Durante esse tempo muita coisa aconteceu. Scolari já tem um emprego, a Globo se diz interessada em estudar uma mudança na fórmula do Brasileirão e o scratch canarinho já tem agenda para o restante do ano, com Dunga no comando. E pela primeira vez eu não sinto saudade do clima de Copa.
Foram momentos maravilhosos aqui no Brasil, é claro. Trabalhei muito, principalmente nos dias de jogos em Salvador, assisti à reedição da Copa anterior e vi de perto cinco dos seis gols desse jogão entre Espanha e Holanda. E eu achando que o maior mico daquele mundial seria os 5 a 1 sofridos pela defensora do título. Mas aquele 8 de julho transformou as músicas da Copa em trilha sonora de más recordações. Não adianta. Quando daqui a alguns anos as pessoas se perguntarem sobre o fato marcante do mundial sediado no Brasil, a lembrança dos 7 a 1 será o primeiro episódio citado.
Eu tenho muito orgulho de ser brasileiro por muitos motivos. Gosto dos sotaques da gente, o que prova que subvertemos a língua do colonizador com classe. Me admiro pela facilidade que os brasileiros têm em fazer amizade, o que não torna os brasileiros melhores ou piores que os outros povos, mas faz sentir-me em casa aqui. Sou fã da culinária e comida que trazem influências índígena, africana e europeia. E também tenho orgulho de ser brasileiro pelo futebol que se pratica aqui, e nunca tive vergonha disso. Sempre fui reverenciado em estádios de futebol que visitei e nos babas em que joguei na Europa por ser brasileiro. No estádio do Leyton Orient, ao revelar minha nacionalidade, os seguranças sorriram e vibraram. Será que depois dos 7 a 1 as coisas mudarão?
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