo Aguilera de procurar outros torcedores no maior centro urbano da
Patagônia Chilena. "Não sei quantos torcedores do Huachipato têm em
Punta Arenas, mas têm, e estou tentando juntá-los para formar a 'Barra
Austral' de Huachipato", comenta Aguilera, que já se prepara para um
inédito título internacional. "Estarei contra o vento e a maré. Tenho um
lugar reservado no estádio. Não há alegria maior do que ser campeão.
Vou com meus filhos, que são 'acereros' (apelido dado aos torcedores da
equipe) como o pai", completa.<br />
<br />
Um dos amigos de Rodrigo que compartilham da mesma predileção clubística
em Punta Arenas é Gabriel Pincheira. Apesar de se dizer consciente das
dificuldades de enfrentar o São Paulo, o sonho da final alimenta suas
expectativas. "Espero que Huachipato fique de pé depois do jogo no
Brasil. Agora a partida é no Chile e somos donos da casa. Se chegar na
final, claro que irei e com certeza isso acontecerá e seremos campeões.
Temos time e vontade", profetiza Gabriel.<br />
<br />
Paixão antiga<br />
<br />
Por influência do pai, Gabriel Pincheira se tornou torcedor da equipe de
Talcahuano, mesmo se afastando da sua cidade natal ainda na infância e
sem nunca ter sido frequentador de estádio. "Infelizmente não podíamos
ir ao estádio por problemas financeiros e porque vivíamos em um povoado
chamado Ercilla. Agora que vivemos em Punta Arenas, as únicas formas de
ver os jogos são por rádio ou TV. O único problema é que quase sempre é
por rádio, porque as equipes de província não tem muita cobertura. Só se
foca nas equipes de Santiago", questiona. <br />
<br />
Assim como para Gabriel, o amor clubístico nasceu na infância também
para Rodrigo. "Eu cresci vendo o Huachipato no estádio. Meus amigos e
vizinhos também apoiavam a equipe, que estava na Compañia de Acero del
Pacifico - Companhia de Aço do Pacífico (CAP), onde trabalhavam os pais e
vizinhos em Higueras (região residencial de Talcahuano). Dessa forma o
vínculo com o clube estava presente em todo momento. Eu queria trabalhar
no Huachipato", relembra Rodrigo.<br />
<br />
"Era um ponto de reunião das famílias do setor de Higueras e arredores, e
além do futebol se praticavam muitos esportes, como hockey, tênis,
atletismo, patinação artística, etc. Entre as atividades que mais
atraiam a comunidade estavam as festas de fim de ano, onde se realizavam
apresentações de contos e voluntários de colégios participavam. Essa
tradição se perdeu com o tempo, mas marcou muitas crianças da época",
completa Rodrigo.<br />
<br />
O vendedor do confronto entre Huachipato e São Paulo enfrenta Emelec do
Equador ou Goiás pelas quartas da Copa Sul-Americana. No primeiro jogo, a
equipe equatoriana venceu por 1 a 0 dentro de casa, e a partida de
volta acontecerá nesta quarta-feira (15), às 22h, no Estádio Serra
Dourada, em Goiânia. Para passar pelo Huachipato, o São Paulo pode
empatar ou perder por até um gol de diferença, desde que faça pelo menos
um gol. Uma eventual vitória de 1 a 0 da equipe chilena leva a decisão
da vaga para as quartas para os pênaltis.</div>
Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-49048359203809099502014-10-09T18:21:00.000-03:002014-10-09T18:22:01.094-03:00A verdadeira revolução vem do amor<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg15ewYS73euFstLq7OQaeEhDFT00rZvDot3vof-03eSF9kxY4dtJfsH2lsY_TwoTYD5a6f99Ub-R2qqGJwsem3oJ39n5LvgsmVp3ssUGszK-9-ocgYVSpl_3pXGll_wrK04SrNq6SkkyXa/s1600/Dilma+e+A%C3%A9cio.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg15ewYS73euFstLq7OQaeEhDFT00rZvDot3vof-03eSF9kxY4dtJfsH2lsY_TwoTYD5a6f99Ub-R2qqGJwsem3oJ39n5LvgsmVp3ssUGszK-9-ocgYVSpl_3pXGll_wrK04SrNq6SkkyXa/s1600/Dilma+e+A%C3%A9cio.JPG" height="400" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotos: Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
Quem vencer a eleição presidencial não terá vida fácil a partir de primeiro de janeiro de 2015. Precisará de muita paciência para lidar com a Câmara. Entre as instâncias políticas, enxergo o parlamento como a mais apta a conquistar melhorias ao país, mas a vitória de tantos candidatos que exalam ódio através do discurso pouco ajudará Dilma Rousseff ou Aécio Neves. Temas importantes deixarão de ser discutidos com a configuração atual. No meu ponto de vista, todavia, a verdadeira revolução não vem do legislativo. Tampouco do executivo, judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal ou da democratização dos meios de comunicação.<br />
<br />
A verdadeira revolução brota do lado esquerdo do peito de todos os brasileiros, e não há equívocos eleitorais que não possam ser corrigidos com amor. Como já escrevi em outras postagens, <a href="http://grandedobrasil.blogspot.com/2014/09/inocentes-mas-sabem-de-tudo.html" target="_blank">prefiro um político “suspeito” sob pressão do que um acomodado ao cargo que tenha boa índole</a>. O que dizer então de um congresso pressionado por uma população com sentimentos nobres?<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjf-A3HCEmGFhK5M0Gn5M4aWO0oMiU2GO5OLZ8TW9hD6l4S2z59CAXEQu0pbw3n03quvojx5cx84va8xeWnId9X8_uuD3JgxsaW_q7ZudQJd3ZKLqbYVtEh3VbHUjwfhmV6U_E2siVbFt5i/s1600/protestos-toronto-2b.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjf-A3HCEmGFhK5M0Gn5M4aWO0oMiU2GO5OLZ8TW9hD6l4S2z59CAXEQu0pbw3n03quvojx5cx84va8xeWnId9X8_uuD3JgxsaW_q7ZudQJd3ZKLqbYVtEh3VbHUjwfhmV6U_E2siVbFt5i/s1600/protestos-toronto-2b.jpg" height="240" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Mark Blinch/Reuters</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
O amor não é tudo, mas não há nada sem o amor. A humildade de reconhecer que não entende tanto sobre um assunto ao invés de opinar sobre o que não sabe consiste em ter coragem e amor próprio. Ninguém sabe de tudo, tampouco precisa ostentar conhecimento, que deveria ser uma dádiva a ser repartida, e não uma joia rara que causa cobiça. O mundo seria um lugar melhor se informações fossem checadas antes de serem compartilhadas no Facebook, mas se os feeds de notícias continuam com a difusão dos sentimentos menos nobres, talvez seja a hora de responder essas postagens com amor, e não com mais agressões.<br />
<br />
Muitas transformações sociais foram conquistadas com derramamento de sangue. Todas as ex-colônias do mundo se tornaram independentes através de conflitos armados, com exceção da Índia. Intolerância religiosa, homofobia e racismo já precisaram ser combatidos com a força. Figuras emblemáticas como Maria Quitéria e Nelson Mandela hoje são reconhecidas por gente de variadas predileções partidárias, mas precisaram pegar em armas para alcançarem seus nobres objetivos. No entanto, elxs pegaram em armas para que nós, nos dias de hoje, não precisássemos atacar uns aos outros. O Twitter com seu disparo de 140 caracteres e o Facebook com memes atômicos não deveriam ser as ferramentas da nossa revolução. São armas que, usadas dessa maneira, nos levam a matar uns aos outros.<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFNMXpUlTNs0HTjmYsIwx4NvZC9wUVWjx6090pDzc3TXtAuGwFGSvjasVrCVXX3l26JD1Ixyy0kgWNxHzQcOMhVYbzyWhGqQuWpTv1Smost0PZFzExcgrLcfo5PK8P6K3Bux-dXD5KbHK8/s1600/ser-feliz-ou-ter-razao.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFNMXpUlTNs0HTjmYsIwx4NvZC9wUVWjx6090pDzc3TXtAuGwFGSvjasVrCVXX3l26JD1Ixyy0kgWNxHzQcOMhVYbzyWhGqQuWpTv1Smost0PZFzExcgrLcfo5PK8P6K3Bux-dXD5KbHK8/s1600/ser-feliz-ou-ter-razao.jpg" height="193" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Imagem: Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
Ironias, acusações sem prova e adjetivações mesquinhas, que variam de petralha a coxinha, não são engraçadas. A escolha do candidato se dá pela convicção de que o país estará melhor em suas mãos e esse tipo de humor vai contra essa ideologia. O Brasil não pode ser um bom lugar para se viver dessa forma.<br />
<br />
<b>#tolerância #respeito #amor #PazNoFacebook #PazNoTwitter</b>Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-38775022574570075322014-09-11T19:54:00.001-03:002014-09-11T19:54:27.894-03:00Inocentes, mas sabem de tudo<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoaFAB7tKMgLNvx3wKhawYC-FlWuBdig7WE5oKn5SbUvOA0WQ9YwFBKueVpOMbqGUmuD5T7vWuPFWs7ST7hU2OQePJuM11UEI4S-DcYsb6Jedgm8PaLYqnl0_eSKNpFc60jc38wdL1Ed4J/s1600/neymar_ap_photo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoaFAB7tKMgLNvx3wKhawYC-FlWuBdig7WE5oKn5SbUvOA0WQ9YwFBKueVpOMbqGUmuD5T7vWuPFWs7ST7hU2OQePJuM11UEI4S-DcYsb6Jedgm8PaLYqnl0_eSKNpFc60jc38wdL1Ed4J/s1600/neymar_ap_photo.jpg" height="360" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Neymar realiza sonho de criança sul-africana de conhecer jogadores brasileiros l Foto: Agência AP<br /></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
A inocência, não necessariamente, se opõe à sabedoria. Tampouco a sabedoria está necessariamente ligada às primaveras vividas. Fui incumbido dessa reflexão após uma tarde sendo “tio” de três garotinhos chilenos que, ao constatarem minha nacionalidade, ressaltaram de imediato o talento dos jogadores brasileiro ao invés de mencionarem os 7 a 1 sofridos pela Seleção no mundial, ou até mesmo os problemas sociais do Brasil, como geralmente citam os que “não sabem de nada”. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ao passear pelas ruas e observar o baba (ou “pichanga”, como se chamam as partidas de futebol informais aqui no Chile), perguntei se poderia brincar também. Nada mal para uma tarde de frio em Puerto Natales, cidade em que estou vivendo há duas semanas. Meu sotaque denuncia minha “estrangeirice” e naturalmente a pergunta pelo meu país de origem veio antes de a bola rolar. “Brasil”, eu disse, para em seguida ouvir um “ohhhhhhh, você conhece Neymar?”. Sim, eu conheço Neymar, assim como Marcelo, Oscar, Willian e David Luiz. Todos eles me representam, mesmo nos <a href="http://esportefino.cartacapital.com.br/o-futebol-nos-tempos-do-colera/" target="_blank">tempos de cólera em que o futebol historicamente sempre resistiu.</a> </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para essas crianças, aparentemente na faixa de 10 a 12 anos, os cabeludos da Seleção Brasileira eram os maiores expoentes de uma nação de 200 milhões. Sem dúvida, responsáveis pela boa imagem que muita gente do mundo todo tem de nossa pátria amada, coisa que <a href="http://grandedobrasil.blogspot.com/2014/08/1-mes-dos-7-1.html" target="_blank">nenhuma goleada da Alemanha irá nos tirar</a>. Para esses apaixonados por futebol, Neymar e companhia não são culpados pelas mazelas do país. E de fato, não são mesmo. Sabem de tudo essas crianças, que não foram contaminadas pela ingenuidade (ou seria maldade?) dos partidaristas brasileiros, que com insultos de “reaça” ou “petralha” aos adversários, acham que lutam por um país melhor. Esses, como diria Cumpadi Washington, “não sabem de nada”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bom senso e cordialidade são artigos em extinção nas redes sociais nos meses que antecedem uma eleição. Acusações de conspiração pela morte de candidato, informações falsas, editadas em paint e sem fonte sendo compartilhadas por milhares (ou até milhões) de usuários no Facebook e a banalização da violência com memes insinuativos fazem o futebol, um dos maiores expoentes na formação da cultura brasileira do Século XX, ser tratado como pão e circo. Coisa de “povo”, de gente imatura, de vagabundo, de parasita do governo que vive de “bolsa esmola”. Porque para transparecer seriedade e credibilidade, a ideia é agredir uma senhora que lutou pela liberdade durante a ditadura militar, que foi torturada e que chegou à presidência de forma democrática (por mais questionável que seja a democracia do país, como vou citar no parágrafo abaixo). Ou, do lado oposto, fazer chacota com o suposto consumo de drogas de dois candidatos, inclusive com trocadilho entre o sobrenome de um deles e a cocaína, enquanto estas mesmas pessoas se dizem abertas a debater a descriminalização das drogas e o tratamento dado pelo Estado aos dependentes químicos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4kvms5_P3I35KsNCwsbK6TMtUcnoXvH0EmAHxPxSw2UUuQ4B7t5qOGEYG5IaT4Ivfn8Hntxdvc9c-UNCcQkwA5sSNyZPT5TFSTHloR9HEItB0b0uyGHO3Nt9yYv31uEWxgOvsv1AV2rUi/s1600/dilma_aecio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4kvms5_P3I35KsNCwsbK6TMtUcnoXvH0EmAHxPxSw2UUuQ4B7t5qOGEYG5IaT4Ivfn8Hntxdvc9c-UNCcQkwA5sSNyZPT5TFSTHloR9HEItB0b0uyGHO3Nt9yYv31uEWxgOvsv1AV2rUi/s1600/dilma_aecio.jpg" height="360" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pior do que o mal gosto dos memes é que muita gente os leva a sério</td></tr>
</tbody></table>
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<br /></div>
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<a href="http://grandedobrasil.blogspot.com/2013/06/a-copa-das-manifestacoes-e-do-pudor.html" target="_blank">Após as manifestações de junho de 2013</a>, escrevi em uma postagem no blog que eu <a href="http://grandedobrasil.blogspot.com/2013/07/atire-primeira-pedra.html" target="_blank">prefiro um político que não inspire confiança sendo pressionado pela população a um político honesto na zona de conforto</a>. O mesmo vale para as eleições de 2014: independentemente de quem ganhe, é a pressão popular que dará as diretrizes. Político não vive sem voto, principalmente em um modelo em que a imagem e as palavras fáceis valem mais do que o rompimento com heranças seculares e implementação de projetos de longo prazo, que durem mais do que quatro anos. Afinal, quem é escolhido pelo voto popular precisa mostrar serviço, e não dá para ser marqueteiro se seu adversário político conclui seu projeto. Nesse ponto, a democracia brasileira é frágil. O dom da oratória é mais precioso do que o conhecimento técnico. O carisma vale mais do que as ideias.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Uma população conservadora que exige implementação da pena de morte, redução da maioridade penal e maior rigor da polícia militar, infelizmente, terá seus desejos realizados por quem quer que seja eleito, se a tendência for a expansão dessas ideias. Sem reforma política e sem um modelo com financiamento público de campanha, os mesmos grupos (bancos, empresas de construção civil...) interessados em eleger seus líderes devem manter a injeção de dinheiro nos seus candidatos “favoritos” e pautarão os programas de governo, que precisam de “aval” da população. </div>
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O autoritarismo cresce a partir do imediatismo, da sede de fazer justiça com as próprias mãos usando como pretexto a negligência do estado, mas sem combater o problema na raiz e sem medir as consequências que essas medidas acarretarão. O olho por olho, dente por dente, é alimentado diariamente pela TV aberta e rádio, que são os veículos de comunicação muito populares e pouco educativos. A violência policial mata muito, <a href="http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2014/08/movimento-negro-mostra-forca-em-marchas-contra-violencia-policial-3325.html" target="_blank">principalmente jovens negros e da periferia</a>, muito diferentes das apresentadoras loiras de telejornal que legitimam linchamentos ou de parlamentares brancos que tratam um livro escrito há mais de mil anos como constituição ( a mais recente do Brasil data de 1988). </div>
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O Brasil, com todos os seus defeitos, provoca brilho nos olhos de muitos estrangeiros, inclusive muitos inocentes como as crianças chilenas que conheci. <a href="http://grandedobrasil.blogspot.com/2014/02/where-is-dende-in-my-blood.html" target="_blank">Esse olhar positivo não aliena e não machuca</a>. Tampouco cura feridas. Mas pode ajudar a compreender como se chegou aos dias de hoje, e o que pode ser feito por dias melhores. Aceitar primeiro. Agir depois. A meditação ensina muito sobre ter “timing” e não agir por impulso. E o futebol, como todos os esportes, ensinam valores lindos. Ao menos nos gramados a regra é clara e <a href="http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2014/09/05/a-tv-nao-mostrou-mas-o-reencontro-entre-neymar-e-zuniga-foi-carinhoso.htm" target="_blank">Neymar perdoa Zúñiga</a>, que não cometeu nenhum crime, com um abraço. O ódio, quando se infiltra no futebol, geralmente vêm das arquibancadas, <a href="http://grandedobrasil.blogspot.com/2014/07/jogadores-torcedores-torcedores.html" target="_blank">como as ameaças ao lateral colombiano nas redes sociais</a>, talvez inspirados pela onda de “linchamento”. Por um país com mais Neymares e menos usuários raivosos e inconsequentes no Facebook.</div>
Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-25424169936010466492014-09-06T17:42:00.001-03:002014-09-06T17:43:17.409-03:00Gol de Neymar, e não da Seleção<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYAAZ4pjB5wRlk_uB4Tiu4r-sLbVK0c_C86wV55Pr2QaMQbF7BW3twPelN4RWiJeQRr4De3NIyjhZ_NYM6tRbY7aZdzc8eAshyphenhyphen-QmhdVENeDWPmw5nztr2alLtJX5xbqfW3bnbEVGArPx1/s1600/neymar-colombia-afp.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYAAZ4pjB5wRlk_uB4Tiu4r-sLbVK0c_C86wV55Pr2QaMQbF7BW3twPelN4RWiJeQRr4De3NIyjhZ_NYM6tRbY7aZdzc8eAshyphenhyphen-QmhdVENeDWPmw5nztr2alLtJX5xbqfW3bnbEVGArPx1/s1600/neymar-colombia-afp.jpg" height="360" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Neymar marca primeiro gol da "nova era Dunga" I Foto: AFP</td></tr>
</tbody></table>
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O Brasil foi superior à Colômbia no jogo desta sexta-feira (5), nos Estados Unidos. A vitória de 1 a 0 em Miami foi merecida e contra um adversário que levava vantagem por ter a mesma base que foi sensação da Copa de 2014, enquanto os comandados de Dunga juntam os cacos da pior derrota da história do futebol do país. </div>
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Toda análise que ressalte o domínio verde e amarelo em campo, porém, não pode dispensar uma contextualização mais profunda sobre a estrutura precária do futebol brasileiro, tão discutida pelo Bom Senso F.C. O grupo de jogadores que remam contra a corrente da CBF questiona, por exemplo, o poder das federações estaduais, que com um sistema viciado de eleições, mantêm presidentes por décadas, além do esdrúxulo calendário, com tantas datas desnecessárias que mais servem para atender interesses políticos do que os anseios do torcedor. Não fosse a paixão, o Brasileirão já teria sido trocado pela Premier League. </div>
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Mas futebol não é um produto qualquer, não se vira a casaca como se opta por trocar de empresa de telefonia, embora quem não entenda de bola pouco se importe com estas distinções. </div>
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O gol do triunfo contra a Colômbia foi de Neymar, de falta. Ponto para o jogador que merecia estar mais bem acompanhado no scratch canarinho. As vezes me pergunto: será que dá para falar em “safra ruim” em um país de 200 milhões de habitantes, com tanta gente que pratica futebol? A falta de talento é fruto de um cenário corruptivo, com agentes Fifa com status de artista, transferências duvidosas para ligas longínquas e falta de esmero em peneirar e lapidar talentos, além de uma mentalidade retrógrada, de que por exemplo o primeiro volante não tem obrigação de ter um bom passe, o que faz a Seleção ter dificuldade para sair jogando com poucas opções no meio e um Luiz Gustavo limitado ao seu papel de marcador. A sede por resultados prejudica o trabalho das diretorias, sedentas por vitórias imediatas, e sepulta trabalhos de longo prazo como o do Palmeiras com o técnico argentino Ricardo Gareca, demitido nesta semana. Ainda que vença a Copa América, a Copa das Confederações e até a Copa do Mundo de 2018, o Brasil necessita de gols fora do campo, pelo bem do nosso futebol. </div>
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A derrota para a Alemanha não foi um acidente, embora aquela equipe de Scolari, com todos os seus defeitos, não era mais frágil que Argélia e Gana. A campanha da atual campeã mundial foi irregular, com três empates no tempo normal, duas vitórias pelo placar mínimo e duas goleadas. O Brasil não poderia ser presa fácil, mas por muito tempo, a Seleção era como uma ilha de prosperidade em um mar de turbulência que historicamente é o Brasileirão e a vida dos clubes do país. Até hoje se discute, por exemplo, quem foi o campeão brasileiro de 1987, assim como a justiça na distribuição das cotas de televisão. Essas questões, enquanto não forem resolvidas, tornam a liga do país desinteressante para quem não torce por um clube do certame. </div>
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<span style="font-size: large;">ESPN Brasil - 1 x 0 – ESPN Colômbia</span> </div>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZ9nIJspeTxuvcjKbIHREZajArZCnAm6T59UN7MeiLGAUUjNncW9acRkIze5rRupciyHBaB94ZSNGRXFV30BN5WNOknV70M_lvJKrdZnasRJgqd2ad5-idXOyIxIpK7nA-k0T7nsnKAu4u/s1600/foto+(2).JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZ9nIJspeTxuvcjKbIHREZajArZCnAm6T59UN7MeiLGAUUjNncW9acRkIze5rRupciyHBaB94ZSNGRXFV30BN5WNOknV70M_lvJKrdZnasRJgqd2ad5-idXOyIxIpK7nA-k0T7nsnKAu4u/s1600/foto+(2).JPG" height="480" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Programa "Balón Dividido", da ESPN colombiana I Imagem: Reprodução</td></tr>
</tbody></table>
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Nessa primeira semana morando no Chile, tenho assistido muitos canais de esporte, e alguns deles reservam quadros específicos para cada país do continente, como a ESPN, que tem os programas Balón Dividido, para colombianos, e Simplemente Fútbol, para argentinos. Diferente da ESPN Brasil, os comentaristas mais parecem torcedores com paletó.</div>
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A repórter colombiana, antes de entrevistar Falcao Garcia na saída da equipe do estádio de Miami, chegou a agradecer ao jogador por seu desempenho pela seleção e ressaltou a falta que ele fez no mundial, antes de fazer uma pergunta chapa branca sobre sua ida ao Manchester United. Os três comentaristas insistiam na ideia de que não era preciso se preocupar com a derrota para o Brasil porque se tratava apenas de um amistoso e que apoiarão “Los Cafeteros” na vitória e na derrota. São nessas horas que eu sinto falta de um Mauro Cezar Pereira. Não é possível que as ESPN colombiana e argentina sejam tão diferentes da brasileira, que se destaca no país justamente pela independência.</div>
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Procurei no site da ESPN Brasil e só vi uma coluna opinativa sobre o jogo desta sexta-feira (5). Foi de André Rocha, que embora não apareça na TV, tem no <a href="http://espn.uol.com.br/post/437975_as-observacoes-possiveis-sobre-novo-brasil-de-dunga-alem-do-jogo-fraco-e-feio-decidido-pra-variar-com-um-golaco-de-neymar" target="_blank">blog “Olho Tático”</a> uma ferramenta muito acessada pelos apreciadores do bom jornalismo. O “complexo de vira-lata” não é tão simples de ser combatido, principalmente em um momento turbulento que vive o país, com as eleições pegando fogo e com a auto-estima do brasileiro fragilizada pelos 7 a 1, depois de tanta aproximação entre povo e jogadores. Muita gente contrária à realização do mundial no país abraçou os comandados de Scolari. Mas no quesito jornalismo esportivo, ou mais estritamente, no quesito ESPN, posso dizer que o Brasil vence ao menos os países vizinhos.</div>
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<span style="font-size: large;">Basquete</span></div>
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<span style="font-size: large;"></span> </div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdCzjSwA22TXuez_z0mkv16pXgBFzh6zwKAZth9Ua7WKLbP7Rh1nFpb745AF7w5MhkRKOeU90bAve1khSIx2O1tsJC8vIUsr7smBoEoNYDXS4Ysxm-hCWSMSzt-t8q6nLXTgFjsJAlWr7P/s1600/Sele%C3%A7%C3%A3o+de+Basquete_+Getty.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdCzjSwA22TXuez_z0mkv16pXgBFzh6zwKAZth9Ua7WKLbP7Rh1nFpb745AF7w5MhkRKOeU90bAve1khSIx2O1tsJC8vIUsr7smBoEoNYDXS4Ysxm-hCWSMSzt-t8q6nLXTgFjsJAlWr7P/s1600/Sele%C3%A7%C3%A3o+de+Basquete_+Getty.jpg" height="360" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Seleção Brasileira de Basquete I Foto: Getty Images</td></tr>
</tbody></table>
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<br />
Neste domingo (7), às 17h (de Brasília), outra Seleção Brasileira vai precisar muito de seu apoio. Longe de alcançar a popularidade do futebol, o basquete do país passa por reformulação desde 2010, quando o treinador argentino Ruben Magnano, campeão com a Argentina na Olimpíada de 2004, assumiu a equipe verde e amarela para fortalecê-la e torná-la competitiva até os Jogos Olímpicos de 2016, que acontecerão no Rio de Janeiro. A adversária das oitavas da Copa do Mundo, que é realizada na Espanha, é nada menos que... a Argentina, nossa algoz na modalidade. Como estou distante e não tenho compromissos jornalísticos, envio daqui da Patagônia toda a energia para os meninos de Magnano. Os brasileiros, é claro. </div>
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<span style="font-size: large;">Bahia</span></div>
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<span style="font-size: large;"></span> </div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIqBNjgdoB7ASuWQQFlNFUXCsRvOe0nSzMGCxR-nnBQProi0lTcjmsw9pL1BjtiIQ-EmmZKnGbY3kpTueYnMI4YrgdOmt2xYPxX179SErLsOaWAGB32vfaPkVYqx1igin9WodhaYp3xty3/s1600/bahia_sul-Americana_Ricardo+Duarte_Ag.+RBS_Folhapress.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIqBNjgdoB7ASuWQQFlNFUXCsRvOe0nSzMGCxR-nnBQProi0lTcjmsw9pL1BjtiIQ-EmmZKnGbY3kpTueYnMI4YrgdOmt2xYPxX179SErLsOaWAGB32vfaPkVYqx1igin9WodhaYp3xty3/s1600/bahia_sul-Americana_Ricardo+Duarte_Ag.+RBS_Folhapress.jpg" height="320" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bahia eliminou o Internacional da Copa Sul-Americana I Foto: Ricardo Duarte/Ag. RBS/Folhapress</td></tr>
</tbody></table>
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<br />
O Esquadrão de Aço conseguiu classificação para a fase internacional da Copa Sul-Americana. Enfrentará o vencedor de Universitario Sucre, da Bolívia, ou Universidad César Vallejo, do Perú. A mudança da tabela fez o Bahia evitar o confronto com Huachipato do Chile ou Universidad de Quito do Equador, equipes mais fortes. Então vai ser fácil para o Bahia, certo? Errado, pelo menos para um comentarista da Fox Sports (parecia ser argentino). Ao analisar o triunfo do tricolor sobre o Colorado, disse “o Bahia é um time pequeno como a Ponte Preta. Talvez não tão pequeno como a Ponte Preta, pelo menos nos últimos tempos”. Sou torcedor do Bahia e não vejo demérito em reconhecer o tamanho do clube. </div>
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<br />
É um time pequeno sim. Reconhecer isso ajuda, por exemplo, a se situar no cenário atual. Estar na zona de rebaixamento não é uma tragédia para um clube com menos bala na agulha que os grandes, tampouco motivo para o torcedor abandonar o time. O torcedor do Bahia é resultadista, não reconhece o momento histórico com a democratização e está cada vez mais parecido com o do Vitória nesse quesito, que anteriormente diferenciava os torcedores da dupla Ba-Vi. Na Inglaterra, vi jogos de times de terceira divisão com o estádio lotado, e nem valia acesso. Quando se gosta, se compreende. O torcedor do Bahia sofre muito porque a paixão não o deixa enxergar o seu verdadeiro tamanho. Boa sorte para Bahia e Vitória na Copa Sul-Americana. Estarei acompanhando os jogos na Fox latina.</div>
Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-83983274513938485072014-08-08T22:19:00.003-03:002014-08-08T22:25:54.963-03:00One month later 7-1<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTENcV1JAaB2FRF2qXqZOO0ledmOyYuajY0qMrlHSIpYzEAYH_l1OW5Yx53wLWsaKRhAq2nOYnPt3hT7nBob0yD99r9vShR9Sq3beq2JH5AWa72rvSQBkMQD6-9g72qt5uGxDWFFwiKKR8/s1600/fernandinho_derrota_ap_95.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTENcV1JAaB2FRF2qXqZOO0ledmOyYuajY0qMrlHSIpYzEAYH_l1OW5Yx53wLWsaKRhAq2nOYnPt3hT7nBob0yD99r9vShR9Sq3beq2JH5AWa72rvSQBkMQD6-9g72qt5uGxDWFFwiKKR8/s1600/fernandinho_derrota_ap_95.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Photo: AP</td></tr>
</tbody></table>
Until today I have nightmare with a german goals in World Cup. The most difficult was the third goal, that who scored was Kroos. Then, I've stopped follow the match. It doesn't seem like yesterday. It seems that happened a thousand years ago, like old images of first world cup. It was a just one month ago.<br />
<div>
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In all this time between the brazilian deception and today a lot of things happened. Scolari is coach of other team (Grêmio), Globo (the most influent brazilian TV channel) want change the structure of national football and the "Seleção" (how us brazilian say our national team) have new schedule for 2014 with new coach, Dunga (the same coach of World Cup 2010). And it's the first time that I don't miss the World Cup atmosphere.</div>
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I lived great times here in Brazil of course. I worked hard as a reporter of brazilian website, mostly in day of matches in Salvador, my hometown and the city where I live. As a spectator, I was at the match Spain - 1 x 5 - Netherlands. But after july 8, all the World Cup songs became bad moments. It's impossible change the history: here for a long time, when people will search informations about World Cup 2014, the more important episode will be the 7-1.</div>
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I'm proud to be brazilian for many reasons. I like our accent, too different than portuguese accent. I like the easily to make friends and meet people here and the brazilian cooking and music. And I'm proud to be brazilian for football also, why not? When I was in Europe and people asked me "where are you from?" I answered "Brazil", and in the same moment football was mentioned. It will be the same after the 7-1?<br />
<br />
<b><a href="http://grandedobrasil.blogspot.com.br/2014/08/1-mes-dos-7-1.html" target="_blank">Veja essa postagem em português (clique aqui)</a></b></div>
Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-75433478679453647482014-08-08T22:16:00.002-03:002014-08-08T22:16:32.034-03:001 mês dos 7 a 1Até hoje tenho pesadelos com os gols da Alemanha. Especificamente, o mais doloroso foi o terceiro, de Kroos, que me fez parar de assistir à peleja. Ou seria um baba? Não parece que foi ontem. Parece ter sido há mil anos, com imagens registradas em tom pastel, com o amarelo desbotado da Seleção ofuscado pela vibrante camisa rubro do adversário. Foi há um mês.<div>
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Durante esse tempo muita coisa aconteceu. Scolari já tem um emprego, a Globo se diz interessada em estudar uma mudança na fórmula do Brasileirão e o scratch canarinho já tem agenda para o restante do ano, com Dunga no comando. E pela primeira vez eu não sinto saudade do clima de Copa.</div>
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<br /></div>
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Foram momentos maravilhosos aqui no Brasil, é claro. Trabalhei muito, principalmente nos dias de jogos em Salvador, assisti à reedição da Copa anterior e vi de perto cinco dos seis gols desse jogão entre Espanha e Holanda. E eu achando que o maior mico daquele mundial seria os 5 a 1 sofridos pela defensora do título. Mas aquele 8 de julho transformou as músicas da Copa em trilha sonora de más recordações. Não adianta. Quando daqui a alguns anos as pessoas se perguntarem sobre o fato marcante do mundial sediado no Brasil, a lembrança dos 7 a 1 será o primeiro episódio citado.</div>
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Eu tenho muito orgulho de ser brasileiro por muitos motivos. Gosto dos sotaques da gente, o que prova que subvertemos a língua do colonizador com classe. Me admiro pela facilidade que os brasileiros têm em fazer amizade, o que não torna os brasileiros melhores ou piores que os outros povos, mas faz sentir-me em casa aqui. Sou fã da culinária e comida que trazem influências índígena, africana e europeia. E também tenho orgulho de ser brasileiro pelo futebol que se pratica aqui, e nunca tive vergonha disso. Sempre fui reverenciado em estádios de futebol que visitei e nos babas em que joguei na Europa por ser brasileiro. No estádio do Leyton Orient, ao revelar minha nacionalidade, os seguranças sorriram e vibraram. Será que depois dos 7 a 1 as coisas mudarão? </div>
Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-23268548880979845682014-07-06T23:50:00.002-03:002014-07-07T00:27:06.992-03:00A publicidade que mata<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHaRwFXDoDDhrx6Ujwa96sXW-ezyFmZ5JAtkFJt7nJWNYiUcvc-fnLSGqOEalv1aEHLhnzMB_C3Ak1fjN2-oy2vXUUvoOEVK-5Oy6iwwh04ubQ-x0Pz90tT7hKP4vjeNdMJsoWjYAPi1NE/s1600/torcida-brasil_argentina-efe.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHaRwFXDoDDhrx6Ujwa96sXW-ezyFmZ5JAtkFJt7nJWNYiUcvc-fnLSGqOEalv1aEHLhnzMB_C3Ak1fjN2-oy2vXUUvoOEVK-5Oy6iwwh04ubQ-x0Pz90tT7hKP4vjeNdMJsoWjYAPi1NE/s1600/torcida-brasil_argentina-efe.jpg" height="403" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Torcidas juntas em dia de Argentina x Bósnia, no Maracanã, no dia 15 de junho - Foto: Agência EFE </td></tr>
</tbody></table>
Embora não sejam favoritos absolutos a chegarem na final da Copa do Mundo, no domingo da semana que vem (dia 13), Brasil e Argentina geram a expectativa de formar a final mais esperada (e temida) pelos torcedores da equipe anfitriã. Já ouvi quem disse que preferia Alemanha x Holanda ao clássico sul-americano, para "não correr o risco de ver os hermanos campeões em casa". Rivalidades futebolísticas à parte, que são naturais e não precisam de campanhas para serem ampliadas, a coisa está passando do limite, e eu temo por uma onda de xenofobia, que não é típica do brasileiro.</div>
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A jornalista irlandesa Helen Joyce, que trabalhou no Brasil como correspondente do The Economist por três anos e meio, <a href="http://www.bocaonews.com.br/noticias/principal/geral/87039,brasileiros-discriminam-conterraneos-e-nao-estrangeiros-diz-ex-correspondente.html" target="_blank">disse que o brasileiro geralmente trata bem os estrangeiros</a>, mas deixa a cortesia de lado com os próprios conterrâneos de regiões mais pobres, como o Nordeste (o que é tão lamentável quanto). Características sociais são mutáveis e a publicidade, a meu ver, tem atiçado os ânimos entre brasileiros e argentinos, não é de hoje.</div>
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<div style="text-align: justify;">
Já houve briga entre torcedores dos países vizinhos em Belo Horizonte no mês passado, <a href="http://www.bocaonews.com.br/noticias/esporte/copa/89591,palco-de-guerra-brasileiros-e-argentinos-brigam-em-praca-de-bh.html" target="_blank">com direito a garrafadas.</a> Felizmente ninguém se feriu com gravidade. </div>
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/t8naUN5VMAE" width="560"></iframe></div>
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O conteúdo publicitário é absorvido de maneira diferente por cada pessoa. A autocrítica varia de telespectador para telespectador, e não acho que os publicitários que idealizam campanhas como as da Skol podem ser eximidos de responsabilidade pela selvageria que acontece dos dois lados. Há muitos argentinos também sem autocrítica, que sozinhos, em pequenos grupos ou protegidos pelas suas barra bravas (espécie de Torcida Organizada nos países vizinhos), vão para o confronto, mas como não conheço tanto o que se passa por lá, me atenho ao que acontece na América Lusófona. Já houve até jornalista esportivo que "vibrou" quando policiais no Estádio Independência, também na capital mineira, <a href="http://www.tracto.com.br/ivan-more-um-tuite-infeliz-que-arranha-a-imagem/" target="_blank">bateram nos jogadores do Arenal Sarandí no ano passado.</a><br />
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<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/UinigNzZR5I" width="560"></iframe></div>
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Se a agressividade natural (misturada ao álcool) já pode colocar em perigo torcedores dos dois lados, as campanhas publicitárias pouco ajudam a pensar em cortesia com o adversário, semelhante a de David Luiz com o colombiano James Rodríguez. A Coca-Cola fez um comercial mostrando a amistosidade entre brasileiros e chilenos. <br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/-kcoELnqeCg" width="560"></iframe></div>
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Mas a mesma marca de refrigerantes lançou durante a Copa América de 2011, na Argentina, um comercial em que um portenho se infiltra na torcida verde e amarela e corre risco de ser agredido ao gritar um gol de sua equipe. </div>
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<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/7qrub4ce_-w" width="560"></iframe></div>
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Nelson Mandela, antes de se tornar presidente da República da África do Sul, ficou preso por 27 anos durante o apartheid. Ao ser solto, muitos brancos, descendentes de europeus que foram a favor da manutenção do regime que segregava negros e brancos, esperavam vingança do novo líder nacional. O que não aconteceu. "Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar", disse Mandela.</div>
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Em tempos de tratar como "chatice politicamente correta" reflexões como essa, eu penso que humor deve trazer graça. E eu não vejo graça na manutenção de uma ideia que só gera ódio, aprecia a trapaça para se conseguir triunfo a qualquer custo, corre o risco de sair da brincadeira e ameaça ceifar vidas. Não é engraçado ler uma notícia sobre uma briga, que é fruto do bombardeiro de informações para potencializar uma rivalidade que por si só já seria uma ameaça. Divertido mesmo é ir ao estádio e voltar são e salvo, com vitória ou derrota.</div>
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<i>Obs: Recomendo a leitura dos artigos <a href="http://blogdosesportes.blogspot.com.br/2011/07/contra-o-anti-argentinismo.html" target="_blank">"Contra o antiargentinismo"</a> (clique no título, que tem link que leva para a página), de Fernando Faro, e <a href="http://papodehomem.com.br/carta-aberta-aos-humoristas-do-brasil/" target="_blank">"Carta aberta às humoristas do Brasil"</a>, de Alex Castro. Ambos os textos abordam o tema da minha postagem acima. Toda xenofobia deve ser combatida. Brasil e Argentina não têm razões históricas do patamar de Brasil e Paraguai, que foi tema da minha postagem <a href="http://grandedobrasil.blogspot.com.br/2013/08/guerra-do-paraguai-nos-olhos-dos-outros.html" target="_blank">"Guerra do Paraguai nos olhos dos outros é refresco..."</a>, em 5 e agosto do ano passado. Apesar do conflito, a rivalidade entre brasileiros e paraguaios não é difundida nos meios de comunicação (ainda bem).</i></div>
Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-64193974120974883502014-07-05T22:36:00.000-03:002014-07-05T23:03:06.413-03:00Jogadores-torcedores & torcedores-justiceiros<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4wPR82wedfJHfZKtZNF5V_eJXINs2PAOLkdOO6Dry11P5wuTDghAT67N5tJbJBC9k9t7G5tpzhwBR3F-i0ZOQ0LHghaBefhMulI9sfxAnHd7-nQtiVkWZWcfD8qZMiFzU3HgTNYQRV690/s1600/jogadoresbrasil_piscina_homenagemneymar_cbf.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4wPR82wedfJHfZKtZNF5V_eJXINs2PAOLkdOO6Dry11P5wuTDghAT67N5tJbJBC9k9t7G5tpzhwBR3F-i0ZOQ0LHghaBefhMulI9sfxAnHd7-nQtiVkWZWcfD8qZMiFzU3HgTNYQRV690/s1600/jogadoresbrasil_piscina_homenagemneymar_cbf.jpg" height="251" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Jogadores fazem símbolo do "É Thois" para Neymar - Foto: Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
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O Brasil jogou nesta sexta-feira (4) um Futebol maiúsculo. Eu não poderia deixar o triunfo diante da Colômbia passar sem uma postagem no meu blog. Após o apito final, em meio a gritos e abraços pela classificação às semi, eu já sabia o título: “Me sinto menos torcedor do que os jogadores”. Me emocionei, mas não tanto quanto eles, aqueles caras supostamente “cheios de dinheiro que não estão nem aí para resultados, porque continuarão ricos, ao contrário dos torcedores, pois esses sim amam futebol”. Quando escuto discursos como esse, passo a questionar se os murmuradores apenas enxergam a felicidade por via das cifras. Afinal, se é tão difícil imaginar que David Luiz e Thiago Silva, mesmo bem sucedidos, sentem emoção, é porque provavelmente se no lugar deles estivessem, os murmuradores nada sentiriam. Eles, os “chorões”, são a prova de que há vida além do dinheiro, e o dinheiro não compra a emoção de vencer uma partida em seu país, mesmo aos trancos e barrancos.</div>
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<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0b0vI87ULQ7FfTk1J9-r3a4LVvcBtPr4rRZwEZcYh-EoLU4nauWxdon-OaY-zsZvbjCv5oAIc7Va0Va93lWGL1NfA2GIX6RK1lvJVgXAmrHmTqXPKbd3J0qdAdIQdYwz8_tBV-OGjfFL3/s1600/onibus_desabamento_bh_Foto_Uarlen+Valerio_O_Tempo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0b0vI87ULQ7FfTk1J9-r3a4LVvcBtPr4rRZwEZcYh-EoLU4nauWxdon-OaY-zsZvbjCv5oAIc7Va0Va93lWGL1NfA2GIX6RK1lvJVgXAmrHmTqXPKbd3J0qdAdIQdYwz8_tBV-OGjfFL3/s1600/onibus_desabamento_bh_Foto_Uarlen+Valerio_O_Tempo.jpg" height="216" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Uarlen Valerio / O Tempo</td></tr>
</tbody></table>
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Em uma semana triste, com desabamento de um viaduto que matou duas pessoas e deixou 22 feridas em Belo Horizonte, o luto é aceitável. Eu particularmente passei a refletir o quão displicentes foram os “responsáveis” por essa obra (e tantas outras) e como o “jogo de empurra” esconde os envolvidos, assim como as oito mortes de operários nos estádios do mundial de 2014 (uma em Brasília, uma em Cuiabá, três em São Paulo e três em Manaus). Uma proteção covarde, que não recuperaria as vidas ceifadas sob concreto, mas poderia levar outras tantas tragédias a serem evitadas. A negligência se garante sob a impunidade.</div>
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Em meio a toda essa turbulência envolvendo tragédia em Belo Horizonte, cidade em que a Seleção enfrenta a Alemanha nesta terça-feira (8), e fim de Copa para o maior expoente da equipe anfitriã, Neymar, foi inevitável sair do futebol para entrar em um assunto tão sério quanto: o sentimento de ódio e vingança dos brasileiros, especialmente nos últimos anos, que foi tema da minha postagem <a href="http://grandedobrasil.blogspot.com.br/2014/06/somos-tao-cordiais-assim.html" target="_blank">“Somos tão cordiais assim?”, de 30 de junho</a>. Tão sério quanto, porque futebol para mim é sério e não pode ser apontado como responsável pelas mazelas do país. Por si só, isolado, desperta paixões, o que seria suficiente para respeitá-lo, afinal, não há sentido na vida em sociedade sem suas simbologias e rituais, que pedem licença a razão. “Qual a graça de 22 homens correndo atrás de uma bola?”, se perguntam até hoje alguns, sem obterem resposta. Mas o futebol também diz muito sobre o dia-a-dia e "abre brechas" para os sentimentos menos nobres aflorarem, sob a mesma desculpa dos linchamentos de que a emoção ofuscaria o caráter. Mas não ofusca: revela.</div>
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Ouvi a notícia de que Neymar estaria fora da Copa no rádio, enquanto dirigia, no caminho para o aniversário de um amigo. A incredulidade tomou conta de mim, como apenas em momentos especiais do esporte. Morte de Senna, eliminações da Copa, rebaixamentos do Bahia e ataque de padre irlandês ao maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima na Olimpíada de 2004, na Grécia. Naquele momento um sentimento de “justiceiro” ameaçou se apossar de mim. A vontade era de escrever logo uma postagem com um título que fosse, no mínimo, “Vai ficar barato dona Fifa?”. Mas respirei fundo. Sabia da responsabilidade de escrever com os nervos à flor da pele, especialmente para mim, jornalista. Estava desacostumado a torcer pela Seleção na Copa. Digo, “torcer pra valer”, já que havia feito cobertura dos últimos três jogos do Brasil na Fan Fest de Salvador e no Pelourinho. Não é a mesma coisa assistir a um jogo com o compromisso de ser ágil na cobertura, repercutir para os leitores do site em que trabalho a atmosfera das aglomerações. </div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYjpl_YNhpQ-szrdjnWq0upvSZb02PC_PvOKo0U8h2OrHrk3co4oqX7f4ngCtlTtiAsQLJa9IGdytnNo5XtBGAx0oxV5m3XOdulMvrZ6B3LdRqMtrxM-AXUSho6gVHjt6izWogRVzYM1zT/s1600/zuniga_madre.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYjpl_YNhpQ-szrdjnWq0upvSZb02PC_PvOKo0U8h2OrHrk3co4oqX7f4ngCtlTtiAsQLJa9IGdytnNo5XtBGAx0oxV5m3XOdulMvrZ6B3LdRqMtrxM-AXUSho6gVHjt6izWogRVzYM1zT/s1600/zuniga_madre.jpg" height="200" width="146" /></a></div>
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Infelizmente, na mesma proporção em que Neymar recebe mensagens de solidariedade de pessoas do mundo todo (inclusive minha), brasileiros hostilizam o lateral-direito da Colômbia, Zúñiga, que quebrou uma vértebra do camisa 10 canarinho. As mensagens são pesadíssimas e há até ameaça de morte a ele e sua filha. Não recomendo a leitura para quem não tem estômago forte. A onda de linchamentos no Brasil, provocado sob a desculpa de substituir segurança pública e a justiça, dão outra característica ao brasileiro, descrito como cordial por Sérgio Buarque de Holanda. </div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRVygHdZxJPbptuwhR3fcYlRwo88lsJG4DbAJ51FWGmGyJ6sDDwXIODkWXiOtVdEZ0BHkGDpaWf9iwDRCgKvpbeh9TWEa6AEN7T0VdkHAmfTU0rNu1B1j1D9aYR4R48VLdKA4eKoyCf62o/s1600/zuniga_hija.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRVygHdZxJPbptuwhR3fcYlRwo88lsJG4DbAJ51FWGmGyJ6sDDwXIODkWXiOtVdEZ0BHkGDpaWf9iwDRCgKvpbeh9TWEa6AEN7T0VdkHAmfTU0rNu1B1j1D9aYR4R48VLdKA4eKoyCf62o/s1600/zuniga_hija.jpg" height="200" width="147" /></a></div>
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O suposto desequilíbrio emocional dos jogadores nos primeiros jogos da Copa parecem se refletir nas postagens de torcedores que não respiram fundo ou não pensam duas vezes antes de agredir Zúñiga nas redes sociais. E se foi maldade ou não, se merece punição ou foi lance normal do jogo, pouco importa. Me preocupa mais a hostilidade. Essa sim merece ser observada, mais do que qualquer entrada violenta em Neymar nesta Copa.<br />
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<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyoEizdoRjsKnvylUyOoiGXmTcsoLHl_1hrDuKWroPXGvybx0Qq8RrQ6si4St1XxTB6_2Swe7d2kWUwhzmykkPBI0uVv8-qk8kfxCwYahPFthQ0mCKbd4V2Bf4RI3ic4gHfiEnmECk8AsS/s1600/zuniga_neymar_reuters.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyoEizdoRjsKnvylUyOoiGXmTcsoLHl_1hrDuKWroPXGvybx0Qq8RrQ6si4St1XxTB6_2Swe7d2kWUwhzmykkPBI0uVv8-qk8kfxCwYahPFthQ0mCKbd4V2Bf4RI3ic4gHfiEnmECk8AsS/s1600/zuniga_neymar_reuters.jpg" height="250" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Reuters</td></tr>
</tbody></table>
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<i><br /><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: x-small;">Obs: Acho que Zúñiga, que também entrou forte em Hulk, deveria pegar um gancho grande pela imprudência, assim como a arbitragem que deixou o jogo correr dessa forma. Recomendo a leitura do post <a href="http://lardemaravilhas.wordpress.com/2014/07/05/o-nacionalismo-nazista-do-futebol-brasileiro/" target="_blank">"O NACIONALISMO NAZISTA DO FUTEBOL BRASILEIRO"</a>, de Ariane Ferreira. Ganhando ou perdendo para a Alemanha na terça-feira (8) ou na final no domingo (8), estou muito orgulhoso dessa Seleção. Os jogadores estão fazendo o que podem, mas o time não foi bem preparado, o Brasil não tem por tradição manter uma base para dar continuidade a um projeto longo e Scolari, a meu ver, não criou um repertório rico de jogadas. O time chegou às semi pelo talento individual dos jogadores e apoio da torcida.</span></i></div>
Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-82883645126784891012014-07-02T23:05:00.003-03:002014-07-03T00:07:42.586-03:00Na ‘Copa das Copas’, só a Seleção não se diverte<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEharsM_dTZzRcPLuDEBWn-j_Lq9lHvUGTjtsJPBrn4M0Fm2g337ws3R3TMaChMz-CG5mWXxAPoqp2MBqtoM7cjANvMUa4YkaqMSAo-_jvufAjbGshqT1eG0P1ygw6Q4InhA8n2um6QXnfSz/s1600/Thiago_Silva_foto_Ricardo_Correa.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEharsM_dTZzRcPLuDEBWn-j_Lq9lHvUGTjtsJPBrn4M0Fm2g337ws3R3TMaChMz-CG5mWXxAPoqp2MBqtoM7cjANvMUa4YkaqMSAo-_jvufAjbGshqT1eG0P1ygw6Q4InhA8n2um6QXnfSz/s1600/Thiago_Silva_foto_Ricardo_Correa.jpg" height="225" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Capitão Thiago Silva chora nos braços de Scolari - Foto: Ricardo Corrêa</td></tr>
</tbody></table>
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Se atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu, em meio a Copa do Mundo de 2014 só não se diverte a equipe anfitriã. Com seus altos e baixos, os atletas e delegações dos outros 31 times já curtiram ou curtem muito <a href="http://grandedobrasil.blogspot.com.br/2014/06/com-uma-semana-copa-da-zoeira-ja-e.html" target="_blank">a atmosfera da maior festa do futebol mundial</a>, que acontece de quatro em quatro anos e, especialmente de 12 de junho a 13 de julho de 2014, tem o prestígio de ser recebida pela nação mais vitoriosa da história do torneio.</div>
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A “ousadia e alegria” deram lugar a “agressividade e medo”. Está certo que entre a esbórnia geralmente atribuída aos boleiros brasucas, que “não teriam amor à camisa e só querem saber de dinheiro”, e o <a href="http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-choro-da-selecao/" target="_blank">“chororô” constante do hino nacional ao apito final</a>, eu fico com a segunda opção. Me sinto mais representado como torcedor (não como jornalista). Mas não foi assim que a Seleção colecionou cinco estrelas*¹. Pelo contrário. Os momentos de maior fragilidade emocional foram atribuídos às derrotas mais marcantes, seja na apatia em 1950 e 1998 ou na agressividade exacerbada em 1954 e 1974. Roer unha, se descabelar e temer o pior são atribuições exclusivas de torcedores.</div>
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A emoção demonstrada pelos jogadores da Seleção Brasileira, a meu ver, é semelhante a dos estudantes que vão prestar vestibular conscientes de que não deram o melhor de si no cursinho. Ali, de frente para a prova, não resta mais nada a não ser concluí-la e torcer para que a preparação deficiente não culmine em reprovação. Os “CDFs” ao menos sabem que deram o melhor de si e, não é à toa, são maioria entre os aprovados nos cursos mais difíceis. </div>
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<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHNHoOBamF4hftaadcJQ83IGsxEMKRgu0iGOBKt4fKGstYe-ojvR2qJwv1MVcCex97VfiszxHCb7UuNAsmwU7ZGkNEx1gYT6E1pOWXsDXmxIdtMJm10DRqDRGHfekGPDOwQpSERjdJnLTa/s1600/chororo_sele%C3%A7%C3%A3o_reprodu%C3%A7%C3%A3o_TV_globo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHNHoOBamF4hftaadcJQ83IGsxEMKRgu0iGOBKt4fKGstYe-ojvR2qJwv1MVcCex97VfiszxHCb7UuNAsmwU7ZGkNEx1gYT6E1pOWXsDXmxIdtMJm10DRqDRGHfekGPDOwQpSERjdJnLTa/s1600/chororo_sele%C3%A7%C3%A3o_reprodu%C3%A7%C3%A3o_TV_globo.jpg" height="225" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Neymar chora antes de empate contra o México - Reprodução / TV Globo</td></tr>
</tbody></table>
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O futebol brasileiro, historicamente, nunca teve planejamento. É vitorioso pela qualidade técnica dos jogadores e em alguns casos por inovações táticas (o que não se aplica ao time de Scolari)*². O medo de perder a Copa fez o comandante verde e amarelo pedir ajuda. Segundo o Terra, em plena Granja Comary, <a href="http://esportes.terra.com.br/felipao/em-fala-com-midia-amiga-felipao-pede-ajuda-contra-complo,14e09bae1fee6410VgnCLD200000b1bf46d0RCRD.html" target="_blank">Scolari chamou cinco jornalistas</a>*³ para pedir apoio contra o que ele acredita ser um “complô” contra sua equipe. Mas o certo é que a Seleção Brasileira não curte a atmosfera da Copa. Nem seu treinador, nem os jogadores e até mesmo o assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva, que <a href="http://www.galaticosonline.com.br/noticia/02/07/2014/45158,apos-punicao-cbf-envia-defesa-de-rodrigo-paiva-a-fifa.html" target="_blank">agrediu o jogador chileno Pinilla</a> no último sábado (28). <span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span></div>
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Até mesmo os jornalistas, alguns deles sofrendo tantas críticas quanto os jogadores brasileiros (e que segundo Neymar, <a href="http://blogdojuca.uol.com.br/2014/07/neymar-manda-os-jornalistas-tambem-se-tratarem/" target="_blank">precisam de terapia tanto quanto seus colegas</a>), dividem o olhar entre a cobertura e o deslumbramento de fazerem parte da “Copa das Copas”. Muitos fãs do esporte esperam da imprensa uma postura de apoiadora do “scratch canarinho”, e se decepcionam com os artigos dos excelentes Mauro Cezar Pereira e Juca Kfouri. Ora bolas, o que se deve esperar de um bom jornalista é justamente o desvinculamento das instituições. Não existe “momento certo ou apropriado” para pontuar as falhas da Seleção. E justamente por isso os considero os melhores nessa Copa. Na postagem <a href="http://espn.uol.com.br/post/422404_quero-me-orgulhar-da-equipe-brasileira-para-isso-felipao-e-o-time-precisam-fazer-sua-parte" target="_blank">“Quero me orgulhar da equipe brasileira. Para isso Felipão e o time precisam fazer sua parte”</a>, Mauro diz evitar proximidade com técnico e jogador porque acha melhor “manter distância e independência para não distorcer pelo constrangimento de criticar um ‘amigo’”. É a postura que acho mais apropriada a um profissional da área, diferente de Mário Sérgio, da Fox Sports, que já foi técnico e, corporativista, chegou a brigar no ar com o colega de emissora Rodrigo Bueno, quando este criticou a qualidade dos técnicos brasileiros.</div>
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/4yVg_OdcIY4" width="420"></iframe></div>
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A Seleção Brasileira parece carente de elogios, mesmo jogando em casa. Com tantos jogões e chuva de gols, os anfitriões se sentem deslocados. Xodó da torcida nos estádios, a Costa Rica sim parece ser a dona do pedaço. No lugar de corrigir as graves falhas da equipe em campo, porém, o emocional dos atletas virou a preocupação de Scolari, ou pelo menos sua desculpa. Nos diversos veículos que cobrem a Copa, o “chororô” virou tema até de entrevista com terapeutas. Freud explica?</div>
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<i>*¹ Em 1958, na Suécia, os comandados de Vicente Feola <a href="http://espn.uol.com.br/noticia/422545_brasil-ganhou-1-copa-com-psicologo-ensinando-a-sorrir" target="_blank">foram orientados pelo psicólogo João Carvalhaes a sorrir</a>, embora tenha contraindicado Pelé e Garrincha por imaturidade e inteligência abaixo da média, respectivamente. Em 1962, o triunfo veio com um show à parte de Garrincha. Diversos cronistas defendem que só dois jogadores ganharam a Copa pelos seus países: o anjo das pernas tortas, como já citado, e Maradona pela Argentina, em 1986. Em 1970, a turbulência que envolveu demissão de João Saldanha, regime militar e a suposta “cegueira de Pelé” não se refletiu dentro de campo, que teve inovação tática com a marcação por zona, diferente do que se via na equipe italiana, que fez a final contra o Brasil e marcava por zona. A descrença, também presente em 1994, se transformou em desabafo de Dunga ao levantar a taça e xingar a imprensa, que o teria perseguido (em sua opinião). Em 2002, ajudas de arbitragem aconteceram, mas foi o talento acima da média de uma equipe com Cafu, Roberto Carlos, Ronaldinho, Rivaldo e Ronaldo que garantiu nosso último título. <b>Nas últimas três Copas, a defesa, que era ponto fraco dos brasileiros, tem se destacado. Nas últimas três Copas do mundo (2006, 2010 e 2014 até oitavas de final), o Brasil levou 9 gols em 14 jogos. Só na Copa de 1998, a defesa foi vazada 10 vezes em 7 jogos.</b></i></div>
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<i>*² Esse time não surpreende, não tem jogadas ensaiadas, depende do talento de Neymar e tem um técnico teimoso. O título da Copa das Confederações pode ter sido ruim. Para o jogo deste sábado (5), Scolari ensaia mudanças, como jogar com três zagueiros e tirar centroavante. A saída de Luiz Gustavo, suspenso pelo segundo cartão amarelo na partida contra o Chile, e o mau desempenho de Fred e Jô forçaram o treinador a refletir e até a pedir ajuda de jornalistas na Granja Comary.</i></div>
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<i>*³ Os jornalistas que conversaram com Scolari na Granja Comary, segundo o portal Terra, foram Juca Kfouri (Uol / Folha de S. Paulo / ESPN Brasil), Paulo Vinicius Coelho (Folha de S. Paulo / ESPN Brasil), Fernando Fernandes (TV Bandeirantes), Osvaldo Pascoal (Fox Sports / Rádio Globo) e Luiz Antonio Prósperi (O Estado de S. Paulo).</i></div>
Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-15101460000488757102014-06-30T18:09:00.001-03:002014-06-30T18:18:54.658-03:00Somos tão cordiais assim?<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: justify;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicz6fDn6HNUh8ldD4WGWTCZhQInMf_JGBJIFXRU2lSW9DMXnJ55bSsMjDBU86PcZ6X1Ry_apCfs0j9b0lXxaK-NtVMZ7Hc6rFXnRGEulztpTRQW2LVxgvlcyfVC88SNSWnCMcDq2l-4Eo1/s1600/vaias.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicz6fDn6HNUh8ldD4WGWTCZhQInMf_JGBJIFXRU2lSW9DMXnJ55bSsMjDBU86PcZ6X1Ry_apCfs0j9b0lXxaK-NtVMZ7Hc6rFXnRGEulztpTRQW2LVxgvlcyfVC88SNSWnCMcDq2l-4Eo1/s1600/vaias.jpg" height="223" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Brasileiros vaiam o hino do Chile no Mineirão - Foto: Correio do Brasil</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
A Copa do Mundo, momento de alegria para o país pentacampeão, também desnuda nossas facetas. Mostra que o "homem cordial", descrito pelo historiador brasileiro Sérgio Buarque de Holanda em "Raízes do Brasil", não passa de... mito.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As agressões seguidas de justificativas mostram muito do caráter de quem vaiou a presidente da República, Dilma Rousseff, no jogo de abertura do mundial, 12 de junho, e o hino do Chile, no último sábado (28). Os dois atos hostis têm muito em comum, trazem carga de ódio e vingança semelhantes aos linchamentos recorrentes deste ano e fazem parte da cultura do brasileiro, com segurança pública reforçada ou não. É a "institucionalização" do "olho por olho, dente por dente".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na minha opinião, a alarmante taxa de homicídios no país não se dá apenas pela falta de policiais nas ruas ou defasagem das escolas públicas. Mesmo amando meu país e mesmo amando ser brasileiro, tenho que reconhecer, e estou mais convicto disso cada vez mais, que a sociedade brasileira é essencialmente violenta.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Obras como "Casa-Grande & Senzala", de Gilberto Freyre, e "O Futebol Explica o Brasil", de Marcos Guterman, resgatam histórias que ajudam a contextualizar os dias de hoje, mas não abordam, por exemplo, o que leva um homem a tirar a vida de outro após discussão por temas fúteis, que vão de som alto a ciúme.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na Espanha é comum pessoas discutirem no trânsito e se resolverem na porrada. É uma sociedade violenta também. Mas a escassez de armas de fogo na terra do agora rei Filipe Vl, certamente, já salvou muitas vidas. A combinação entre temperamento explosivo e pólvora no Brasil não poderia dar em outro resultado a não ser em uma altíssima taxa de homicídios por 100 mil habitantes, 27,4%, o que coloca o país na sétima posição em um <a href="http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/os-paises-com-as-maiores-taxas-de-homicidios-no-mundo?page=1" target="_blank">ranking com 95 países e regiões elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais.</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A situação de miséria de boa parte da população não é a única justificativa para o alto índice de assassinatos a meu ver. Por dois motivos. Em primeiro, porque países como Egito e Marrocos, que têm enormes contrastes sociais, possuem taxas de homicídio de 0,2% no mesmo estudo, números muito inferiores aos 27,4% do Brasil e que deixam esses países do norte da África bem atrás no ranking. Em segundo, porque os assassinatos no país não têm como autores apenas pessoas em situação de risco, e isso pode ser conferido nos noticiários todos os dias.</div>
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<br /></div>
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O comportamento habitual do brasileiro, evidentemente, não é o único fator que explica os homicídios, mas explica a violência de outras formas, seja na hostilidade a opositores ou falta de habilidade em resolver problemas pequenos. De repente, o "jeitinho brasileiro" não é à prova de rixas partidárias e rivalidades futebolísticas. Não somos tão cordiais assim.</div>
Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-29616341714034478902014-06-20T11:09:00.001-03:002014-07-05T23:03:31.915-03:00Com uma semana, a Copa de 2014 já é minha favorita de todos os tempos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGaUR2oC4QhJN3i_alG3ChaekqSMdRIDx8PfsH08pEzzAmRF3jaa5Ihv_yS4q478PJZCXHdDHXAGDMFd3C42PN_ZbZeWG96ciTt2p_2EFfvIJnu_i99H7e3qVIJ8uYS7jzcgv7xsnJQNKi/s1600/lucas_fan_fest.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGaUR2oC4QhJN3i_alG3ChaekqSMdRIDx8PfsH08pEzzAmRF3jaa5Ihv_yS4q478PJZCXHdDHXAGDMFd3C42PN_ZbZeWG96ciTt2p_2EFfvIJnu_i99H7e3qVIJ8uYS7jzcgv7xsnJQNKi/s1600/lucas_fan_fest.JPG" height="266" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Eu na Fan Fest - Roberto Viana / Bocão News</td></tr>
</tbody></table>
Quem faz um evento esportivo ser bom não são as construtoras, tampouco as promessas de legado do governo ou animação da torcida. Essa fórmula não deu certo há 8 anos na Alemanha. Estádios impecáveis, mobilidade urbana já existente antes de a bola rolar e um monte de gente apaixonada por futebol que lotou os estádios não conseguiram fazer a última Copa realizada na Europa ser boa. Tampouco esses quesitos devem ser desprezados. Como seria bom se o mundial realizado esse ano no Brasil trouxesse melhoras sociais para a população, pois isso é mais importante nas nossas vidas que o futebol. Essa Copa, nem qualquer outro evento, vale o que foi gasto, nem concedido com empréstimos para lá de "camaradas". Incrível que arrodeado por tanto caos, dentro de campo, os melhores jogadores do planeta conseguem desempenhar tão bem seu papel, mesmo em fim de temporada, no calor em que a maioria deles não estão acostumados.<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0GZWyyYZUot4PsobnAf63hw9QUnNHw9c6XkuHYlNpjEmt-fmirrPKa9lPVWnI-DnSaWH9M-0n7h50o6zecm8eqr0Ype-cw4YTfB4Twi2BbC26WsmVeSFFYgJlY3G_SAoJqslCGM-vO2Gq/s1600/eu_de_brasil.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0GZWyyYZUot4PsobnAf63hw9QUnNHw9c6XkuHYlNpjEmt-fmirrPKa9lPVWnI-DnSaWH9M-0n7h50o6zecm8eqr0Ype-cw4YTfB4Twi2BbC26WsmVeSFFYgJlY3G_SAoJqslCGM-vO2Gq/s1600/eu_de_brasil.jpg" height="320" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Instagram: @lucasfranco1</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Essa Copa do Mundo, que completou uma semana ontem, se tivesse terminado já seria a melhor que eu vi. E vou mais longe. Pelo conhecimento que tenho de futebol, fruto de pesquisas, leituras e vídeos, arriscaria dizer que, ao menos para mim, é minha favorita de todos os tempos. Talvez por estar vivendo de perto essa atmosfera, alternando jornadas de trabalho com a de telespectador e participante da festa in loco. Uma coisa é viajar para fora, de férias, e curtir como um turista, ou viajar para o exterior com a missão de levar informações para o seu país. Outra bem diferente é não ter sua rotina tão modificada, continuar trabalhando no mesmo local que antes, sem deixar de cobrir política e cidades e de lambuja ir ao Pelourinho entrevistar torcedores em uma animada festa holandesa, ou se acotovelar em uma zona mista para entrevistar jogadores que irão enfrentar a seleção do seu país na semana seguinte, como foi no amistoso entre Croácia e Austrália, em Pituaçu.<br />
<br />
Para sempre vou lembrar da partida in loco que vi, Espanha - 1 x 5 - Holanda. Van Persie e Robben entraram para a história da Fonte Nova com seus gols. Que gols. Que festa linda nas arquibancadas, promovida principalmente pelos holandeses, todos de laranja. A festa começa na andada para o Dique e só termina quando você chega em casa e assiste aqueles gols na televisão, para confirmar que o que viveu não foi sonho: você esteve ali, por mais fantástico que possa parecer.<br />
<br />
E o que falar das anedotas? Schweinsteiger e Neuer cantando e pulando com o hino do Bahia em Porto Seguro, ingleses dançando Lepo Lepo... Ao final do mundial um livro precisa ser lançado só com episódios como esses, que deram uma atmosfera a essa Copa diferente da que se estava acostumada a ter. Sem falar dos japoneses, que limpam os estádios antes de sair.<br />
<br />
Até o momento, só quatro partidas não tiveram pelo menos dois gols. E gols lindos, como o do australiano Tim Cahill contra a Holanda, Oscar contra a Croácia, dos holandeses Robben e Van Persie contra a Espanha, do uruguaio Suárez contra a Inglaterra... A Seleção Brasileira não têm rendido tanto, mas a Copa em si, dentro de campo, é um sucesso. Mas vale ressaltar: principalmente pelos jogadores.Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-48228442929883194452014-03-08T18:10:00.002-03:002014-03-08T18:11:32.766-03:00Careta, quem é você?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOMBwjLa_FIQHRklMsJOZEfkYw27FXuCs516R7uR_ZZSRqu_pWmhKEZN2KfOU6bpRvqcxSQ4-rcH6gdmZihd4RT_3Dfif0rvvO1QOmeEW49QX3H2CyxfT10PpSMy8BzJ7Owyatlj-yS0im/s1600/gandhy+x+carnaval+comum.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOMBwjLa_FIQHRklMsJOZEfkYw27FXuCs516R7uR_ZZSRqu_pWmhKEZN2KfOU6bpRvqcxSQ4-rcH6gdmZihd4RT_3Dfif0rvvO1QOmeEW49QX3H2CyxfT10PpSMy8BzJ7Owyatlj-yS0im/s1600/gandhy+x+carnaval+comum.jpg" height="258" width="400" /></a></div>
<span style="font-size: x-large;"><b>escrito por Theo Almeida</b></span><br /><br /><br />Lidar com julgamento alheio não é novidade para o bloco Filhos de Gandhy. Mas para quem já foi perseguido por questões sociais-raciais-religiosas, é um tanto quanto ridículo enfrentar esse falso moralismo. E esse julgamento na hora mais inoportuna possível. No carnaval você pode ser quem você quiser. Homem vira mulher e a vida segue após quarta-feira de cinzas.<br />
<br />
<br />
<b>1. Secretaria de Segurança Pública de Salvador proíbe temas e batuques africanos.</b><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQaFLSom0EkEAeF4r_QfYV7RzMVoYYd1eBWe-twqh0zUyi0x2q2XL02KX_Kwckh2ZEmsIjW_LM-CzlFAu41dYYqOItAZYFdQ_hsr73stSoGrhMRoftxs3Xmr_yV1cLknQ3xLXkYzx8MSqW/s1600/gandhy+proibi%C3%A7%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQaFLSom0EkEAeF4r_QfYV7RzMVoYYd1eBWe-twqh0zUyi0x2q2XL02KX_Kwckh2ZEmsIjW_LM-CzlFAu41dYYqOItAZYFdQ_hsr73stSoGrhMRoftxs3Xmr_yV1cLknQ3xLXkYzx8MSqW/s1600/gandhy+proibi%C3%A7%C3%A3o.jpg" height="69" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"> Fonte: DVD A Bahia do Afoxé Filhos de Gandhy</span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
De uns anos pra cá, eu vinha achando que o carnaval de Salvador não tinha mais nada a me oferecer. ...2011, 2012, 2013. Tudo parecia “mais do mesmo”. Resolvi fugir dos “lugares comuns” do carnaval para um jovem de classe média (camarotes open bar/all inclusive, blocos e tudo mais que custe acima de R$ 250,00/dia).<br />
<br />
Sempre tive curiosidade de sair no Filhos de Gandhy. Juntou “fome” com “vontade de comer”. Hoje estou realizado pela experiência que o bloco me proporcionou. Sem dúvida, esse foi um dos carnavais que mais curti, e gastei <b>RELATIVAMENTE</b> pouco.<br />
<br />
Nunca vi um bloco igual. Pais carregando seus filhos no cangote, portadores de Síndrome de Down, cadeirantes, estrangeiros, homossexuais e heterossexuais. Um variado degradê de tons de pele, do preto ao branco. Eu sou essa bagunça harmoniosa. Saí no Filhos de Gandhy para me sentir mais baiano, para satisfazer o meu “complexo de povo”.<br />
<br />
<b>Identidade. Pertencimento.</b><br />
<br />
Saí no Filhos de Gandhy também por ser trabalhador. Quero pertencer a esse bloco criado por estivadores do Porto de Salvador. Fiz colar por colar para pôr meus sentimentos e meu trabalho neles. Um certo velho barbudo teorizava que o valor advém do trabalho. Eu acredito nisso.<br />
<br />
Aprendi no Filhos de Gandhy que ainda há carnaval sem abadá e coreografias ensaiadas. Se for para deixar o português de lado, que se dê preferência ao iorubá ao invés do inglês. Não só de <i>“open bar”</i> e <i>“all inclusive”</i> é feito o carnaval.<br />
<br />
<b>AJAYÔ!</b>Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-17199169488441201702014-02-16T20:14:00.002-03:002017-09-02T15:48:45.644-03:00Where is the 'dendê' in my blood?<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX9XmPAMPYK38vOVWArdS2vI7AfOm2bPm8Tph1_o7ttyt8yAMsjR9Dp8tsWpqGh4el1PAgDwmCAO22f6nZV9I8wrTW702SeP9P-h1Yp4vSdBAtmdj0yer2GXr3jDlXITS2qiKA7F7Yc_v1/s1600/photo.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX9XmPAMPYK38vOVWArdS2vI7AfOm2bPm8Tph1_o7ttyt8yAMsjR9Dp8tsWpqGh4el1PAgDwmCAO22f6nZV9I8wrTW702SeP9P-h1Yp4vSdBAtmdj0yer2GXr3jDlXITS2qiKA7F7Yc_v1/s1600/photo.JPG" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ensaio do Ilê Aiyê - Foto: Lucas Franco</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Uma das lembranças mais fortes do meu início de adolescência aconteceu em uma aula de história na 6ª série. Os resquícios de fantasia de infância davam lugar, gradativamente, a doses cavalares de mundo real. Quando meu professor, Sérgio Guerra, pediu para que levantassem a mão os alunos que já haviam visitado a Disney, algo em torno de um terço da classe (inclusive eu) ergueu os braços. Pensativo, Guerra ajeitou os óculos com o dedo indicador, franziu a testa e disparou "agora quero saber quem já foi ao Curuzu..."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Silêncio. Em seguida, burburinhos. Pior do que confirmar qualquer teoria do docente era nem saber onde ficava o Curuzu. Decerto o estádio do Paysandu não seria o alvo da sua pesquisa, ou melhor, experiência marxista. Fato que ninguém se manifestou. Com um misto entre sorriso triunfante e olhar melancólico de quem não pôde se surpreender positivamente, Guerra continuou. "Muitos de vocês foram a Disney, todos vocês ao menos já ouviram falar do parque de Mickey Mouse, mas nenhum de vocês sequer ouviu falar no Curuzu. Vocês são mais americanos do que baianos". </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Cada dia que eu busco desvendar minha própria cidade eu me lembro desse episódio. O colégio em que estudei, o Cândido Portinari, é um mundo à parte. Um mundo sem azeite de dendê e sem ritmos africanos. Um mundo que se estendia da sede da instituição, no Costa Azul, até o Aeroclube, baladas para menores de idade na Fashion Club, festas de quinze anos, praia de Piatã, jogos do Jocopa (Jogo dos Colégios Particulares) e mais meia dúzia de lugares clichês. Um mundo que foi meu até os 17 anos. Um mundo que eu apreciei enquanto por lá vivi. Um mundo sem São Lázaro, Rio Vermelho, Pelourinho e Cidade Baixa. Um mundo que não desejo ver meus filhos vivendo em função. Salvador é muito maior.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Cada um pode escolher o tipo de vida que quer levar. Os shopping centers e seus seguranças particulares dão lugar às praças públicas por desconfiança com a segurança pública. Mas as distâncias entre bairros nobres e subúrbio diminuem cada vez mais. E é da cabeça de quem se preocupa em proteger as fronteiras que surgem defesas à pena de morte, grupos de extermínio e criminalização dos rolezinhos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para compreender e amar algo, é preciso conhecer. Por um mundo com menos danone e mais dendê.<br />
<br />
*Curuzu é onde fica localizada a sede do Ilê Aiyê, o primeiro bloco afro da cidade e símbolo da resistência negra.</div>
Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6871674177307060140.post-10628444366138646392014-01-29T21:53:00.000-03:002014-01-29T22:53:42.102-03:00Não fale bem, nem fale mal...<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpXl5EQ8p9k_MKLOS2BRehdlq8grsMkSOyOnwcMhg-9Lsxte4eeK9SHS3qg6TQlNDcCX9jZWevbPW8Rk_WBc8_f61bMGWAvEM2Pbb68BNJC3x-HJqWgt9ssfEfZ9iqIzzS_abrximy9V4N/s1600/rio.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpXl5EQ8p9k_MKLOS2BRehdlq8grsMkSOyOnwcMhg-9Lsxte4eeK9SHS3qg6TQlNDcCX9jZWevbPW8Rk_WBc8_f61bMGWAvEM2Pbb68BNJC3x-HJqWgt9ssfEfZ9iqIzzS_abrximy9V4N/s1600/rio.jpg" height="300" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Ricardo Zerrener - Divulgação</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: justify;">
O bairrismo, definitivamente, colabora para as coisas continuarem do jeito que estão, <a href="http://grandedobrasil.blogspot.com.br/2013/12/o-bairrismo-e-meu-escudo.html" target="_blank">como opinei na última postagem</a>. Sua índole conformista não é só instrumento de defesa. Também é usado para atacar críticos que muitas vezes, por tanto gostarem de um lugar, colocam o dedo na ferida para provocarem reflexão. Mas o outro extremo tampouco me agrada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu não li nenhuma pesquisa a respeito, mas acredito que os brasileiros herdaram um péssimo hábito dos portugueses: o de valorizar o que vem de fora em detrimento do que é local. Em conversa com um vendedor de produtos de futebol no aeroporto de Lisboa, perguntei se Cristiano Ronaldo é admirado em seu país, afinal, o cara é uma febre em todos os lugares que visitei. A resposta que ouvi me surpreendeu. O cara que viria a ser o melhor jogador do mundo na temporada sofre duras críticas dos conterrâneos, assim como cientistas lusos só ganham reconhecimento nacional quando vendem suas ideias no exterior.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Isso explica porque elogios à ex-colônia da terra de Camões podem repercutir tão negativamente quanto as críticas mais duras (e muitas vezes injustas). Quando um americano escreveu uma <a href="http://www.forte.jor.br/2013/12/29/estrangeiro-cria-lista-de-motivos-pelos-quais-odiou-morar-no-brasil/" target="_blank">lista com 20 motivos pelos quais ele odeia o Brasil</a>, as redes sociais se dividiram entre os que disseram reconhecer os defeitos e os que se sentiram ofendidos. No entanto, quando um jornal do mesmo país do "crítico" enumera uma <a href="http://vidaeestilo.terra.com.br/turismo/jornal-americano-lista-licoes-do-brasil-ao-mundo-para-viver-bem,f440ab750ffd3410VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html?ECID=BR_RedeSociais_Facebook_0_Noticia" target="_blank">lista com 12 lições que os brasileiros dão ao mundo</a>, a repercussão negativa foi ainda maior, com comentários como "quem escreveu isso estava drogado" ou "o governo federal pagou quanto para esse jornal?".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As duas listas trazem distorções e não percorreram tantas cidades para tirarem conclusões de uma nação de 200 milhões de habitantes. Não somos o inferno retratado pelo cinema local, tampouco a terra da alegria, como agências de turismo e comerciais de TV tentam empurrar goela abaixo. As pessoas não necessariamente são mais felizes porque vivem aqui, embora a felicidade dependa muito da maneira como o ser humano se adapte ao seu ambiente. A construção de um novo país depende do seu povo, embora as mazelas atuais em todo o continente sul-americano sejam históricas. Mas enquanto isso, o brasileiro vai preferir que falem bem ou falem mal de seu país<span style="text-align: justify;">?</span> Ou que não falem nada<span style="text-align: justify;">?</span></div>
Lucas Francohttp://www.blogger.com/profile/10947285740756050215noreply@blogger.com0