terça-feira, 8 de abril de 2008

A cidade das molas

Era uma vez, uma cidade onde habitavam molas, de todos os tipos: das mais contraídas às mais distendidas havia uma variedade tão grande que ainda não havia sido catalogada.
As molas distendidas eram a minoria e mandavam na cidade, e as molas contraídas eram a maioria e queriam se distender. Independente do grau de contração, todos sabiam que, por mais que se chegasse ao nível máximo de distensão, as molas tinham tamanhos diferentes.
Os métodos para se distender as molas eram os mais diversos, mas não eram contados ao público, pois havia uma crença que a cidade era pequena demais para tantas molas distendidas.
As molas contraídas sofriam forte exploração, e mesmo querendo mudar essa realidade, não sabiam como. A profissão das molas contraídas em nada facilitava sua distensão, e nem criavam perspectiva de um futuro brilhante, então as molas contraídas ficavam tristes, sem esperança, e jogavam suas frustrações em cima de suas companheiras, e não dos responsáveis pela sua tristeza, que eram suas patroas.
Até que um dia, uma mola contraída descobriu o segredo que fazia as molas se distenderem, e logo, começou seu trabalho árduo de ensinar todas as molas contraídas a se distenderem, e mais que isso: quando se distendessem ao máximo, ainda podiam crescer mais. Com esse ensinamento, as molas contraídas fizeram uma grande revolta, e descobriram o poder que tinham por ser a maioria, e tomaram o poder. A partir desse dia glorioso, todas as molas lutam para serem umas maiores que as outras, mas lutam para crescer, e não para diminuir as outras e se sentirem maior por isso.

A vontade de se distender e assim se destacar é natural para as molas, e vem sendo benéfico para essa cidade, pois, se somando compararmos as energias mecânicas das molas de antes e hoje, depois da revolução, temos molas mais capacitadas, e mais distendidas.

Um comentário:

Teka disse...

Adooro metáforas xD