O instinto de proteção não se faz presente apenas em mães corujas prontas para proteger seus filhotes, nem que para isso o mundo vire de cabeça para baixo. A cada vez que uma crítica é feita a determinado lugar, brotarão da terra milhares (quem sabe milhões) de entusiasmados bairristas bradando contra o “agressor”.
O bairrismo não pode ser racional, pelo menos não em uma cidade tão criticada pelos seus próprios habitantes. Por que então a crítica ofende mais quando proferida de plagas distantes?
Com a iminência da Copa do Mundo, as 12 cidades brasileiras têm sido cada vez mais expostas. E o escudo do bairrismo tem ganhado uma força inversamente proporcional aos esforços para que as sedes tenham legados. Se toda a energia depositada em desfazer a imagem dos estrangeiros sobre o Brasil fosse revertida para o setor de transportes, por exemplo, Salvador teria mais linhas de metrô do que Londres.
Exageros à parte, quem está na chuva é para se molhar. O Brasil aceitou a condição de sede do mundial e deve arcar com o ônus de ter toda sua (triste) realidade exposta em veículos de comunicação de fora. Jornalismo é isso. Já o bairrismo... Bairrismo é o que faz tudo continuar da mesma forma.
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