domingo, 13 de março de 2011

O preço do sonho

O cinema nos ensina muito, assistir filmes é como fugir da realidade por alguns instantes e mergulhar na pele do personagem da história que estamos acompanhando. Uma das reflexões que tive hoje, assistindo dois filmes - Click e Cisne Negro - foi o preço que se paga por um sonho.

O primeiro, que passou hoje à tarde, na Globo/TV Bahia, eu já havia assistido em algumas oportunidades, e todas as vezes que o vejo aprendo algo novo, tento comparar a história do personagem de Adam Sandler com a minha. Michael Newman é um arquiteto workaholic que, ao tomar posse de um controle remoto que controla tudo que ele quiser, resolve usá-lo para conseguir melhores resultados profissionais, deixando a família para último plano. O excesso de domínio sobre a própria vida o faz perder momentos valiosos, e sem o comando de poder voltar atrás, ele vai se complicando e se arrependendo. No meu caso, estou no início da minha vida profissional, sou estagiário de um grande jornal da minha cidade, mas nunca é demais advertências como a dessa comédia cheia de lições de moral, afinal, o tempo vai passando rápido, e quando nos damos conta, conseguimos alcançar o que mais queríamos na nossa carreira, mas percebemos que deixamos para trás o que mais deveríamos amar: a nossa família.

Já em Cisne Negro, em cartaz nos cinemas, a israelense Natalie Portman interpreta uma bailarina que, de tão obcecada pelo papel em uma peça, deixa de lado a vida social e mergulha num inferno astral, com direito a alucinações e autoflagelação. Antes de conseguir ser selecionada como a rainha dos Cisnes, ela já dava mostras de sua fragilidade emocional, e mesmo realizada, não encontra paz interior (se você não viu o filme e acha que eu contei o final, fique tranquilo: só contei a introdução).

Vale a pena ir até o fim por qualquer coisa, pagando qualquer preço? Em Click, o cara que deu o controle para Michael Newman, Morty, deu um conselho ao protagonista ao contar a história de uma pessoa que perseguiu o arco-íris, acreditando que, ao chegar nele, encontraria potes de ouro, mas se decepciona ao cumprir sua meta e se deparar com um pote de cereais. Morty lhe alertou que não há como ser feliz trocando as ambições pelas coisas simples da vida.

Sonhar é válido, mas não vale qualquer preço, nem renúncias por coisas que não voltam mais.

Fotos: na esquerda, Click, na direita, Cisne Negro. Crédito: Divulgação

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