domingo, 8 de maio de 2011

Bem vindo ao passado

A história do mundo é cheia de idas e vindas. Os acontecimentos parecem se repetir, como num eterno retorno, conceito do filósofo alemão Nietzsche, em que, se o mundo tivesse uma finalidade, já teríamos alcançado. Sem início definido, sem final prévio, a atualidade é muito menos que um grão de areia no deserto: é impossível se medir o quão pequenos somos nesse universo.

Mas os seres humanos não parecem se cansar da sua realidade repetitiva, e celebram com entusiasmo o casamento de um príncipe, a beatificação de um papa, uma "cruzada" contra o "terrorismo" e a morte de um mouro, como se ainda estivéssemos na Idade Média. Na semana em que a família real inglesa cultivou sua tradição, o Vaticano santificou João Paulo ll e militares americanos mataram Osama Bin Laden, depois de quase uma década do maior atentado terrorista da história, em 2001, o que efetivamente mudará em nossas vidas?

A monarquia vive de sua imagem simbólica, embora as decisões sejam tomadas pelo primeiro ministro, a Igreja Católica influencia nas decisões de estados, que mesmo se considerando laicos, se rendem ao poder dessa instituição religiosa (não é a toa que o casamento gay demorou para ser legalizado no Brasil) e os fundamentalistas islâmicos continuarão sua guerra contra "O Grande Satã", os Estados Unidos; A morte de Bin Laden apenas deixará os ânimos ainda mais exaltados.

É nesse cenário que nos encontramos. As tecnologias mudam, alguns tabus são quebrados, outros são criados, vidas entram e saem desse planeta, mas alguns pilares tradicionais insistem em se manter. Mas que mal há nisso, se nesse mundo não há objetivos? Metas são conceitos artificiais, e hoje consigo entender porque o ser humano não vive muito mais que 80 anos: seria tedioso chegar aos 10 mil anos vendo e vivendo as mesmas coisas. Mas até os 80, muita coisa parece ser novidade, afinal, o que são 80 anos perto de milênios de civilização?

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