quarta-feira, 23 de junho de 2010

ÔôÔô a Celeste voltôÔô... / As zebras também choram

ÔôÔô a Celeste voltôÔô... (22-06)

O glorioso Uruguai mostrou ser mais olímpico do que nunca: bater recorde e quebrar tabus estão se tornando uma especialidade da Seleção de camisa azul celeste nesse Mundial.

Após fechar a primeira fase com chave de ouro com a vitória de 1 a 0 sobre o México, pela primeira vez a Seleção Uruguaia, em sua 11ª participação em Copas, consegue ficar três partidas de Copas sem levar gols. O Uruguai foi o maior responsável por, pela primeira vez em Mundiais, o anfitrião não passar da primeira fase - a vitória por 3 a 0 sobre a África do Sul deixou os Bafana Bafana com o saldo inferior ao dos mexicanos, apesar do mesmo número de pontos. Há 56 anos o Uruguai não emplacava duas vitórias consecutivas no maior evento esportivo do planeta. A última vez havia sido na Copa de 1954, quando derrotou dois britânicos: 7 a 0 sobre a Escócia e 4 a 2 sobre a Inglaterra. Quem pode parar a Celeste Olímpica? No seu caminho, a Coréia do Sul, e posteriormente - em caso de classificação para as quartas-de-final - Gana ou Estados Unidos. Quem duvida que a geração Forlan pode levar o seu povo a sentir o doce sabor que pela última vez ocorreu em 1950? Na estréia contra a França, chuveram críticos que manifestaram opiniões duras contra o Uruguai, a exemplo de Mauro Cézar Pereira, da ESPN, que sugeriu que a equipe não passaria da primeira fase. Hoje, José Trajano, talvez um dos 'maiores críticos' em todos os sentidos, também da ESPN, expôs sua satisfação ao ver o Uruguai voltando a jogar um bom futebol.

ESPN.com.br / José Trajano - Informação é o nosso esporte - VIDEOBLOG: Ao ritmo do candombe, Trajano comemora vaga uruguaia

A África do Sul, que não conseguiu vaga se quer para a Copa das Nações Africanas, esperava pelo começo do Mundial sob enorme desconfiança. Mas episódio semelhante já havia ocorrido as vésperas da Copa do Mundo de Rugby em 1995, quando a equipe dos Springbox - a Seleção nacional de Rugby - venceu o torneio surpreendentemente. A Seleção nacional de futebol se chama 'Bafana Bafana'. Estreou com empate contra o México, foi derrotado por 3 a 0 contra o Uruguai, mas ainda restava uma luz no fim do túnel contra a desequilibrada França. Embalados pelo ritmo do "Shosholoza" - música que representou a resistência de Nelson Mandela e nessa Copa foi o hino da Seleção da casa - os sul-africanos não desistiram, mas a vitória por apenas 2 a 1 sobre a equipe do técnico Domenech não foi suficiente: seria preciso fazer mais três gols. Mas os sul-africanos não se abateram e, conscientes de suas limitações, fizeram festa após a vitória simbólica e agora se dividem na torcida: alguns pensam em torcer por Gana, a representante do continente africano, outros apoiarão Brasil, Argentina e etc.

ESPN.com.br / José Trajano - Informação é o nosso esporte - VIDEOBLOG: Redação em ritmo de Shosholoza

O momento mais marcante após o término da partida entre África do Sul e França foi a tentativa de Parreira em cumprimentar o treinador adversário, Raymond Domenech, e este ter negado o aperto de mão. A Seleção francesa protagonizou uma série de 'barracos' desde a sua classificação polêmica, com uma assitência de Henry usando a mão para o gol de Gallas. Domenech, que fora vice-campeão Mundial em 2006, foi polêmico na sua convocação e admitiu usar o 'mapa astral' para determinar os seus 23 jogadores: Karim Benzema, do Real Madrid, por exemplo, não foi chamado. Thierry Henry jogou a Copa na reserva de Nicolas Anelka até a segunda partida, e justamente o seu 'jogador queridinho', que pouco rendeu em campo nas partidas em que jogou, o xingou no vestiário por ter sido substituído da partida. O episódio foi parar na capa do L'Equipe, o principal jornal de esportes da França, e com isso Anelka foi mandado embora do Mundial logo após o assunto repercutir. Numa coletiva de imprensa, o capitão Patrice Evra tentou minimizar o caso, afirmando que o caso não precisaria vir a tona, e se foi divulgado é porque 'havia um treinador dentro da equipe'. No dia seguinte, mais confusão: Evra se desentendeu com o preparador físico da Seleção, Robert Duverne, os jogadores boicotaram o treino e o diretor Jean-Louis Valentin, que chefiava o time da França na Copa do Mundo da África do Sul, achou que não tinha clima para trabalhar em meio às turbulências, pediu demissão e rumou de volta para Paris. Com todo esse turbilhão de acontecimentos, a França será lembrada desse Mundial mais como a Seleção das encrencas do que como uma equipe que pisou nos gramados de um Mundial. Raymond Domenech está para ser demitido e a sua falta de educação em não cumprimentar Parreira já entrou para história.

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As zebras também choram (23-06)

Poucos acreditaram que a Eslovênia pudesse chegar nas oitavas-de-final: poucos se quer haviam visto um jogo dela. Na segunda rodada, vencendo por 2 a 0 os Estados Unidos, os eslovenos estavam muito próximo de serem a primeira equipe do torneio a conseguir vaga para a próxima fase, mas a maionese desandou e os americanos chegaram ao empate. Chegando na última rodada como líder do Grupo C precisando apenas do empate para seguir adiante na competição, os eslovenos não resistiram e levaram um gol da Inglaterra, que seria o único da partida. Mesmo assim, a classificação viria: EUA e Argélia empatavam até os acréscimos do segundo tempo, quando Donovan foi o responsável pelas 'zebras' chorarem. De quebra, os americanos conseguiram a liderança do grupo.

O Grupo C jogou às 11h e teve emoção até o fim. O Grupo D, que jogou as 15h30, contou com um dado interessantíssimo: pela primeira vez na história das Copas do Mundo dois irmãos se enfrentaram numa partida. O ganense da Seleção alemã Kevin-Prince Boateng não só enfrentou o seu país, como também a equipe do seu irmão Jerome Boateng. Enquanto as naturalizações não sofrerem nenhum tipo de restrição esse tipo de acontecimento 'corre o risco' de se repetir. Dentre os vários ineditismos em Copas, um dificilmente acontecerá um dia: pai e filho jogarem pela mesma Seleção, ou mais incrível, se enfrentarem por Seleções opostas. Dados curiosos são muito instigantes, independente da ótica positiva ou negativa do mesmo acontecimento. A Alemanha venceu Gana e ficou com a liderança. Com a vitória da Austrália para Sérvia, Gana ficou com os mesmos quatro pontos da Austrália, mas ficou com a vaga pelo saldo de gols - em parte porque a Austrália levou a goleada de 4 a 0 para a os germânicos. O grupo D é tão confuso que a lanterna Sérvia venceu a líder Alemanha na segunda rodada. Com isso, um grande clássico do futebol já tem data marcada: dia 27 de junho, às 11h, Alemanha e Inglaterra. Já Gana enfrentará os Estados Unidos.

Um comentário:

Luana Marinho Nogueira disse...

Vc me enche de orgulho, Lucas!
sabe td, vc é uma verdadeira
enciclopédia!