quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Futebol, história e economia

A versão de toda história costuma balançar para o lado de quem a conta. A história geral nos é passada na escola como uma aventura de seis mil anos movida principalmente por conquistas territoriais. Como não podia ser diferente, os povos que obtiveram maior destaque nesses seis milênios de civilização foram os que mais "venceram", ou seja, invadiram outras nações, roubando seus conhecimentos para, dessa forma, criar e inventar inúmeras coisas, como as navegações e a pólvora.

Civilizações que habitavam a América antes da chegada de Colombo deixaram incríveis legados, mas a ausência de escrita as privaram de dar suas versões dos fatos de forma mais clara e objetiva. No caso do futebol moderno, todos podem ter voz através das redes sociais, mas uma velha regra do jogo predomina: o poder econômico. Não é a toa que, na hierarquia da bola, Barcelona, Real Madrid e Manchester United estão no topo e times de milionários como Manchester City e Anzhi sonham em chegar lá, e para isso, fazem o que o Arsenal não faz: torram o dinheiro sem piedade. A Europa é, sem dúvida, o centro do mundo, seja na história geral ou no futebol.

O bom momento da economia brasileira tem feito o país segurar seus principais astros, como Neymar, Lucas e Leandro Damião. Não se sabe até quando, mas em outros tempos, esses atletas já teriam feito as malas. Como, dentro da América do Sul, é possível competir com eles, os times grandes do Brasil? O Bahia é um reflexo que o crescimento do Brasileirão não é só favorável para os times de São Paulo, Rio, Minas e Rio Grande do Sul, pois tem o time caríssimo, mas com um torneio competitivo, é natural que a folha salarial dos rebaixados seja maior do que as folhas salariais das equipes rebaixadas nos anos anteriores. Com isso, será cada vez mais difícil uma equipe do Nordeste vencer a Série A de pontos corridos. Uma economia ruída ao menos possibilitava ao Atlético Paranaense faturar o título em 2001 e o São Caetano chegar em duas finais consecutivas, em 2000 e 2001.

Vale mais um campeonato "de estrelas" em que você pode ver Neymar, Lucas e Damião no estádio ou um torneio menos competitivo em que seu time tem mais chances de ser campeão? Que os "amantes do futebol" me perdoem, mas bons eram os tempos em que o Bahia brigava pela parte de cima da tabela, enquanto a Europa enfraquecia os clubes do sudeste "roubando" seus astros.

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