sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Calma tricolores...


Um clima de euforia tomou a torcida do Bahia, que além de estar feliz com a vaga para a Sul-Americana, terá como fornecedora de material esportivo a Nike. Há motivos para se gabar? A marca americana já recebeu inúmeras denúncias de exploração em países subdesenvolvidos da Ásia, onde a mão de obra é mais barata. Num amistoso entre Brasil e Holanda, na Fonte Nova, em 1999, uma faixa da Nike cobriu o círculo central do campo minutos antes da partida, provocando vaias dos espectadores, ainda desconfiados de que o fiasco na Copa de 98 tenha sido uma conspiração da marca americana, fazendo a Seleção Brasileira, vestida de Nike, perder para a França (patrocinada pela Adidas) por 3 a 0.

A Nike vai pagar para o Bahia quatro vezes mais que a Lotto, segundo o presidente do clube, Marcelo Guimarães Filho. Esse é o maior motivo para vangloriar a vinda da empresa ao Esquadrão de Aço, que terá mais recursos para montar um time mais competitivo – embora as contratações e renovações estejam demorando bastante. Porém, a questão do status tem feito a rivalidade Ba-Vi sair das quatro linhas, já que o Vitória é patrocinado pela marca nacional Penalty.

A marca não faz uma equipe ser vencedora. Corinthians, São Paulo e Internacional foram os últimos brasileiros a vencerem o mundial de clubes, em 2000, 2005 e 2006, respectivamente. Ambos trajavam Topper. O Flamengo teve a Nike estampada em sua camisa por sete anos. No ano em que rescindiram com o fornecedor, em 2009, acabaram sendo campeões brasileiros vestindo Olympikus, quebrando um jejum de 17 anos sem vencer o título nacional.

O torcedor, em geral, responde mais pelo coração do que pela razão, especialmente se for numa discussão com um rival, onde até o fornecedor de material esportivo vira chacota. Mas acho que o tricolor tem que ter em mente que a honra maior é a da Nike, que vai patrocinar um grande time como o Bahia, e não o contrário.