A Copa de 2006 teve um final trágico para o Brasil: com a derrota por 1 a 0 para a França, nos credenciamos como 'fregueses' dessa seleção que nos eliminou pela terceira vez em Copa do Mundo (86 perdemos nos pênaltis e em 98 sofremos a nossa maior goleada em Copas, 3 a 0, em plena final), uma em Copa das Confederações, em 2001, além de tirar o nosso ouro olímpico, o único título que ainda falta para o futebol brasileiro, em 1984.
O 'quadrado mágico'(Ronaldinho, Kaka, Adriano e Ronaldo) e os laterais Roberto Carlos e Cafu não convenceram em 2006, e apenas a zaga, com Lúcio e Juan, e o meio-campo Zé Roberto ficaram imunes a críticas. Queríamos renovação, raça, alguns até comentavam em deixar o talento em segundo plano para ter uma seleção séria e comprometida, que amasse a Seleção. Todos queriam Felipão de volta para montar uma nova 'família Scolari'. Mas um nome surpreendente foi anunciado para comandar a Seleção Brasileira: Dunga, o capitão do tetra, como jogador, mágoas da imprensa e raça de guerreiro, mas como treinador seria a sua primeira experiência, algo semelhante a promover um estagiário de primeiro semestre da faculdade ao cargo de sócio executivo de uma grande empresa.
Haviam rumores que Dunga só ficaria na Seleção provisoriamente, até Felipão largar Portugal. Pois hoje, quase quatro anos depois, ele se manteve no comando máximo do futebol brasileiro (almejado por profissionais calejados que nunca tiveram oportunidade) graças aos seus resultados: as conquistas da Copa América e Copa das Confederações, além da medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim e a liderança nas Eliminatórias Sul-Americanas, sem falar em vitórias históricas como o 4 a 0 sobre o Uruguai em pleno Centenário e a classificação para o Mundial obtida após vitória sobre a Argentina fora de casa. De repente, a derrota para a Venezuela e vitória apertada sobre o fraquíssimo Canadá em amistosos nos EUA, além de três empates consecutivos sem gols jogando dentro de casa pelas Eliminatórias (contra Argentina, Bolívia e Colômbia) foram esquecidos.
A Seleção atual tem jogadores em má fase em seus clubes: Kaka não fez uma boa temporada pelo Real Madrid, Julio Baptista é reserva da Roma e Felipe Melo é um dos jogadores mais criticados pela torcida da Juventus, isso sem falar de jogadores que atuam em mercados discretos no qual as informações sobre seus desempenhos não chegam com força aqui no Brasil, caso de Gilberto Silva e Elano, que jogam respectivamente nos Campeonatos grego e turco. O jogador 'diferenciado' sem dúvida é Kaka, mas não há substituto a altura, pelo menos não haverá se amanhã Dunga não convocar Paulo Henrique Ganso (craque do Santos de apenas 21 anos) e/ou Ronaldinho Gaúcho.
As virtudes de Dunga foram fazer os jogadores darem o devido valor a Seleção Brasileira: Dunga comenta que muitos entraram em conflito com os seus clubes por priorizarem a camisa canarinha. Mas muitos criticam as suas convocações: Dunga 'fechou' um grupo, independente de os jogadores estarem em bom momento ou não.
O seu marketing de 'guerreiro' está explícito nas propagandas da Brahma: a mentalidade para encarar essa Copa é totalmente diferente da de 2006 (o vídeo mais abaixo é o mais recente, na minha opinião o melhor).
Bom, abaixo texto meu de 25/07/2006, também disponível em http://grandesports.flogbrasil.terra.com.br/foto17951661.html
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Dunga: novo técnico da seleção
Particularmente, não gostei, pois Dunga ja terá sua primeira experiência como técnico na frente de uma seleção... não começou de baixo, como Luxemburgo no Bragantino, ou Leão no Sport.
Lembro sempre que Júnior(que incluisive vi jogar pessoalmente, na arena de Beach soccer) tentou ser técnico do Corinthians(em 2001 acho), na estréia tomou de 3 a zero, no segundo jogo tomou de 3 a zero de novo e logo se demitiu, e na coletiva de imprensa disse: ''esse negócio de técnico não é para mim''... ele não quis se queimar, claro, pois muito fez ao futebol brasileiro (foi um dos destaques daquela maravilhosa seleção de 82).
Eu gosto de Dunga, era um excelente capitão, e inclusive ja visualizei ele na seleção, mas não agora, pois tem de existir uma trajetória até o auge da carreira que é dirigir uma seleção. Tomara que eu me engane, que Dunga me surpreenda, mas estou com desconfiança ainda.
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