domingo, 21 de abril de 2013

Peso da camisa

Itália de Del Piero eliminou a Alemanha da Copa 2006, em Dortmund | Alex Livesey/Getty Images

A expressão “peso da camisa” teve sua pesquisa empírica concluída em Munique, no dia 10 desse mês. Quando o Bayern, que é a base da seleção alemã, eliminou da Champions League a Juventus, base da “Azzurra”, pude concluir que jogadores realmente se transformam a depender do uniforme que trajam. Em Copas do Mundo e Eurocopas, os alemães são “freguezaços” dos italianos. Por que esses mesmos jogadores não fazem jus aos prognósticos de suas seleções nacionais ao trajarem o uniforme preto e branco da “Velha Senhora” e o vermelho do gigante alemão? É amigo, camisa pesa. O Bayern de Munique venceu a Juventus duas vezes por 2 a 0 e é semifinalista da Champions League.

Retrospecto entre seleções da Itália e Alemanha

No torneio da Fifa, três vitórias para a equipe da Velha Bota e dois empates sem gols. Já na competição realizada pela Uefa, uma vitória italiana e dois empates, embora um deles tenha eliminado a Azzurra da primeira fase, em 1996. Ou seja: a seleção alemã JAMAIS venceu a seleção italiana em um jogo que não seja amistoso.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

A fé da bola, na bola

Flamengo reúne torcedores de todo o NE em SSA / Foto: Felipe Oliveira

O deputado federal Marco Feliciano conseguiu, sem querer, promover uma “guerra”. Os contrários às suas declarações se mobilizam pela sua renúncia na presidência da comissão dos direitos humanos, os religiosos retrucam, e enxergo esse momento “fervoroso” como uma grande oportunidade para refletir sobre tolerância em todos os âmbitos, inclusive no futebol. Até porque hoje saiu o resultado de uma pesquisa, realizada pela Pluri Stochos Pesquisas e Licenciamento Esportivo, que apontou que as quatro maiores torcidas do Nordeste são de clubes de fora da região, e já imagino o tipo de reação nas redes sociais com o resultado.

Sob que justificativa uma torcida assume um comportamento xenófobo ao gritar “Éu éu éu, vai para casa tabaréu”, contra os baianos que torcem por um time do Rio de Janeiro? Ninguém é obrigado a torcer pelos times do seu estado. “Ah, então vá no Sudeste e veja se alguém vai te respeitar...”. Ora, a situação é diferente em Salvador, onde quem é do interior recebe a alcunha de tabaréu? Como o Esporte Clube Bahia pode querer captar mais fãs em outras cidades se faz vista grossa para manifestações do tipo? Os mesmos torcedores contrários a opção clubística de seus conterrâneos não gostariam de ouvir “Ino ino ino volta para casa nordestino” durante um jogo entre São Paulo e Bahia no Morumbi.

Os mandamentos religiosos estão na Bíblia, que é interpretada de diversas maneiras. Há também quem não faça do livro cristão seu manual, e daí surge toda o conflito, que não é o tema dessa postagem. Os fundadores do futebol, até onde eu sei, não deixaram recomendações para seus adeptos. Longe das discussões eclesiásticas, defendidas sob os argumentos de um livro por um lado e sob ideais de direitos humanos do outro, no futebol não há representação divina, e “Se Deus não existe, tudo é permitido”, já havia escrito Fiódor Dostoiévski em “Os Irmãos Karamázov”. Essa é a minha crença. E a sua?