domingo, 27 de abril de 2008

Astrogildo, o cara que não aceita a derrota

Era uma vez, um moleque chamado Astrogildo. Como grandes virtudes desse grande centroavante do XV de Lagarto estão a persistência e, por incrível que pareça, a ingenuidade. Quando todos pensavam que era impossível virar um jogo contra uma equipe superior tecnicamente, ele bufava de raiva, pedia a bola, carregava a bola até onde dava como um tratô se chegasse perto do gol, a chutava, se sofresse a falta, a batia para o gol, e sozinho muitas vezes decidia o jogo.
Como grandes defeitos de Astrogildo estão a persistência e a ingenuidade. Esses traços de personalidade, que por horas eram usados em pró da equipe em alguns momentos, em outros a prejudicavam: não eram poucas as vezes que Astrogildo pegava a bola da defesa de seu time, tentava sair jogando e a perdia, oferecendo perigo para o XV de Lagarto. Mesmo errando pela 1ª vez, ele persistia, e caía no mesmo erro, e como o susto já não lhe dera a lição, a equipe adversária dessa vez fazia o gol. Astrogildo saía xingado pela torcida papajaca*, que já não aguentava um moleque limitado se achar o Pelé do novo milênio.
Na outra partida, quando todos pediam para ele desistir das jogadas individuais começando do campo de defesa, ameaçando inclusive de tirá-lo da equipe, Astrogildo novamente desobedecia, e a equipe vencia, logo, todos se calavam. No entanto, esse ciclo era contínuo: na próxima, as coisas davam errado, na seguinte, certo... Com esse ciclo, o XV de Lagarto era uma equipe irregular, e sempre ficava no meio da tabela de todas as competições que disputava: não chegava ao topo da tabela, tampouco corria risco de segurar a lanterna.
Até que, anos mais tarde, uma 'maré de sorte' parecia acompanhar Astrogildo: 60% de suas jogadas resultavam em gols seus, e quando não resultavam em seus gols, em apenas 20% das vezes resultava em gols do adversário. Com as estatísticas em seu favor, o XV de Lagarto chegou a final do campeonato municipal, para enfrentar o Atlético Lagartense, maior potência da cidade.
Astrogildo sentiu medo de ser ousado num momento tão crucial da carreira, e sem sua ousadia, a equipe perdeu uma chance única na história; Como consolo, havia o fato de que o gol que resultara o gol do Atlético não ter sido culpa de Astrogildo, porém, mesmo com o final da partida, ele não se conformava com a derrota, e após o árbitro estender os braços terminando a partida, seus companheiros caíram no chão, seus adversários pulavam de alegria, e Astrogildo pegou a bola, partiu com tudo em direção ao gol, e chutou, estufando as redes sem goleiro. Ele acreditava ser o gol do empate, pulou, vibrou, na descrente esperança de que havia vencido, já que a persistência era seu defeito, a ingenuidade, sua qualidade, afinal, quem vai provar para sua mente que o campeão não era ele?

*Quem nasce no município de Lagarto, Sergipe.

sábado, 26 de abril de 2008

Esporte e vida

Uma das grandes lições que o esporte me deu é acreditar nos nossos sonhos e lutarmos por ele até o 'apito final'.
Eu vejo principalmente o futebol, como uma metáfora da vida humana, com suas 'viradas', garra e imprevisíveis resultados. Também o vejo como uma metáfora da nossa sociedade, com uma ótica otimista: nem sempre a vencedora é a equipe mais técnica, com melhor organização tática, força física ou tradição: não são poucas as vezes que a lógica pede licença e dá lugar ao 'inexplicável', em que especialistas da bola se reúnem numa mesa redonda transmitida para todo o Brasil e em mais de 2 horas não chegam a uma conclusão do que levou a determinado resultado.
A vitória provavelmente será difícil se o seu adversário a desejar tanto quanto você, e independente do nível técnico do outro lado, é preciso sempre ter os olhos bem abertos.
Penso que, se não há segredos para a vitória, o método mais seguro de consegui-la é lutando, claro, com ética, lutando pelo que você acredita, defendendo o seu lado, até onde der.

Abaixo, uma charge publicada por Maurício Ricardo, do site charges.com.br , com uma mensagem de Ayrton Senna homenageando a seleção brasileira campeã da copa do mundo de 2002, em 30 de junho.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Viva a pluralidade!

Que bom que nesse mundo há uma grande pluralidade cultural. É interessante que antes de julgarmos as idéias diferentes das nossas, façamos um esforço para tentar enxergar tal idéia se colocando no lugar do idealizador, e não do nosso, como se essa idéia fosse distante e fria.
O termo etnocentrismo, muito estudado em antropologia, se refere ao juízo de valor tomado por apenas uma referência (esta referência seria o 'centro', e o que divergisse, periferia). É preciso não se precipitar, analisar o que levou tal indivíduo a pensar de determinada forma, para assim compreender que se pode conviver em harmonia mesmo pensando diferente, ou, se caso essa idéia divergente seja vista como 'ameaça'(a exemplo do nazismo), compreender seu surgimento e assim, com a sua visão, mostrar para o nazista em questão que este está agindo por impulsão de sua comunidade (ao invés de julgá-lo e puni-lo, é interessante mostrar algo que deveria ser universal na educação de todas as culturas, a tolerância- ou eu estou sendo etnocêntrico por achar que deveria ser universal? -), e se este analisar de outro ponto de vista enxergará que o que levou a criação do partido nazista na Alemanha foi um forte sentimento de revanchismo a fim de lutar contra os que a humilharam com o tratado de Versalhes (que ao invés de procurar a paz, humilhou os alemães com perdas de território e submissão as outras potências, tão imperialistas quanto ela- daí a responsabilidade da sociedade, que não deve julgar o fato sem ter paciência, já que o que levou a criação do nazismo foi um sistema até hoje alimentado e visto como normal: a exploração do ser humano, que acontece até hoje-, mas que por terem vencido, imporão suas condições de superiores, e assim, era natural que nenhum povo irá se submeter a uma opressão tão explícita, e se lutou pelos ideais de justiça, porém, alguns visionários como Hitler viram essa oportunidade para enriquecer o estado alemão mais do que antes do tratado explorando sem piedade seres humanos, matando judeus que detinham os meios de produção para acumular seu capital e assim financiar pesquisas científicas a fim de montar um exército 'imortal' e assim se pudesse dominar o mundo, impondo sua 'superioridade racial' para que no mundo uma minoria ariana mandasse nos demais- uma pena que um povo que tenha sentido na pele a opressão não tenha tido a sorte de ter líderes humanitários, e assim, hoje a Alemanha é marcada pela história pelo nazismo- e não por ter sido vítima de opressão- e até hoje existem focos de jovens neonazistas, que, se forem analisados, podemos perceber que na vida destes faltou instrução, já que defender uma tese onde o pensamento individual é dispensado em pró das ações coletivas e militaristas mostra o quão pouco estes jovens neonazistas conhecem sobre o mundo, e sua intolerância tem de ser coibida afim de não desestabilizar a segurança da sociedade).
A Alemanha foi imperialista sim, e quem tem uma visão humanista não irá defender o imperialismo, mas eu acho que, se tratando de ser humano e suas impurezas, todos tentam oprimir para se sobrepor (o pensamento coletivo de todas as nações que estudei guardam egocentrismo, e se a nação é pequena e oprimida, digamos que ela não teve força suficiente para oprimir, se tivesse oportunidade, oprimiria- sou contra a opressão, mas tenho certo pessimismo em relação ao ser humano ainda, contrastando com meu otimismo de querer ver um mundo melhor sem saber dos métodos com a esperança que um dia eu ajudarei a criá-los).
Todos estamos envolvidos com a cultura local, e por mais que pensemos ser 'independentes ideologicamente', saiba que dificilmente algo que você pensou não tenha sido pensando por outras pessoas no mundo em diferentes épocas, mas, como eu disse no parágrafo anterior, ainda tenho esperança de inventar métodos para melhorar o mundo (a não ser que você esteja prestes a fazer uma inovação genial, como eu gostaria, você deve ter pensado em ‘coisas repetidas’, de qualquer jeito, arrisque, e como a ciência é luz para iluminar a vida de todos, exponha sua ‘quem sabe’ idéia genial, pois eu não disse que é impossível alguma pessoa ter pensado antes, eu sugeri que ‘dificilmente’ você tem exclusividade ideológica).
Respeitar a nossa cultura regional, por mais que não simpatizemos com ela, é respeitar parte de nós mesmos, de alguma forma, envolve amor próprio (a não ser que você tenha perdido a memória, esquecido tudo que aprendera antes, volte a se comportar como um bebê e aprenda tudo de novo, e de qualquer jeito, para se comportar como humano terá que aprender algo para viver em sociedade, e isso se chama cultura).
É impossível negar diferenças culturais, e estas na maioria das vezes se tornam mais evidentes com as distâncias geográficas. A globalização tem um principio muito ligado a economia, mas se analisarmos a troca de informações entre povos e a tolerância entre estes mesmos, podemos ter um mundo mais unido, com mais paz, porém, sempre será diferente, e as diferenças enriquecem o mundo.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Show do Grandão



Projeto de Sociedade e tecnologia feitos por Camila Valladares, Larissa Meira, Lucas Franco, Rafael Ribeiro e Técio Martins.

terça-feira, 15 de abril de 2008

terça-feira, 8 de abril de 2008

A cidade das molas

Era uma vez, uma cidade onde habitavam molas, de todos os tipos: das mais contraídas às mais distendidas havia uma variedade tão grande que ainda não havia sido catalogada.
As molas distendidas eram a minoria e mandavam na cidade, e as molas contraídas eram a maioria e queriam se distender. Independente do grau de contração, todos sabiam que, por mais que se chegasse ao nível máximo de distensão, as molas tinham tamanhos diferentes.
Os métodos para se distender as molas eram os mais diversos, mas não eram contados ao público, pois havia uma crença que a cidade era pequena demais para tantas molas distendidas.
As molas contraídas sofriam forte exploração, e mesmo querendo mudar essa realidade, não sabiam como. A profissão das molas contraídas em nada facilitava sua distensão, e nem criavam perspectiva de um futuro brilhante, então as molas contraídas ficavam tristes, sem esperança, e jogavam suas frustrações em cima de suas companheiras, e não dos responsáveis pela sua tristeza, que eram suas patroas.
Até que um dia, uma mola contraída descobriu o segredo que fazia as molas se distenderem, e logo, começou seu trabalho árduo de ensinar todas as molas contraídas a se distenderem, e mais que isso: quando se distendessem ao máximo, ainda podiam crescer mais. Com esse ensinamento, as molas contraídas fizeram uma grande revolta, e descobriram o poder que tinham por ser a maioria, e tomaram o poder. A partir desse dia glorioso, todas as molas lutam para serem umas maiores que as outras, mas lutam para crescer, e não para diminuir as outras e se sentirem maior por isso.

A vontade de se distender e assim se destacar é natural para as molas, e vem sendo benéfico para essa cidade, pois, se somando compararmos as energias mecânicas das molas de antes e hoje, depois da revolução, temos molas mais capacitadas, e mais distendidas.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

O dono do céu e mar

Bom, essa poesia foi feita por mim, daqui há 1 semana descreverei o sentido que eu dei inicialmente e em que pensei ao faze-la. Mas como, ào jogar sus versos para o mundo, as idéias deixam de pertencer ào criador, quero ver a livre interpretação nos comentários =]

Navegador dos 7 mares
Celestial rei de todos os ares
Há terra entre meus lares
Separando dois lugares

Dividir o oceano por mares
Céus por nuvens àos pares
Para as terras não há lugares
Não se toca nesses lares

Entre o céu e o mar não reino eu
E são poucos como eu
Que se importa com o que é meu
Sem saber o que é seu


Entregue-se a reforma
Utopia sensacional
Romantismo de mim mesmo
Pesadelo emocional

Tome lhe um algodão doce
Nuvem despedaçada
Sonhos de reunúncia
Idéia desperdiçada

Tenho medo de ver o choque
entre o céu e o mar
se chocando contra a terra
O doce e salgado a se misturar

O céu é doce e puro
Me sinto anjo pelo que sou
O mar é para poucos
Me sinto dragão devorador

Não dá para só navegar
Seria um marinheiro só
Não dá só para nas nuvens flutuar
Pois perderia para sempre o mar

Ó terra, tenho medo de tu
Tomamos conta de ti
E quero a sempre feliz
E o que entendes por felicidade?

Feliz de não se chocar
Com o céu e o mar
Para sempre hei de perguntar
Até quando assim será?

sábado, 5 de abril de 2008

Direitos humanos para infratores das leis convencionais

Existem diversos tipos de transgressões sociais cometidos por uma pessoa: delitos por conta de sua necessidade de sobrevivência, crimes graves como assassinatos cometidos seja por esta estar envolvida numa organização criminosa e lucrativa ou por problemas mentais não resolvidos e divergências políticas, onde se prende alguém por ir contra a organização do estado(que deveria permitir livre expressão até um certo ponto- reprimir movimentos quando estes começassem a se tornar perigosos para a sociedade como um todo, como o nazismo, e não para seu próprio sistema, como lutas por libertação de um território, nesse caso, o estado Chinês já prendeu e até matou quem fosse a favor da libertação de Taiwan e Tibet).
Independente da categoria que se enquadra o infrator em questão, esse deve ser tratado com respeito, pois já está cumprindo com o crime que cometeu ao ser privado de liberdade, um dos principais direitos do ser humano, que só pode ser tirado por uma transgressão social séria que ameace a sociedade. Qualquer tipo de acontecimento que infrinjam os direitos humanos dos presidiário, seja tortura policial, superlotação nas celas(e combinação de presos de realidades distintas nelas- como pôr um assassino de sérios problemas psicológicos e um manifestante preso numa luta por libertação- que por sinal nem deveria estar preso) e más condições de higiene deve ser julgados e o estado processado por desrespeitar normas básicas numa sociedade séria e comprometida com o bem estar social.
Todo preso, seja na delegacia ou em presidiários, devem ter o direito a visitas, banho de sol e atividades que lhe tirem a ociosidade, afim de reeducá-lo para no futuro se conviver em sociedade(e mesmo que a pena seja tão alta que este jamais volte a ter liberdade, que a vida dele de privações tenha dignidade).
Muitos dos infratores são vítimas dessa sociedade injusta, que causam condições miseráveis para uma população que luta pela sobrevivência da forma que pode, e o sistema não lhe ajuda a crescer da forma legal. Sei que é fácil defender infratores quando nenhum destes nunca me tirou nada, mas quero continuar lutando pelo que eu acho justo sem agir passionalmente, e sim com a razão da justiça, do que pelo menos eu acho justo.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Impurezas dos seres humanos

Antes de firmar uma opinião política, é interessante que a pessoa em questão tenha consciência que o ser humano está longe dos estereótipos 'românticos' passados por histórias de ficção com moçinhos e vilões.
A visão política em si não compromete o caráter de um indivíduo, embora se saiba que a prioridade no sistema capitalista é o lucro, então, por mais que nele se defenda os direitos humanos, o lucro será o objetivo primário, e os demais secundários, terciários...
Não significa que por se defender um sistema onde a prioridade seja o social, em que o estado se comprometa no que pode a fazer um cidadão mais feliz, não há pessoas que usam dessa teoria, mas colocam em prática interesses pessoais, e adotaram aparentar ter essa visão política por se ter uma estratégia fora do convencional.
A bondade também é extremamente relativa: tratar o próximo com respeito, e fazendo o que se pode, inclusive além do que é seu dever cívico, renunciando às coisas suas em pró de um mundo onde todos possam se ajudar, não tem haver com partidarismo, e o estado tem a obrigação, a meu ver, de oferecer dignidade a todos os cidadãos e estes escolherão seu destino, mas como sou a favor da liberdade e não intervenção do estado na vida privada, cada um escolherá o que é bom para si, e se um cidadão optar por uma vida desregrada, o estado não pode se responsabilizar, porque a função dele é agir até certo ponto.
Ter noção da consciência humana, de nossas impurezas, através de leituras que busquem certo grau de pessimismo, pode nos ajudar a quebrar o estereótipo entre bem e mal, afinal, todos nós, seres humanos, temos o bem e o mal dentro de nós, cabe decidir para onde queremos nos projetar, e cabe conhecermos a si próprios, pois nem toda vontade extintiva corresponde a ideais.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Greve das polícias Civil e Militar

Texto escrito por mim na comunidade do orkut de minha turma da faculdade.

A cidade de Salvador passa por um momento delicado, em que negociações parecem ser incompreendidas pelo dois lados e a população se encontra no lugar dos corais como na frase "Na batida da onda do mar contra as falésias, quem perde são os corais".

Claro que no contexto dessa frase há uma referência há uma 'briga de gigantes', o que na realidade da possibilidade da greve da PM não é verdade: o governo estadual dará um aumento pequeno(4,46%) para nossos policiais(eles querem pelo menos 9,21%), e levando em conta a inflação do nosso país, e a falta de aumento relevante em diversos cargos públicos, chegaremos a um momento em que estaremos tão espremidos que teremos dificuldade de pagar coisas básicas.

Acho que é interessante uma certa taxa da inflação, mas só se esta for acompanhada de aumentos salariais(todos ganhariam com isso, a população e o mercado), e enquanto os aumentos continuarem inexpressivos, é interessante que pessoas não se conformem e lutem pelos seus direitos, contra a opressão do estado.

Claro, a cidade viverá dias de caos caso aconteça a greve, e não quero isso, quero continuar minha vida normal, indo a faculdade que tanto gosto, vendo vocês, meus colegas, mas vejo como 'vilão' maior desta história o estado, e não os policiais, e se o estado está perdendo dinheiro de arrecadação(por isso está resistente a dar aumento), é justamente porque a população não consegue pagar impostos, e só conseguirá se ganhar melhor, e policial também consome, como todos nós, então, na minha opinião, existe uma falha grave de planejamento orçamentário, e uma greve de policiais levará prejuízos materiais ào comércio em dobro(1º, porque as portas vão fechar e não se irá vender, e em 2º, porque poderão houver roubos), por isso, sou a favor urgentemente do aumento do salário da polícia militar e civil(no caso da civil, há outro protesto- os delegados irão ganhar um aumento 'desproporcional' entre 17 e 33%- em relação à outras patentes- 5,5%), não só pela nossa segurança, mas por justiça.