A palavra 'popular' se refere a 'povo', ou seja, aglomerado de pessoas que quantitativamente são maioria, embora nem sempre tenham poder para mudar sua própria estrutura, comandada pela minoria poderosa, a elite. A palavra 'elite' não está designada apenas para representar pessoas, e sim tudo que alcançe um 'patamar de excelência extra-ordinário'(e como vivemos numa sociedade que valoriza em demasia as cifras, a excelência está relacionada com o poder aquisitivo). Outras formas de empregar a palavra elite: um pequeno grupo de policiais militares tem treinamento especial, são responsáveis pelas tarefas de maior grau de exigência, por isso, são selecionados poucos, e estes ganham bem, esta é uma forma de evitar o suborno(se fossem tantos policiais, seria difícil para o estado bancar o salário de todos, e se perderia o controle de qualidade, na concepção dos chefes de segurança).
A palavra 'povo' pode ser empregada pejorativamente, especialmente por quem não se acha enquadrado nesse contexto(embora seja), e todos os dias os meios de comunicação repetem, mesmo que de forma subliminar, idéias que favoreçam quem as financia, daí termos como 'povão' estarem aliados a pessoas feias, desorganizadas e sem capacidade para administrar nada(na concepção elitista).
Numa sociedade extremamente individualista, onde as idéias centrais de dinheiro acabam contaminando boa parte da população, grande parte do povo não se aceita, e quer ser elite. Há quem possa chegar nesse patamar sócio-econômico, e não perca suas 'raízes populares', muita claras no gosto musical, por exemplo. Porém, o que é música popular? Na teoria, a MPB, como sigla de 'música popular brasileira', representaria as massas, mas na prática, proporcionalmente, essa música é mais ouvida pelas elites, além de os preços desses shows causarem um apartheid social. Popular mesmo aqui no Brasil seriam, na região norte, o Calypso, no Nordeste, o Forró, pagode e arrocha, no centro-oeste o sertanejo e no sudeste e sul o samba, onde escolas de samba do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro desfilam nos carnavais todos os anos.
Nos Estados Unidos, a 'música pop' tem como público alvo 'jovens sonhadores', que buscam no culto aos seus ídolos inspiração para um dia serem as próprias estrelas, a exemplo de Britney Spears, Madona, Hilary Duff... Certamente, se 'unificou' uma nação com os mesmos princípios de 'grandeza artificial', desprezando as histórias de vida e culturas regionais, e se aproveitando de cada nova moda para fundir-se e continuar fazendo sucesso, a exemplo da fusão do pop com estilos diversos, como hip hop, rock, reaguee... Tudo ganha uma 'maquiagem' com as produções de clipes: a pobreza nos guetos americanos ficam maravilhosa, há uma mística nas quadras de basquete com alambrados enferrujados e atletas amadores extremamente criativos, com um estilo descontraído. O pop não tem uma raiz: ele busca estar junto de quem está bem no momento, e claro, isso tudo para ganhar dinheiro, enriquecer com o nome do povo o bolso das elites.
Nem tudo que é popular tem sido do povo, a idéia do popular visa sempre um público alvo, com uma idéia romântica de estar sendo fiel as raízes de suas massas.
Estreias da semana - Nos cinemas
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*Cristina 1300 - Affonso Ávila - Homem ao termo*
Está nos cinemas brasileiros esse bom e bem curtinho documentário, de
apenas 60 minutos, que resga...
Há 8 horas
Um comentário:
Me senti lendo um dicionário haha, gostei do texto e concordo principalmente com a parte da MPB ser 'popular' apenas no nome, quando a "elite" que a escuta. Não generalizando, porém já afirmando, a massa e si gosta do "remeleixo" em que as músicas podem proporcionar, se quer liga para o que as letras dizem, por isso que eu digo a base de todos os princípios é a educação, não adiantaria expor músicas com letras rebuscadas quando quem ouve não consegueria entendê-las.
Para cada estilo musical há um determinado povo, essa é a exclusão.
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