Existe uma certa mística na auto-afirmação de brasilidade: o que faz de nós, brasileiros, diferentes de outros povos? A propaganda que muito se faz sobre a fibra do brasileiro foi um projeto do governo federal, após concluir que, segundo uma pesquisa, éramos o povo com uma das piores auto-estimas do mundo (estávamos a frente apenas de dois países da África e Inglaterra). Logo, foram veiculadas propagandas com Ronaldo, Herbert Viana e um funcionário de aeroporto que, ao achar uma mala cheia de dinheiro, resolveu devolver ao dono.
Estamos batalhando contra a inversão de valores tão forte no nosso país, onde é difícil ser honesto sem ser correr riscos, é difícil ser firme sem deixar de ser confundido com déspota, e mais difícil ainda é tentarmos mudar essa mentalidade e esse complexo sistema de relações sociais, onde a propina é vista com a mesma naturalidade que uma gorjeta.
Quem são os nossos heróis nacionais? Nossas revistas em quadrinhos não envolvem o orgulho nacional, como Asterix na França, tampouco justiceiros, como os personagens da Marvel e DC Comics nos Estados Unidos. Nossa simpática turma da Mônica é um traço de nosso temperamento pouco confrontador e amigável: preferimos anedotas do cotidiano a mirabolantes aventuras de ficção científica – pelo menos em revistas em quadrinhos, já que as novelas da Globo perdem apenas em efeitos especiais para Hollywood, se tratando de ‘enredos repletos de clichês maniqueístas.
Se não somos os campeões no quadro de medalhas dos jogos olímpicos, ao menos nos orgulhamos de algumas modalidades nas quais somos os melhores: já tivemos o número 1 do tênis (Gustavo Kuerten), ginastas respeitados no exterior, jogadores de basquete nas principais ligas do mundo (embora a seleção ainda não seja uma potência coletivamente), um nadador em ascenção (César Cielo), tradição na Fórmula 1 (oito títulos e atualmente três pilotos nas pistas), a melhor geração do momento no vôlei masculino, a seleção campeã olímpica no vôlei feminino, a melhor jogadora de futebol feminino e para completar, não poderíamos deixar de falar na seleção penta campeã mundial de futebol masculino, que pelos feitos recentes (título da Copa das Confederações e primeiro lugar nas eliminatórias sul-americanas) leva a responsabilidade de ser a favorita ao título em 2010.
Mesmo com um grupo praticamente formado, há quem ainda queira se integrar a seleção do técnico Dunga, e o maior exemplo de apelo popular está em Ronaldo: participação em quatro copas do mundo, com 15 gols (maior artilheiro da história da competição) e uma história de superação fantástica, vem mostrando no Corinthians toda a sua técnica, apesar de reconhecer não estar na forma ideal. Três gols na Copa do Brasil, oito no Campeonato Paulista e seis gols no Campeonato Brasileiro até agora: desde sua estréia pelo Timão, 4 de março, contra o Itumbiara pela Copa do Brasil até hoje, pouco menos de 5 meses depois, foram 17 gols no total (fora as assistências e os ‘quase-gols’), mesmo tendo jogado apenas um tempo das partidas no início e tendo sido poupada de outras não tão importantes. Até agora, foram dois títulos, com direito a gols nas decisões (além de goleador, Ronaldo é decisivo, tendo marcado 2 vezes contra o Santos na final do Paulista e 1 contra o Internacional na final da Copa do Brasil).
O Corinthians se encontra em 5º lugar, a 1 ponto do G4 (mesmo não precisando figurar entre os quatro primeiros times da competição, por já ter vaga assegurada na Libertadores ano que vem devido ao título da Copa do Brasil) e a 5 do líder Atlético Mineiro (já se passaram 14 das 38 rodadas do Brasileirão). O problema é que o Timão terá sérios problemas no próximo jogo, contra o Santo André em São José do Rio Preto: se André Santos e Christian já haviam se despedido, hoje foi a vez de Douglas dar adeus, e como Alessandro e Elias foram suspensos (no traumático jogo em que o maior rival aplicou um 3 a 0 em Presidente Prudente), você deve pensar: as coisas não podem piorar. Mas podem sim: Ronaldo, que já havia dado um susto na torcida no jogo de ida da Copa do Brasil contra o Atlético Paranaense (quando teve de ser substituído com suspeita de fratura na costela) , dessa vez o Fenômeno teve de ser substituído logo aos 20 minutos do primeiro tempo, e a suspeita se confirmou: fratura na mão e um mês longe dos gramados, logo quando sua equipe tanto precisava de seus gols.
Ronaldo vai ficar fora do gramado, mas quem duvida que sua recuperação será boa e logo ele estará fazendo o possível para voltar a seleção? Está certo que Luís Fabiano é o atacante do momento, mas ninguém combina mais com a camisa 9 Canarinha do que o carioca dentuço do Parque São Jorge. Se o Brasil quiser mesmo amedrontar os adversários, Ronaldo é o nome certo, tem provado em campo, e pode em 2010, ano do centenário do Corinthians, quem sabe, dar o inédito título da Libertadores para o Timão. Quem duvida? Ronaldo já passou por cima de coisas muito maiores, e atualmente é um grande exemplo de brasilidade: força para superar problemas e respostas em campo, afinal, falar antes do jogo nunca foi coisa de brasileiro que se preze.
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Há 2 dias
Um comentário:
Também queria ver o gordinho na seleção,rs,rs
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