
Na cidade de Nelspruithá há o estádio de Mbombela, com listras em preto e banco, numa clara referência a zebra. Foi nele que a Nova Zelândia protagonizou uma surpresa e tanto...
De um lado, a Itália, tetra campeã mundial, um país de 'sessenta milhões de treinadores' - como os próprios se auto-denominam -, apaixonada pelo esporte mais popular do planeta. De outro, a Nova Zelândia, tradicional nação no... Rugby. Essa é a sua segunda participação em Copas do Mundo de futebol, e trajada em vestes brancos, o apelido de sua Seleção de 'soccer' é 'All Whites' - alusão ao apelido de sua Seleção de Rugby, que se veste toda de preto e é conhecida com os 'All Blacks'. O que você esperaria desse jogo? Eu apostei no óbvio: vitória arrasadora da 'Azzurra' - apelido da Seleção italiana, que em italiano signfica azul. Mas essa Copa novamente surpreendeu e a Nova Zelândia abriu o placar. A itália chegou ao empate e não conseguiu a virada: 1 a 1 e a atual campeã Mundial correndo risco de não passar da primeira fase. É preciso vencer a Eslováquia, pois em caso de empate, somente a vitória paraguaia poderia lhe dar a vaga: estando rigidamente empatada com o país Oceânico - dois pontos e mesmo número de gols marcados até o momento - empates iguais nos dois últimos jogos do grupo F levariam a vaga para ser decidida no sorteio!
O terceiro gol foi de Elano: o seu segundo no Mundial. Kaka deu os passes para o primeiro e terceiro gol - no primeiro, numa triangulação com Robinho. A Costa do Marfim marcou com Drogba, atacante que passou sério risco de não ir a Copa após ter quebrado o braço numa disputa com o nipo-brasileiro Marcos Túlio Tanaka, num amistoso contra o Japão a uma semana do início do Mundial.
O jogo foi quente no final: os Elefantes bateram, Elano saiu de campo de maca sem conseguir pisar no chão após Ismael Tioté ter deixado o pé numa divida, mas quem teve jogador expulso foram os sul-americanos, e quem diria, o meia Kaka, após ser vítima de uma simulação de cutuvelada de Keita, levou o seu terceiro cartão vermelho em quase uma década de carreira.
Viva Laduma!
Fotos:
Estádio Mbombela (AFP)
Smeltz, comemorando gol da Nova Zelândia (AFP | Martin Bernetti)
Dunga (AFP | Issouf Sanogo)
Kaka (AFP | Roberto Schmidt)
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O que os olhos não vêem o coração não sente (21-06)
Equipes com dificuldade de criação - a exemplo de Suíça e Grécia - já conseguiram grandes feitos no futebol com a retranca: obviamente a crônica esportiva criticará duramente, mas é a única maneira de levar 'Davis a vencerem Golias'.
A Grécia ganhou uma Eurocopa em 2004, satisfazendo a sua nação e a ninguém mais, e a Suíça, que em 2006 se tornou a primeira Seleção a terminar um Mundial sem levar gols, no jogo de hoje que começou as 11h bateu mais um recorde: 559 minutos sem levar gols entre as Copas de 1994, 2006 e 2010. O recorde anterior era da Itália, que havia ficado 550 minutos sem ter as suas redes estufadas entre seu final na Copa de 1986 até a semi-final da Copa de 1990 ( a Itália ainda tem o recorde de mais minutos sem levar gols em uma Copa do Mundo, 217 minutos). Após 9 minutos de terem alcançados os italianos na marca histórica, a Suíça levou o gol solitário da partida: o Chile venceu e é o líder isolado, precisando apenas de um empate na última rodada para garantir o primeiro lugar, o que lhe dará o direito de enfrentar o segundo colocado do grupo G - que tem grandes chances de ser Portugal, que joga pelo empate contra o Brasil para garantir a classificação e não deve se expor.
No jogo de 15h30 a Espanha venceu Honduras por 3 a 0. David Villa perdeu a oportunidade de entrar na artilharia do Mundial ao lado de Higuaín: deixou a sua marca duas vezes, mas perdeu um pênalti. A situação da 'Fúria' - como é conhecida a Seleção espanhola - ainda é delicada: um empate pode pode deixá-la fora da Copa prematuramente em caso de vitória da Suíça.
Amanhã pela primeira vez não terá jogo as 8h30: na terceira rodada, que vai até o dia 25, haverão quatro partidas diárias, duas ocorrendo as 11h e duas as 15h30, todas rigidamente simultâneas, a fim de evitar suposta fraude semelhante a de 1978, quando a Argentina entrou em campo contra o Peru sabendo exatamente o placar que precisava para passar o Brasil no saldo de gols e chegar a finalíssima do Mundial. Os argentinos precisavam vencer por quatro gols de diferença, venceram por 6 a 0 e a discussão ainda continua de pé.
No dia 22 as 11h os bafana-bafana entram em campo contra a conturbada França. Apenas um milagre colocará qualquer uma dessas Seleções nas oitavas-de-final, já que México e Uruguai, com quatro pontos e saldo considerável, se enfrentam no mesmo horário e não devem se arriscar tanto ao decorrer da partida, embora os mexicanos tenham motivos para buscar a vitória: com um saldo inferior ao dos uruguaios, um empate provavelmente os levaria a enfrentar a temível Argentina.
As 15h30 a Argentina enfrenta a Grécia: os gregos podem até se classificar com um empate, caso a Nigéria vença a Coréia do Sul no mesmo horário. A Coréia do Sul é a favorita para garantir a segunda colocação: com a Argentina arrasadora, os coreanos não devem partir pra cima da Nigéria logo no início, pois o empate contra os africanos, em caso de vitória argentina, classifica os asiáticos. Gregos e sul-coreanos tem o mesmo saldo, mas os orientais balançaram as redes mais vezes e por isso estão na vice-liderança: a Grécia precisaria vencer a Argentina com a diferença de gols maior que a dos coreanos sobre a Nigéria para se qualificar as oitavas de final do Mundial.
Palpite? Três latino-americanos garantidos e um asiático nas oitavas de final amanhã. Viva Laduma!
Fotos:
Goleiro Ri Myong-Guk deitado no gramado (AP Photo | Kin Cheung)
Mun In Guk protegendo a bola de Fábio Coentrão (Getty Images | Jamie McDonald)
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