quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Torcedores do Huachipato na Patagônia já planejam ver final 'in loco'

Torcedores do Huachipato em Punta Arenas / Divulgação
A derrota no Morumbi por 1 a 0 para o São Paulo, pelas oitavas da Sul-Americana, não intimidou os torcedores do Huachipato, espalhados por todo Chile, inclusive na longínqua Patagônia. Mesmo sem poder acompanhar de perto o time nesta quarta-feira (15), às 19h30, no estádio CAP, dois apaixonados pelo único representante do Chile no torneio já estão pensando em assistir de perto a decisão pelo título, que se depender do otimismo andino, será no mesmo estádio da partida de mais tarde, a 2.607 km da cidade em que moram.

Conhecido no Brasil após surpreendente vitória em Porto Alegre contra o Grêmio, na estreia da Libertadores de 2013, o clube chileno está sedeado em Talcahuano. Apesar de se localizar no sul do país, a cidade do adversário do tricolor está mais próxima da capital Santiago (522 km) do que da cidade mais austral do Chile, Punta Arenas, o que não impede Rodrigo Aguilera de procurar outros torcedores no maior centro urbano da Patagônia Chilena. "Não sei quantos torcedores do Huachipato têm em Punta Arenas, mas têm, e estou tentando juntá-los para formar a 'Barra Austral' de Huachipato", comenta Aguilera, que já se prepara para um inédito título internacional. "Estarei contra o vento e a maré. Tenho um lugar reservado no estádio. Não há alegria maior do que ser campeão. Vou com meus filhos, que são 'acereros' (apelido dado aos torcedores da equipe) como o pai", completa.

Um dos amigos de Rodrigo que compartilham da mesma predileção clubística em Punta Arenas é Gabriel Pincheira. Apesar de se dizer consciente das dificuldades de enfrentar o São Paulo, o sonho da final alimenta suas expectativas. "Espero que Huachipato fique de pé depois do jogo no Brasil. Agora a partida é no Chile e somos donos da casa. Se chegar na final, claro que irei e com certeza isso acontecerá e seremos campeões. Temos time e vontade", profetiza Gabriel.

Paixão antiga

Por influência do pai, Gabriel Pincheira se tornou torcedor da equipe de Talcahuano, mesmo se afastando da sua cidade natal ainda na infância e sem nunca ter sido frequentador de estádio. "Infelizmente não podíamos ir ao estádio por problemas financeiros e porque vivíamos em um povoado chamado Ercilla. Agora que vivemos em Punta Arenas, as únicas formas de ver os jogos são por rádio ou TV. O único problema é que quase sempre é por rádio, porque as equipes de província não tem muita cobertura. Só se foca nas equipes de Santiago", questiona.

Assim como para Gabriel, o amor clubístico nasceu na infância também para Rodrigo. "Eu cresci vendo o Huachipato no estádio. Meus amigos e vizinhos também apoiavam a equipe, que estava na Compañia de Acero del Pacifico - Companhia de Aço do Pacífico (CAP), onde trabalhavam os pais e vizinhos em Higueras (região residencial de Talcahuano). Dessa forma o vínculo com o clube estava presente em todo momento. Eu queria trabalhar no Huachipato", relembra Rodrigo.

"Era um ponto de reunião das famílias do setor de Higueras e arredores, e além do futebol se praticavam muitos esportes, como hockey, tênis, atletismo, patinação artística, etc. Entre as atividades que mais atraiam a comunidade estavam as festas de fim de ano, onde se realizavam apresentações de contos e voluntários de colégios participavam. Essa tradição se perdeu com o tempo, mas marcou muitas crianças da época", completa Rodrigo.

O vendedor do confronto entre Huachipato e São Paulo enfrenta Emelec do Equador ou Goiás pelas quartas da Copa Sul-Americana. No primeiro jogo, a equipe equatoriana venceu por 1 a 0 dentro de casa, e a partida de volta acontecerá nesta quarta-feira (15), às 22h, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia. Para passar pelo Huachipato, o São Paulo pode empatar ou perder por até um gol de diferença, desde que faça pelo menos um gol. Uma eventual vitória de 1 a 0 da equipe chilena leva a decisão da vaga para as quartas para os pênaltis.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

A verdadeira revolução vem do amor

Fotos: Divulgação
Quem vencer a eleição presidencial não terá vida fácil a partir de primeiro de janeiro de 2015. Precisará de muita paciência para lidar com a Câmara. Entre as instâncias políticas, enxergo o parlamento como a mais apta a conquistar melhorias ao país, mas a vitória de tantos candidatos que exalam ódio através do discurso pouco ajudará Dilma Rousseff ou Aécio Neves. Temas importantes deixarão de ser discutidos com a configuração atual. No meu ponto de vista, todavia, a verdadeira revolução não vem do legislativo. Tampouco do executivo, judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal ou da democratização dos meios de comunicação.

A verdadeira revolução brota do lado esquerdo do peito de todos os brasileiros, e não há equívocos eleitorais que não possam ser corrigidos com amor. Como já escrevi em outras postagens, prefiro um político “suspeito” sob pressão do que um acomodado ao cargo que tenha boa índole. O que dizer então de um congresso pressionado por uma população com sentimentos nobres?

Foto: Mark Blinch/Reuters


O amor não é tudo, mas não há nada sem o amor. A humildade de reconhecer que não entende tanto sobre um assunto ao invés de opinar sobre o que não sabe consiste em ter coragem e amor próprio. Ninguém sabe de tudo, tampouco precisa ostentar conhecimento, que deveria ser uma dádiva a ser repartida, e não uma joia rara que causa cobiça. O mundo seria um lugar melhor se informações fossem checadas antes de serem compartilhadas no Facebook, mas se os feeds de notícias continuam com a difusão dos sentimentos menos nobres, talvez seja a hora de responder essas postagens com amor, e não com mais agressões.

Muitas transformações sociais foram conquistadas com derramamento de sangue. Todas as ex-colônias do mundo se tornaram independentes através de conflitos armados, com exceção da Índia. Intolerância religiosa, homofobia e racismo já precisaram ser combatidos com a força. Figuras emblemáticas como Maria Quitéria e Nelson Mandela hoje são reconhecidas por gente de variadas predileções partidárias, mas precisaram pegar em armas para alcançarem seus nobres objetivos. No entanto, elxs pegaram em armas para que nós, nos dias de hoje, não precisássemos atacar uns aos outros. O Twitter com seu disparo de 140 caracteres e o Facebook com memes atômicos não deveriam ser as ferramentas da nossa revolução. São armas que, usadas dessa maneira, nos levam a matar uns aos outros.

Imagem: Divulgação


Ironias, acusações sem prova e adjetivações mesquinhas, que variam de petralha a coxinha, não são engraçadas. A escolha do candidato se dá pela convicção de que o país estará melhor em suas mãos e esse tipo de humor vai contra essa ideologia. O Brasil não pode ser um bom lugar para se viver dessa forma.

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