sábado, 27 de setembro de 2008

Olhando para dentro de si

Em blogs de estudantes de jornalismo, como eu e meus colegas que tanto leio os blogs são, há uma tendência a se abordar assuntos que fujam da metódica técnica que teremos de aceitar imposição se quisermos nos fixarmos num emprego.
Mas a vida é muito mais do que trabalho, e em qualquer área que um jornalista trabalhe, sempre haverá espaço para olhar para dentro de si e escrever de forma menos pragmática; Não há assuntos de economia e política que não possam ter um cunho mais humanístico, buscando interpretar a mente dos executores das ações e as raízes do que levaram a situação atual chegar aonde chegou, e não apenas apontar as falhas no presente(coisa que a imprensa conservadora faz para nos fazer esquecer toda a exploração exercida sobre o povo, e este adotar uma postura mais conformista). Há matéria sobre inovações tecnológicas que podem dividir os termos técnicos com o coração de quem a escreve: porque não falar de sentimentos num artigo que aborde os avanços da ciência num dia que justamente o jornalista especialista na área descobriu que sem olhar para dentro de si, não há números que justifiquem nossas sensações perante o produto a ser comercializado?
Não devemos ter vergonha de expor nossas sensações, nem achar que uma dose de emoção 'estraga' o jornalismo sério e imparcial: não há máquinas escrevendo, e sim seres humanos, que por mais que disfarcem, em alguma parte do texto mostrará parte de sua intimidade, porque não se vive apenas dentro de uma redação, e o que se escreve dentro de uma redação nada mais é que prestação de serviços para outros seres humanos que buscam através destas informações melhorarem inclusive suas vidas pessoais.
É preciso 'desmistificar' o jornalista (digo isso porque eu mesmo luto todos os dias para desmistificar estes e enxergá-los como o que serei daqui pra frente, mesmo sabendo que sempre serei eu, com mudanças provocadas com a experiência de vida, mas com uma mesma essência) e enxergá-los como seres humanos, que podem ser vistos em lugares comuns, que estão presentes na cena cultural mesmos que não estejam trabalhando e que podem pecar por falta de formalidade em momentos apropriados para esta, mas que justamente, buscam a meta de balancear suas ações de acordo com o que se pede no momento.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Busca por identidade

Cada profissional exerce seu ofício de uma maneira única, pois as pessoas são diferentes e lidam com uma mesma situação de maneiras diferentes. A 'busca por identidade' de muitos artistas é também uma busca por auto-afirmação, para serem reconhecidos pela sua particularidade, por exemplo: eu nem preciso ouvir mais que 5 segundos de uma música do A-ha para afirmar que se trata da banda norueguesa em questão- pois por mais que eu nunca tenha ouvido determinada música desse grupo, a relação dos músicos com os instrumentos(mesmo as guitarrias, baixos e baterias sendo semelhantes nas outras bandas de rock) fazem esta identidade se aflorar mais.
Ter uma identidade marcante não significa que seu repertório se resume apenas à aquela forma de se expor: o que faz um artista atingir um patamar diferenciado é justamente a abertura para outros leques de opções, porém, o 'perfil típico' ajuda a se enxergar como diferente, logo, a ser identificado mais fácil.
A busca por perfis antes inexistentes passa pelo conceito de 'transgressão': quebrar o padrão para criar um novo padrão, a exemplo dos visuais alternativos(dreads, piercings...), que acabam virando um novo padrão, por exemplo, na faculdade de comunicação da universidade pública no estado, o 'padrão' é justamente o que é visto de fora como 'contra-cultura'. A cultura, sendo vista como um conjunto de condutas convencionais, é 'transgredida' por movimentos chamados 'contra-cultura', que ao se tornarem fortes e crescerem, acabam se inserindo na cultura, logo, deixam de ser 'transgressoras', e assim, novas transgressões irão surgir, pois um mundo sem transgressões é como um prato de jantar fino sem tempero. Transgredir faz parte na natureza humana.

domingo, 14 de setembro de 2008

Transgredindo convenções

A vida é interessante: quando você nasce, já inventaram tantas coisas que mesmo que você ache ter feito inédito, provavelmente alguém já o fez. A acomodação e 'excesso de respeito' às convenções podem até te fazer uma pessoa feliz, mas talvez felicidade não seja tudo, embora seja o conceito mais buscado por nós seres humanos: transgredir convenções significa mexer nas estruturas e fazer de você um ser humano de verdade, e não apenas um elemento com datas para nascer e morrer, que nada contribuirá para a mudança de pensamento do mundo e que levará uma vida fácil e sem desafios. Os desafios de transgredir te fazem ver um mundo maior, e será mais difícil viver num mundo maior, talvez por isso a 'ignorância' seja algo bem quisto pela sociedade: porque não dá trabalho e se torna fácil viver feliz num mundo pequeno, portanto, melhor não conhecer o resto.
Falo tudo isso principalmente porque estou para entregar uma atividade de uma matéria virtual(na qual nem conheço a professora) e me encontro com medo de ousar(por mais que eu goste de minha resposta, a prioridade é ganhar uma boa nota, e para isso, é preciso 'agradar o professor' sendo, digamos, 'convencional'). A conclusão que tiro de tudo isso é que esse 'EAD'(ensino a distância), apesar do propósito injusto que tanto critico, tem me ensinado algo muito interessante: que para seguir num caminho razoável, sem risco de perder, tampouco perspectiva de ganhar, basta-se fazer algo medíocre, e sempre estarás nivelado no intermediário, mas se quiseres fazer diferente, transgredir, podes ser recompensado ou acontecer totalmente o inverso: ser visto como um maluco com alternativa inválida. Pensando nisso, vi que é interessante que o mundo seja assim, com esses riscos, que nos fazem sentir frio na barriga e perceber porque vale a pena viver: se todos soubessem do resultado antes, porque tentaríamos algo? Se soubéssemos do futuro de todas as histórias, porque veríamos um filme ou livro? O suspense, seja na ficção ou vida real, mexem com nossos instintos e fazem nossa mente trabalhar a criatividade, pois se existem planos para se criar um 'centro', este não necessariamente precisa ser seguido até o fim, pois no decorrer novas alternativas podem ser inventadas na hora para se chegar no ponto final que se espera.
Para o 'controle da ordem social', existem as leis, e estas não só ditam regras, como coíbem qualquer conduta não compatível nas suas escrituras, então, tudo que se cria tem se ser 'registrado' para ser 'legalizado', e enquanto não for, será ilegal, ou seja, toda transgressão corre o risco de ser vista como vilã, e o transgressor pode ser severamente punido. A lei coíbi o até hoje não feito, e cabe a você ter a coragem de não se inibir, acreditar em si mesmo e, por mais que os resultados lhe mostrem o contrário(como eu que posso tirar uma péssima nota em Estudos culturais), o importante é ter a consciência que se fez a coisa certa, e se você achou isso, não é preciso comprovar para o mundo.

Falando um pouco de transgressão nas artes

O criador de uma obra pode ter vários princípios, seja fazer algo convencional que usando técnicas de atingir a massa para se ganhar dinheiro ou seja mostrar parte de seus ideais para mudar algumas coisas no mundo. Quando o teor de agressividade de um diretor de cinema, por exemplo, é muito grande, ele corre o risco de seu filme não ser tão visto como ele gostaria(porque a sociedade pode não estar preparada para isso), mas se este 'pegar leve', mesmo assim mantendo adiante o seu princípio de passar idéia vista como transgressora, este pode atingir mais pessoas, embora não cause impacto grande em tantas(é como nas teorias da comunicação: o repertório pequeno atinge maior parte da massa, embora tenha o poder de mudança menor, e repertório grande não se torna popular, em compensação, tem o poder de mudar maior). Mas como comunicação não é uma ciência exata, há quem ouse muito e consiga efeitos positivos, e até se surpreenda, mas de fato, a sociedade vai mudando, alguns dos responsáveis por essas mudanças são artistas, especialmente com que fazem a arte pensando em publicá-las a um grande número de pessoas e assim difundir suas idéias, no entanto, os que 'não estão nem aí' se surpreendem e também podem atingir bom número de pessoas. Assuntos polêmicos na sociedade, que há 20 anos nem se cogitava em mostrar nas telas, como a violência explícita(a exemplo dos filmes 'Kill Bill' do diretor americano Quentin Tarantino) e a homossexualidade(a exemplo dos filmes do diretor espanhol Pedro Almodóvar), hoje são cartazes até em circuitos comerciais de cinema(e não só em cine-artes ou cine-cult).
Entre teorias da comunicação e práticas de transgredir, o mundo parece estar longe de parar no tempo, e de alguma forma, se há algo de positivo nas leis, é que estas, ao reprimirem, exploram o máximo de criatividade que um artista pode dar, e se tudo fosse tão fácil de se produzir, talvez não tivesse a magia de querer transgredir e vencer. A anarquia talvez deva ser re-pensada, e faço a seguinte pergunta: pode este sistema político, ao mesmo tempo que dará mais liberdade ao ser humano, também acomodá-lo a convenções?

Abaixo, minha resposta em estudos culturais(está um pouco menos ousada que a inicial, mas não deixa de estar polêmica, por tratar o etnocentrismo como válido em outras sociedades, já que o próprio relativismo cultural não se vê como superior):

Para o nosso propósito, de estudarmos numa universidade preocupada não só com a formação profissional como também no fortalecimento dos valores morais encontrados na nossa sociedade, o relativismo se torna uma corrente mais adequada para se pensar, embora por muitas vezes sejamos etnocêntricos e não devemos nos julgar a mal, afinal, a carga da palavra ‘etnocentrismo’ deve ser revista, e o ‘bicho de 7 cabeças’ re-pensado, afinal, se trata da sua visão tomada como centro e as demais como periférica, e não necessariamente se baseia em descriminação e violência.
Respeitar as diversas tribos e não interferir na cultura alheia, por mais ‘absurda’ que por certos momentos ela possa parecer para nós, é um exercício de paciência, e como estudantes de comunicação, é preciso usar o relativismo para formar opiniões ‘mais sóbrias’ e compatíveis com os objetivos que correntes de pensadores da nossa sociedade, como a desse fórum universitário virtual, buscam.
Portanto, os próprios relativistas não enxergam sua corrente como ‘mais evoluída’, e afirmar que ‘o relativismo está num patamar a frente de etnocentrismo’ não passa de uma opinião ‘etnocentrista’, de quem não consegue enxergar ‘o outro’(nesse caso, o etnocêntrico) como digno de uma opinião compatível com a forma de pensar de sua sociedade, afinal, como diria o próprio Laraia: “todo sistema cultural tem a sua própria lógica e não passa de um ato primário de ‘etnocentrismo’ tentar transferir a lógica de um sistema para outro”.
Busquemos respeito as diferenças para nós, sem invalidar conceitos diferentes aos nossos, até o próprio etnocentrismo(que também podem ter sua função social), por mais contraditório que pareça, já que não há universalidade segundo o próprio relativismo.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

3ª atividade de estudos culturais

Pergunta: Etnocentrismo e relativismo cultural são referências conflitantes para a compreensão da diversidade cultural. Comparando esses dois modos de intepretação, em que medida o relativismo cultural representa um avanço em relação ao primeiro?

Minha resposta: Usando o pluralismo e relativismo na resposta à pergunta “em que medida o relativismo cultural representa um avanço em relação ao primeiro(etnocentrismo)”: para pluralistas, vertente esta entre o relativismo e o universalismo, a compreensão enxergada pelo relativismo se torna mais adequada para sociedades que buscam tolerância e respeito às diferenças. Porém, o próprio relativismo afirma não haver evoluções na forma de pensar, e sim que cada pensamento se torna adequado para determinado tipo de sociedade, sendo assim, o relativismo cultural não é um avanço em relação ao etnocentrismo, pois embora com as nossas visões ‘ocidentais abertas’ o seja, numa cultura que buscamos através de estudos antropológicos a tolerância, nem todas as sociedades precisam de ‘respeito às diferenças’, e os mecanismos que a fizeram chegar até hoje de pé são válidos, segundo o próprio Laraia, que afirmou que “todo sistema cultural tem a sua própria lógica e não passa de um ato primário de ‘etnocentrismo’ tentar transferir a lógica de um sistema para outro”, ou seja: segundo os próprios relativistas, suas teorias não são mais evoluídas que as etnocêntricas, mas se tornam mais adequadas numa sociedade como a nossa, especialmente num fórum de discussão universitário onde jovens estudantes de comunicação buscam fazer do ‘seu’ mundo um lugar onde reine a tolerância e respeito às diferenças. Nem todas as sociedades precisam de tolerância e respeito às diferenças, e se de fato és relativista, não deve as enxergar com a sua ótica ‘ocidental aberta’, e sim tentar entender o mecanismo dessas sociedades e a importância do etnocentrismo na sua construção, a exemplo da Inglaterra e França, que não fossem o seu imperialismo com diversos extermínios, não teriam financiado grandes gênios das artes e ciências a produzirem conteúdos tão valorizados por nós, sendo que, sem atos considerados por nós ‘grotescos e cruéis’, não teríamos desfrutado desse conhecimento, e apenas um estudo mais aprofundado pode explicar o motivo pelo qual tais sociedades chegaram nesse patamar de etnocentrismo, mas para análise menos profunda não se pode precipitar: é preciso enxergar-las de acordo com a sua visão etnocêntrica.

Análise da minha resposta: eu me considero pluralista, por não conseguir relativizar com todos os conceitos e ter enorme vontade de interferir em algumas culturas(minha dificuldade em relativizar, por exemplo, o costume de algumas tribos africanas que retiram o clitóris das garotas como passagem para a vida adulta, por mais nobres que sejam os mecanismos que tenham levado estas sociedades a estarem até hoje de pé, me causam angústia e me faz pensar sobre soluções alternativas que interfiram em algumas sociedades sem mexer tanto no seu andamento- acredito que nem tudo é universal, mas o direito ao bem estar deve ser uma bandeira de luta para todos). Porém, minha resposta está polêmica porque justamente a pergunta me provocou, e coloca em contradição o fato de se definir uma forma de pensar mais evoluída que outra, sendo que a que 'teoricamente' te induzem a afirmar como mais evoluída não aceita esse rótulo(já que os relativistas enxergam apropriações diferentes para cada sociedade). Dei uma resposta 'incorporando' um relativista, mas nem de longe tolero atos de descriminação, que ào meu ver ferem o ser humano, por isso, devem ser coibidas. O imperialismo francês e inglês, dados como exemplo, foram extremamente prejudiciais para sociedades que até hoje sofrem com essa exploração, e o nazismo alemão do meio do século re-ergueu um país desacreditado porque houve brecha para a criação desse sentimento nacionalista, e quem o alimentou foi justamente o imperialismo, especialmente o francês e inglês. Portanto, acredito sim na evolução dos pensamentos, e nas adequações que a minha sociedade me induz a pensar, e me considero um felizardo por viver numa sociedade que busca, mesmo que sem tanta eficiência devido a politicagens, solucionar problemas sociais(talvez eu até seja etnocêntrico ao querer um mundo todo mais justo por completo, mas é a forma mais adequada que eu posso ser etnocêntrico para conseguir lutar por algo em que eu acredito).

*Não tive coragem de colocar essa resposta no ambiente virtual do moodle, por achar extremamente ousada, e embora tenha gostado, nunca vi a cara da minha professora(por ser uma matéria de ensino a distância) e fica impossível prever a reação, além de não saber se ela é uma sujeita inteligente que vai entender tudo que escrevo(não é arrogância minha, apenas um desabafo para a palhaçada que a minha faculdade faz com nós alunos, numa matérias tão séria como ESTUDOS CULTURAIS; Uma faculdade que se submete a colocar uma matéria dessa importância a distância não tem a mínima credibilidade para contratar profissionais, ainda mais profissionais que nunca vimos pessoalmente, como vamos confiar nestes, se nem confiamos na faculdade?).

Controlando a sua luz

Se todos nós temos algo de especial, nem todas as coisas do mundo podem ser executadas por qualquer um, se não, iria entrar em contradição com a palavra 'especialidade', que se refere à diferenciação na excelência, por exemplo: eu sei jogar futebol muito bem(é só um exemplo, eu sou um jogador mediano), você sabe tocar guitarra como ninguém e aquela pessoa que está do outro lado é um gênio da matemática, então essas habilidades se fazem presentes em nossas vidas e devemos ser felizes por a ter-las, e buscar nos conhecermos para quem sabe descobrirmos talento em algo que não fazemos idéia, como por exemplo, sempre tive vontade de treinar flechadas com arcos, parecidos com aqueles de Hobbin Hood, mas não encontrei lugar para praticar, e eu me pergunto: será que se eu tivesse oportunidade seria um 'Pelé das flechadas?'.
O dom se faz presente, e neste contexto, está a genética e os primeiros anos de vida, que farão seu desenvolvimento progredir ou não. Talentos não devem ser desperdiçados, embora seja impossível fazer tantas coisas, e tendo talento para várias, se seleciona o que mais se interessa. Interessante é buscar algo em que se seja bom, por exemplo, na profissão.
Como estudante de jornalismo, tenho vontade de conhecer várias áreas, mas sei que não tenho vocação para muitas delas. A fotografia por exemplo me fascina, quero estudar com afinco, seriedade, mas sem levar adiante a idéia de me tornar um fotógrafo profissional, primeiro porque não é algo que me impulsionará a 'mover montanhas': penso na fotografia como algo interessantíssimo, mas sei que para chegar num patamar alto de excelência é preciso renunciar a algumas coisas, entre elas, a fazer outras atividades, e a atividade que mais quero é a de ser repórter, coletando dados nas ruas, trazendo para a redação, escrevendo matérias e dessa forma, que eu ainda vou descobrir se sou habilidoso ou não(saberei com a prática) ser feliz trabalhando com o que gosto e ajudar o mundo de alguma forma.
Um conceito interessantíssimo de fotografia é o controle de iluminação, que para mim é uma metáfora da vida de um jovem que quer fazer muito, mas que ao mesmo tempo se sente inseguro quanto a realização destes projetos: a luz para uma pessoa seria seu potencial, e o diafragma(o último anel da objetiva- um cilindro que controla foco, zoom e área por onde a luz passa, cada um com um anel que ao ser girado regulariza um desses comandos- que é responsável pelo aumento ou redução da área por onde a luz passa, deixando a imagem mais escura ou clara) a inteligência. Num diafragma muito aberto(ou seja, uma cabeça 'que quer tudo') entrará muita luz(uma quantidade de potencial enorme, de uma cabeça inteligentíssima), mas o excesso de luz queimará a foto(ou seja: por mais inteligente que você se ache, tente focar no que você faz de melhor, ao invés de querer ser perfeito em tudo); Por outro lado, um diafragma pequeno(uma cabeça sem pretensões, de alguém que não se acha talentoso) fará a foto ficar escura, e não queremos um futuro onde teremos dificuldade para enxergar: queremos ir para frente, e o equilíbrio resulta na forma mais inteligente de se agir. Vale lembrar que o bom fotógrafo terá sensibilidade para perceber o ambiente e configurar a câmera da melhor forma possível para a imagem ficar mais real possível(no caso de ser uma foto artística, a criatividade é válida, mas se tratando de foto-jornalismo, as inovações devem ser limitadas, já que o importante é passar idéias com clareza, e a arte dá múltiplas interpretações), então, a cada fase de nossas vidas, devemos saber mexer no diafragma e controlar a nossa luz: hoje, tenho deixado muita luz entrar, acredito que sendo jovem, manter a área do diafragma maior te fará enxergar o mundo de forma mais ampla e assim escolher com segurança o que se quer no futuro, mas com a maturidade, provavelmente ja se definiu o seu ofício, sendo assim, é interessante reduzir o diafragma para aproveitar sua grande quantidade de luz sem precisar expor toda na sua fotografia.
Jornalismo e arte se encontram por muitas vezes, oras se integram, oras entram em contradição. O certo é que existe muito de arte em jornalismo, e decifrar metáforas no mundo real é um dos exemplos.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Matéria de prática de reportagem

A elitização do popular
Festa de São Cosmos e São Damião cai no gosto de famílias abastadas de Salvador

Já se fora o tempo em que festas afro-brasileiras eram exclusividade de quem as criou ao longo da história: a democratização é tanta que tais manifestações alcançam até mesmo famílias pertencentes às classes A e B de Salvador.
Um grande exemplo é a família Neves da Rocha, que não resistiu à magia e as delícias do dia 27 de setembro- dia de São Cosmos e São Damião- e irá realizar pela 10ª vez o tradicional Caruru, numa casa localizada no bairro da Pituba.
‘Sabemos que, independente das tradições familiares, nascemos em Salvador, e procuramos estar inclusos na rotina dessa cidade que não se resume apenas as já limitadas relações sociais que temos hoje’- afirma Maria Auxiliadora, que criou a idéia.
Além do Caruru do dia 27 de Setembro, os Neves da Rocha se preocupam muito em pesquisar as origens da festa, e embora a maioria dos membros da família sejam fiéis a igreja católica, o sincretismo religioso se faz presente num ambiente flexível e aberto a novas manifestações culturais.
‘Tivemos a idéia primeiramente porque uma das domésticas escondia de nós que era adepta do Candomblé, por não se sentir a vontade. Logo, ela se despediu alegando essa razão, e como forma de mostrarmos que, além de gostarmos dela, respeitamos a sua crença, fizemos o primeiro Caruru em 1998, em sua homenagem, e ela voltou e está aqui até hoje, liderando a cozinha’- explica Mario José, que vem de Aracaju para Salvador todo final de Setembro.
Neste ano de 2008, o dia de São Cosmos e São Damião será num sábado, e para comemorar uma década de celebração, o número de convidados aumentou 20%: não foram chamados apenas os membros Neves da Rocha e da família dos empregados, como também crianças de instituições de caridade e, que certamente, já aprovaram a idéia:
‘Soube que a casa dos Neves da Rocha é muito bonita, e que o Caruru é uma delícia’- afirmou Carlos Henrique, do projeto Pracatum, que irá tocar berimbau no dia.
Todos os preparos já começam um mês antes: alguns membros da família responsáveis vão sondando os convidados, verificando a disponibilidade de cada um- alguns destes moram fora do estado. Em seguida, são comprados os ingredientes na quantidade compatível com a de confirmação de presença- neste ano, serão muitos, por ser Sábado e marcar a 10ª edição da festa. O membro que irá dar o Caruru é escolhido no ano anterior: o primeiro a tirar um quiabo num prato de caruru é escolhido para arcar as despesas do ano seguinte, embora seja sempre na mesma casa. Maria Auxiliadora foi a 1ª a pegar um quiabo num prato de Caruru no ano passado, e será a primeira a realizar o Caruru pela 2ª vez, já que havia realizado o primeiro de todos por iniciativa sua e de seu irmão José Mário. Se esperam cerca de 240 pessoas(um recorde), e não faltará quiabo, azeite de dendê e os outros ingredientes. Resta saber quem será o escolhido para 2009, mas os Neves da Rocha não se sentem mal em arcar com as despesas, pelo contrário:
‘Muita gente está ansiosa para sediar um caruru, é uma grande honra, e me sinto honrada por já ter sediado dois’- afirma Maria Auxiliadora, que conta os dias para a grande celebração.

sábado, 6 de setembro de 2008

2ª atividade de Estudos Culturais

Pergunta: Segundo o autor "a diversidade reconhece a existência de diferenças que marcam os indivíduos e os grupos sociais. A leitura positiva da diversidade anula os efeitos negativos que a hierarquização das culturas produz”. O “Arrocha”, gênero musical muito conhecido na Bahia, ocupou durante cerca de dois anos grande espaço nos meios de comunicação de massa soteropolitanos, tendo sua veiculação diminuído nos últimos meses.
Do ponto de vista da diversidade cultural baiana, é possível identificar as razões da pouca visibilidade que o gênero vem tendo entre nós? Justifique sua resposta. Utilize os textos e as discussões apresentadas nas aulas 3 e 4 da Unidade 1
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Minha resposta: Como parte de uma cultura periférica, se tomada como centro o conceito sócio-econômico, o “Arrocha” é uma manifestação inclusa no perfil da maioria dos soteropolitanos. Porém, na mesma cidade, há diferentes convenções, e se tratando de um ambiente universitário, extremamente diverso, há quem esteja incluso nesta realidade ou não. No meu caso especificamente, por ser classe média, a visibilidade do gênero arrocha é baixa. Sendo uma modalidade musical que resiste a má vontade de grupos maiores em investir divulgação, por estar associado ao povo- que é visto por maus olhos devido a intensa valorização de riqueza monetária em nossa sociedade-, o “Arrocha” não consegue se expandir e atingir outros grupos, como a classe média, e como naturalmente, se perde até parte do público alvo com o desgaste do tempo- daí a importância de repor fãs atingindo outras comunidades- o “Arrocha” segue na mesma linha, atingindo o mesmo público. Talvez, para crescer, seja preciso usar uma estratégia para agradar outros grupos, e não apenas falar conteúdos que interessem seu público alvo.