sábado, 18 de outubro de 2008

Bahia-0 x 3-Corinthians

Sertão com sotaque paulista
Corinthians vence Bahia em Feira com apoio de sua torcida

Está certo que o estádio do Jóia da princesa, em Feira de Santana, não é a casa do tricolor de Salvador, mas pela primeira vez o Esporte Clube Bahia viu uma torcida que rivalizava em quantidade com seus apaixonados fãs: os corintianos.
Vindo de diversas partes, como interiores próximos e até de São Paulo, a torcida alvinegra apoiou seu time do início ao fim, mas claro, com uns certos artifícios para tornar essa 'paixão' esteticamente mais impressionante: microfones da Rede Globo apontavam principalmente para os setores do clube paulista, afim de captar o som com maior precisão e mostrar à Globo nacional (com narração de Cléber Machado e comentários do ex-jogador Caio), focada em agradar o público de São Paulo, que a torcida corintiana é um reflexo da situação atual do time, que muito provavelmente estará na série A de 2009.
Foi clara a superioridade do Corinthians no jogo: mais pacientes, os líderes do campeonato não mostravam a mesma ansiedade demonstrada do outro lado. Se cometeram mais faltas durante a partida, a deslealdade ficou mais para o lado tricolor (a exemplo da pisada que Rogério deu em Dentinho) que, nervoso, levou um gol numa falta de atenção incrível de sua defesa (que deixou o baixinho Morais abrir o placar no início da partida) e não conseguiu criar tanto (embora nas vezes que conseguiram finalizar, faltou em precisão). Os dois gols de Dentinho apenas 'fecharam o cachão' de uma derrota já decretada.
Num jogo com clara parcialidade jornalística, com comentários da Globo que visavam a melhora do time do Corinthians para vencer o Bahia, não julgo tais atitudes anti-éticas, afinal, o público que a globo quer atingir é o de São Paulo, de onde seus empregados ganham dinheiro. O problema é ter de ver essa transmissão, já que aqui temos Thiago Mastroianni para narrar os jogos dos times locais. Em um ano atípico, em que o tricolor ficou 'sem teto', ficar mais um ano na série B não é mal negócio, o que é péssimo é ser submetido a categoria de time periférico, sendo humilhado por derrotas elásticas dentro do próprio estado e se sentir um estrangeiro dentro do próprio país (e a responsabilidade é de que permitiu a globo nacional ser transmitida na tv Bahia).

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