sábado, 29 de dezembro de 2007

Ninguém quer fazer nada de graça

Hoje, poucos cientistas fazem suas pesquisas por amor: hoje em dia, o mundo gira em torno do dinheiro. Por isso, não se tem feito nenhum grande esforço se não existir retribuição, e na cabeça de muita gente as retribuições como o sorriso de uma criança que se curou da Aids ou de um paralítico que voltou a andar não bastam, pois as retribuições oscilam entre outras 2 opções: dólar ou euro.
Com tantas pesquisas feitas e com tantos gênios sendo bem preparados em excelentes laboratórios de universidades, ja poderíamos ter descoberto a cura da Aids e avançado mais nas pesquisas de células tronco. Então, porque milhões de pessoas ainda são portadoras do vírus Hiv e milhões de pessoas não poderão jamais voltar a andar? A resposta é simples: pela ganância do ser humano.
Com muito dinheiro investido, digamos que uma determinada empresa tenha descoberto a cura da Aids, aí divulgue sua descoberta, salve a vida de milhões de pessoas, mas aí alguns laboratórios pequenos vão 'falsificar' o produto da cura, e assim, o laboratório original, que vende o produto mais caro, vai deixar de lucrar com a venda de produtos 'clandestinos' mais baratos, e todo o investimento caro em pesquisas não terá retorno. Ora, o que falta nesse mundo são pessoas com espírito filantrópico, que ajude sem querer algo em troca, porque é lógico que a ciência tem de ser usada para o bem de todos, e caso apenas os laboratórios com sua patente vendessem esses produtos caros, a única mudança seria a elitização da cura.
As células tronco se esbarram no quesito ética, ja que há uma grande discussão sobre quando começa a vida: há quem defenda a tese que após a fecundação do espermatozóide no óvulo, ja há vida. Há quem defenda que, se o fim da vida é a morte cerebral(quadro irreversível), o começo da vida também começa pelo início da formação do cérebro; As células tronco embrionária são células que ainda não estão num processo de diferenciação(ou seja, antes de se formarem os orgãos, todas as células são iguais e àos poucos irão se diferenciando), portanto, para quem defende teorias de vida como a de que só existe vida após a formação do cérebro, não há impeçilho para fazer essas pesquisas(essas mesmas pessoas geralmente não contestam o aborto nos primeiros dias de vida), porém, instituições religiosas são conervadoras e ainda detem muito poder sobre a mente de várias pessoas, e se assim continuar, nessa inflexibilidade, várias gerações de paralíticos não terão direito a voltar a andar porque não se 'pode matar um ser humano que nem se quer chegou a existir'.
Saindo da área de saúde, o uso da esperteza nos direitos autorais são praticados de forma anti-ética no mundo da informática: Bill Gates, segundo constam alguns relatos, enriqueceu usando idéias que não havia criado, através de roubos virtuais(ou seja, um dos homens mais ricos do mundo ja foi um hacker e hoje pousa de bom moço usando sua imagem 'filantrópica' ào fazer doações para a África). Os softwares da Windows são atualizados constantemente, e a cada edição, uma novidade, pela qual você não pode usar se tiver a edição antiga(e assim o consumidor vai lá e compra a nova edição); As coisas podem mudar para o magnata com a concorrência de novos programadores, mais éticos e criativos que ele, e assim, talvez o 'Windows que não trave' saía do papel, e por isso, Bill Gates ja está investindo em novos ramos, como na internet(em que sua MSN perde para a Google) e video-games(em que seu X-Box luta num confronto disputado com Sony e Nintendo). Talvez Bill não esteja acostumado com disputas fortes e leais, e sim com monopólios criminosos; E mesmo sabendo que tem dinheiro para levar o resto de sua vida confortável sem trabalhar, prefere ào inves de financiar empresas da área de saúde à curar a Aids e progredir nas pesquisas de célula tronco, simplesmente manter a realidade 'ajudar os pobres, pois estes devem continuar existindo, passivos e sem lutar'.
Se não existisse Software da Microsoft Windows pirata, Bill Gates estaria muito mais rico, porém, ele é um dos responsáveis pelo atraso econômico brasileiro: se ja não bastasse para o micro e médio empresário do país ter coragem para conseguir financiamentos arriscados com altas taxas de juros em bancos inflexíveis, os empresários tem que pagar por cada computador um softwear original da Windows, que muitas vezes custam o preço de um computador, se não, a fiscalização cobra uma multa maior que o software original e ainda taxa o trabalhador honesto que tenta sobreviver de 'criminoso'. Bom, o 'filantrópico Bill Gates' não parece se preucupar muito com o desenvolvimento dos emergentes, e sim com o fato de que 'havendo muitos emergentes logicamente haverão poucos poderosos como ele próprio'.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Orgulho inútil.

Segundo o dicionário Michaelis da Uol, orgulho é: 1.Conceito muito elevado que alguém faz de si mesmo; altivez, brio. 2. Amor-próprio exagerado. 3. Empáfia, soberba. 4. Aquilo de que se tem orgulho.
Portanto, não se tem orgulho do que não é seu ou do que não faz parte de sua realidade, por exemplo, se você simplesmente argumentar que tem orgulho da cultura mexicana, sem ter nenhum vínculo parental com este país, na verdade você se confundiu, pois a palavra certa seria admiração, e não orgulho; Mas se argumentar que 'A cultura mexicana o orgulha por ser latino-americano', faz sentido, pois está dentro de sua realidade ser latino-americano.
Porém, devemos tomar cuidado com o que se orgulhar: afinal, muitos dos 'orgulhos' por aí nada tem haver com sua identidade, e uma admiração muito exacerbada vira bajulação, uma decretação informal de superioridade ào homenageado e inferioridade própria, a exemplo dos nordestinos que torcem para o Corinthians e afirmam ''Eu tenho orgulho do Coringão", enquanto em São Paulo estes sofrem descriminação e que diferente dos clubes de sua região, que este pode acompanahar de perto, o Corinthians não depende da ajuda e nem dividirá suas perdas com esses torcedores.
A uma enorme propaganda pelo mundo sendo feita para converter valores, por isso milhões de asiáticos que se quer foram a Inglaterra brigam entre si pelas suas 'paixões' Manchester United e Chelsea(basta observar no orkut que esses 2 times ingleses tem grande torcida na Índia, Paquistão e China, há até troca de ofensas contra o time rival, enquando os dirigentes ingleses devem dar risada pensando ''que ótimo que existem idiotas tão fáceis de manipular, que compram nossos produtos, nos enriquecem e nos fazem rir").
Eu sou torcedor do Bahia, mas reconheço que estou longe de ser apaixonado como a maioria dos milhares de frequentadores da Fonte Nova, e respeito todos eles, pois muitos ali lutam por melhorias no time e se Deus quiser vão conseguir, muitos ali que podem pagar são sócio-torcedores e lutam pelo voto direto- ja que no E.C.Bahia não se elege presidente diretamente, se elege uma comissão, e esta elege o presidente, o que é injusto e mantêm a mesma panelinha no poder durante décadas.
Eu dou muito valor àos torcedores regionais, e inclusive tenho 2 primos sergipanos(um 7 e o outro 9 anos mais novo que eu), e desde que estes nasceram eu lutei para convence-los á torcer pelo Bahia, dei uniformes, ensinei-os a cantar o hino e a lembrar o nome dos jogadores principais, porém, eles foram crescendo e vendo a enorme crise no tricolor baiano, ào mesmo tempo que eu pensei: porque torcer pelo Bahia, se eles são sergipanos, e podem lutar pelo fortalecimento do seu estado no cenário nacional? Então, ja que não torço para nenhum time sergipano(embora tenha uma simpatia especial pelo alvi-rubro Clube Sportivo Sergipe) tentei os fazer descobrir para qual time eles iriam torcer. Um decidiu torcer pela Associação Desportiva Confiança, o outro pelo C.S.Sergipe(os dois clubes da capital, embora o inteiror tenha time às alturas, mas acho importante torcer pelo time da sua cidade), mas como 2º time: agora, o 1º time de um é o Corninthians e do outro é o São Paulo, o Bahia foi rebaixado à 3º time, e os dois dificilmente poderão acompanhar e participar ativamente da história de seus clubes, e estes clubes jamais saberão da sua existência.
Saindo um pouco do lado futebolístico e analisando o tema orgulho, se eu fizesse um dicionário, minha definição para orgulho seria a seguinte: ter orgulho de algo, como de seu país(nacionalismo ou patriotismo) implica em achar que as conquistas nacionais viram conquistas pessoais, e que de alguma forma você contribuiu para isso(como um pai que ve seu filho fazendo sucesso na carreira e comenta com os amigos "este é o meu garoto!"- houve uma participação direta nesse resultado, mas também é aceitável no mínimo uma participação indireta, como o orgulho de a Petrobrás dominar a tecnologia de extração de petróleo em águas profundas recentemente e você ser engenheiro aposentado de lá há alguns anos, mas conhece o pessoal e ensinou muita coisa a muitos deles), mas, se racionalizarmos bem, não existe ''contribuição limitada": quem contribui para o bem também contribui para o mal, portanto, é incoerente me orgulhar da capacidade do Brasil de sediar um Pan(pois eu não trabalhei para isto acontecer, portanto, não sou responsável pelo acontecimento) se eu não me considero culpado de 14 milhões de brasileiros passarem fome(talvez nossa lamentação seja porque nós achamos que todo ser humano- independente de nacionalidade- merece ter oportunidade de levar uma vida digna, e não seja um sentimento de vergonha, ja que dependendo da maioria dos brasileiros isto não estaria acontecendo, mas uma minoria tem poder para comandar a máquina administrativa desse país que sempre teve raízes fortes com a corrupção).
Dar uma colaboração à algo não significa que você faz parte do organismo em questão, por exemplo: pagar impostos não significa dizer que você tem orgulho de ver seu país usando bem a sua verba pública(esse exemplo foi para canadenses, finlandeses ou neo-zelandeses, mas certamente não foi para nós brasileiros), doar uma certa quantia de dinheiro para a construção de um centro de treinamento de uma equipe(como meu avô, ex-conselheiro do Bahia, doou) e ganhar em troca um chaveirinho escrito ''eu ajudei a construir o Fazendão"(que o guardo até hoje) não necessariamente implica que você de fato fez parte dessa conquista(no caso do meu avô, ele realmente deve ter se orgulhado, mas não necessariamete a injeção de dinheiro significa que você fez algo de produtivo em que se deve orgulhar, pois com seu dinheiro ou não, a obra vai ser feita, ainda mais num país como o Brasil, sabe-se disso- se é que você me entende- mas o orgulho por algo consiste em uma atividade maior: em se esforçar, trabalhar arduamente por um objetivo e quando finalizado, você ser reconhecido(pois lutamos por amor sem algo em troca, mas não somos idiotas para dar créditos falsos), e saber que um time não tem uma torcida, a torcida tem um time, portanto, posso dizer que meu avô não torcia pelo Bahia, ele ERA o Bahia, junto com milhões de pessoas que formam esse clube apaixonante e de energia inexplicável, e que parte da torcida politizada com os problemas administrativos e luta pela melhora, através de um sentimento de orgulho coletivo, que se mistura ào orgulho de ser baiano, e saber que temos nosso espaço no Brasil, que somos guerreiros e lutaremos de igual para igual contra times mais ricos de regiões mais ricas, que tiveram a oportunidade na história de contar mais vitórias, e no caso de sermos derrotados, queremos ser lembrados como uma pedra no sapato- como o Bahia e Vitória ja foram em outras épocas,- e não como times que mereçam menosprezo).

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Repressão.

O principal argumento dos meios de comunicação ào transmitirem um evento de interesse popular é ganhar dinheiro. Ninguém é bonzinho ou solidário ào povo ào transmitir os jogos do Corinthians na 2ª divisão da temporada 2008: todos sabem que o Corinthians tem a 2ª maior torcida do Brasil, espalhada pelos 26 estados do Brasil e Distrito Federal, portanto, os anunciantes querem ganhar visibilidade, e com uma procura muito grande, a oferta se torna cara e interessante para quem comprou os direitos televisivos. Porém, não há interesse das elites em converterem valores, pois o que está dando dinheiro para poucos continuará dando dinheiro para esses mesmos se nada for modificado, por isso não se transmite jogo do Poções na 3ª divisão do futebol brasileiro: porque ninguém ào menos sabe onde fica Poções, quanto menos sabe que lá existe um time, e por isso, o número de interessados em conhecer tal equipe trará prejuízo a emissora que s aventurar à investir em pró dos fracos e oprimidos.
Os clubes mais populares(não só em suas regiões, mas espalhados pelo país) do Brasil estão localizados na região sudeste, em parte por estar localizada em cidades ricas, que por terem um movimento de capital muito grande, acabam enriquecendo seus times locais em consequência de uam economia dinâmica, e assim estes podem comprar os melhores jogadores das regiões onde não se paga tão bem(ou seja, os melhores jogadores do Brasil se concentram nos clubes mais populares, por terem os clubes que tem mais dinheiro); Mas os meios de comunicação tem grande parte na sustentação desse sistema injusto que seleciona o que é interessante de acordo com seus interesses capitalistas. O mundo precisa de aventureiros que, como mencionado no parágrafo anterior, passe a transmitir jogos do Poções da 3ª divisão do futebol brasileiro(essa é uma metáfora, o Poções é um símbolo nesse texto de todos os times desfavorecidos pelo sistema, e que só irão melhorar quando as entidades políticas máximas passarem a defender os pequenos e médios clubes, ào inves dos grandes, que é os que menos precisam, assim como na sociedade devemos beneficiar as pequenas e médias empresar- como orgãos como o Sebrae e Bndes teriam de fazer na teoria*- e não as multinacionais).
*Afirmei na teoria porque o Bndes foi usado no governo FHC para privatizar pequenas empresas do governo ou vende-las para um grupo maior.
A luta do povo contra a elite e do oprimido contra o dono do sistema sempre irá existir, pois enquanto houver repressão existirá represália e assim o mundo constantemente vivenciará guerras. Quando a elite enxerga que o povo é numeroso e sua união faz a força, ela joga o povo contra o povo: na metáfora do futebol, se afirma que 'Corinthians e Flamengo são os times do povo, portanto, as está beneficiando', sendo que o Brasil não se resume a Rio-São Paulo e que quem manda nesses clubes acaba usando da paixão do torcedor a sua fonte de renda. Mas saindo da questão futebolística, as elites reprimem o povo, fazendo o brigar entre si quando se separam países e afirmam que eles são inimigos(toda a América latina, que deveria estar unificada, todos os países árabes e africanos, em que muitos deles foram separados por zonas de dominação...) e outra questão primordial: quando colocam o povo para tomar conta do patrimônio, sendo que o detentor deste na prática acaba sendo a elite(é o caso da polícia. que mesmo com sua função de proteger o que é público, na revolução francesa foi criada pelos burgueses, que selecionaram alguns homens do povo, deram uniformes de policial e disseram ''vocês são 'menos povo que eles', por isso, nos protegam e em troca terão trabalho- na prática, acontece a mesma coisa hoje em dia, a polícia segura ào extremo uma estrutura que ja está em ponto de saturação, e que se nada for feito na área social, dando oportunidades àos oprimidos e tirando o álibi de qualquer revolta, o povo vai mostrar sua força, e aí, chegará à um ponto a conscientização popular que o povo irá tomar o poder e dividir os meios de produção, só que diferente da União Soviética, em que os meios de produção pertenciam ào estado burocrático em que poucos se beneficiavam, o povo vai chegar ào poder para dividir terras, dividir indústrias, e por mais que se exista uma liderança, nada será maior que a coletividade, da força do 'nós', e só assim o Brasil será um país justo, só assim poderemos vibrar plenamente a inauguração da tv digital, da copa do mundo ser sediada em aqui, da Petrobras dominar a tecnologia de extrair petróleos em águas profundas e de termos mandado um astronauta ào espaço: enquanto uma minoria no poder, as elites, e minorias reprimidas, os nordestinos em São Paulo, todas as conquistas dessa nação não passarão de esterco, de eternos estercos para cobrir o grande buraco que sempre existiu na história desse país.