quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Você sabe muito!

Como pode um garoto de favela ter tanto conhecimento geral a ponto de ganhar num programa de perguntas e resposta o equivalente ao que geralmente um intelectual ou doutor ganha? A verdade é que, embora a leitura seja importantíssima, a maior parte do conhecimento de nossas vidas vem das nossas próprias histórias, e vivendo o inesperado ao mesmo tempo em que se escolhe que trilha seguir faz com que possamos construir nossa própria bagagem, uma bagagem de informação própria, que nos ajudará para os futuros desafios da vida.
São essas e várias outras reflexões que o filme ''Quem quer ser um milionário?''(maior ganhador do Oscar esse ano, está estreiando no Brasil essa semana) passa. Ganhar muito dinheiro é um valor universal? Ou é cultural? E sendo cultural, podemos renegar tal valor? Nós seres humanos, embora submetidos a um conjunto de normas sociais, podemos transgredir a trilha que nos empurram, e escolher que caminho nos levará depende de nossas crenças, e acima de tudo, de nosso coração. Afinal, quem não ouviu a famosa frase ''Siga o seu coração?".
Pessoas não são folhas de papel em branco em busca de se preencher desenhos da modernidade: por mais que busquemos nos enriquecer com novas histórias, as histórias passadas não nos abondona, e Jamal (o protagonista do filme) não fez nenhum esforço para usar de suas sofridas lembranças em prol de uma causa mais nobre do que a maioria das pessoas imagina que seja: lembrar das perguntas de um 'game-show' e acertá-las não é prova de genialidade, afinal, ele é um representante do povo que conseguiu vencer. Não fugimos da nossa história: quando menos esperarmos, ela virá até nós, fazendo nos lembrar quem somos, fazendo-nos perceber que memórias tristes não devem ser apagadas, e sim lembradas para ser usado a nosso favor quando precisarmos.
O ser humano é capaz de mudar? O filme '16 Quadras' prova que sim, e eu realmente acredito, embora não seja algo tão certo, e que boa parte de nossa índole se constrói na infância, e é baseado nisso que as histórias de Jamal (personagem principal) e Salim (seu irmão) são tão diferentes: eles são uma fiel representação do símbolo oriental 'Yang', onde metade de um círculo é preto com parte branca e a outra metade o inverso. Confiamos na bondade, mas não devemos esperar sempre a pureza, assim como estamos sempre alerta para a maldade, embora possamos abrir exceções para o 'renascimento' de alguém que busca agir melhor.
'A visão romântica de um mundo perdido': essa frase é extremamente controvérsa, embora o romance muitas vezes venha em um deserto, e de onde menos se espera, haverá água, e não é miragem, embora o calor da realidade nos force a sempre desconfiar, e com razão. A miséria da Índia contrasta com a busca de Jamal por uma vida melhor, e sua teimosia é extremamente positiva, e parte dela é demonstrada em suas ações tomadas por base da emoção (que é tão digno como a razão) em prol da mais nobre causa da história, e apenas vendo o filme vocês saberão qual é.
Me deixou muito feliz esse filme ter ganhado tantos Oscars, especialmente o de Melhor filme. Não que eu ache os critérios da academia de cinema americana justa: o circuito não comercial tem muito mais espaço em outros festivais, onde se valoriza critérios que fogem da forma industrial americana de pensar, a exemplo das cenas monótonas que muitas vezes trazem o espectador a uma reflexão consigo mesmo e pensando assim, ele chegará a um lugar não acostumado a ir com o cinema hollywoodiano, que mastiga conteúdos para serem digeridos pela grande massa.
A felicidade maior do prestígio de "Quem quer ser um milionário?" é que o elenco é indiano e conta uma história que foge dos moldes ocidentais, nos arrastando a um mundo de diferenças, mas acima de tudo, semelhanças. Semelhanças, porque somos seres humanos, portadores da mesma necessidade de amar e ser felizes, seja em Los Angeles ou Bombaim. Pode ser apenas um surto de mudança de mentalidade da academia, mas de qualquer jeito, é para se comemorar tal feito, e é de se vibrar por tão interessante filme, bem feito sem deixar de lado suas raízes culturais, fazendo-nos unir pelas semelhanças e não nos separarmos pelas diferenças.

Não se assuste com os desafios da vida: muitas das respostas que você precisar estarão dentro de você, e você nem sabe disso

Essa postagem foi...
A-Satisfatória
B-Boa
C-Excelente
D-A melhor do blog

*Apenas uma brincadeirinha com o tema do filme, que é um jogo de perguntas e respostas.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Programa Perfilando

Alguns amigos meus da faculdade (são 2 semestres acima do meu) fizeram o projeto de rádio do ano passado com o nome de 'Perfilando'. A idéia do programa (que tem ambições de continuar 'vivo' mesmo depois de terminada a obrigação de elaborar o protótipo) é trazer uma pessoa da faculdade (que muitas pessoas conheçam) e em 30 minutos fazer uma série de perguntas, afim de desvendar o perfil do entrevistado.

No único programa que teve até agora, o entrevistado fui EU, e abaixo está em podcasts tudo que aconteceu, na íntegra (os 30 minutos divididos em 8 séries). Eu e meus colegas nos divertimos muito, espero que vocês também gostem.

Apresentação, poesia de Michel Almeida


Entrevista


Hino do Japão, entrevista


Convidado Repórter por um dia


música 'Festa de rodeio (Leandro e Leonardo) ', Ping-Pong


Agenda cultural


música 'Poesia de vida impressa' (Lucas Franco), enquete


música 'we are the champions' (Queen), últimos comentários

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Vidro ou Diamante?

Um homem esperava para atravessar uma avenida quando um brilho na grama em que pisava chamou sua atenção.
Deu uma olhada sem se abaixar e pensou "Deve ser um caco de vidro" e foi embora.
Mais tarde outro homem na mesma situação percebeu o brilho, abaixou-se, pegou a pedra meio suja e viu que era talhada como um lindo diamante.
Parecia mesmo um diamante enviando raios luminosos com as cores do arco-íris quando colocado ao sol.
O homem pensou: "Puxa, será um diamante? Desse tamanho? Perdido aqui? Como veio parar aqui?
Talvez eu devesse levar a um joalheiro pra ver ser é mesmo.
Olhava e olhava e de repente disse a si mesmo:
-"Que idiota eu sou, imagina se isso é um diamante, só pode ser um vidro talhado em forma de diamante que caiu de algum anel de bijuteria.
Porque um cara como eu iria achar um diamante?
E se eu levar a um joalheiro ainda vou ter que agüentar a gozação do homem por eu ter achado que podia ser um diamante...
Ha...logo eu ia achar um diamante assim... perdido numa grama...logo eu..."
E assim pensando jogou de novo a pedra na grama e atravessou a avenida até meio triste pela sua pouca sorte.
No dia seguinte outro homem passando pelo mesmo lugar viu a pedra, atraído pelo seu brilho.
"Que beleza de pedra" ele pensou!
"Parece um diamante, talvez até seja um diamante, mas também pode ser apenas um pedaço de vidro imitando um diamante...
O melhor que tenho a fazer é leva-la a um joalheiro e pedir uma avaliação." E colocou a pedra no bolso.
Tendo levado-a para avaliação mais tarde descobriu ser um verdadeiro diamante, de muitos quilates e com uma lapidação especial.
Era uma pedra muito valiosa ! Realmente especial e o homem ficou muito feliz com a sua boa sorte !

Na nossa vida as vezes encontramos pessoas que são como esse diamante...valiosas!
Pena que nem sempre nos damos o tempo para avaliá-las confiando na nossa primeira, e muitas vezes errônea, impressão, ou simplesmente achando que nunca tivemos sorte, então, porque aquela pessoa apareceria justamente pra nós?
Pense nisso!
Dê-se uma chance!

(Autor desconhecido)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Dêêêixe a menina cantar oiá iá...

Ela não pediu para ser tão cobrada e divide a opinião pública

O que você fazia quando tinha 16 anos? Eu particularmente tinha muitas ambições, mas nada que foi concretizado como extra-ordinário. Nunca fui gênio em nada, embora eu goste de algumas habilidades minhas, mas acima de tudo admiro quem se destaca tão cedo no campo dos esportes e arte, e na música, uma garotinha paulistana de 16 anos chamada Mallu Magallães mostra que trabalhando com naturalidade pode-se chegar a um patamar merecido, mesmo não se tendo sonhado tanto com isso.

Você pode não gostar de seu trabalho e até a achar imatura, mas o fato é que ela não pediu para ser famosa: assim como eu, ela gosta de expor seus trabalhos na internet (no meu caso, como estudante de jornalismo, exponho meus textos, vídeos e podcasts), no caso dela, suas músicas ficaram conhecidas no MySpace. Numa época contraditória como a que vivemos, onde todos tem vez (pelo amplo espaço da internet), mas só os bons sobrevivem, Maria Luiza de Arruda Botelho Pereira de Magalhães mostrou seu repertório, com violão, gaita, banjo, escaleta e piano. Claro, há muito o que aperfeiçoar: sua timidez ainda é evidente na discreta presença de palco, além de que sua voz, com o auxílio de fonoaudiólogos e a própria maturidade, poderá ganhar destaque no cenário musical brasileiro (e não apenas em limitados grupos). Mas a pergunta é: é isso que ela busca? Deixa ela pensar o que é melhor para ela, sem pressões, e se for de sua vontade crescer na carreira, eu aposto minhas fichas nessa 'mulequinha', e eu não sou de me enganar: até bolão da copa do mundo eu já ganhei!

Uma aliança entre trabalho discreto e um crescimento de popularidade iriam fazer bem, acima de tudo, à música brasileira, que precisa de novas referências, e não são todos os dias que surgem uma adolescente que toca 5 instrumentos em diversos estilos musicais e ainda compõe (se bem ou mal, há a questão das preferências, mas não se discute a raridade do evento). Força Mallu, não pelo sucesso, mas pelo que você queira na sua vida, deixando as coisas acontecerem naturalmente e sem pressões, pois tenha certeza de que há quem torça por você!

Abaixo, dois clipes:

J1


Tchubaruba


Suas músicas no seu 1º cd são: You Know You've Got, Don't You Look Back?, Tchubaruba, O Preço da Flor, Town of Rock n' Roll, Her Day Will Come, "Angelina, Angelina" ,J1 ,Get to Denmark ,Vanguart ,Dry Freezing Tongue ,Sualk ,Noll ,It Takes to the Tango.

Carnaval abusivo!

Festa popular? Evento democrático? Esqueça tudo isso se você imagina que o carnaval de Salvador seja coerente com todas as suas letras: preços abusivos fazem os foliões gastarem até o que não podem, e em busca do que? Diversão? Não dá para se divertir sem gastar tanto?

As cordas dos blocos são uma síntese do apartheid social não só de Salvador, mas do mundo como um todo: 'fardados e felizes' estão os foliões que, quanto maior o preço do abadá, mais clara será a cor predominante na pele de sua maioria. Segurando as cordas, estão na sua maioria trabalhadores ofuscados pela 'luz das estrelas de cima do trio', na sua maioria pessoas que precisam muito daquele dinheiro e se submetem a péssimas condições durante horas de percurso. Tão povo quanto os cordeiros é a pipoca, embora me pareça incoerente o fato de serem os cordeiros os responsáveis pela segurança de seus patrões que pouco te respeitam, e não pela dos seus irmãos de origem.

No dia que a massa abrir mais os olhos para isso, haverá revolta, e fruto dessa transgressão poderá nascer violência, mas com um objetivo nobre: democratizar o elitista carnaval de Salvador. Eu não quero pagar mais de 200 reais para ter conforto e segurança. Eu não quero ser obrigado a ver os artistas de tão longe, e ninguém quer, mas o 'querer' só vira direito com as 'cifras', e quem não tem disposição para remexer tanto o bolso fica sem ver o evento que chama a atenção de todos na cidade.

Será que se paga pela qualidade? Eu acho que não: Salvador não está restrita ao Axé (Ivete, Asa, Chiclete...), pagode (Psirico, Fantasmão, BlackStyle...), tecno (Fat Boy Slim, Tiesto...), Forró (Cavaleiros, Aviões...) e tribal (Motumbá, Vixe Mainha, Timbalada...): somos também a terra de Pitty, Camisa de Vênus e Márcio Melo (Rock), Adão Negro, Diamba e Edson Gomes (Reggae), MPB (Caetano, Gil, Betânia, Gal Costa) e até pop (Moinho), muitos desses shows nem se paga para entrar, há lugares longe da grande mídia que se tocam bandas de altíssima qualidade, embora estes mesmos não façam questão de serem comerciais: pelo contrário, o intimismo de alguns artistas, longe de algazarra e multidão, proporcionam rara beleza, e só quem merece desfrutá-la é quem corre atrás dessas músicas, e não as músicas correm atrás de você, seja no rádio, na tv ou na boca do povo.

Não sou contra instrumentos estrangeiros no carnaval: uma guitarra pode cair muito bem com uma batida tropical (a exemplo do movimento 'tropicalismo', com Caetano e Gil), num misto criativo que poderá gerar belas canções, mas o lance é que o carnaval de Salvador está se prostituindo, as músicas estão empobrecendo e o regionalismo entra numa crise de identidade, entre o que é baiano e o que se constrói apenas para se ganhar mais dinheiro.

Claro que nem tudo de nossa terra é ponto de referência para nós: o estilo indie (que até virou rótulo para pessoas, com roupas quadriculadas, cabelos pretos brilhantes e músicas sem compromisso com a grande indústria) tem suas origens na Europa (a exemplo dos Strokes), mas no Brasil tem surgido excelentes bandas desse gênero, muitas delas respeitadas lá fora.

Então, a questão não é contrair todos os elementos da natureza da nossa terra Brasil, e sim respeitar a nossa essência pessoal, sem deixar que 'nosso meio' nos faça ser quem não somos, e questionar sempre o que todos têm tanta certeza, afinal, o que é Brasil? Somos só carnaval? Somos apenas o que construíram até agora, ou podemos nos reconstruir, progredir, inventar novos estilos e adquirir outros, em que sejamos tão bons ou melhores do que os próprios inventores (a exemplo do futebol, que fora criado na Inglaterra e 'refinado' por nós sendo a nossa técnica incomparável). Vamos reconstruir o carnaval de Salvador? Vamos reconstruir o Brasil? Reflitam sobre tudo isso e ouçam abaixo essa maravilhosa música de Gilberto Gil (A novidade), e mais abaixo uma imagem que fiz baseado nessa música há 2 anos atrás:



A novidade veio dar à praia
Na qualidade rara de sereia
Metade, o busto de uma deusa maia
Metade, um grande rabo de baleia

A novidade era o máximo
Do paradoxo estendido na areia
Alguns a desejar seus beijos de deusa
Outros a desejar seu rabo pra ceia

Ó, mundo tão desigual
Tudo é tão desigual
Ó, de um lado este carnaval
Do outro a fome total

E a novidade que seria um sonho
O milagre risonho da sereia
Virava um pesadelo tão medonho
Ali naquela praia, ali na areia

A novidade era a guerra
Entre o feliz poeta e o esfomeado
Estraçalhando uma sereia bonita
Despedaçando o sonho pra cada lado

Ó, mundo tão desigual
Tudo é tão desigual
Ó, de um lado este carnaval
Do outro a fome total


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Eu não quero acreditar!

Caso da brasileira que supostamente mentiu para autoridades suíças gera polêmica

Primeiramente, a notícia bombástica foi a de uma brasileira de 26 anos 'supostamente grávida' que fora atacada por um grupo de neonazistas, que fizeram diversos símbolos de sua organização em seu corpo e com isso ela perdeu o seu filho.

Revolta foi a primeira sensação, pela injustiça de recebermos diversos rótulos dos europeus e estes estarem longe de corresponderem com boas condutas. Depois de algum tempo, desconfianças vinheram à tona, e a polícia local afirmou que a pernambucana Paula Oliveira sofria de problemas psicológicos e já tinha perdido o bebê antes.

O pior vem acontecendo: ela assumiu a 'mentira', embora eu não queira acreditar que ela tenha feito isto, manchando a imagem dos brasileiros, que já sofrem de desconfiança ao viajar para o exterior. Quem sabe não há uma teoria da conspiração, em que ela foi pressionada para mudar o depoimento, que a polícia desmentiu com medo de sofrer impactos na sua imagem, já que a segurança pública pode ter falhado. E se isso for fantasioso demais, ao menos que ela seja uma pobre coitada doente e esquizofrênica, que viu coisas, e que também mudou seu depoimento por impacto das alucinações (o nome de sua doença é Lupus).

Talvez seja a hora de cair na real realmente, pois mesmo com o processo em andamento, as evidências nos empurram cada vez mais para a dura realidade. Uma realidade onde uma minoria derruba tantas coisas que outros tantos construíram: o povo acolhedor e trabalhador que, por fatos como esses, acaba ganhando o rótulo de malandro e pilantra.


Dá para acreditar nessa 'auto-mutilação'

Glorioso tricolor!

20 anos se passaram de um dia mágico na história do Esporte Clube Bahia: em 19 de fevereiro de 1989, o título nacional foi para a terra do Axé, em plena época de carnaval! Após o empate sem gols contra o Inter, num Beira Rio lotado, o esquadrão de aço faturou o caneco mais cobiçado do país, e nem voltou para casa no mesmo dia, pois tinha que aguardar a estréia da Libertadores, que seria também em Porto Alegre, no dia 22 (uma 4ª feira a noite). Mesmo em clima de festa, a nação tricolor pôde vibrar mais uma vez a importante vitória fora de casa, e os heróis da época foram recebidos com dupla festa: pelo título e pela importante vitória fora de casa na libertadores.

Bons tempos do glorioso tricolor, que já chegou a 4 finais de torneios nacionais, ganhando dois, além de já ter tido artilheiros no campeonato brasileiro, copa do Brasil, 2 títulos do Nordeste, 3 presenças em taça libertadores (em 2 delas chegando entre os 8 melhores da América do Sul) e é o 2º time com mais estaduais no Brasil. Títulos não nos faltam, e para reforçar o enorme orgulho de ser Bahia, lutamos sempre por dias melhores, e acreditamos que seja uma fase ruim, uma fase longa, que tantos outros times passaram e deram a volta por cima, porque o Bahia sempre existirá, é uma síntese do nosso povo, nosso símbolo de resistência e manifestação cultural: sonhar nunca é ruim, e desejamos sentir num futuro não tão distante as mesmas sensações que sentimos há 20 anos atrás, que junto com o título de 59, foram os ápices da história do clube!


Jamais esqueceremos dos nossos bravos heróis, e queremos fazer nos dias de hoje novos heróis para representar a honra de vestir o uniforme tricolor! Abaixo, 2 matérias:

Reportagem do Fantástico de 19 de fevereiro de 1989 (dia da decisão)


Reportagem do Globo Esporte de hoje, homenagenando a campanha tricolor como um todo (e não a final em si)

Ser Saiyajin

Alguém sabe o que é ser Saiyajin? Se você não sabe, arrisco dizer que tens mais de 25 anos ou não gosta tanto de desenhos animados japoneses.
Na série Dragon Ball (depois surgiram séries que deram continuidade com os nomes de 'Dragon Ball Z' e 'Dragon Ball GT'), os Saiyajin são personagens extra-terrestres, mas com características fenotípicas iguais às humanas, embora fossem dotados de capacidades especiais: sendo guerreiros, tinham uma força sobrenatural e defendiam o planeta Terra contra os inimigos que tentavam a destruir.
Como uma das características interessantíssimas dos Saiyajins está o seu enorme poder de recuperação: a cada pancada nas batalhas, seu corpo se fortalecia e poder de luta aumentava, e sendo uma classe de guerreiros que se tornavam mais fortes ao batalhar, em busca de seu fortalecimento, viviam da luta. Por isso os Saiyadins são tão destemidos: porque ao enfrentarem um lutador muito mais forte que ele, por exemplo, se ele ganhar, o desafio será muito maior para vencer, e com isso, a sua evolução, e daí a importância de se lutar pelo que realmente vale a pena.
Sem interpretações denotativas, mas ser Saiyajin é não ter medo dos desafios, ciente de que se luta para ganhar, mas em caso de 'perda', há o amadurecimento que te fortalece, logo, sempre vale a pena lutar, pois se não ganhar a batalha, ao menos se ganha experiência, se tornando uma pessoa mais madura para os desafios da vida, que serão muitos, e buscamos estar cada vez mais forte para todos.


Na ordem: personagens do Dragon Ball, Dragon Ball Z e Dragon Ball GT. OS Saiyajins, a exemplo do personagem principal Kakaroto (que ganhou o nome de Goku ao chegar ao planeta Terra) são destaque nas séries, embora todos tenham suas virtudes bem expostas em cada saga.

Abaixo, música e vídeo de abertura de Dragon Ball GT e a letra abaixo para acompanhar:



Seu sorriso é tão resplandecente
Que deixou meu coração alegre
Me de a mão pra fugir desta terrível escuridão

Desde o dia em que eu te reencontrei,
Me lembrei daquele lindo lugar.
Que na minha infância era especial para mim.
Quero saber se comigo você quer vir dançar.
Se me der a mão eu te levarei,
Por um caminho cheios de sombras e de luz.
Você pode até não perceber,
Mas o meu coração se amarrou em você
Que precisa de alguém pra te mostrar o amor que o mundo te dá.

Meu alegre coração palpita por um universo de esperança.
Me de a mão, a magia nos espera.
Vou te amar por toda minha vida.
Vem comigo por este caminho.
Me de a mão pra fugir desta terrível escuridão.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Apreciando a vida

Do que adianta beber um vinho da mais nobre safra se você não dá valor a arte da enologia?

Que sabor especial tem uma valiosa bebida se você não dá o seu valor, e até a confunde com outras bebidas sem processos tão complexos de criação?

Não importa quem bebeu uma maravilhosa garrafa: saberá ser plenamente feliz com a degustação quem se preocupa em entender de bons vinhos, e mesmo que não o consiga beber, não perdeu muito para um leigo que o ingeriu, pois para o leigo, este foi um fato inexpressivo, e para o bom enólogo, é um presente de Deus, que pode custar a vir, mas de sua chegada és a redenção: do vinho maravilhoso que chegar, que realmente tocará o seu coração.


Caminhando pelos vinhedos pisando nas uvas de belos plantios. Cuidando da maravilha que estar por aqui, delicioso vinho tinto, seco ou suave, estará por vir. Envelheço na garrada, deixo-no numa adega, e beberei. Beberei devagar, apreciarei lentamente, essa bebida especial, que não sai da minha mente.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Bahia leva primeiro gol em Pituaçu, mas vence de virada

A equipe tricolor mantém a liderança com folga no campeonato

Marcando 4 gols e sofrendo 1 – o 3º no campeonato e primeiro jogando em casa- o Bahia se mantém na ponta da tabela com 22 pontos e 7 vitórias mantendo a mesma distância de pontos que teve na rodada passada para o 2º colocado, o Vitória, que venceu o Madre de Deus fora de casa por 2 a 0 – e com esse placar vê o rival aumentar um gol de saldo em relação a rodada anterior.
Com um jogo a mais, a equipe comandada pelo treinador Gallo jogará na 4ª feira contra o Vitória da Conquista, no Lomanto Júnior. Surpresa na última edição do torneio, a equipe conquistense está na 3ª colocação e perdeu em casa apenas para a outra equipe de Salvador, o Vitória.
Com o eventual triunfo, os conquistenses buscam se distanciar do Fluminense de Feira, que está com o mesmo número de pontos e vitórias – com a diferença de 3 gols no saldo- e enfrentará o Itabuna fora.

Sonhar e Acreditar

Há dias em que faltam inspiração
Em que as horas demoram a passar
E que tudo que desejo é que chegue...
um dia melhor.

Mas o que fazemos hoje
Para termos um dia melhor amanhã?

Esperar pelo divino é uma alternativa
E se aliada a nossa busca por lutarmos
Mesmo na dificuldade de um dia pouco inspirador
Para vencermos as horas atuais
Mereceremos todas as maravilhas de um grande dia
Um dia que para se alcançar, as vezes é preciso além de sonhar, é preciso acreditar.


O mar pode alcançar as nuvens, vale a pena sonhar, com a mistura do doce e salgado, que o céu pode te proporcionar

Porque há guerra?

Devemos levar a palavra 'guerra' com naturalidade, ou continuarmos 'temerosos' quanto aos seus efeitos? A guerra ajudou a construir a sociedade 'organizada' que conhecemos hoje, ou fundou debaixo de um céu azul chamas de destruição, desigualdade e injustiças que se refletem até hoje? Numa guerra os dois lados sempre lutam por si, em busca de dinheiro e poder, ou poderá um dos lados lutar contra a opressão, sendo o outro lado mais forte e portanto, 'favorito' a vencer o embate, em que o fraco não tem alternativa se não lutar?

Há um trecho na introdução do famoso livro 'A arte de guerra' que recomenda-o "Um livro para ser lido não por todo comandante-em-chefe e todo oficial, mas por qualquer pessoa interessada na paz. Pois se o verdadeiro objetivo da guerra é a paz, aqui estão os meios de alcançá-la." Um cartaz de estudantes do colégio Cândido Portinari, numa manifestação em pró da paz no Iraque em 2003, dizia "Jogar bombas pela paz é o mesmo que manter relações sexuais pela virgindade". Quem está certo? A guerra se justifica?

Vale a pena lutar pela sua verdade, ou pode-se viver em harmonia com as diferenças? Querer ganhar muito dinheiro é um valor universal, ou está tão globalizado que a maioria das guerras tem esse propósito? E quanto as guerras ideológicas: vale a pena tirar vidas para provar que você está com a verdade, ou pode-se resolver diplomaticamente e chegar-se a um consenso, ou ao inves de chegar-se a um consenso, cada um viver com sua verdade? E se a verdade de um interferir nos valores do outro? Dá para renúniciar ao orgulho e investigar a sua verdade? Porque é sua verdade? Ela foi construída por você, ou muito antes de você nascer, fundada em crenças e preconceitos que visam separar e nunca unir?

O mundo é muito confuso, as vezes penso que estamos fadados a viver em guerra, e será essa nossa essência? Ser guerreiro siginifica se indispor sempre, ou poderemos ser guerreiro da paz, lutando com uma rosa na mão e dispensando as armas? Esses questionamentos ja devem ter sido feitos antes, mas mesmo eu sendo mais um a questionar, quero acreditar que as coisas irão melhorar, e vale a pena lutar, pela paz, pela paz que não vê armas, e sim amor. Amor que não vê fronteiras, mas que não precisa de consenso: ser feliz todos os dias sendo você mesmo, lutando sem agredir, sonhando em acordar, de seu grande sonho de um mundo, que ainda está para despertar.

Cobranças

Antes de descobrir a roda o homem conseguiu criar um protótipo de carro?

Antes de descobrir o fogo ja se planejava ir a lua?

Se o seu filho ao completar um ano não aprender a andar, você vai bater nele?

Se um jogador claramente ruim de bola não obter o desempenho que a torcida de um clube grande espera, a culpa é dele? Se ele se esforçar, foi em vão? Quem o contratou o conhecia? Havia verba para comprar um atleta melhor?

Antes de ganhar a libertadores, dá para ganhar o mundial de clubes? (com excessão do Corinthians em 2000, a resposta é NÃO)

Cada coisa no seu tempo, cada cobrança no seu devido lugar. Se esperam resultados, mas a ausência deles não tira o mérito das tentativas. Não se pode cobrar demais de si por não se obter êxito em algo, se esse algo muitas vezes não depende apenas de seu desempenho, e se seu desempenho um dia puder melhorar, será na hora certa, pois você não nasceu sabendo andar e falar.

Não há cronograma universal do aprendizado, o que vale não é apenas o que se sabe: é o quanto ainda irás saber, sem pressa de aprender, pois o mundo te abraça, e quer te ensinar, a ser feliz, e pelas ruas cantar, que está valendo a pena, viver, aprender, com coragem seguir, para algum lugar, deixe a vida te levar.

Quando se perde, nem tudo está errado...

E quando se ganha, tãopouco tudo está certo...

Para começar: que méritos teve a vitória, e qual o seu grau de dificuldade? É nessa linha de raciocínio que os críticos mais ferrenhos não deixam de criticar o Esporte Clube Bahia, mesmo este clube estando na liderança (com um jogo a menos), invicto e chamando milhares de pessoas para o estádio recém-inaugurado de Pituaçu.

O campeonato não é dos mais difíceis: enfrentar Poções e Feirense não são parâmetros de comparação com o que se enfrentará na série B do brasileiro. Certamente, deverá se tomar muito mais cuidado com equipes como o Vasco, Guarani e Ponte Preta. Mas não está 'cedo demais' para cobrar de um time que ainda por cima está ganhando e com bom público?

Para o radialista Zé Eduardo, mais conhecido como Bocão, o preço dos ingressos (20 reais) é abusivo e não atrai as massas, embora o estádio tenha lotado em sua capacidade máxima e nesse momento a equipe precisa melhorar a sua receita, ja que teve grande prejuízo em 2008 jogando em Feira de Santana e Camaçari. O patrimônio público tem sido preservado, e não que as pessoas que não podem pagar tanto são os responsáveis por ameaçar a integridade física do estádio, mas certamente a segurança do mesmo depende de uma boa verba, pois além de pagar o aluguel, o Bahia ainda tem que pagar muitas dívidas, frutos da administração antiga (embora muitos chamem a atual diretoria de continuista- e pode até ser, mas o tempo dirá se suas atitudes se repetirão). Há quem seque o Bahia e caso este não se torne campeão irá repetir a profética frase 'eu disse!'.

Paciência é o que o torcedor tricolor precisa, pois se mesmo ganhando as críticas não cessam, é abafando crises que se dá continuidade a um bom trabalho que aos poucos tende a silenciar os pessimistas e dar mais alegrias a torcida mais merecedora de momentos bons na face da Terra.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Use as suas armas

Antes de começar a reflexão que envolve o filme 'O último samurai', vale frizar que 'arma' está no sentido conotativo, logo, não são objetos que ameaçem a integridade física do próximo, e sim uma metáfora de como podemos ser felizes sendo nós mesmos num mundo onde as convenções tentam transformar todos os seres humanos em elementos com os mesmos caminhos, os mesmos objetivos e o mesmo vazio na alma.
Porque as projeções mais fortes são as de nascer, crescer, trabalhar e morrer? E ainda nos empregam o 'o importante é ser feliz', mas sem um conceito de felicidade tão definido, pois para boa parte dos seres humanos o dinheiro está entre as prioridades que ajudarão na construção da felicidade, e a felicidade é de uma complexidade tão grande que foge do conceito do universal para entrar no conceito do pessoal: cada um acha a sua felicidade da sua maneira, e se seguir ordens pensando que 'cumprindo as missões passadas' será realizado, fará o que a maioria das pessoas no mundo fazem: nascerá, 'crescerá', trabalhará e morrerá, e nada mais.


Eu gosto muito de cinema e das metáforas que os filmes trazem, algumas delas com significados só meus, em que talvez nem os diretores tenham pensado em interpretar de tal maneira, hehe. Interpretarei aqui Harry Potter, Senhor dos Anéis, Matrix, 1984 e outros tantos, mas a ‘bola da vez’ de hoje é ‘O último Samurai’, que na opinião de Richard Schickel (da revista TIME) é “Um filme que exige rendição à sua energia, à sua força cinematográfica, às suas interpretações e, acima de tudo, à sua visão romântica de um mundo perdido”. O que se perde, se luta para achar, e o ‘romantismo’ expresso na frase vem de uma mentalidade que busca melhorar o que quer que seja, mesmo que essa melhora pareça estar tão longe. No filme, os responsáveis pela busca são os Samurais.

Achar e buscar: verbos de quem não se conforma com a realidade, de uma realidade sombria e desgostosa. Devemos nós nos acostumarmos com a mediocridade? Para os samurais, a luta, independente de vitória ou derrota, sempre valia a pena, e mais importante que a vitória era o método utilizado na conquista, sem ferir princípios éticos, sem deixar de ser quem é, porque a vitória só vale a pena se o quesito ‘honra’ não se ferir. Os samurais não suportam a desonra, e por vezes se suicidam de vergonha, pois não conseguem viver com a humilhação de ferir seus princípios.
A palavra Samurai significa servir, e numa era em que o Japão buscava uma modernização que pouco beneficiaria seu povo e enriqueceria poucos, os Samurais eram a resistência contra a agressão a um país que por tantos anos foi feudal, e que por pressões puramente econômicas, buscava através de seus magnatas dar uma cara ocidental aos seus habitantes. Para pessoas como Omura (milionário japonês), era interessante acabar com qualquer foco de tradição que atrapalhasse nos rumos da modernização, logo, ele importou armas de última geração e militares americanos para treinar as tropas japonesas, formadas por camponeses que se quer tinham pegado numa arma de fogo e estavam despreparados para vencer uma guerra contra os Samurais, que usavam apenas suas armas tradicionais (como espadas e arcos), mas que tinham uma bravura assustadora. Já as tropas do exército japonês eram extremamente medrosas, e o sentido que vejo nisso é que quando você não acredita no seu objetivo, você tende a não se jogar de cabeça, e esses soldados eram simples mercenários contratados para essa missão (que feriam seus próprios interesses de comunidade), e os Samurais, lutavam por uma causa nobre: defender o seu estilo de vida, que era ameaçado de extinção e já durava milhares de anos.

Um americano no Japão

Nathan Algren (o personagem interpretado por Tom Cruise) é uma pessoa extremamente auto-destrutiva: capitão heróico da guerra civil, tanta miséria viu em seu trabalho que tomou desgosto pela vida, e deixou de acreditar em Deus (não que os ateus não tenham gosto pela vida, mas que nessa situação ele perdeu a crença pela falta de luz em seu coração), virou alcoolotra, tinha pesadelos frequentes (com imagens das pessoas que ele havia matado) e tinha nojo de si e das pessoas com quem andava, embora sua contradição era que ele continuava trabalhando com os mesmos, por dinheiro ia para as missões, embora sua vida estivesse sem rumo.

Algren foi contratado por Omura (milionário japonês) para treinar as tropas japonesas a exterminar os Samurais e assim, sem ‘essa barreira’, modernizar o Japão nos moldes ocidentais, ferindo sua essência e seu tempo (pois cada um tem seu tempo de enxergar determinadas concepções, e forçar a barra de um povo que não estava preparado para esse avanço e por interesses de poucos mostra o quão vilão era Omura).

Deus escreve certo por linhas tortas

Depois de alguns poucos treinos (insuficientes para preparar as tropas para guerrear), Omura ordenou que as tropas agissem contra os Samurais, pois estes atacaram uma ferrovia importante. Está certo que o exército tinha armas de fogo, mas seus soldados não sabiam a manejar e eram medrosos, e os samurais, com suas armas tradicionais, viviam há mais de mil anos guerreando, acostumados com batalhas. No confronto, os Samurais deram ‘uma surra’ no exército e ‘de lambuja’ seqüestraram Algren (Algren mostrou ser um guerreiro tão forte que Katsumoto- líder dos Samurais- preferiu seqüestra-lo para tentar aproveitar seu potencial, além de conhecer mais sobre o inimigo, o que não significa em converter-se para as outras técnicas, e sim conhece-las afim de saber como se portar nos ataques adversários).

Algren demora para se socializar e não tem como fugir da vila dos Samurais. Aos poucos, com algumas conversas, vai se abrindo, e o intercâmbio cultural o faz com o tempo se fascinar pelos Samurais e seu estilo de vida, cheio de luz, princípios, disciplina. Com tanta paz, sua espiritualidade se aflora, a presença de Deus se torna evidente em seu coração (não um Deus de religião, mas sim Deus como um algo maior, um algo pelo qual valha a pena viver). Ele nunca tinha passado tanto tempo num lugar depois que saiu da fazenda onde morava, aos 17 anos. Alguns hábitos o chocavam, como o suicídio por desonra (inclusive houve um habitante da Vila que sugeriu sua morte já que Algren estava envergonhado, mas Katsumoto alegou que não faz parte dos costumes ocidentais) ou a degolagem (cortar com uma espadada a cabeça de alguém, que ficava ajoelhado esperando pela morte- a desonra era suficiente para se pedir a morte, o que para muitos ocidentais pode significar fraqueza ou falta do costume de ‘dar a volta por cima’).

A tão sonhada luz que procuramos

Alguns costumes não eram tão chocantes, mas sim apenas diferentes: não se podia entrar com calçados dentro de casa e o homem não ajuda a mulher a carregar coisas para dentro de casa.
Ao chegar a primavera, Algren foi liberado para fazer o que quisesse (inclusive voltar para as tropas do exército japonês), mas a luz seduz, até por quem tanto tempo não a sentiu: é como se a ausência de luz sempre fizesse falta, mesmo o seu coração nunca tendo sido preenchido por ela, e então, Algren decide lutar a favor dos Samurais na guerra. O exército estava bem mais organizado após a volta de Algren, e a perseguição contra os samurais cada vez maior: o filho de Katsumoto chegou a ser abordado pela guarda imperial, que ameaçou cortar seu cabelo (para os Samurais, é uma grande humilhação que corte seu rabo de cavalo) e logo ele se colocou em posição de combate (e iria morrer, pois eram muitos contra ele), mas és que Algren passou um ensinamento que a pouco ele tinha aprendido que ajudou o filho de Katsumoto: renunciar ao orgulho, logo, seu cabelo foi cortado, mas antes isso do que ser morto e não poder batalhar depois.

Na época em que ficou na Vila, Algren esteve na casa da família do homem que ele havia matado. No início, os olhares de desconfiança a ele eram muitos, mas aos poucos, ambos foram se entrosando, e ao sair da Vila rumo a guerra, as crianças ficaram tristes, pois não bastasse a morte de seu pai, eles tinham muito medo de perder o novo amigo. As crianças tinham dificuldade para assimilar o estilo de vida dos guerreiros e as perdas que poderiam vir. Ao ser perguntado por um dos garotinhos ‘’porque você irá lutar’’ Algren respondeu ‘’porque eles vem destruir o que eu aprendi a amar’’.

Viver a vida a cada respiração

Em uma das passagens do filme Katsumoto revelou certa admiração pelo general americano que sacrificou sua tropa e tantas pessoas matou pela ‘glória’. A glória para Algren era um conceito saturado, mas para o líder dos samurais, morrer lutando é digno, e assim morreria se fosse preciso, se fosse o seu destino. Katsumoto acreditava que sendo samurai (e Samurai significa servir) estava a serviço do Imperador, que tinha enormes dificuldades para dizer não as propostas indecentes que visavam a ‘modernização japonesa’, e que mesmo pedindo conselho ao líder dos samurais, este dizia ‘meu senhor, você é quem decide, tu és o imperador, mas jamais esqueça do seu povo!’

Sempre vale a pena lutar!

Antes de qualquer iniciativa militar, tentou-se um consenso, ou melhor, tentou-se ouvir a voz do imperador. Katsumoto foi convidado a câmara para discutir os rumos do Japão, mas se recusou a se sentar porque só poderia entrar no debate se retirasse sua espada, que sempre a leva junto a roupa, e quandp pediu autorização ao imperador, este preferiu se omitir, com medo de contrariar qualquer lado. Katsumoto afirmou que se recusaria, já que aquela espada tanto defendeu esse país durante anos, e Omura afirmou que tudo aquilo era parte de um passado e agora, com leis, era proibido certos costumes tão fortes durante anos. Com a recusa, Katsumoto foi preso, e apenas saiu do cárcere com ajuda de Algren. Quando Katsumoto se sentiu envergonhado (por achar que envergonhou o nome de toda uma geração de samurais que o antecederam) por ver os Samurais aos poucos sendo extintos, a ponto de querer se matar, Algren contestou ‘Vai se matar por vergonha? Vergonha de uma vida de serviço, de disciplina?’ Katsumoto retrucou ‘O estilo de vida dos Samurais não é mais necessário’ e Algren novamente contestou ‘Necessário? O que pode ser mais necessário do que isso?’ Katsumoto: ‘Eu irei morrer, pela minha espada ou pela do inimigo’ e Algren finalizou ‘Então, que seja pela do inimigo, e lutaremos juntos pelo que acreditamos’. Eu achei muito bonito esse diálogo, pois muitas vezes não nos valorizamos e achamos que somos responsáveis por todo nosso destino, e quando as coisas acontecem de uma maneira que não queremos, nos sentimos culpados, e na verdade, vencer ou perder não está em nossas mãos, mas a luta sim, é a nossa meta certa sempre, e as vezes precisamos ouvir do outro o quanto temos valor e o quanto fizemos bem nossas ações.

A última batalha

Sem negociações e sem as palavras do imperador, que não conseguia se impor, a solução teve de ser novamente a batalha armada. Algren ganhou de presente a armadura do homem que ele havia matado, e do lado da família do homem da armadura, não havia rancor ou mágoa, e sim muito amor, saudade e medo de o perder. Na espada de Algren estava escrito ‘Pertenço ao guerreiro em que o antigo se aliou ao novo’. A estratégia dos Samurais era atrair o exército para perto, onde as armas de fogo estariam perto demais para serem combatidas de igual para igual com arcos e espadas. E realmente foi o que aconteceu: os militares tiveram pressa para decidir a batalha logo: ‘’Ataque total!’’, ordenou um comandante. As estratégias de guerra são fascinantes, muitos artifícios fantásticos, chegadas de surpresa de outros guerreiros, mas aos poucos os samurais foram se desimando, e mesmo sobrando poucos, os poucos que sobravam iam com garra partir pra cima, para espanto de alguns membros do exército, que falaram frases como ‘’O filho da mãe acha que pode vencer?’’, ‘’Ele vai continuar?’’, ‘’Ele foi derrotado, deveria assumir a sua vergonha!’’. Já no final, com uma covarde arma que disparava muitos tiros por segundo, um dos comandantes do exército sentiu nojo de seu trabalho, chorou e ordenou para que parassem, e todos os militares, em sinal de respeito a garra dos Samurais, fizeram reverência aos nobres guerreiros, que lutaram até o fim, tendo sobrado apenas um: Algren. Katsumoto, já muito ferido, pediu para Algren ‘’Você já recuperou a sua honra, então deixe eu morrer com a minha’’ e com a ajuda do americano, o líder dos samurais se matou (a honra de Algren tanto se recuperou que ele não tinha mais pesadelos- Katsumoto tinha a tese de que quem tinha pesadelos é porque tinha muita culpa e arrependimento, e de fato Algren matou muita gente por uma causa que não era a sua). Quando Katsumoto morreu, ele olhou para as flores, e disse ''São todas perfeitas!'' (em uma passagem do filme, ainda na vila, Katsumoto afirmou que era muito difícil encontrar uma flor perfeita, e caso a procure e não se ache, não será uma vida perdida- o que de metáfora saiu do seu comentário é tão grandioso que dá margens a muitas interpretações).

A hora da verdade

Passada a última batalha, era a hora de o imperador japonês assinar o tratado responsável pela modernização do Japão (já que não havia mais o empecilho dos Samurais). Na hora H, Algren chegou, com a espada que foi usada por Katsumoto, e a entregou, falando ainda ‘’Ele pediu para você jamais esquecer do seu povo”. Sensibilizado, o imperador sabia que esse era o último momento para não tomar uma atitude que tanto iria ferir o seu povo, e mesmo demorando muito, e com tantos Samurais que morreram por essa causa (que para eles foi nobre), ele tomou a decisão que por tanto tempo lutaram os Samurais, e penso que cada um tem seu tempo, portanto, não dá para julgá-lo a mal, o importante é que o desfecho foi sensacional, com o Imperador sendo firme ao recusar as negociações, que irritaram o embaixador dos EUA e Omura, que por sinal nunca dividiu ouro com as massas (inclusive o Imperador virou meu ídolo ao contestar ‘Omura, não se importará de eu dividir todos os seus bens com o povo, e se sua vergonha for muito grande –mostrou-lhe a espada- sinta-e a vontade para tirar sua própria vida).

A resistência venceu!

“Nunca devemos esquecer quem somos e de onde vinhemos’’, falou sabiamente o imperador. A ‘‘nação de prostitutas que se vendem barato’’ (como havia classificado Katsumoto anteriormente) foi forte, e não foram poucos os que lutaram: foi uma vitória popular! O imperador perguntou para Algren como Katsumoto morreu, e Algren contestou “primeiro vou te contar como ele viveu”. Viver e lutar, pelo bem sonhar! A luta dos samurais não foi em vão, e se hoje eles não existem, o filme ilustra o como eles são importantes na proteção da essência de um povo que corria risco de sofrer danos irreparáveis a sua identidade, mas que com muita garra, poderia até perder, mas não há vitória sem luta. Para finalizar toda essa reflexão sobre esse maravilhoso filme, duas frases que não constam nele, mas ilustram um pouco de seu pensamento:

“A justiça da causa determina o direito da luta. Sou um rebelde e a minha causa é a liberdade." - Yasser Arafat

"Um povo cuja fé se petrificou, é um povo cuja liberdade se perdeu." Rui
Barbosa



"É muito difícil achar uma flor perfeita, e procurar por uma vida inteira jamais será perda de tempo."- Katsumoto, líder dos samurais

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Em cada estrela, um pensamento

Gosto se discute? Existe mal gosto? Há padrões estéticos incontestáveis, e padrões que transgridam que possam ser bonitos aos olhos de algumas pessoas?
Todas esses questionamentos serão discutidos no meu 3º semestre na faculdade, especialmente nas matérias Estética e Práticas investigativas.
O cálculo milimétrico para se chegar ao belo pode ser um esforço desnecessário se este projeto tiver como objetivo encantar os olhos de quem não valorize a estética convencional. Terão essas pessoas mal gosto?
Minha cor favorita é o azul, mas não faço questão que todos a achem. E se um cientista afirmar que o azul é cientificamente a cor mais bonita do universo? Não acho que isto me fará ter 'bom gosto': as escolhas representam, além do quesito da escolha pessoal, preferências que não se sabem explicar, e levando para o lado da música, não há melodia perfeita aos ouvidos de todos: músicas reprentam nossas vidas, e se as vidas são diferentes, seus impactos em cada pessoa também serão diferentes, logo, uma simples canção é um universo de concepções, e essa complexidade se faz presente em tudo que podemos imaginar, coisas que gostemos ou não, pois somos um grão de areia no deserto, uma gota d'água no oceano, um pensamento que reflete luz, numa constelação de estrelas vivas e mortas, que iluminam galáxias unidas, partidas, mas que somadas todas elas, representam a nós, os pensadores.

Cada um no seu quadrado

O que forma a personalidade? Um conjunto de lacunas sociais, a exemplo de idade, região, nível sócio-econômico entre outros, somados a experiências de vida (que por sinal, são únicas para todos, ja que a recepção e seu impacto na mente de cada um vai depender justamente do perfil e temperamento) e genética (a falta de paciência por exemplo pode estar nos genes e a predisposição a se irritar mais evidente em algumas pessoas que em outras).
Cada cabeça é um universo, e não existem técnicas para lidar com 'o mundo como um todo': para se fazer propagandas para classes menos favorecidas, usa-se linguagem mais simples, para jovens, um design mais arrojado, e para os mais velhos padrões mais tradicionais, porém, mesmo com todas as caracterísitcas para dividir grupos, a soma de todas as características fazem uma pessoa, e como esses códigos pessoais são muitos, não há ninguém igual a ninguém, logo, lidar com comunidades e sociedade é muito mais fácil que lidar com uma pessoa especificamente.
Pessoas podem ser excessões em vários quesitos e convencionais em outros, podem ser de um grupo estereotipado e fugir a regra, e acima de tudo: por mais estudos que se façam sobre pessoas, jamais chegarão a uma conclusão 'exata', porque pessoas são 'humanas'.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Tenía tanto que darte, de Nena Daconte

Pois é pessoal, minha viajem na Espanha foi maravilhosa, e para mim uma viajem nunca tem fim: sempre que eu lembrar dos bons momentos de lá, que eu olhar as fotos, ouvir as músicas que mais tocavam pelas ruas, vou lembrar desse momento que está guardado em algum lugar no tempo (e quero um dia voltar lá para visitar, pois se a música de Lulu Santos 'Nada do que foi será igual a do jeito que ja foi um dia' tem muito de verdade, também levo a crença que as coisas podem ser melhores do que imaginamos: eu particularmente não imaginava que seria tão boa).
O ensinamento de passar tanto tempo longe de casa também me fez olhar minha terra com outros olhos: eu gosto e respeito muito mais as minhas origens (ja amava aqui antes, e amo muito mais). Entre ensinamentos e recordações, uma das coisas mais marcantes da viajem foi a 'trilha sonora'. Várias músicas me lembram lá, tocavam nas rádios, nas ruas, nas boates, e compartilharei aqui no blog essas músicas (eu as anotei e em breve colocarei), mais em especial, há uma música maravilhosa, o hit do momento em toda a Espanha, da cantora madrilenha Nena Daconte, e se chama Tenia tanto que darte.
É um pouquinho melancólica, mas bebendo com os amigos e dançando virava bagunça, e pertubávamos, sentirei falta de ouvir essa música em lugares lotados com todos cantando juntos, hehe. Ela fala de uma garota que queria muito um cara e infelizmente não consegue, e na canção expressa o quanto o queria, o tanto amor que queria mostrar, mas que apesar de tudo, o resultado não é o suficiente para qualquer mágoa: ela o guarda dentro do coração, como parte de sua história, como parte de uma amor puro que embora não correspondido, vale muito mais do que qualquer tipo de relacionamento baseado em joguinhos e orgulhos.

Abaixo, o videoclie e a letra da música, para vocês aprenderem a cantar e quando forem an Espanha ja se introsarem com a canção do momento do país que mesmo sendo a terra de canções tradicionais, se rendeu a música Pop.



Prometo guardarte en el fondo de mi corazón
prometo acordarme siempre de aquel raro diciembre
prometo encender en tu día especial una vela
y soplarla por ti, prometo no olvidarlo nunca.

Tenía tanto que darte tantas cosas que contarte
tenía tanto amor guardado para ti ,
tenía tanto que darte tantas cosas que contarte
tenía tanto amor guardado para ti.

Camino despacio pensando volver hacia atrás
recuerdo en la vida las cosas suceden sin más
aún pregunto que parte de tu destino se quedó conmigo
pregunto que parte se quedó por el camino.

Tenía tanto que darte tantas cosas que contarte
tenía tanto amor guardado para ti,
tenía tanto que darte tantas cosas que contarte
tenía tanto amor guardado para ti.

Tenía tanto que a veces maldigo mi suerte
a veces la maldigo por no seguir contigo.

Tenía tanto que darte tantas cosas que contarte
tenía tanto amor guardado para ti ,
tenía tanto que darte tantas cosas que contarte
tenía tanto amor guardado para ti

Baianão 2009

A Fifa tem 209 Federações filiadas (mais do que a ONU e o COI), uma delas, a CBF (Brasil), tem mais 27 Federações (representando os 26 estados e Distrito Federal). Todos eles tem competições, alguns ganham os nomes pelo adjetivo territorial no aumentativo, como paulistão e gaúchão, e num estado chamado Bahia há um torneio que, embora tenha apenas 2 equipes reconhecidas no âmbito nacional, consegue chamar atenção de todos como uma grande festa do esporte nacional: é o campeonato baiano de futebol masculino profissional (resumindo, Baianão).
Nas palavras do 'ex-tudo' João Saldanha (jogou futebol, foi treinador, jornalista, dirigente...) ''se macumba ganhasse jogo, o campeonato baiano terminaria empatado''.
Festas das torcidas, cantos de carnaval, um povo apaixonado por futebol que após a partida certamente comprará o jornal no dia seguinte, ligará o rádio para ouvir a resenha esportiva, sem falar nas gozações contra o adversário, as camisas que são usadas a semana inteira sem lavar e as conversas de bar: baiano sabe ser feliz com o que tem, e sonho com dias mais gloriosos, me considero um sonhador, e mesmo tendo visitado os estádios Santiago Bernabeu (Real Madrid) e Camp Nou (Barcelona), minha emoção ao visitar Pituaçu na 4ªfeira me prova que eu me orgulho de ser brasileiro, baiano e torcedor do Baêa!


Minha 1ª vez no estádio de Pituaçu, na vitória do tricolor de aço sobre o Poções por 2 a 0.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Exemplo a ser seguido?

Antes da grande mídia dominar a vida social, ídolos ja eram criados, por parte eram histórias contadas de pais para filhos, outros eram mitologia, folclore (lenda rural), lenda urbana e fantasias superticiosas que faziam comunidades crescerem com crenças que as faziam mais fortes, mas por outro lado, a tiravam da realidade.
Grandes obras literárias influenciaram muito pensamentos ao longo dos anos, e por muitos séculos crianças inglesas e de todo o mundo acreditaram ser 'Robin Hood', justificando atos ilícitos em pró de uma causa nobre (no caso do herói verde, era roubar dos corruptos para dar aos pobres oprimidos).
O hino nacional de Portugal começa com a frase 'Heróis do mar, nobre povo, nação valente e imortal'. Uma nação nunca morre, não pode falir como uma empresa, é um organismo repleto de histórias e de crenças que farão seu povo lutar sempre em pró de algo que ja existia antes do seu nascimento e continuará existindo depois de sua morte. Patriotismo pode separar as pessoas, faze-las se enxergar como inimigos, mas também é um excelente artifício para relevar a auto-estima de um povo, de faze-lo acreditar em si mesmo, superar crises, crescer e enxergar uma vida melhor num futuro não tão distante.
Todos os povos tem muitas histórias para contar, e meu objetivo com esse post não é falar de cada mito nacional, e sim nas referências atuais, que na minha opinião estão 'perdidas'. Eu tenho notado muitas crianças admirando ídolos que 'na minha época' pelas atitudes seriam vilões, e isso me preocupa, afinal, o que dizer de Cristiano Ronaldo, sem dúvida dono de uma técnica excepcional, mas que não controla seus instintos e pouco tempo antes de receber o prêmio de melhor jogador do mundo destrói a sua Ferrari recém comprada por andar em altíssima velocidade? (Sem falar da acusação de estupro, mas é acusação sem provas convincentes).
O que falar da seleção brasileira de 2006, com jogadores que pouco cuidaram da forma física, pouco renunciam de seus prazeres para alcançar seus maiores objetivos (no campo profissional, a copa do mundo), mas que vez ou outra são produtivos (como Robinho, que jogou muito bem hoje contra a Itália, foi acusado de estupro e leva consigo uma coleção de feitos que revelam indisciplina- como chegar atrasado na apresentação do time por causa de festa) e com isso 'calam a boca da imprensa?'
Tenho preocupação com os ídolos que a criançada tem cultuado hoje em dia: não há mais um Pelé, exemplo de disciplina, ou até mesmo Romário, que embora indisciplinado, teve personalidade para assumir seus atos- que nem de longe eram escandalosos como os de hoje- e quando visto em boates próximo aos dias de partida não causavam reações negativas, e sim comentários como ''esse é o baixinho, que nunca deixa de curtir a vida''.
Seja na música, nos esportes ou na política: vamos abrir nossos olhos e não deixar que pequenos resultados positivos apaguem atos grotescos, pois se não há ninguém perfeito, há condutas que se repetidas tantas vezes ofuscam virtudes tão belas, como o talento- que é o primordial para qualquer atleta.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Estou aqui!

Depois de 2 meses longe de casa, completei todos os passos que me levaram ao lugar que prefiro estar, mas nem por isso acho que para sempre por aqui eu devo ficar, embora este seja o meu lar, que intensamente quero viver, pois mesmo sabendo que não precisa pressa para poder aproveitar, sei que todo tempo do mundo é pouco para poder desfrutar, das maravilhas desse maravilhoso lugar que por ser meu, é o melhor que há!
Por muitos lugares eu ainda quero viajar, mas sou filho dessa terra e a levo comigo para onde quer que eu vá. Levo todas as pessoas que gosto e suas energias como fonte de estabilidade, pois sei que há quem torça por mim, e que jamais estarei sozinho, aonde quer que eu vá.
Nessa viajem pelo velho mundo conheci 4 cidades (Madrid, Barcelona, Milão e claro, Salamanca- aonde morei) e poderia ter conhecido mais: existiram planos para conhecer mais a Espanha (Sevilla, Ávila, Segóvia, Ciudad de Rodrigo, Valladolid, Valencia- pelo menos 3 destas) e Itália (Roma e Bergamo), além de Portugal, França, Inglaterra, Suíça e até Marrocos (seria interessante visitar o continente africano), porém, não me arrependo do que não conheci, e sim me recordo de cada momento que vivenciei na viajem, nos lugares que passei, das diferenças que convivi e do amadurecimento que ganhei.
Amadureci e cresci: comprei ingressos para jogos de futebol e passagens de avião e ônibus pela internet, fui para o supermercado comprar o que precisava, saí para conhecer o que era de meu interesse (como o estádio Helmântico, onde joga a U.D.Salamanca, e a faculdade de comunicação), aos poucos fui controlando melhor meu dinheiro e descobri na prática que o custo de vida e oscilação entre os valores das moedas devem estar sempre em mente, mas não virar paranóia acabando com a diversão. Pensei duas vezes antes de tomar uma atitude que poderia ser maléfica (pior seria a consequência por estar num outro país), me manti atento e desconfiado, sem deixar de aproveitar as oportunidades que surgiam (como as boas amizades).
Curti intensamente esses 2 meses, gostei muito da viajem e das minhas férias, agradeço aos meus pais por terem proporcionado a viajem e por terem me dado atenção durante ela, quero fazer outras viagens como essa, mas no momento só consigo pensar no aqui e agora: na minha chegada, na minha faculdade, nas pessoas que vi hoje e nas que verei em breve. Quero dizer que nunca esqueci de tudo que quero viver agora, e que estou feliz de chegar em casa exatamente no dia em que meu Bahia ganha o clássico e passa seu rival Vitória na liderança do campeonato baiano (e como uma partida a menos).
Moro num país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

América x Europa

É contraditório assumir uma 'parcialidade' quando a brasilidade (ou seja, se afirmar como brasileiro com demasiado orgulho que por vezes é como se 'ser brasileiro' fosse mais importante que 'ser' humano) e ao mesmo tempo defender a igualdade entre todos os países.
Eu me orgulho muito de ser brasileiro, de meus costumes, de meu sotaque (eu tenho sotaque de baiano até falando em espanhol, e não são poucas as vezes que saí um 'oxente?!') e da história do meu povo. Quando eu fui ao Palácio Real, em Madrid, tive 2 sensações: uma de deslumbramento, afinal, é a casa da família real espanhola há muitas gerações, e raiva, porque todo aquele ouro por todos os cantos foram roubados de meu continente, que não pôde lutar de igual para igual pela ausência de uma simples descoberta: a pólvora (que por sinal foi invenção chinesa, mas a América estava exolada dos outros continentes até a colonização européia- antes haviam chegado fenícios e chineses por aí que pouco se importaram em manter laços).
Certas vezes penso: estou num país onde as pessoas pouco sentem remorso por serem responsáveis (pelo menos seus descendentes) pela miséria no meu continente. É como se fosse uma página virada, como se 'esquecer do passado' solucionasse o problema, e aposto que como a corda sempre parte para o lado mais fraco, se fosse o contrário, até hoje estaria-se lutando pela conscientização, mas claro, o dinheiro fala mais alto, e quem tem dinheiro tem poder para abordar quais assuntos mais te interessam.
Vamos abris os olhos para o mundo, e parar de tratr a Europa como exemplo a ser seguido: nós temps muito a ensinar a eles, e eles, muitas desculpas para nos dar, e se pedidos de desculpas não solucionam o problema, que ja chegou num patamar avançado, pelo menos que estes tenham mais humildade para saber que a América merece respeito, e se ela é criticada de algumas formas, o maior responsável pelas críticas é justamente quem tanto critica.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Viva a vida!

A vida é um grande espetáculo. Não importa as dificuldades que por ela passarmos: sempre valerá a pena viver! Estar vivo, sentir-se membro dessa grande palco que é o mundo e saber que podemos lutar pelo nosso destino sem a certeza do resultado é maravilhoso! se soubessemos do destino, qual graça teria? Se pensarmos negativamente e não nos esforçarmos para conquistar nossas metas, que merecimento teremos? Para que estamos aqui se não para aprender e nos tornarmos pessoas melhores?
Fazer bem nosso papel é nossa missão, e agradecer a Deus pela 'oportunidade de ter oportunidades' e jogar nas mãos dele o futuro é nossa retribuição ào senhor. que façamos a nossa parte, e que acreditemos que nas águas do todo poderoso irão coisas boas na corrente desse grande e naravilhoso rio que é a vida!
No mundo há maldade, há destruição, injustiças e coisas que nos deprimem, que por certas vezes nos fazem contestar se vale a pena acreditar no bem. E eu digo: para mim, só vale a pena viver se tivermos esperança que podemos melhorar o mundo. Eu não quero acreditar que sempre haverá fome, miséria, corrupção e egoísmo: creio que nossa luta jamais será em vão, que nossa força equilibrará a balança e quem sabe um dia a luz vencerá a escuridão. O maniqueísmo entre o bem e o mal será quebrado e as pessoas deixarão de se enxergar como santas ou vilães, e simplesmente serão pessoas, com virtudes e defeitos, sujeitas a errar e acertar, viver e amar, todos os dias, porque a intensidade pode-se fazer presente sem precisarmos esconder do mundo a pureza que 'poderia nos transparecer bobos', mas que nos fazem pessoas de verdade, e não robôs em busca de metas que nos ensinam a lutar e que pouco nos acrescentam em espiritualidade.
Tenho acreditado mais em Deus, mas não sendo adepto de alguma religião: acredito nessa energia que me empurra pra frente, que horas me faz sofrer, mas que especialmente, me faz sentir-se especial, especial por estar aqui vivendo e podendo desfrutar das maravilhas e desafios do mundo: sentir-se vivo é saber que estamos no jogo, e se estamos no jogo, devemos agradecer a quem nos mantém nele.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Estou voltando!

Pessoal, é muita emoção afirmar que é nessa semana que eu estou voltando ao meu país! Não vejo a hora de ver todas as pessoas que gosto, comer açaí, acarajé e pão de queijo (reparem que esses 3 alimentos que selecionei são de partes distintas do Brasil, respectivamente o Norte, a Bahia e Minas, só para me vangloriar de como é bom ser brasileiro).
Vou escrever pouco agora porque minha aula ja vai começar, mas vou dizer a vocês um grande ensinamento da viajem: amar o que é seu. Amor em todos os âmbitos, mas como exemplo vou dar as minhas origens: nunca amei tanto o que sou, nunca amei tanto o lugar de onde venho, e digamos que eu esteja mais orgulhoso do que antes, o que nem de longe é algo ruim, pois a humildade é maravilhosa, mas jamais devemos abaixar a cabeça para ninguém, devemos saber o quão grande somos, e nós somos brasileiros! Não quero afirmar superioridade, pois não acho que existam nações melhores e piores, então não quero que o brasil seja soberano, nem que o poder esteja centralizado com alguém, pois somos felizes sendo diferentes, mas acima de tudo, somos felizes sendo nós mesmos, e eu jamais vou esquecer o meu sotaque de baiano, meu paladar que não se encaixou aqui, e acima de tudo. viva as diferenças sendo respeitadas, mas cada um sendo você mesmo, sem uniformidades, pois somos iguais quanto a dignidade, e jamais no perfil.