terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A atmosfera de cada torcida

No Brasil e em outros dois países que visitei recentemente, Espanha e Itália, a população em geral 'respira futebol'. A imprensa dessas nações dedicam muita energia nas notícias sobre o mundo da bola, e certamente em época de Copa quem não estará em frente a uma tv no momento do jogo de sua seleção é excessão: até quem não é fã de futebol se rende ào momento mágico que é a Copa do Mundo, mobilizando o planeta com as suas imagens transmitidas por centenas de cadeias de tv.

Porém, as atmosferas variam muito em outros lugares do globo, e nem todos se dedicam tanto ào futebol da mesma forma que brasileiros, espanhóis e italianos. Em 1994, os Estados Unidos sediaram o mundial, e no dia da estréia, o canal de esportes nacional preferiu transmitir um jogo de golf! Nem todos os americanos estavam cientes do grande evento que estavam recebendo, e se quer conheciam os seus jogadores: os esportes nacionais são baseball, futebol da NFL (parecido com o Rugby) e basquete.

O Irã foi à copa de 1978, mas no ano seguinte, com a Revoulção Islâmica, o futebol desapareceu no país por quase 10 anos: o regime dos Aiatolás proibia o futebol, que desviava a atenção dos jovens, que deveriam priorizar pela religião.

O exemplo mais chocante de atmosfera em Copas do Mundo é a Coréia do Norte: esse exolado país tem apenas três canais de tv, todos estatais, e nenhum deles transmitirá os jogos da Copa ao vivo. O presidente King Yong-il vai censurar as derrotas do país na Copa, e os norte-coreanos só poderão ver os melhores momentos dos jogos em que o país vencer (e se vencer). Ou seja, enquanto nós brasileiros estivermos bebendo e confraternizando com pessoas queridas em frente à tv, o adversário do primeiro jogo da nossa seleção (15 de junho, às 15h30) não terá ninguém apoiando-os: a expectativa dos jogadores é vencer para poder mostrar para os seus conterrâneos apenas os sucessos, pois em caso de fracasso, não aparecerão. Esconder os defeitos e filtrar o que na íntegra pode não ser tão bom: essa é a postura dos governantes do primeiro adversário do Brasil. Caso semelhante ja ocorreu com outro adversário da nossa seleção, em 1974: a seleção do Zaire, que ganhou premiações do governo após conseguir vaga para o Mundial, teve tudo confiscado após os maus resultados durante o torneio e de quebra receberam ameaça de morte do então ditador Mobutu Sese Seko (a condição era não perder por mais de 4 gols na última partida, contra o Brasil; Felizmente, vencemos por apenas 3 a 0)

O mundo da bola é realmente muito democrático, até porque nem só de 'democracias' vivem o mundo: a diversidade vai das mais diversas formas de governo existentes no planeta. Viva a diversidade? Bom, nada como uma aula de antropologia para refletir se devemos julgar os outros com o nosso olhar etnocêntrico, mas enquanto isso, aí vão alguns vídeos sobre a Coréia do Norte (claro, sob os nossos 'olhares ocidentais').







Um comentário:

Unknown disse...

Porra.. Não vejo a hora de chegar o mundial 2010