segunda-feira, 15 de junho de 2009

A magia dos desenhos

Se você nunca ouviu falar da DC Comics e da Marvel, ao menos conhece Batman e Homem-Aranha. Essas duas empresas de HQ's americana (HQ é abreviação para história em quadrinhos) produziram muitos dos heróis mais famosos da cultura pop americana, que se espalhou pelo mundo. Em outra corrente, Star Wars, de George Lucas, hoje é um dos ícones da cultura Nerd, foi o HQ pioneiro a virar série de filmes em episódios e não traz uma linguagem patriótica: no universo dessa série, não existe Estados Unidos, tão defendidos pelas cores azul, vermelha e branca de Super Homem, Homem Aranha, Capitão América... Ainda nos EUA, histórias do sul do país, como as de cowboys, sempre foram muito lidas, mas foi Zorro o HQ de maior sucesso acerca da realidade dessa região. A França tem em Asterix seu herói nacional, e narra a resitência da Gália (hoje território francês) sobre o poderoso império romano.

Mas não é só os Estados Unidos e França que conseguiram sucesso na produção de histórias em quadrinhos: O Japão e seus mangás (HQ's ao estilo japonês, que são lidos de trás para frente, na horizontal- e não da esquerda para a direita), mesmo inspirando animes (desenho animado), continuam a ser tão queridos quanto as suas versões animadas. Há mangás para diversos públicos, como jovens, adultos, homens e mulheres. Há mangás pornográficos, como o Hentai e para outros tantos temas. Talvez o mangá de maior sucesso seja Dragon Ball, que inspirou animes, jogos de video-game, rpg (Role Playing Game, algo como jogo de interpretação de Personagens) e recentemente até filme com atores reais!

Mas não é só de séries e revistas que vivem as histórias em quadrinhos: se estiver faltando fatos relevantes para serem noticiados, um jornal fica chato certo? Bom, depende de que caderno impresso você abrir: assim como as crônicas, as tirinhas com curtas histórias não dependem do 'andamento do planeta' para narrar boas histórias, e personagens como Mafalda, Snoopy, Garfield, Dilbert, Calvin, Malvados, Hagar, Wulffmorgenthaler, recruta zero, Níquel Náusea, Xaxado e Lucas (do Fala menino) são um entretenimento e tanto para quem abre o jornal em busca de diversão, seja elas quadrinhos, palavras cruzadas, seção de humor. Uma argentina chamada Maitena aborda em suas tirinhas o universo feminino, Ziraldo ja falou muito de política (embora a imagem ingênua do 'menino maluquinho' permaneceu muito forte na associação do seu nome para mim por muito tempo) e chargistas fazem caricaturas de personalidades também em quadrinhos, além de que em revistas como a Mundo Estranho, cada ilustrador tem o seu perfil, a sua marca, sendo assim facilmente reconhecíveis seus desenhos acompanhadas por vezes de suas assinaturas, no maior estilo 'artista plástico'.

A turma da Mônica, de Maurício de Souza, virou até parque temático em São Paulo, e hoje busca se modernizar com uma nova versão dos gibis, no estilo japonês.

Enfim, deixei de falar de muitos desenhos, e gostaria de falar de todos os que marcaram (esqueci por exemplo de colocar Popeye nas imagens dos quadrinhos clássicos). Não sei falar muito sobre a história dos quadrinhos, irei pesquisar mais, conhecer mais, ler mais, o que tenho hoje é muito fascínio pelo tema. No Japão, há animes que viram mangás, embora o inverso seja mais comum. Muitos dos desenhos clássicos famosos nunca foram postos em tirinhas, como Pantera cor de rosa, Betty Boop, Tom e Jerry, os desenhos de Hanna Barbera, Warner Bross, Disney... Gosto muito de cultura pop (embora também queira saber mais sobre cultura erudita, e depois, analisar o que separa ambas, ou se ambas estão se misturando a depender da ocasião, da apropriação, como o uso de música de câmera em trechos de desenhos, por exemplo), e gosto de ir mais fundo do que a superfície delas nos mostram: afinal, porque músicas da pantera cor de rosa e família Adams nos fazem imediatamente associar a estes desenhos? Eles conseguiram entrar na casa de muitas gerações, antes de nós nascermos parte de toda uma cultura ja havia sido criada e é mantida, ao contrário de muito do que se faz hoje em larga escala e não se mantém. Talvez os tempos de 'consagração' ja passaram, ou técnicas antigas foram esquecidas? Tenho inúmeros questionamentos e com isso descobri o quanto foi importante a matéria que dei esse ano na faculdade, Práticas Investigativas (em que as equipes trataram de investigar os motivos que levaram determinados grupos musicais ao sucesso e a cativar seus públicos), mas sei que os desenhos despertam uma áurea, uma mística, alo tão subjetivo que palavras não são suficiente para expressar: são mais que entretenimento, e nunca será perda de tempo se deliciar ao assisti-los.

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