segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Jogo Bahia x Ceará vira polêmica antes de a bola rolar

Após episódios bizarros em Campeonatos Brasileiros, a CBF decidiu realizar os principais clássicos regionais na última rodada da Série A, para evitar constrangimentos como na última rodada do Brasileirão de 2009, em que o Grêmio entrou em campo com o time reserva para enfrentar o Flamengo, no Maracanã. O triunfo da equipe carioca livraria qualquer possibilidade de o rival do Grêmio, o Internacional, levar o trofeu para casa, e o rubro-negro fez sua parte, se tornando campeão. A partir desse ano, oito clássicos regionais esquentam a última rodada, evitando especulações de “entrega”.

Porém, nem todos os clubes têm rivais na Série A. O Bahia, livre do rebaixamento, recebe um Ceará desesperado em vencer para escapar da segundona. Essas equipes só vão se enfrentar na última rodada porque Vitória e Fortaleza, seus respectivos rivais, estão fora da elite do futebol nacional. Mas uma nota oficial no site do Bahia tem dado o que falar. Ao parabenizar, no sábado, Sport e Náutico pelo acesso à Série A, ressaltando a força do futebol nordestino, o texto desejou também boa sorte para o alvinegro cearense. Embora a nota tenha sido escrita antes da partida desse fim de semana, era evidente que o triunfo do Cruzeiro sobre o Ceará seria melhor para as pretensões do Bahia, que enfrentou o Santos e, caso perdesse, teria que lutar contra o rebaixamento enfrentando o Ceará na última rodada. Para alívio dos tricolores, o empate em 1 a 1 com o Santos, aliado a derrota do Atlético Paranaense para o América Mineiro e o empate entre Ceará e Cruzeiro, garantiram o time na primeira divisão do ano que vem.

NOTA NO SITE DO BAHIA GERA POLÊMICA

A nota oficial no site do Bahia não foi editada até agora e os rumores andam soltos entre torcedores e cronistas esportivos, como o comentarista da ESPN Leo Bertozzi, que levantou a polêmica em seu blog. "Parece óbvio que o objetivo principal do clube tem de ser a vaga continental. E o torcedor, como pensa? Manifestem-se", solicitou. Alguns tricolores que comentaram em seu blog já tinham até criado um suposto movimento, o M.E.B. (Movimento Entrega Bahia). "Sou torcedor do Bahia e quero entrar no M.E.B - Movimento Entrega Bahia. Vamos devolver a gentileza que eles fizeram", opinou Lincoln, se referindo aos 7 a 0 sofridos em 2003, que rebaixou o tricolor. Porém, boa parte do movimento nada tem haver com o "fortalecimento do futebol nordestino". Boa parte dos que pedem a entrega do Bahia são torcedores do Atlético Mineiro. "Entrega Baea!!! Vai ter trio elétrico no Bar do Peixe! É Carnaval em BH!!!!", comentou o atleticano Bessas.

Em meio a opiniões divididas entre torcedores de diversos times, o fato é que o Bahia fez uma campanha muito ruim dentro de casa no Brasileirão: foram seis vitórias, sete empates e cinco derrotas, logo, não será algo de outro mundo se o tricolor perder. Para o torcedor do Fortaleza Fawber Gladson Quintino, o tricolor não deve abrir mão de disputar um torneio internacional, o que não acontece há 21 anos. "Se o Bahia abrir [as pernas] e o cruzeiro ganhar e ai como fica quem vai pagar pelo prejuízo de abrir mão de uma sul-americana?", contesta.

BAIRRISMO

“Secar” o rival (torcer contra) é natural. Mas a região Nordeste, ao longo da história, tem dado exemplos de bairrismo que não existem em outros cantos do país. Na semifinal do Campeonato Brasileiro de 1975, o Estádio do Arruda estava repleto de torcedores do Sport, Náutico e América-PE, que levaram suas bandeiras e se uniram ao lado dos tricolores para apoiar o Santa Cruz no duelo contra o Cruzeiro. O Santa perdeu e não pôde disputar a decisão contra o Internacional, mas certamente Pernambuco se entristeceu com a derrota. No ano passado, assistindo a Brasiliense x Náutico pela Série B (13/11/2010), me assustei com uma cena inusitada: um rapaz com camisa do Sport no meio da torcida do... Náutico! Os comentaristas do PFC repercutiram a cena. Quando o Timbu fez o gol, o rubro-negro se uniu aos alvirrubros na comemoração. Será que em Pernambuco há mais exemplos desse tipo do que em outros lugares pelo mundo?


Combinando ou não, os clubes de Recife vivem em sintonias parecidas. Em 2001, Santa Cruz e Sport foram rebaixados para a segunda divisão. Em 2005, Santa Cruz e Náutico disputaram o quadrangular final da Série B, houve um movimento para que ambos subissem, mas o Timbu não conseguiu vencer o Grêmio com quatro jogadores a mais (a “epopeia” gaúcha ganhou o nome de “Batalha dos Aflitos”). No ano seguinte, o Santa viveu a tristeza do rebaixamento enquanto Sport e Náutico foram promovidos para a Série A. Em 2011, os três clubes de Recife subiram: o Santa Cruz ascendeu para a Série C e Sport e Náutico para a elite do futebol nacional.

A semelhança entre todas as torcidas nordestinas, porém, não se resume a campanhas nas competições nacionais. Muitos torcedores de times da região questionam a “mídia do eixo”, que estaria dando pouco espaço aos clubes nordestinos. “Só assim pra o Bertozzi dar destaque ao Baêa, lógico que de forma negativa. Esta é a verdadeira imagem que eles têm do nosso futebol: timinhos sem caráter, com torcidas folclóricas, doidas para entregar a rapadura ao primeiro aceno”, questionou o torcedor do Bahia Jorge Ramos, no blog do comentarista da ESPN.

PROBABILIDADE

Matematicamente, o Cruzeiro tem 19,8% de chances de cair, segundo o site Chance de Gol. O Ceará tem 84,8%. Porém, há quatro anos, um episódio semelhante deu pistas de como os matemáticos podem estar errados. Corinthians e Goiás brigavam para não cair, e o time paulista era favorito a escapar da degola na última rodada, pois estava fora do Z-4 e dependia apenas de si. No entanto, a partida do Corinthians seria fora de casa, contra um Grêmio motivado em conseguir vaga na Libertadores e, de quebra, rebaixar um dos clubes mais odiados do país. Já o Goiás, precisava torcer por derrota ou empate do Corinthians e vencer, em seus domínios, o desmotivado Internacional, que além de não almejar nada, havia perdido o título brasileiro dois anos antes justamente para o Corinthians. Pesquisas feitas na época apontavam que a maioria dos colorados torciam para que o time de coração entregasse a partida para o alviverde goiano. Corinthians e Grêmio empataram em 1 a 1, o Goiás venceu o Internacional e o segundo clube de maior torcida do Brasil foi rebaixado, contra os prognósticos matemáticos.

Para a última rodada do Brasileirão 2011, o Cruzeiro recebe o Atlético Mineiro na Arena do Jacaré, em Set Lagoas. Em clássicos entre as duas equipes, o estádio só pode ser ocupado pelo torcedor da equipe mandante. Os atleticanos não poderão presenciar um eventual rebaixamento, mas estarão com o radinho ligado entre as partidas de Salvador e Sete Lagoas. Desde o primeiro campeonato nacional, chamado de Taça do Brasil, em 1959, o Cruzeiro só deixou de participar de quatro Brasileirões: 1959, 1963, 1964 e 1965. Na época, as melhores equipes nos estaduais garantiam vaga no Campeonato Brasileiro. O Cruzeiro nunca foi rebaixado.

O Ceará venceu o Bahia por 3 a 0 no jogo de ida, em Fortaleza

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Os animais do selvagem futebol brasileiro


"Série B é briga de foice no escuro", dizem os comentaristas mais exaltados. Na selva da segunda divisão, porém, é o leão quem tem gritado mais alto. Ou melhor: os leões. A Portuguesa de Desportos se sagrou campeã no dia 8 desse mês, ao empatar como o Sport num duelo em que ambas equipes tem como mascote o rei da selva. Se a equipe paulista levou a competição com tranqulidade, outros três leões brigam por uma única vaga do acesso: Sport, Bragantino e Vitória. Quem quer que suba, entrará no lugar de outro leão, o Avaí, que já está matematicamente rebaixado para a Série B.

Outro animal que tem chamado atenção em 2011 é o galo. Se na elite do futebol brasileiro o Atlético Mineiro não tem representado bem a ave, uma outra equipe de Minas Gerais "cocoricou" tão alto que levou um título nacional. O Tupi de Juiz de Fora foi campeão da Série D ao vencer o Santa Cruz por 2 a 0, em pleno Arruda lotado. Próximo do seu centenário, o galo carijó, como é chamado o time do interior de Minas, conseguiu seu primeiro título nacional, batendo a equipe pernambucana nos dois jogos.

Outro galo pode se tornar campeão nacional ainda em 2011. O CRB de Maceió é finalista da Série C. Precisa superar o Joinville de Santa Catarina, que tem como mascote um coelho. Nada mal para quem já bicou até dragão (o América de Natal).

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Um gol que valeu R$ 4 milhões

O triunfo, de virada, sobre o Atlético Mineiro, de 2 a 1, domingo passado, para muitos, “carimbou” o título de campeão para o Corinthians. Você pagaria R$ 4 milhões pelo título Brasileiro? Sem ter colaborado com a equipe nas três partidas que havia entrado em campo pelo Campeonato Brasileiro da Série A de 2012, Adriano fez um gol no finzinho do jogo e a equipe paulista se mantém na ponta da tabela faltando apenas duas rodadas para o término da competição. Os R$ 300 mil mensais, gastos em oito meses desde que o atacante chegou ao Parque São Jorge, equivalem a R$ 4 milhões, mas muitos torcedores não se importam com a fortuna investida caso o Corinthians leve o título.

Mas, por experiência própria, o clube paulista sabe que um título não é garantia de paz a longo prazo. Em 2005, o Corinthians firmou uma parceria com a empresa MSI, que montou um elenco com grandes jogadores. O clube paulista foi campeão naquele ano, mas foi rebaixado para a segunda divisão dois anos depois, na mesma temporada em que se deu o fim da pareceria e o Ministério Público congelou os bens da MSI no Brasil, após denúncias de lavagem de dinheiro.

Com 1,89 m de altura, o peso ideal de Adriano seria 87 kg. Quanto mais acima do peso o atleta, mas propenso a contusão ele está, pois está carregando alguns quilos a mais do que pode sustentar. O atacante assinou contrato em 25 de março desse ano, fora de forma. No dia 19 de abril, um rompimento nos ligamentos do tendão de aquiles prolongou sua estreia, que deveria acontecer em meados de maio.

O “imperador”, como é chamado, entrou em campo pela primeira vez com a camisa do alvinegro em 9 de outubro, no Pacaembu, quando a equipe do Parque São Jorge já vencia por 3 a 0 do Atlético de Goiás. O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, porém, nunca se mostrou preocupado com o atraso da estreia. Ao saber que Adriano bebeu um chopp num dia de folga, no Rio de Janeiro, mostrou-se indiferente a polêmica. “Bebeu só chope? Poderia ter tomado whisky, porque chope engorda. Eu não sou babá de jogador. Treinando no horário dele, ele que encha a lata. Na folga dele, ele faz o que achar melhor”, comentou, mostrando não ligar para a demora de Adriano em entrar em campo.

domingo, 13 de novembro de 2011

O que se ganha com o autocontrole?

Há uma semana, escrevi uma postagem intitulada "O que se perde sem as redes sociais?", abordando meu ponto de vista sobre o vício causado pelo Facebook, twitter e afins. Pensei em me "excluir" do mundo digital, mas depois de tomar conhecimento de uma experiência sobre autocontrole, mudei meus conceitos.

O estudo em questão foi feito pela Universidade Stanford, coincidentemente a mesma em que o fundador do Orkut, o turco Orkut Buyukkokten, fez pós-doutorado em ciência da computação no tempo em que criou o viciante site dos anos 2000, que atualmente se encontra em decadência.

Na década de 60, Stanford recrutou algumas crianças e, para testar o autocontrole, colocou um pedaço de marshmallow na frente de cada uma delas. Instruídos por uma mulher, que prometia dar mais um marshmallow se estas resistissem a não comer o doce, os pirralhos ficaram azucrinados, e a maioria não conseguiu adiar a satisfação pelo prazer imediato. Descobriu-se com isso que os que resistiram se tornaram pessoas com mais capacidade de autocontrole, além de outras virtudes, como persistência e maior tolerância à frustração.

Sempre há tempo de cortar hábitos destrutivos. Ter uma ferramenta viciante por perto pode ser um teste, e a busca pela autoaprovação é diária. Vejam o vídeo da experiência com as crianças, com legenda em português.



Leiam mais sobre a experiência em:

http://super.abril.com.br/ciencia/formula-sucesso-574653.shtml

http://www.alexandredecampos.com.br/blog/emocoes/auto-controle-em-criancas-o-teste-do-marshmallow/

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O que se perde sem as redes sociais?

Eu pensei em deletar minha conta em todas as redes sociais. Se isso acontecer, não terá sido um ato inconsequente. Coloquei na balança as vantagens e desvantagens de estar incluído no mundo digital, e descobri que a mantenho mais por questões profissionais. Numa eventual entrevista de emprego - essas coisas podem acontecer a qualquer momento - não pega bem afirmar que não tem Facebook. Os discursos são pomposos: "é a janela para o mundo", "é fazer parte da sociedade", “jornalista precisa saber o que está acontecendo a sua volta”, e por aí vai. No final das contas, porém, ninguém tem controle sobre si mesmo quando o assunto é internet.

Provavelmente as redações não bloquearam as redes sociais porque estas são ferramentas de trabalho. Inúmeras pautas surgem através de comentários inusitados nestes sites. Mas, assim como podem ser a salvação para cumprir o número mínimo de notícias a serem publicadas diariamente, Facebook e twitter distraem, e não digo apenas por mim mesmo: conheço muita gente, de todas as áreas, que revelam ter dificuldade para se focarem no trabalho ou estudo graças a estas ferramentas viciantes. Não é preciso nem guardar sigilo: pela timeline dos usuários, dá para perceber a frequência de publicações, algumas delas, inclusive, de desabafo, mostrando indignação por não saber conciliar as redes sociais com as obrigações.

No dia que eu me sentir seguro para "me livrar" das redes sociais, eu farei. O estilo de vida da sociedade mudou para pior em alguns aspectos. Com os celulares com acesso à internet cada vez mais popularizados, se tornou comum ver alguém conversando no chat em pleno barzinho, quando que poderia estar interagindo com quem está próximo. Enquanto não tenho coragem, tento diminuir o tempo que uso com tais "vícios".

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Barueri, o fake dos fakes


Numa viagem que fiz ao Chile, conheci um casal de paranaenses, torcedores do Paraná Clube. Arthur e Sofia, naquela época, tinham por volta de 50 anos. Questionei-os sobre o fato de torcerem por um time nascido a pouco mais de 10 anos, e eles me contaram a história da gralha azul, que começou após uma fusão entre os tradicionais Colorado e Pinheiros.

Arthur e Sofia não "decidiram" torcer pelo Paraná. Apenas deram continuidade ao amor pelo Colorado. Estranho, porém, é torcer por um time fundado sem paixão, com o objetivo de ganhar dinheiro. Tolo são seus torcedores. "Eu acredito que, com o passar dos anos, o torcedor vai comprar mais camisas, acessórios e principalmente, vai colocar na mente e no coração que ele tem um time para torcer pelo resto dos seus dias", iludiu-se o radialista Thiago Caldeira, de Presidente Prudente, sobre o Grêmio Prudente, clube que ficou apenas um ano e meio instalado na sua cidade. Já o publicitário Richard de Almeida, também morador do interior paulista, viveu momentos efêmeros com o time itinerante. "Não foi um time que surgiu aos poucos, nós já ganhamos um presente top".

Criado em 1989, o Grêmio Barueri Futebol Ltda., como o nome já diz, é um clube-empresa. Em 2001, passou a disputar competições profissionais, e sua ascensão meteórica o levou da sexta divisão de São Paulo até a elite do futebol estadual e nacional, em 2009. Divergências com a prefeitura de Barueri, no final de 2009, levaram o time à cidade de Presidente Prudente, a 527.85 km. Os baruerienses não gostaram nada da mudança.

"O time que me deu alegria muda de repente para uma cidade distante, que eu não posso acompanhar. O Prudente está esquecido para mim, vou torcer sempre contra", desabafou o torcedor Vani Vanin no início desse ano, antes do retorno do Grêmio itinerante.

Editor de esportes do jornal O Imparcial, de Presidente Prudente, Cássio Oliveira parecia prever a volta do Grêmio a Barueri. "Tem que ver se a cultura dessa cidade vai se adaptar a estrutura de clube-empresa e entender o pensamento da diretoria de estar vindo para a cidade, que é totalmente diferente", ressalta.

Um time "fake" como esse não poderia ter candidatas a musa mais adequadas. "Depois que eu fiquei maiorzinha, conheci uma amiga, lá em Barueri, comecei a frequentar os jogos, e assim virei torcedora", contou Giovanna Giorgetti, nascida em Rio Claro e candidata em 2009. "Eu comecei a acompanhar o time, foi amor a primeira vista. Hoje sou torcedora fanática, faça frio ou faça sol, estou lá apoiando, me considero a 12ª jogadora", exagerou Mayara de Souza, nascida em Presidente Prudente e candidata em 2010. Ao menos, musas do Brasileirão e Grêmio itinerante se combinam.

Aspas de Thiago Caldeira e Richard de Almeida (Brasileirão Petrobras - A Energia de Todas as Torcidas):



Aspas de Vani Vanin e Cássio Oliveira (ESPN - Além das Quatro Linhas - Clube-Empresa: Dá Para Confiar?):



Aspa de Giovanna Giorgetti (Entrevista da Globo.com):



Aspa de Mayara de Souza (Entrevista da Globo.com):

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Torcedoras fakes do Brasileirão

Torcedor, fale a verdade: você se importa com o concurso Musa do Brasileirão? Não dá para questionar a "qualidade" das moças que representam os times da Série A. É uma mais bonita e gostosa que a outra. Porém, eleição por eleição, já existe o concurso da coelhinha da Playboy para apreciarmos o mulherio.

As "representantes" dos clubes que disputarão o "título" no Caldeirão do Huck não ilustram a paixão de quem, incondicionalmente, vive pelo time de coração. São modelos apenas fazendo um de seus "trampos". Candidata a musa do Esporte Clube Bahia, Dani Mangá é a coelhinha da Playboy de 2010, mora no Rio de Janeiro e, durante a apresentação das candidatas, na TV, errou o hino. Seguindo os passos da baiana, a gaúcha Carolina Gonçalves foi coelhinha da Playboy do mês de julho e candidata a garota da Stock Car na etapa de Santa Rita-RS. Porém, perdeu a vaga de musa do Grêmio para Marilisy Antonelli.

Marilisy Antonelli, por sinal, me conquistou pela entrevista, ao assumir que sua família toda é colorada e que sua paixão pelo tricolor gaúcho nasceu com Paulo Nunes, jogador da equipe na época em que ela era criança. Ela não é a única mulher que escolheu o time por causa do jogador, mas na história dos concursos, não lembro outra que tenha assumido. Quem sabe, ela é a única que de fato se importa com o clube que está representando.

Pelas entrevistas, é possível identificar um discurso parecido nas candidatas. Parece que tiveram aula com o mesmo professor de discurso. "Eu torço pelo alvinegro desde criancinha", "meus pais me incentivaram a ser rubro-negra", e por aí vai. Poucas assumem que nem sempre torceram pelo time. Larissa Rezende, a candidata do Atlético-GO em 2010 e, na minha opinião, a mais gata daquele ano, não teve problema em dizer que nem sempre foi atleticana. Em locais onde boa parte das pessoas torcem por clubes de fora do seu estado, como Santa Catarina e Goiás, eu desconfio ainda mais que as musas só passaram a conhecer o time da cidade quando ele chegou na Série A.

O concurso Musa do Brasileirão, da Globo.com, é fake. Mas nada pior que o concurso Gatas do Brasileirão, da UOL. A representante do Bahia, por exemplo, sequer tem sotaque de baiana. Se for para vestir uma modelo com a camisa de um clube para simplesmente concorrer com o portal rival, que ao menos escolha uma representante local. Nesse tipo de concurso, eu deixo de ser Bahia. Prefiro que ganhe a que me soar mais verdadeira, por isso torço pela musa do Grêmio, Marilisy Antonelli.

Entrevistas com Marilisy Antonelli:

Site da torcida do Grêmio

GloboEsporte.com

Grêmio TV e Rádio