domingo, 12 de dezembro de 2010

2010

O último ano de uma década de tantas quebras de paradigmas resgatou o que há de pior na caretice política. A febre das "redes sociais" ainda não conseguiu democratizar a comunicação no país. Pelo menos nos bastidores da política, onde os aspirantes ao poder deram um péssimo exemplo nessas eleições. Serra e Dilma negaram o que disseram, comprovadamente, há tão pouco tempo, para vencer a corrida presidencial. O resultado de tamanha falta de transparência foi a eleição de Dilma Rousseff, com 55.752.483 votos no 2º turno sobre o "critão Serra".

Alguns atletas e comandantes de triunfos recentes decepcionaram, como o técnico Andrade, campeão pelo Flamengo em 2009 e rebaixado para a terceira divisão com o Brasiliense nesse ano. O inverso também aconteceu: Muricy Ramalho, que frustrou a torcida do Palmeiras ano passado - sem se quer conseguir vaga para a Libertadores - deu a volta por cima em 2010, ajudando o Fluminense a levantar a taça de campeão brasileiro.

O Rio de Janeiro, tão marcado pela violência nos morros dominados pelo tráfico de drogas, ganhou ares de esperança. Pouco depois de ser ilustrado nas telas de cinema com "Tropa de Elite 2", a polícia carioca, ao lado das forças armadas, vem executando uma complexa operação que visa ocupar as favelas e livrá-las do “poder paralelo”. Diferente do que se vê no longa-metragem de Padilha, a expectativa da população é de que a paz volte a reinar na cidade maravilhosa, e o medo da "troca de poderes nos morros" dá lugar ao elogiado trabalho dos executores da empreitada.

Enquanto o ET Bilu diverte mais do que assusta, a NASA marcou uma coletiva de imprensa para lá de sinistra no final de novembro. O assunto: possibilidade de haver vida inteligente fora da Terra. Quem esperava tomar conhecimento sobre uma "mensagem extra-terrestre" se decepcionou, mas estudos revelam que a vida poderá existir em ambientes que julgávamos inóspitos.

O circo da Fórmula 1 tinha que estar em pauta, como em toda retrospectiva anual. A volta de Michael Schumacher foi ofuscada pelos seus próprios resultados ruins. A vitória de Sebastian Vettel não pôde ser celebrada com champagne - a corrida que decidiu a prova foi em Abu Dhabi, aonde é proibido o consumo de bebida alcoolica em locais públicos. Embora o "suco árabe" não tenha feito o mesmo efeito que um tradicional espumante, o sabor da conquista do alemão de 23 anos foi mais doce que qualquer bebida. Isso porque Vettel venceu sem trapacear, num esporte marcado por "maracutaias" - na pior desse ano, Massa deu passagem para Alonso, favorecendo o companheiro da Ferrari que estava à frente na tabela.

Mais uma celebridade saiu do armário. Ricky Martin, ex-menudo, assumiu a homossexualidade no primeiro semestre, repercutindo em diversos jornais pelo mundo. Se descobriu até que o cantor porto-riquenho teve um caso com um brasileiro, há mais de dez anos atrás. Difícil dizer se foi a "fofoca do ano", quando 2010 guarda tantos outros fatos repercutidos pela mesma "imprensa" sedenta de informações relevantes no "mundo artístico".

É fato que, para o fã de futebol, o caso entre John Terry (zagueiro do Chelsea e Seleção Inglesa) e a modelo francesa Vanessa Perroncel (esposa de seu ex-companheiro de time, Wayne Bridge) foi o mais quente da história do esporte nos últimos anos - ou quem sabe de todos os tempos. Jogando atualmente pelo Manchester City, o marido traído, Wayne Bridge, deixou de ir a Copa porque não queria ver a cara de seu "ex-amigo". Na primeira vez em que eles se encontraram, na partida entre suas equipes, Bridge não cumprimentou Terry, deixando-o no vácuo em uma cena para lá de constrangedora.

Não estamos apenas no final de um ano: também é final da primeira década do Século XXl. Os anos 2000 quebraram paradigmas, surpreenderam e nos deixaram ansiosos, afinal, se tanta coisa aconteceu em dez anos, o que poderemos esperar dos próximos dez? Ataque terrorista e eleição de um presidente negro nos Estados Unidos, um filme genuinamente indiando ganhando dez estatuetas do Oscar, a esquerda tomando o poder na América Latina (com Hugo Chávez na Venezuela, Lula e Dilma no Brasil, os Kirschiner na Argentina, Michelle Bachelet no Chile, Tabaré Vázquez no Uruguai e Evo Morales na Bolívia) e etc. Que venha 2011, que venham os anos 2010!

Um comentário:

Unknown disse...

Bela sintese...
Jose Luiz