domingo, 11 de abril de 2010

Histórias

O Esporte Espetacular desse Domingo fez uma ótima matéria sobre o time mais antigo do Mundo. Contou toda a história do Notts County, de Notthingham. Esteticamente não deixou a desejar, mas pecou em algo muito mais grave: o time mais velho do Mundo é o Sheffield F.C., e não o Notts County. O primeiro citado foi fundado em 1857, o segundo, em 1862, e talvez a produção da Globo tenha se precipitado nas pesquisas, pois a verdade é que, dentre os times que sobrevivem até hoje como profissional, o Notts County é o mais antigo. O título da matéria deveria ser "Esporte Espetacular mostra o time mais antigo a sobreviver como profissional", e não "Esporte Espetacular mostra o time mais antigo do mundo". Embora minha sugestão de título seja menos impactante, é a verídica. Mandei um e-mail para a Rede Globo a fim de sugerir a correção numa próxima errata. Está assim escrito:

"Bem amigos. Muito boa a matéria sobre o Notts County, mas na verdade, o time mais antigo do Mundo é o Sheffield F.C., está no livro de Lédio Carmona e Gustavo Poli
"Almanaque do Futebol". No site do Sheffield eles se intitulam "The Oldest Football Club In The World": http://www.sheffieldfc.com/ . Ja no estádio do Notts County, "World's oldest football league club". A diferença? O Sheffield nasceu em 1857 mas não é profissional. O Notts County foi fundado cinco anos mais tarde, mas é o mais antigo a sobreviver como profissional. Escrevi uma postagem a respeito no meu blog http://grandedobrasil.blogspot.com/2010/04/historias.html. Abraços."



A história pode trazer óticas diferentes, mas os fatos não podem ser subvertidos: informações podem trazer interpretações diversas, mas continuam sendo códigos de comunicação no qual a alteração de uma palavra (ou até mesmo letra) pode fazer toda a diferença.

Desde a sétima série penso em fazer jornalismo. Foi depois de assistir à um Globo Repórter sobre a Copa do Mundo de 2002 que o meu fascínio se aflorou e passei a pesquisar mais sobre a profissão de jornalista. Nesse tempo, pude conhecer pessoas da área, viajar por lugares diferentes e conhecer a sua imprensa local - São Paulo, Salamanca, Madrid, Barcelona, Milão e etc - e fazer pequenos serviços, nenhum deles remunerado. O fato é: eu não tenho experiência profissional. Aprofundando um pouco mais os detalhes sobre a minha vida posso provar que tenho experiência em muitas vivências que podem me fazer um grande profissional. Tirei fotos e escrevi matérias para o site futebolnordestino.com.br . O site não existe mais, foi uma aposta arriscada em que eu e minha colega Luciana Ferraz resolvemos investir dinheiro e energia, pagando do próprio bolso as idas e vindas do Centro de Treinamento do Bahia em Itinga (o Fazendão) e fazendo contato com a matriz de Recife. O site não vingou por falta de anunciantes: num Mundo tão competitivo, lutamos pela vitória, mas devemos aceitar as derrotas. De qualquer forma, estivemos no dia da confusão em que a torcida invadiu o campo e até cedemos imagem para um site de Salvador.

Fui para a Europa no final do ano de 2008. Ao regressar ao Brasil, tentei continuar no futebolnordestino.com.br e fiz algumas matérias para o 'oscampeosdabola.com.br', que também está fora do ar. Prefiro não comentar muito sobre o que não deu certo, mas a verdade é que eu trabalharia para uma empresa que geria sites de diversos grupos, entre eles o programa esportivo 'os campeões da bola', da rádio Metrópole. Faltou assinar o meu contrato e então preferi aguardar por oportunidades mais concretas enquanto continuava me dedicando aos estudos. Estudar, ler e buscar programas culturais são coisas que reforçam o caráter de um jornalista. No meio do ano, trabalhei por um mês, durante as férias do meio do ano, na Câmara Venezuelana Brasileira de Comércio e Indústria em São Paulo. Lá escrevi duas matérias para a revista da Câmara, a Venbras - de assuntos nos quais tive que pesquisar e sair em busca do fontes pela capital paulista, sendo uma matéria sobre a diferença entre as culinárias venezuelana e brasileira e outra sobre o museu do futebol, no qual eu visitei com a credencial de imprensa. Fui para alguns seminários representando a Venbras, de terno e gravata, ao lado do meu colega e até hoje amigo Osvaldo, o assessor político da Câmara que com toda a sua experiência me ensinou como eu deveria me portar próximo das autoridades. Também fui responsável por fazer ligações para consulados, câmaras de comércio, a Embaixada brasileira em Caracas, a Embaixada Venezuelana em Brasília e empresas parceiras da Câmara Venezuelana Brasileira de Comércio e Indústria. Ligar, lembrar, mandar e-mails e etc, o trabalho de produtor é difícil, mas gosto de desafios e busco estar a altura sempre.

Chegando de São Paulo, continuei buscando mais e mais vezes estágio, mandando currículos, olhando sempre as vagas do CIEE e IEL, e tudo que eu achava eram estágios para o turno matutino, e eu estudo pela manhã. Nas horas vagas, além dos estudos e leituras habituais, costumo ir a seminários sobre teatro e Cinema e fazer cursos como inglês no ACBEU, do qual sou formado, e Programação Neuro Linguística (PNL). Nem sempre as coisas vêm tão rápidas, é preciso ser paciente. Para construir histórias, é preciso amar desafios e fortalecer duas grande virtudes antagônicas: paciência e pró atividade. Mesmo diferentes, essas características, quando entram em harmonia fortalecem não só um grande profissional, mas também uma pessoa feliz.

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