“Uh é paredão, o goleiro do...”. Coros que fazem referências aos goleiros podem ser completados com qualquer palavra terminada em "ão", que vão de Esquadrão a Leão. Em alguns casos, tais manifestações provocam mais barulho que a gritaria do gol. Claro, tudo depende do gol, que nem sempre é tão festejado, ou da defesa, que geralmente é esquecida logo em seguida. Solitários são os jogadores que vestem uniforme com cores diferentes das que os companheiros usam, além de passar a maior parte do tempo assistindo ao certame – a não ser que o adversário seja muito superior. Goleiros realmente merecem usar trajes diferenciados, afinal, são únicos. São a última esperança do scratch, mas podem ser os primeiros candidatos a vilões. Se as falhas tendem a ser mais lembradas que os milagres, apenas os “homens de luvas” podem ser canonizados. “São Marcos”, do Palmeiras, teve seus momentos de “mero mortal” no interclubes de 1999, quando sua falha culminou no gol do título do Mancheter United, e na furada na Copa do Brasil em 2003 contra o Vitória, no pior momento de sua carreira. Mas o paredão alviverde ganhou os céus, graças a suas grandes defesas e carisma. Como goleiro, não vejo a data de hoje como dia de reivindicação por “melhores condições de trabalho”, tampouco de desabafo contra os que por tantas vezes insultaram nosso ofício. Ser goleiro, para mim, é opção. Embora a maioria enxergue a execução da função como recurso para ser escolhido imediatamente no baba, logo após o par ou ímpar de formação dos times.
Foto: Guilherme Dionísio/ Futurapress
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