Zona de strike do baseball |
Rituais, símbolos e códigos de conduta não modificariam o nível da competição, mas fazem diversas modalidades esportivas terem seu caráter. O ato de ajoelhar enquanto um jogador está machucado é obrigatório nas partidas de futebol americano, assim como o cumprimento ao adversário após a luta fez o judô atravessar séculos. No futebol não há uma tradição específica, a não ser a resistência dos “donos da bola” pelo uso da tecnologia.
Todos os valores ensinados nos primórdios do “football”, ainda no século lXX, parecem ter sido varridos com o tempo. Os mais conservadores podem atribuir a “modernização indesejada” ao profissionalismo, que contribuiu para o fim do aspecto “cavalheirístico britânico”, mas a defesa das regras, importante para se manter a identidade de um esporte, extrapola o bom senso no caso da modalidade jogada com os pés. Com a tecnologia dos dias de hoje seria possível solucionar ao menos dois dos principais problemas da arbitragem: o impedimento e o momento de dúvida em que nem os árbitros atrás do gol conseguem perceber se a bola entrou ou não.
Tenho acompanhado baseball e futebol americano e percebi que esses esportes não existiriam da forma profissional como a de hoje se não fosse a tecnologia. No caso do baseball, a zona de strike, que é o campo de visão do arremessador entre os joelhos e o peito do rebatedor (que atua no outro time), é exibida ao vivo durante as transmissões para não deixar dúvida se a bola entrou ou não na zona de strike. O arremessador, então, precisa jogar com força e efeito na área delimitada.
No futebol americano, diversas faltas podem acontecer fora do lance e longe da bola. O uso das câmeras facilita o trabalho dos árbitros. Porém, esses dois esportes contam com mais paralisações que o futebol, que não pode perder a contagem corrida se quiser manter sua identidade. O uso da tecnologia apenas para verificar impedimentos e a posição da bola debaixo das traves não atrapalharia tanto com um chip na bola que emitisse resposta automática, que pudesse emitir um som a cada lance polêmico sem precisar de solicitação de consulta.
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